- Gina, acorda.

- Hmm...

- Gina...

- Manhêe, me deixa dormir.

- Gina!

A ruiva se levantou assustada. Ela piscou, seus olhos se acostumando rapidamente a escuridão. Eu estava ao lado dela, com meu vestido de baile e o cabelo desarrumado. Não me importava se ela ia me repreender ou não, tinha que contar para alguém.

- Mione? O que foi? Não deveria estar na festa do Slughorn?

Sorri para ela, animada demais para ficar quieta. Enquanto a ruiva se levantava esfregando os olhos, andei pelo quarto tomando cuidado para não acordar as colegas de quarto de Gina e acenei para a porta. Juntas descemos até o salão comunal. Joguei meus sapatos de festa em um canto qualquer, certa que na manhã seguinte eles estariam impecáveis no meu quarto, ignorando que aquilo era só mais trabalho para os pobres Elfos e me sentei ao lado de Gina.

- Gina. – sussurrei. – Acho que estou apaixonada.

Ela riu.

- Jura? Disso eu já sabia. Mas por que me acordou para falar sobre o meu irmão...?

- Não é seu irmão.

Gina ficou rígida. Olhando para os lados, ela se inclinou.

- Quem? Comarco? Não sabia que ele fazia seu tipo.

- Não, não. – balancei a cabeça, olhando para o fogo.

- Quem então?

Respirei fundo e confidenciei:

- Draco Malfoy.

Gina arregalou os olhos, com razão. Nem eu mesma acreditava que estava dizendo aquilo. Eu, Hermione Granger, a sangue-ruim grifinória, apaixonada por Draco Malfoy.

Mas foi o que aconteceu. E agora eu era oficialmente a namorada de Draco Malfoy, embora ninguém em toda Hogwarts soubesse disso, somente eu e ele, e agora Gina.

- Draco? O Draco? Aquele mesmo Draco que torceu para você ser morta pelo basilisco no segundo ano? O mesmo Draco que você socou no terceiro ano? O Draco que quase fez seus dentes ficarem do tamanho de um gigante no quarto ano? Draco, aquele que nos entregou para a Umbridge ano passado? Que quebrou o nariz do Harry no início deste ano? Aquele Draco Malfoy? – ela sibilou.

É... Desse jeito tudo parece bem pior.

- Sim, esse Draco. – suspirei.

- Hermione!

-Eu sei, é difícil de entender. Mas ele não é como todos pensam, ele é doce, carinhoso, gentil, romântico, legal, divertido... –Suspirei, ela me olhava quase com pena, como se eu tivesse pirado. Bom, talvez eu tenha pirado mesmo.

Passamos alguns segundos em silêncio e eu estava quase explodindo de ansiedade.

-Diz alguma coisa. –Pedi, levantando do sofá em que eu havia sentado e andando de um lado pro outro pelo salão comunal.

-Mione, eu realmente não acredito que o Malfoy seja todas essas coisas que você disse mas... –Ela respirou fundo. – vindo de você eu não posso duvidar. Como foi que isso aconteceu?

Sentei-me ao seu lado novamente e contei tudo o que havia acontecido nos últimos dias, a ruiva aceitou tudo tranquilamente, fazendo alguns comentários e rindo.

-Mione, você realmente gosta dele?

-Eu o amo Gina. –Disse com toda a certeza do mundo, meus olhos se enchendo de lágrimas.

-E o meu irmão? –Ela deu um meio sorriso.

-Dane se o seu irmão. –Rimos. – Eu gosto muito dele Gi, mas o que eu sinto pelo Draco é mais forte.

-Entendo, e quando você vai contar pra eles?

Mordi o lábio, eles me odiariam quando eu contasse.

-Eu não sei Gi, quando não der mais pra esconder.

-Vai ser dureza pra esses dois, principalmente pro Rony.

-Eu sei ruiva, vamos subir? Eu estou morrendo de sono.

Subimos, eu tirei minha maquiagem, tomei um banho e caí na cama.

Draco Pov

-Eu sei qual é a sua missão garoto. –Disse Snape, me apertando contra uma parede no corredor vazio.

-Eu não sei do que você esta falando.

-Não se faça de idiota garoto, não mais do que já é. –Ele sorriu sarcasticamente. –Não enrole, tem que fazer de verdade. Nem parece que você realmente quer matar o velho.

Engoli em seco

-Não foi culpa minha se aquela imbecil da Katie mexeu onde não devia, o meu plano estava funcionando direitinho.

-Ah é, o seu plano era imbatível. –Ele revirou os olhos. –Eu vou te ajudar, eu prometi pra sua mãe.

-E por que motivo você se arriscaria por mim?

-Eu fiz um Voto Perpétuo. –Rosnou. –Meu trabalho é proteger você, portanto não dificulte as coisas moleque.

Ele me soltou e foi embora, estava chocado, ele fez um Voto Perpétuo.

Ele é louco, só pode.

Voltei para o dormitório lentamente, Filch havia arruinado meus planos hoje eu teria que arranjar um jeito de terminar amanhã.

Fiquei pensando no plano e quando percebi estava pensando em Hermione. Hermione, ela me odiaria quando descobrisse.

Blaise me esperava no Salão Comunal, suspirei.

-Precisamos conversar. –Ele disse, fazendo sinal para eu sentar do seu lado.

-O que foi Blaise?

-Não dá mais Draco, você precisa me dizer o que esta acontecendo. Você chega tarde todos os dias, está bem mais pálido e mais magro do que o normal e você ainda meio esquisito. –Ele estreitou os olhos. –Qual é o nome dela? Anda, desembucha.

Eu não pude deixar de rir.

-Como assim Blaise? Do que você esta falando?

-Do motivo de você estar desse jeito. Ela é bonita? É Sonserina? Qual é o nome dela? Fala logo!

-Tsc tsc, fofoqueiro.

Ele me deu um tapa na nuca.

-Ai. –Reclamei rindo, ele riu.

-Anda Draco.

-Bom, na verdade você não vai acreditar.

-Tente.

Respirei fundo e comecei a contar o que havia acontecido nas últimas semanas, tudinho. Ele me olhava com uma expressão enigmática.

Quando a história terminou ele riu da minha cara.

-Ta bom, agora me conta a verdadeira história.

-Do que você esta falando? Essa é a verdadeira história.

-Mentira sua.

Ficamos nos encarando por alguns segundos, e ele percebeu que eu não estava brincando.

-Ai meu Deus Draco, como assim? A Granger? Como você... Como você pode sequer pensar em uma coisa dessas? –Ele me olhava incrédulo, eu não podia culpa-lo.

-Ela não é quem sempre achamos que era Blaise, ela é divertida, inteligente, legal, linda, gostosa... –Suspirei.

-Cara, você andou experimentando aquelas drogas trouxas? –Ele levantou uma sobrancelha.

-Tudo bem Blaise, não acredite. Mas é a pura verdade.

-Tudo bem Draco, eu acredito. Você não brincaria com uma coisa dessas. Você realmente gosta dela?

-Eu a amo Blaise, ela é simplesmente perfeita. –Suspirei, Blaise deu um tapa na minha cara.

-Pare com isso, esta me assustando. Eu vou dormir, se eu escutar mais besteiras desse tipo eu vou pirar, boa noite.

-Boa noite B.

Ela era a certa pra mim, e eu o errado pra ela. Como podia ser?

Harry Pov

Estava na biblioteca tentando fazer um trabalho de poções imenso que Snape tinha passado e o Rony não calava a boca.

-Mas Harry, se não for ele quem é? –Perguntava Rony pela centésima vez. Suspirei.

-Eu não sei Rony, mas tenho certeza que o Mclaggen não faz o tipo dela.

-Será que é o Simas? Ou o Dino? Harry pode ser qualquer pessoa, ate mesmo você! –Ele exclamou, apontando um dedo pra mim. –Mas você não faria isso comigo não é?

-Rony, você esta paranóico. Hermione e eu somos amigos, nada mais. Agora cala boca e me deixa terminar isso que eu tenho que entregar amanhã.

-Desculpa Harry, é que eu não consigo parar de pensar nisso.

Abaixei o pergaminho e o encarei.

-Bem feito! Quem mandou você não dar bola pra ela quando ela gostava de você? Como dizem, a fila anda, outra pessoa soube dar o valor que ela merecia.

As orelhas dele ficaram vermelhas, de vergonha, provavelmente.

-E você ta namorando a Lilá. –Levantei uma sobrancelha. –Porque a Mione não pode namorar também?

-Esta bem, ta bem. Calei.

-Obrigado.

Não sei como consegui terminar a droga do relatório, nem o Príncipe podia me ajudar a fazê-lo. Após três torturantes horas finalmente a droga tava pronta e eu estava livre.