My feelings

Único; Declaration


Eu ando por este mundo, apenas tentando ser legal

Eles dizem que vou me machucar, se eu não for fria como gelo

Eu sei que tenho amigos, mas ainda estou tão sozinha

Se eu olhar em seus olhos, eu vou querer que você me abrace

Rachel nunca deixou de notá-la desde a primeira vez que a viu. Talvez por sua beleza extranatural, seu sorriso contagiante, sua dúlcida voz, ou porque, no fundo, sabia desde início que ela seria uma pessoa especial em sua vida.

Sentia-se bem, relaxada e um pouco nervosa quando conversavam, o coração palpitava forte e trazia uma sensação boa que percorria-lhe o corpo, principalmente quando Kory tomava liberdade e passavam juntas as tardes meditando na sala de estar titã.

Seu perfume também era único e impregnava em suas narinas, parecia que borboletas voavam dentro de seu estômago toda vez que o sentia.

Maravilhoso!

Maravilhoso que acabava no momento que flagrava as intimidades dela com Dick, agarrando seu braço, seus beijos fortes e apaixonados e seus longos e calorosos abraços, presencia-los trazia-lhe desconforto e uma pontinha de raiva, acompanhados com insegurança.

Nunca serei boa o suficiente para ela… Ela nunca me notaria… Eu não sou o Grayson.

Esse pensamento perpetuou ao longo dos anos, como uma sina, um ligeiro incômodo que apertava-lhe o peito, causando dor e a impressão de sufocamento.

O alarme ressoou e Rachel inspirou fundo. Fechou os olhos e sentou-se na cama. Encarou o uniforme que trajava. Lembrou-se das missões ao lado da equipe, ao lado de Kory, e do dia que a alienígena se corroeu de ciúmes por causa de Dick, que foi obrigado a ir a um estúpido baile de colégio acompanhar a filha mimada de Mariposa Assassina.

— Rae, o alarme tocou, não escutou? — a voz de Garfield ressoou de fora do quarto. — É o Plasmus atacando de novo uma usina nuclear. O Cyb e os outros já estão indo pra garagem. — a voz se afastou e a mulher massageou as têmporas.

Levantou a contragosto e sentiu o corpo molenga. Por causa de seu assunto mal resolvido e suas emoções inquietas, não dormia direito, mal se alimentava e, às vezes, chorava na madrugada, tudo derivado ao relacionamento que Dick e Kory haviam assumido há três anos e ter que encontrá-los juntos e felizes nos lugares era dolorido demais, pior eram os gemidos que ouvia do quarto de Dick, na calada da noite, gemidos femininos que poderiam ser de sua namorada.

Porém era forte e não poderia se deixar abater e que desculpa arranjaria para seu líder sobre sua ausência? Deveria permanecer como uma muralha e não se intervir na felicidade alheia.

— Rae — a voz do transmorfo retornou. — Vamos!

— O dever nos chama. — respondeu mais rouca que o normal, bufou. Puxou a capa do cabideiro e a abotoou.

A usina nuclear se localizava em uma parte afastada da cidade. A criatura púrpura gosmenta entornava vários tonéis em uma alta porção, resultando no aumento exponencial de sua massa corporal.

Os titãs saíram do carro, Ravena puxou um fio de cabelo para trás da orelha e suspirou desgostosa ao encarar Plasmus.

— Lamento dizer isso, mas seu almoço será cancelado! — vociferou Robin, apontando o bastão para o monstro. Os titãs em suas posições atrás de si.

A azulada encarou a ruiva uma última vez antes da ordem do líder.

— Titãs atacar!

Com a ordem, todos se dispersaram.

Mutano transformou-se em um rinoceronte e em alta velocidade correu até o vilão, acertando suas pernas, fazendo-o se desequilibrar. Robin aproveitou e partiu para cima com seu bastão, mas Plasmus foi rápido e o jogou para longe. Estelar alcançou voou e mirou seus starborlts, logo atingindo o tronco da criatura, formando um buraco. O vilão inflou o peito e soltou o ar, fechando a lacuna brevemente em seu peito.

Mutano voltou para o ataque, entretanto Plasmus foi esperto, pegou o animal esverdeado pelo pescoço e o arremessou longe. Cyborg preparando seu canhão sônico tomou um susto ao ver um rinoceronte voando em sua direção, chocando em menos de 30 segundos contra seu corpo e ambos caindo violentamente no chão.

— Amigos, vocês estão bem? — Estelar perguntou, ainda voando. Ameaçou ir em direção deles, mas uma voz a impediu.

— Estelar, mantenha o foco. — Robin advertiu, o que fez a ruiva revirar os olhos e o encarar brava.

— Você não manda mais em mim, Dick. — murmurou a garota entredentes.

Ravena usou sua umbracinese e arremessou tonéis contra o monstro, mas os mesmos pareceram nem lhe fazer cócegas. Estelar acertou raios lasers que saiam de seus olhos, que em devolutiva jogou um jato da gosma nojenta de seu corpo contra a garota, mas que foi defendida por uma sombra negra que se esvaiu de Ravena, impedindo o jato e chegando ao monstro, quase o fazendo cair para trás.

— Obrigada. — agradeceu a ruiva com um sorriso, Ravena apenas balançou a cabeça minimamente.

Cyborg, novamente em pé, lançou inúmeros raios de seu canhão. Robin jogou seus bumerangues, provocando explosões em lugares diversos em seu corpo.

Com raiva o vilão urrou e disparou enésimos jatos de gosmas, um por um triz não se chocou com Estelar, no entanto Ravena jogou seu próprio corpo em cima do dela, ambas desviaram do jato e caíram no chão, os corpos em contato e os rostos mais próximos que o recomendado. Rae enrubesceu.

— Err... Você tá bem Estelar? — interpelou sem jeito, sentada sobre os calcanhares, apoiou as mãos nos joelhos.

— Tô. — massageou a área atingida da cabeça, gemendo baixo. — Foi apenas o impacto, logo vai passar. — sorriu doce. — Obrigada de novo, Ravena! — passou a mão levemente por cima de seu ombro, Ravena soltou o ar de uma vez, em transe com a beleza da garota a sua frente.

— De nada.

Num pulo, Estelar se pôs de pé e estendeu a mão à azulada, que a pegou como apoio. O tempo pareceu passar mais devagar.

— Estelar! — a voz de Robin atrapalhou o clima. — Está ferida? — perguntou atacando Plasmus com seu bastão.

Estelar o ignorou e levantou voou. Ravena não precisou de muito para perceber que o clima não estava bem para o jovem casal, sentiu felicidade com isso para depois se martirizar mentalmente.

Essa aproximação repentina deixou seus pensamentos em desordem.

Os ataques contra Plasmus continuaram.

Ravena havia perdido a concentração, pensava nas frustrações de sua vida, a paixão aparentemente não correspondida da parte de Estelar — mesmo com a quase certeza de que o casal não estivesse em seus melhores dias, se recusava a criar esperanças. Eles viviam brigando, nos últimos meses mais do que nunca, todavia sempre superavam e também, por que a princesa alienígena olharia pra ela? Nem sabia se ela gostava de garotas.

Sem paciência, canalizou sua energia em um único golpe, uma forte luz emanou de si e depois que esta se cessou, um homem apenas de sunga, desacordado, substituiu a criatura no meio da grande cratera que se formou ao seu redor.

Os demais titãs a encararam admirados.

— Bom trabalho, Ravena. — elogiou Robin.

— Arrasou gatinha! — Mutano a fez sinal de joinha com o polegar.

Ravena sorriu, achando graça, e revirou os olhos.

— Apenas fiz o que tinha que ser feito. — disse para si mesma.

Ao cair da noite, Ravena decidiu se sentar entre as pedras da ilha da torre, a fim de observar a água límpida do mar e as estrelas omnifulgentes do céu. Abraçou os joelhos contra o tórax. Vestia agora roupas civis, um conjunto moletom azul marinho, os cabelos pretos batiam um pouco abaixo dos ombros.

Fechou os olhos, o lugar era silencioso, sendo o único som audível os das minúsculas ondas do mar. Descontraiu o corpo.

— Me deixa adivinhar — uma voz repentina surgiu atrás de si, assustando-a de princípio. — Sem sono?

— Garfield! — virou-se a ele, estupefata.

— O quê? — sentou-se ao seu lado.

— Você me assustou!

O rapaz abafou um riso e balançou a cabeça em negação.

— Pensou que fosse quem?

— Sei lá. — se encolheu. — Você me pegou de surpresa.

— Relaxa gatinha, não irei te matar. Não ao menos que tenha intenções de roubar meu videogame. — riu.

— Olha, essa foi a coisa mais aleatória que você disse hoje.

— Eu sou aleatório no meu dia-a-dia. — deu de ombros. — É natural.

— É estranho. — Ravena olhou para os próprios pés. Mutano a observou calado.

— Tá bem pensativa hoje. — concluiu. — Isso tem haver com aquela pessoa?

— Talvez... — suspirou fundo — Você viu que parecia que ela não estava muito bem com o Robin durante a missão?

— Ouvi eles brigando agora pouco, quando estava vindo para cá.

— Será que eles terminarão por definitivo agora?

— Não sei dizer, gatinha. Eles sempre quebram o pau, separam por uns três dias, no máximo, e depois voltam. Sempre é assim.

— Sempre é assim. — repetiu baixinho as últimas palavras do esverdeado.

Gar viu o olhar triste da amiga e colocou a mão em suas costas.

— Ei! Não fique assim.

— Assim como? — agiu feito desentendida.

— Triste. Saiba que você não é insuficiente pra ela, o problema é a Kory, ela é cega pelo Dick desde quando pousou na terra.

— E eu não sou um bom colírio para trazer a visão dela de volta.

— Bom, você nunca tentou.

— Até parece.

— Então me diga quando você tomou atitude e foi conversar sobre seus sentimentos pra ela?

Ravena sentiu a garganta secar. Contar para Kory?! Estava fora de cogitação. E se o óbvio fosse confirmado, como ela reagiria? E a amizade entre as duas que tanto prezava? Iria por completo pelo buraco.

— Gar é complicado. Você não entenderia.

— Eu não entendo? — apontou para si. — Esqueceu-se de tudo que eu sofri pela Tara?

— Não.

Garfield virou-se para frente, pela primeira vez, e atirou uma pedrinha ao mar, pelos velhos tempos, e a viu quicar três vezes antes de afundar.

O vínculo forte de amizade entre ela e Garfield surgiu após a desilusão amorosa que o rapaz teve com seu antigo amor, Tara Markov, quando a encontrou na Escola Murakami — após os acontecimento da traição com o Slade e sua possível morte —, alegando que não sabia quem ele era e o tratando mal. Como na última recaída, ele se trancou no quarto durante um tempo, todos tentaram retirar o metamorfo de seu quarto de qualquer forma.

Depois de muita insistência dos outros Titãs e uma sequência de fracassos, Rachel decidiu tentar.

Por mais difícil que parecesse, a conversa entre eles fluiu bem, Rachel entendia muito bem como era ter um coração partido e um amor reprimido.

Aos poucos, o esverdeado saia do quarto em algumas ocasiões. Um mês se passou e ele já estava de volta ao lado dos amigos. Dois meses e voltou com suas gracinhas, para a infelicidade da empata.

— Então, já que você é mais experiente que eu — Rachel começou. — Me aconselhe.

— Obviamente acho que você deveria contar pra ela. Essa incerteza está te matando.

— E se ela não corresponder?

— Bom, vai ser bom para você refletir mais e por a cabeça no lugar e tentar seguir em frente, tentar conhecer outras pessoas e essas coisas, mas pra isso você precisa ter certeza de que a Kory não vale a pena. — colocou a mão sobre as dela. — Também, ela tem o direito de saber.

— Gar é complicado. — repetiu.

— Não é complicado, é você quem complica demais.

— É só eu parar de pensar nela que o sentimento some.

— Você diz a mesma coisa há dois anos, desde quando se abriu comigo.

Rachel olhou os pés.

— A psicologia diz: — Gar começou. — “Quanto mais você esconder seus sentimentos por alguém, mais você vai se apaixonar por esse alguém”.

— Você viu isso num post de uma rede social, não foi?

— Tá, você acertou. Mas pode muito bem ser verdade. — Cruzou os braços.

Rachel suspirou fundo e levou as mãos nos cenhos franzidos.

— Tenta. — incentivou. — Você não tem nada a perder. — sorriu amigável, ela retribuiu, tímida.

— O que eu seria sem você, Logan?

— Mais chata que você já é. — riu nasalado. Formou-se uma expressão séria no rosto alvo da garota.

— Você me acha chata?

— Esquece.

— Não, ‘pera aí. Justifica isso.

— Rachel eu tô brincando. — Mutano a puxou para um abraço e a fez cafuné. — Mas você é bem chata quando quer.

— Idiota!

De longe, olhando através da janela, uma sombra olhou a cena e soluçou. Os olhos esmeraldinos estavam rubros por causa do choro recente e a porta deixada entreaberta pelo rapaz que acabara de se retirar de seu aposento.

Mesmo Garfield não sendo um dos melhores conselheiros do mundo — muito longe disso — tinha que admitir que ele estava certo.

No dia seguinte ao conselho, os Titãs ficaram sabendo do término de namoro entre Kory e Dick e nenhum dos dois parecia querer conversar sobre o assunto. E surpreendentemente, desta vez, superaram seu recorde de dias separados.

Kory solteira era mais uma oportunidade se abrindo, ainda assim, dois meses se passaram e nada de tomar coragem.

Considerando-se fraca, fez a primeira coisa que lhe veio à cabeça, abriu mão do bom senso e encheu a cara de uísque.

Mas que porra! Por que Kory fazia isso com ela?!

Bebeu um, dois, três... Doze copos.

O álcool começava a manifestar seus efeitos ao seu corpo, deixando-o mole, além de baixa tontura e com ideias lascivas que nunca executaria em sã consciência, todas envolvendo uma certa ruiva.

Sorriu maliciosa.

Depois de mais uns goles, completamente bêbada, fez de novo a primeira coisa que lhe veio à cabeça, foi atrás de seu motivo de estar ali largada no chão.

Kory Anders.

Afinal, não tinha nada a perder.

Cambaleante, andou até o quarto da Anders, com força de vontade bateu a porta. Alguns minutos, a figura da mulher apareceu, coçando os olhos, os cabelos embaraçados e o pijama amassado — mal havia pregado o olho e quando o pregou foi interrompida dez minutos depois por batidas em sua porta. — mesmo assim, Rachel a achava linda.

— Amiga Rae? — perguntou surpresa. — Tá tudo bem? Alguma missão? — olhou para os lados.

— Kory — chamou com a voz embargada. — Posso falar com você?

Anders sentiu o bafo de álcool sobre os lábios e arqueou a sobrancelha ao ver a empata escorando-se à porta. Aquilo estranhamente a incomodou, fazendo-a se lembrar de quando era obrigada a supervisionar Richard quando ele voltava bêbado de alguma festa ou evento.

— Rachel, você está bêbada?

— Não. — negou com a cabeça, a voz risonha. Kory cruzou os braços e a encarou séria. — Talvez eu tenha tomado um ou dois copos. — a garota a sua frente piscou os olhos, não a dando crédito. — Talvez uns dezessete? — complementou olhando para cima, pensativa.

Kory revirou os olhos e bufou.

— Mas não é isso que quero falar com você. — Rae voltou a falar, manhosa. — Posso entrar? É importante!

Estelar soltou um suspiro e cedeu passagem.

— Entre. — apertou a glabela com uma das mãos, rapidamente.

Roth entrou, tímida, fechando a porta atrás de si.

— Podemos conversar agora. O que quer falar comigo? — puxou uma mecha de cabelo para detrás da orelha.

Rachel suspirou.

— Queria te contar uma coisa, que há muito tempo está entalada na minha garganta.

— Pois então diga, não foi pra isso que veio?

Rachel desviou o olhar e sentou-se na cama.

— Se sente do meu lado, por favor. — umedeceu os lábios.

— Ok. — fez o que a azulada pediu, receosa. — Pode falar agora Rae, sua demora está me deixando curiosa.

— Então... — começou corando. — Kory...

— Sim?

Rachel pegou e apertou sua mão, o que a fez fitá-la surpresa.

— Já faz algum tempo que estou me sentindo diferente ao seu lado.

— Diferente? Diferente como? — interpelou desconfiada.

— Diferente... Ah, quando você e o Dick namoraram, você não sentia um sentimento... Novo por ele? Algo que você só sentia quando estava na presença dele?

— Algo que eu só sentia na presença dele...? — perguntou pensativa, colocando a mão no queixo. — Raiva e ódio.

Rae arqueou a sobrancelha, espantada.

— Como assim? — caíram os ombros.

— Richard só me deu trabalho e decepção enquanto namorávamos… Acho que nosso caso durou anos por causa de dependência. — arfou. — Acredita que ele me traía com a Barbara Gordon há cerca de seis meses? Transando com ela e agindo feito um cínico comigo, como se nada estivesse acontecendo. — sua voz saía com raiva. — Nós terminamos e ele contou isso na minha cara sem remorsos.

A azulada, perplexa, se lembrou dos gemidos que escutava do quarto do Grayson no meio das madrugadas e cogitou serem da Batgirl, invés dos de Kory, como imaginava, contudo resolveu não comentar.

— Mas isso não vem ao caso. — forçou um sorriso. — Sabe, eu não ligo, eu não gostava mais dele há tempos. Eu amo outra pessoa.

Anders apresentava uma feição entristecida e Roth se comoveu ao vê-la assim, se pudesse a guardaria em um potinho para protegê-la do mundo.

— Bem… Você quer um abraço? — indagou apreensiva. A ruiva sorriu.

— É o que eu mais estou precisando. — envolveu seus braços em torno do corpo da Tamaraneana e apertou-a com cautela. Inspirou e pôde sentir seu doce cheiro de morango.

O abraço foi reconfortante e o contato a fez ruborizar. Não era a primeira vez que abraçava a alienígena, Kory vivia abraçando os colegas titãs quando entrou pra equipe, porém aquele abraço parecia diferente, único e emotivo, sem contar que desta vez, fora Rachel quem tomou a iniciativa.

Desfizeram o abraço.

— Obrigada, eu estava precisando. — agradeceu e inspirou aliviada, como se tivesse tirado um peso das costas. — Pode prosseguir com que estava falando.

A empata sentiu uma pontada no coração e a insegurança retornar, além do fato que sua garganta secou.

— Kory Anders… — por um momento as palavras sumiram. — Eu… Te amo! E me arrependendo muito de ter demorado tanto pra te contar isso. — jogou as cartas finalmente na mesa e autorizou-se ficar leve, era com Garfield mencionara, não tinha nada a perder.

A ruiva arregalou as orbes, incerta no que havia acabado de ouvir.

— Rae, você po-pode repetir, por favor, o que vo-você disse. — questionou gaguejando. Um sorriso brotou no rosto da empata.

Ela gosta de mim?

— Eu te amo, Kory Anders! — redizeu mais alto.

A Tamaraneana ficou muda, não obstante brotou-lhe um sorriso de orelha-a-orelha e seu coração disparou. Ravena pousou sua mão gélida no rosto alaranjado da outra e aproximou-se minimamente de seus lábios. Estelar ficou com a respiração descompassada e admirou a boca da garota a sua frente, almejando-a. Permitiu-se aproximar-se mais, dissipando o espaço entre suas bocas e iniciando um beijo doce e calmo.

O primeiro beijo de muitos, um beijo que expressava mais emoções do que muitas palavras. Amor, alegria, cuidado e desejo. As mãos de Rae deslizaram por seus cabelos flamejantes e repousaram em sua cintura, as de Kory envolveram seu pescoço, colando mais seus corpos. O beijo se intensificava, deixando-as mais quentes.

Anders sorriu satisfeita e partiu o beijo.

— Você me ama mesmo? — comentou olhando a azulava de forma serena.

— Sim. — deu um selinho. — Sim! — outro selinho. — Só nunca soube se você corresponderia.

— Eu te amo! — levou sua mão ao seu rosto alvo.

Rachel apertou a mão alaranjada em sua bochecha e deixou uma lágrima escorrer.

— Mas, por favor — Kory chamou-a atenção. —, nunca mais apareça bêbada em meu quarto no meio da noite. — ambas riram.

— Pode deixar. — Rachel apenas assentiu.

Mais uma vez as bocas se juntaram prosseguindo com as trocas de carinho, a cada toque se entregando por completo ao amor que sentiam.

Me desculpe por eu me importar

Na verdade, não é justo

Eu não posso deixar de me importar

Eu falo muito e sinto demais

Eu apenas complico quando digo demais

Eu rio sobre isso, sonho com aquele toque casual

Sexo é fogo, doente e estou cansada de agir de forma dura

Estou viciada em todos esses sentimentos

Eu sei exatamente o que estou sentindo

Este asilo de amor, como uma ilha, só eu e você

Passou a noite, você me deixou doida, oh o que você fez?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.