My Only Exception

Capítulo 15 - Um Show De Talentos, Um Novo Começo


Uma semana depois...

P.O.V Hayley

—Será que realmente não vai ter nenhum problema, Hay? –Jerm perguntou assim que entrou em seu carro e eu sentei no banco ao lado, colocando o sinto.

—Relaxa, Jerm! Zac e Taylor garantiram que se você entrar conosco, ninguém vai perceber nada. –Respondi no momento em que ambos fechávamos as portas do carro.

Jerm havia chegado ontem, sexta, sem Kath. Segundo ele, ela teve um problema familiar e não pôde vir. Confesso que apesar de Kath ser uma garota legal e tudo mais, eu não me importei muito com isso.

Nós estávamos voltando da casa dos Farro’s, onde eu fiz o último ensaio com os meninos. Faltava cerca de quatro horas para o maldito show de talentos do colégio. Só de pensar nisso eu já sentia meu estômago embrulhar. Apresentei Jerm pros caras e eles pareceram o adorar – o que não me surpreendeu, visto que conheço muito bem a simpatia e o carisma de meu amigo- exceto Josh. Jerm ficou encantado com o talento dos garotos e, segundo ele, o meu também. E é claro que não pôde deixar de mostrar a eles como arrasa no baixo. Taylor e Zac garantiram que se Jeremy entrasse conosco pelos fundos do colégio, não haveria problemas, pois segundo eles, em dias como esse o colégio é um tumulto absurdo. “Até um psicopata assassino armado até os dentes poderia entrar sem ser notado”, palavras de Zac.

No ensaio de hoje, nós fizemos o mesmo das outras vezes. Tocamos Whoa umas dez vezes. Tinha convencido minha mãe a me liberar do “castigo” para que eu pudesse fazer isso. Então desde terça-feira, nós estávamos ensaiando pra valer, ao menos uma hora por dia. Pode parecer tolice ensaiar todo esse tempo, sendo que temos apenas uma música para apresentar, mas nós realmente queremos surpreender, o que meu velho amigo chamou de “arrasar”. Aproveitamos também para tocar uns covers para descontrair o clima que estava um pouco tenso devido ao dia de hoje.

—Hayles... –Disse Jerm chamando minha atenção, enquanto estávamos parados em um semáforo.

—O que? –Virei-me para ele, dando-lhe a devida atenção.

—Você e o Josh têm alguma coisa? –Perguntou normalmente, quando o sinal ficou verde e ele arrancou novamente com carro.

—N-não... Por quê? –Falei um pouco constrangida, olhando novamente para a rua à minha frente. Por que todos perguntam isso? Nós não temos nada, certo?

—Por quê? –Perguntou ele com a voz um pouco acima do normal, rindo como se minha pergunta você absurda. E eu o encarei.

—Hayles... Aquele cara só faltou me socar quando você me abraçava ou ríamos juntos. –Disse Jerm olhando-me por um momento, mas logo voltou sua atenção ao que fazia.

—Você tá querendo dizer que o Josh estava com ciúme de nós dois? –Questionei encarando-o incrédula. Isso só poderia ser uma brincadeira.

—Fala sério, Hayley! Qualquer idiota notaria isso. –Disse debochado.

—Eu não. –Falei, fitando minhas mãos sobre minhas pernas.

—Pois deveria passar a notar... Jura que não tem nada com ele? –Perguntou meu amigo, olhando-me desconfiado rapidamente.

—Claro... Quer dizer... –suspirei, eu não conseguiria mentir pro meu melhor amigo.

—Eu sabia! –Pude ouvir sua risada grossa.

—Não é nada disso que você tá pensando! –Falei, dando-lhe um soco no braço.

—Sei, eu te conheço baixinha. Anda, me conta! Você tá pegando aquele mané? –Falou o loiro e eu ri fraco. Com Jerm era diferente, eu não me sentia envergonhada por falar sobre garotos ou qualquer algo do tipo.

—Não, não é isso. Nós só... Só nos beijamos algumas vezes.

—E você tá gostando dele? –Perguntou Jerm naturalmente, enquanto adentrávamos a rua de minha casa.

—Cla-claro que não. –Respondi o mais rápido que pude e Jeremy riu da minha resposta e eu não entendi o motivo.

—Só espero que aquele cara não magoe você, porque se ele fizer isso eu vou ter que arrebentar a cara dele.

—Não fale besteiras. –Disse, abrindo a porta do carro, visto que Jerm acabava de estacioná-lo na garagem, ao lado do de minha mãe.

Assim que entramos em casa, eu subi para o meu quarto e Jerm ficou na sala conversando com minha mãe. Tinha que tomar um banho e me arrumar, visto que já passavam das 17h00 e eu precisava estar no colégio às 19h00. Assim que entrei no cômodo, retirei meus tênis, jogando-os em qualquer canto. Peguei meu celular do bolso do short que estava usando e no momento em que ia joga-lo na cama, mais uma vez -assim como várias durante a semana- eu desbloqueei a tela, procurando novamente pela mensagem de texto que recebera há uma semana atrás.

Flashback on

Mesmo com todas as piadinhas de Dak, o tempo que passei com ela e Josh, foi muito divertido. Depois que eles haviam ido embora, depois da conversa um pouco constrangedora, mas de alguma forma divertida com minha mãe e também após minha conversa com Jerm pelo celular, eu subi para o meu quarto para tomar um banho antes que a pizza que minha mãe encomendou chegasse.

Assim que adentrei meu quarto, senti o objeto no bolso de minha calça vibrar. Peguei o aparelho em minha mão e constatei que se tratava de uma nova mensagem. Era de Josh. Estranhei muito, pois nunca recebera nenhuma dele. Enfim, ignorei e abri a mensagem quase que num gesto automático para matar minha curiosidade.

“Eu não pretendo fugir, mas sempre que você chega perto eu me sinto mais vivo do que nunca e acho que isso é demais. Mas talvez sejamos muito jovens e eu ainda nem sei o que é real. Mas eu sei que nunca quis tanto algo. Eu nunca quis tanto alguém.”

Josh.

“OH MY GOSH!” – Foi a primeira coisa que eu disse, boquiaberta. O que era isso? A mensagem era mesmo do Josh? Parei para observar novamente o nome na tela, talvez tivesse lido errado ou algo do tipo. Mas não, eu não estava enganada.

Não conseguia entender. Sentei-me na cama ainda com o aparelho em mãos e reli o texto. As palavras se repetiam em minha mente. Senti meu estômago embrulhar. Mesmo que eu estivesse procurando um sentido explicito para entendê-la, não pude deixar de sorrir. Era tão... Tão linda. Se já não estava entendendo nada, entendi menos ainda quando percebi um sorriso bobo se formando em meus lábios, enquanto lia pela terceira ou quarta vez o mesmo texto.

Flashback off

Por mais que tentasse, eu não conseguia enxergar o que Josh quis dizer com aquilo. Esperei que durante a semana ele me explicasse, desse um sinal ou sei lá, mas eu esperei que ele me mostrasse o que aquelas palavras significavam. Porém, isso não aconteceu. Nada a mais que olhares diferentes. Apesar que durante a semana, no tempo em que o vi, não ficamos a sós. Mas creio que isso não seja justificativa. Eu não sei se deveria estar dando tanta importância a uma mensagem de texto, mas simplesmente não consigo deixar de lado. Talvez Josh só queria provocar isso em mim, me fazer de idiota ou algo do tipo... Ou, sei lá, enviou a mensagem para o número errado.

Enfim resolvi esquecer um pouco isso, jogando então o aparelho na cama. Tinha que me preparar para o show de talentos.

Separei o que iria vestir: calça jeans vermelha, uma camiseta preta dos Ramones e meus velhos All Stars também pretos. Após isso, tomei um banho de pouco mais de quarenta minutos.

Estava me maquiando quando Jerm bateu na porta. Desde o dia que ele me pegou enrolada apenas em uma toalha, parece que ele aprendeu a fazer isso antes de entrar.

—E aí? Ainda vai demorar muito? —Perguntou ele, assim que entrou.

—Não muito. Por que, que horas são? —Perguntei, não desviando o olhar do espelho à minha frente, enquanto passava o rímel.

—Seis e meia. — Jerm respondeu, sentando-se na minha cama, observando-me.

—Sério? —Disse espantada quando terminei minha maquiagem que não era nada extraordinária, mas que também estava longe de ser uma maquiagem básica.

—Sério!

—Eu combinei com os garotos de estar lá as 19h00. OMG Jerm. Por que não me avisou que eu já estou quase atrasada? —Falei enquanto pegava algumas coisas e colocava dentro da minha bolsa.

—Ah Hayles... É bom pra eles já irem acostumando com a sua pontualidade. —Disse ele rindo do meu desespero.

—Engraçadinho. E aí? Como estou? —Perguntei, em pé a frente de Jerm, para que ele pudesse ter total visão do meu corpo.

—Olha... Se eu não tivesse namorada.

—Palhaço! —Falei, empurrando o corpo que caiu deitado na cama.

—É sério. Você tá uma gata! Aposto que vai arrancar suspiros de certo guitarrista. —Eu ri.

—Cala a boca! —Disse, sabendo que Josh era o guitarrista a que ele se referia.

—Só estou falando a verdade! —Disse Jerm, levantando-se.

—Sei. Você conheceu o Josh hoje e já acha que sabe tudo sobre ele. Fala sério, cara!

—Tudo não. Só que ele tá afim de você, mas que é muito otário pra te contar... Tenho um poder de percepção incrível, eu sei! —Ouvi Jeremy dizer e eu só conseguia rir de tamanha besteira.

—Tá bom Sr. Sabe Tudo. Agora vamos antes que queiram comer o meu fígado. —Dito isso, peguei meu celular e fui até a porta.

—Vamos, mas primeiro me diga: Estou lindo demais? Sabe se estiver muito, eu posso trocar de roupa, porque não quero seduzir as garotinhas do seu colégio e tal. —Perguntou, fazendo-me analisar o que ele vestia, rindo da situação.

—Com toda essa sua modéstia, acho difícil conquistar alguém! —Brinquei e ele riu. Não posso negar que meu amigo é muito bonito, mas ele já tem autoestima muito elevada e não precisa ouvir isso de mim.

—Sei que você e ama.

—Anda, vamos logo Jerm! —Disse rindo, saindo do quarto e fazendo com que Jerm fizesse o mesmo.

—Você fala como se fosse eu quem estivesse atrasado.

—Cala boca e vem! —Falei, descendo as escadas com ele ao meu lado.

—Sua filha é um amor de menina! —Jerm ironizou ao ver minha mãe na sala.

—Concordo. —Minha mãe respondeu.

—Hey mãe! A senhora vai né? —Perguntei para a mulher que estava sentada em um dos sofás da sala.

—Claro, filha! Acha mesmo que não quero ver o meu bebê cantando? Só preciso tomar um banho. Mas não se preocupe, estarei lá a tempo. —Respondeu minha mãe e Jerm riu da maneira como ela me chamou.

—Ok. Então, até mais mãe. —Dei um rápido beijo na testa da minha mãe.

—Até, meu anjo.

—Vem, vamos bobão. —Falei, puxando pela mão o garoto que estava na sala.

—Ok. Vamos bebê! —Zombou Jerm.

[...]


—Cadê o Jonh? Ele chegou? —Josh perguntou um pouco desesperado, enquanto aguardávamos nossa vez, em uma sala atrás do palco onde um trio animal vestido com roupas minúsculas, dançava “Toxic” da Britney Spears.

—Relaxa cara, daqui a pouco ele tá aí! —Zac disse tentando acalmar o irmão, que aparentemente estava mais tenso do que qualquer um no local, visto que eu mesma só conseguia rir da apresentação ridícula que rolava no palco. Jenna parecia uma marionete sem controle. Ela e suas queridas amiguinhas apresentavam passos absurdos totalmente fora de sincronia.

—Calma, Josh. —Enfim falei alguma coisa, saindo de onde estava, perdendo assim a visão não muito privilegiada do palco.

—Como eu vou ficar calmo se daqui a pouco nós vamos ter que tocar e o baixista ainda não chegou? —Pude sentir a irritação de Josh.

—Calma, cara. Também não precisa ficar assim. —Disse Zac, vendo que seu irmão falou comigo de uma forma não muito amigável.

—Desculpa, Hayles. —Ouvi Josh dizer um pouco sem jeito.

—Tudo bem.

—Hey! Hayley, o Jeremy toca baixo?! —Zac mais afirmou do que perguntou sorridente e eu tive ideia do se passava por sua mente.

—Mas ele não é aluno. Já foi arriscado trazer ele aqui, fazê-lo tocar iria ser loucura. —Disse, desmanchando o sorriso de Zac.

—Ia mesmo. —Falou Josh friamente, fazendo-me lembrar do que Jerm me disse no carro. Será mesmo que isso tudo é ciúme? Não, não pode ser.

—Hey! Vocês são a Paramore, certo? —Um supervisor do colégio adentrou a sala perguntando.

—Sim, somos.

—Ok, vocês entram em 5 minutos. —O homem falou e nós todos nos olhamos apavorados. Agora sim eu estava sentido o desespero tomar conta.

—OMG! Não tem como ser mais tarde? É que nosso baixista ainda não chegou. —Falei.

—Não. Vocês entram no palco em 5 minutos ou não entram mais. —O homem respondeu rispidamente e se retirou, indo para parte de trás no palco.

—O John me paga! —Ouvi Josh dizer enquanto retirava um violão de dentro de uma capa.

—Por que o violão, Josh? —Perguntei espantada ao analisar o ato, visto que tocaríamos Whoa e não via necessidade. Vi Josh olhar rapidamente para Zac que o retribuiu com um olhar desesperado, enquanto eu apenas esperava uma resposta para a pergunta.

—É-é que... Que...

—JOHN! —Zac gritou olhando para a entrada da sala, interrompendo Josh.

—Oi galera. —John disse rapidamente, adentrando o local já retirando o baixo da capa.

—Oi? Cara você tá louco? Nós estamos quase entrando! —Josh se manifestou.

—Cara, eu não tenho culpa se você me mandou uma música dois minutos antes de eu sair de casa. Eu tinha que ensaiar um pouco, porra! —John respondeu irritado e eu fiquei sem entender do que ele estava falando, mas no momento em que ia perguntar o mesmo homem de antes nos chama e somos praticamente arrastados para trás da cortina no palco.

Zac foi até a bateria que já estava posicionada, Josh e John ligaram seus instrumentos. Eu apenas dava pequenos pulos tentando aliviar meu nervosismo. Podíamos ouvir os aplausos da plateia para a apresentação das “The cows”. Tá o nome não era esse, mesmo que fosse perfeito. Mas a pergunta é: Como eles conseguem aplaudir uma apresentação tão ridícula?

—I’m nervous! —Falei ainda pulando e os meninos riram.

—Não fique Hays! Se eles aplaudiram isso, com certeza vão gostar da gente. —Zac disse zombando as garotas que acabavam de se retirar, adentrando rindo e cheias de si a parte onde nós estávamos.

—Isso é verdade. —Falei, mas sentia meu estômago embrulhar. Eu estava muito nervosa e saber que existia centenas de pessoas prontas para nos atirar tomates caso nós não os agradassem, não facilitava muito as coisas.

—Boa sorte, Josh! —Ouvi Jenna dizer, chamando a atenção do nosso guitarrista, mas não me dei ao trabalho de olhar a cena.

—Bem, senhoras e senhores... Recebam nossa próxima atração da noite: PARAMORE! —Ouvi o Sr. Wilson dizer e ri rapidamente do “senhoras e senhores”, pois sabia que a maioria no auditório tratava-se de adolescentes. Mas logo meu riso foi deixado de lado ao perceber a cortina vermelha à minha frente se abrir.

A plateia gritou e vi os meninos acenarem rapidamente para eles e irem para suas posições. Então eu fiz o mesmo, indo até pedestal principal no centro do palco. Zac bateu levemente uma baqueta na outra contando até três e então a introdução de Whoa começou soou.

(Ok, ouçam Whoa! http://www.vagalume.com.br/paramore/)

Apenas balançava a cabeça no ritmo da música enquanto os meninos tocavam a introdução, mas não demorou nem 15 segundos para que eu tivesse que começar a cantar e assim eu o fiz. Fiz com cuidado, não queria e nem poderia errar nada. Teria que ser perfeito pois praticamos muito para estarmos ali.

Ao acabar o primeiro verso pude ver a reação positiva do público e assim, muito mais segura, retirei o microfone do pedestal e comecei a cantar o refrão ouvindo o backing vocal de Josh. Nesse momento eu senti como, não sei pode parecer loucura... Mas eu me senti totalmente à vontade, como se pudesse fazer o que quisesse... Como se ali, no palco, fosse o meu lugar.

Após ouvir tantas vezes a palavra título da canção, alguns alunos até se arriscavam a cantar. Eles realmente estavam curtindo o som.

Aquela apresentação estava sendo incrível. A adrenalina do momento nos invadia. Era tão surreal como nos sentíamos a vontade demais naquele palco, afinal era a primeira vez que fazíamos isso em público. A reação não só dos alunos, mas também dos pais ali presentes era tão boa que o sorriso em meus lábios parecia ir de orelha a orelha quando ouvimos os aplausos assim que eu cantei o último o verso e a música chegou ao fim.

Estava pronta para chamar os garotos mais a frente, para que pudéssemos agradecer, quando Josh toma seu microfone em mãos, retirando a guitarra do corpo e indo em direção onde seu Gbson estava, pegando-o e prendendo o violão ao corpo. Olhei para Zac, fazendo um gesto com minhas mãos, tentando obter uma resposta para o que estava acontecendo. Mas, ele apenas riu da minha atitude e voltou a se concentrar em seu instrumento, que pelo que via, seria utilizado novamente.

—Bem pessoal, agora nos vamos tocar uma música que eu compus e que quero mostrar pra vocês e principalmente... —Josh começou tímido e parou, olhando fixo em minha direção. Eu estava pasma com aquilo. —Principalmente para a pessoa que me inspirou a fazê-la. —Terminou ele, sorrindo para mim e eu nem mesma conseguia retribuir tal ato, pois estava absolutamente paralisada.

I don't mean to run

But every time you come around

I feel more alive than ever

And I guess it's too much

But maybe we're too young

And I don't even know what's real

But I know I've never wanted anything so bad

I've never wanted anyone so bad

Eu não pretendo fugir

Mas sempre que você chega perto

Eu me sinto mais vivo do que nunca

E eu acho que isso é demais

Mas talvez sejamos muito jovens

e eu ainda nem sei o que é real

Mas eu sei que nunca quis tanto algo

Eu nunca quis tanto alguém

If I let you love me

Be the one adore

Would you go all the way?

Be the one I'm looking for

If I let you love me

Be the one adore

Would you go all the way?

Be the one I'm looking for

Se eu deixar você me amar

Ser a única a adorar

Você iria por todo o caminho?

Seja aquela que estou procurando

Se eu deixar você me amar

Ser a única a adorar

Você iria por todo o caminho?

Seja aquela que estou procurando

Help me come back down

From high above the clouds

You know I'm suffocating

But I blame this town

Why do I deny?

The things the burn inside

Down deep, I'm barely breathing

But you just see a smile

And I don't wanna let this go

Really I just want to know

Me ajude a voltar para baixo

De lá de cima das nuvens

você sabe que estou sufocando

mas eu culpo esta cidade

Por que eu nego ?

As coisas que queimam por dentro

tão profundas, eu mal respiro

mas você só vê um sorriso

E eu não quero que isso se vá

Eu realmente só quero saber

If I let you love me

Be the one adore

Would you go all the way?

Be the one I'm looking for

If I let you love me

Be the one adore

Would you go all the way?

Be the one I'm looking for

Se eu deixar você me amar e ser

Ser a única a adorar

Você iria por todo o caminho?

Seja o que eu estou procurando

Se eu deixar você me amar

Ser a única a adorar

Você iria por todo o caminho?

Seja o que eu estou procurando


Assim que ouvi a melodia ser iniciada e as palavras que começaram a ser cantadas por Josh, senti meu coração disparar dentro do peito. Era a música que ele havia tocado na minha sala e a mensagem que recebi era o primeiro verso da letra. Meu Deus. Agora tudo fazia sentido.

OH MY GOSH! Joshua Neil Farro está querendo dizer que gosta de mim, é isso?

Sentia as minhas pernas tremerem. Deveria estar parecendo uma retardada parada no meio do palco, com o microfone em mãos sem fazer nada. Fazer o que se eu não sabia letra? Além disso, o olhar fixo de Josh sobre mim enquanto cantava, não permitia que eu fizesse nada. Nem que ao menos eu pudesse sair daquele palco. Apenas o observava encantada.

Todos na plateia ouviam atentamente a música tocada pelos meninos. Confesso que eu prestava mais atenção na letra, pois essa sim era desconhecida por mim. Desconhecida e... Perfeita. Outra palavra não poderia descrevê-la.

Só me dei conta do sorriso idiota que estava em meu rosto quando infelizmente a letra foi finalizada e o último acorde tocado. As pessoas, muitas em pé, começaram a aplaudir e gritar intensamente. Então Zac , John e Josh se aproximaram de mim e nós enfim agradecemos. Assim que fizemos isso, eu fui a primeira a se retirar do palco, voltando para a sala onde estávamos anteriormente.

“Meu Deus, o que foi aquilo?” Era a única coisa que se passava em minha mente. Vi Josh vir rapidamente atrás de mim. Então, antes que ele pudesse falar comigo, numa atitude infantil, eu entrei no banheiro que havia na pequena sala. Eu precisava digerir o que aconteceu.

Talvez aquilo não tenha sido nada do que eu estou pensando.

Talvez Josh realmente só quisesse mostrar a música. Mas por que esconder isso de mim?

Ah meu Deus, quem eu estou querendo enganar? Se isso não for o que eu penso, Josh não teria porque ter me olhado daquela maneira. Tão intensa, como se realmente quisesse que eu percebesse que cada palavra que saía de sua boca era para mim.

Como vou saber o que aquele ato significou se não sair para encarar os fatos? Com esse pensamento, eu me retirei do banheiro disposta a falar com Josh. Disposição essa que se desfez no exato momento em que vi nada a mais, nada a menos, que Jenna Rice agarrada em Josh com seus lábios colados aos dele.

Senti como se jogassem um balde de água fria sobre meu corpo e a felicidade que estava em mim desapareceu. Como pude ser tão idiota?

Vi Josh empurrar Jenna brutalmente assim que me viu parada na frente da porta, observando a cena. Não sei descrever como estava minha expressão naquele momento, mas com certeza não havia um sorriso em meus lábios. Jenna olhou-me com raiva e eu apenas olhei para o restante da sala, pois não estava afim de dar outros tapas naquela vaca. Zac e Jonh que ainda comemoravam a apresentação, pararam, percebendo a situação e encararam-me decepcionados como se estivessem esperando alguma reação de minha parte.

Apenas fitei o chão e comecei a sair daquele local, sem olhar para mais ninguém.

—HAYLEY, ESPERA! —Ouvi Josh gritar, vindo em minha direção. Eu apenas ignorei e acelerei meus passos, buscando pela saída. Não era obrigada a permanecer ali, por isso fui embora sem me importar com mais nada.

Creio que nunca fiz o trajeto da saída tão rápido, pois quando me dei conta já havia cruzado o portão e estava na rua. Não me importei por estar noite e o local estar um pouco escuro. Eu iria embora de qualquer modo.

Nem se quer sabia o motivo ao certo por estar me sentindo tão arrasada. Eu e Josh não temos nada. Eu não tenho porque ficar assim, certo? Com motivo ou não, eu absurdamente estava sentindo uma vontade enorme de chorar.

O momento com Josh no palco havia sido tão lindo, a música, a letra. Tudo tão mágico e perfeito. Entretanto não significou nada do que pensei.

Estava tão envolvida com esses pensamentos que desacelerei enquanto caminhava pela calçada. Então, eu pude ouvir novamente passos rápidos e fortes atrás de mim.

—HAYLEY! ESPERA, POR FAVOR. —Ouvi a voz conhecida cada vez mais próxima. Mas não me importei e continuei caminhando.

—Eu posso explicar, Hayley. Por favor me ouve. —Josh disse ofegante, segurando-me pelo braço. Então eu não tive escolha a não ser me virar e encará-lo.

—Você não precisa me explicar nada, Josh. —Falei com voz rouca. Eu não estava chorando, mas essas palavras muito estranhas por minha boca. Confesso que estava sentindo certa raiva da pessoa que ainda me segurava forte pelo braço. Mas, a verdade era essa: Ele não me devia explicações.

—Mas eu quero! —Disse Josh, um pouco mais alto que o normal, mantendo-me presa e olhando-me nos olhos. —Você sabe Hayles. Aquela música... Foi pra você. Você me inspirou a fazê-la desde o inicio. A letra... Ela é o que eu sinto, o que eu penso, mas o que eu não tinha coragem de te dizer. Será que você não percebe? —Desabafou Josh com desespero e eu não conseguia sequer formular uma palavra diante de sua atitude.

—Josh... —Murmurei, enfim soltando-me dele.

—Você mexe comigo, será que não percebe isso? Desde o dia que eu te vi, você me atraiu demais e depois daquele dia no paint ball tudo só evolui. Eu não... —Josh dizia rapidamente e atrapalhado, segurando-me novamente pelo braço. —Eu não quero nada com a loca da Jenna... Ela que me agarrou. Acredita em mim, por favor.

Eu estava estática diante da situação. Cada palavra que Josh dizia se repetia em minha mente. Eu tentava analisar o momento, mas não obtinha sucesso. Como nós chegamos até aqui? Isso realmente estava acontecendo? Eram tantas as coisas que eu sentia que simplesmente não conseguia formular nada concreto para dizer. Não encontrava palavras que descrevessem o que se passava dentro de mim no momento. E eu também não conseguiria saber se a súplica, se as palavras que vinham do garoto em minha frente eram sinceras.

—Josh, por favor, me solta. —Pedi estupidamente e ele me olhou decepcionado, soltando meus braços. Causando em mim um arrependimento instantâneo por ter dito essas palavras.

—Tudo bem Hayles... Se você não acredita em mim. Eu não posso fazer nada. —Josh disse decepcionado, olhando-me nos olhos pela última vez e se virou, pronto para começar a caminhar de volta para o colégio. Nesse momento... Com esse olhar... Algo em mim me mostrou que aquilo tudo não poderia ser mentira. Agora, eu sentia que era puro e sincero. Josh não poderia fingir tão bem.

Por que as coisas tinham que ser assim? Tão confusas.

Bem, talvez elas não sejam assim tão confusas. Talvez fosse eu quem estava dificultando-as.

—Josh! —Num impulso eu o chamei, detendo novamente sua atenção para mim. Aquilo não poderia terminar assim eu não queria que terminasse.

—O que? —Perguntou ele, agora novamente de frente para mim. Então, tomei coragem e levei minha mão esquerda até seu ombro direito e ele observou atentamente meu gesto.

—Eu acredito em você. —Enfim disse o que havia engasgado em minha garganta, olhando profundamente em seus olhos e um sorriso brotou nos lábios de Josh. Aquele lindo sorriso que provoca em mim estranhas sensações. Com isso, praticamente fitei os meus pés, sentindo meu rosto esquentar.

Josh levou uma de suas mãos até meu queixo, fazendo-me assim olhar novamente em seus olhos, que agora tinham um brilho diferente. Então, ele retirou com cuidado uma mecha de cabelo que cobria parte do meu rosto, colocando-a atrás de minha orelha e aos poucos aproximou seu rosto do meu. Sentia meu estômago embrulhar. Mas, eu não iria fugir... Eu não queria fugir.

Sua respiração cada vez mais perto, aumentava ainda mais minha ansiedade por senti-lo. Então, levando meu outro braço até seu ombro, eu mesma acabei com a pequena distância que afastava nossos lábios. Senti as mãos masculinas segurarem-me forte pela cintura e então cedi facilmente passagem para que a língua quente de Josh invadisse minha boca, provocando em mim sensações incríveis e desconhecidas. Não era como da primeira vez que nos beijamos. Era diferente. Muito diferente... Muito melhor.

Seus lábios movendo-se contra os meus, nossas línguas se tocando lentamente, seu gosto. Era tudo absurdamente incrível. Envolvi uma de minhas mãos em seu cabelo sobre a nuca e Josh me puxou mais para si, enquanto aprofundávamos mais o beijo. Estava tudo tão bom que a última coisa que eu queria era que aquele momento terminasse. Mas quando nossos pulmões imploraram por ar, isso foi inevitável. Mantendo nossas testas coladas, Josh começou a depositar demorados selinhos em meus lábios e quando eles cessaram, eu pude ver um sorriso bobo se formar nos lábios -agora mais vermelhos que o normal- que há pouco tempo estava sobre os meus. Algo me dizia que eu também portava esse mesmo sorriso.

Descolei minha testa da de Josh e o abracei forte. Como eu pude querer evitar isso por tanto tempo.

—Hayles... Eu não sei como dizer isso, mas... Mas eu gosto de você. —Josh disse próximo à minha orelha, retribuindo o abraço. Colando assim ainda mais seu corpo ao meu.

—E eu acredito em você. —Falei, afastando-me lentamente para que pudesse ter uma visão ampla de seu rosto e constatar que aquele lindo sorriso ainda permanecia ali.

—Você é incrível, sabia? —Ouvi Josh dizer arrancando-me um riso fraco e logo senti seus lábios novamente sobre os meus e sua língua invadir com cuidado minha boca, tomando-me em um beijo calmo, mas que poucos segundos depois foi aprofundado por ambas as partes.

Eu não iria mais fugir de algo tão bom.