My Little Hermione

Capítulo 11 - Prova de Amor


– Hermione...? – Rony chamou.


Olhei para o relógio. Já fazia mais de vinte minutos que Harry havia saído. Se demorasse mais provavelmente o efeito da poção passaria...


– Sim? – respondi.


Rony desceu as escadas. Ele usava uma roupa comum, não o uniforme da escola. Sentou-se ao meu lado e ficou em silêncio por um tempo.


– Meu Merlin Rony, é óbvio que você quer falar alguma coisa. Fale logo!


– Ér... Você ainda está namorando?


– Por que você quer saber? – perguntei, desconfiada.


– N-nada.


Claro. Nada.


– Sim, ainda estou namorando. – respondi.


– E por que nós não o conhecemos?


Fiquei vermelha. Ah, se ele soubesse...


– Vocês tem sorte de eu ter contado sobre isso. Nós... Eu... Ele... Não queremos assumir publicamente.


– Se ele te amasse de verdade, assumiria. – Rony respondeu. Olhei para ele para ver se ele estava falando sério. Parecia que sim. – Eu assumiria.


Oi? Só eu senti a indireta?


– Ah é? – respondi, erguendo uma sobrancelha. – Devia falar isso com a Lilá... Ela ia achar extremamente romântico.


Ele se aproximou mais. Senti o que estava por vir.


– Hermione... Eu...


– Por favor. Não. – gemi. – Eu não consigo passar por isso de novo, Rony. Você está com a Lilá.


– Mas e se eu...


– Eu estou namorando. – rosnei.


Rony se afastou.


– Sei. E por que ainda não o conhecemos, ein?


– Mas vocês conhecem.


– E qual o nome dele?


Fiquei muda. Rony parecia mais descrente. Ele achava que eu estava inventando só para fazer ciúmes nele.


– Pois quer saber? Eu vou te apresentar ele! Amanhã!

Levantei-me, joguei meu livro no sofá e subi para o meu dormitório.

Harry Pov

– E ela disse que vai apresentar ele para nós! Hoje!

– E daí? Você não queria conhecer ele?

Rony ficou pensativo.

– Não queria. Eu achava que era mentira.

– Eu te avisei.

Enrolei o pergaminho, juntei minhas coisas e fui para o dormitório guardar tudo. Quando estava saindo dei de cara com alguém no corredor, ele estava parado do lado de fora como se estivesse esperando alguém sair dali.


–Malfoy. –Olhei desconfiado, o que ele estava aprontando dessa vez?


–Potter. –Ele acenou com a cabeça e foi embora. Sem nenhum xingamento ou piadinhas sem graça, estranho.


Minha curiosidade venceu, fui seguindo Malfoy pelos corredores, onde ele virava eu ia atrás. Ele parou na frente do banheiro feminino, me escondi. Ele entrou no banheiro, o que ele foi fazer lá?


Estava quase entrando no banheiro quando uma ruiva apareceu na minha frente.


–Harry, que bom encontrar você. –Gina disse sorrindo, eu quase morri do coração. Engoli em seco.


–É bom te encontrar também.


Ela continuou andando, fiquei observando ela se afastar. Droga, ela é tão linda.


Olhei em volta, o corredor estava vazio de novo, entrei no banheiro.


Assim que entrei ouvi soluços altos, vi Malfoy apoiado em uma pia, e ele estava... Chorando. Pelo espelho ele me viu o encarando e se virou lançando um feitiço em mim.


Desviei por pouco ele me acertou. Lancei um expelliarmus não-verbal nele e por pouco eu o acerto.


–Cruci... –Começou ele, o impedi gritando:


–SECTUMSEMPRA.


Confesso que estava curioso pra usar esse feitiço, ‘’use-o em inimigos’’, dizia.


Um corte surgiu no rosto dele, e depois outro no peito, nos braços e nas pernas, sangue jorrava por todo lado.

Merlin, o que eu fiz?

Gina Pov


Andava alegremente pelos corredores quando vi todos cochichando ao meu redor.


–O que esta acontecendo? –Perguntei a Angelina, ela e as amigas olhavam curiosas para a mesa dos professores.


–Você não sabe? –Uma delas, a morena chamada Kate, revirou os olhos. –Harry atacou o Malfoy no banheiro feminino, foi horrível, ele ficou com vários cortes, Murta saiu do banheiro gritando feito louca pelos corredores. Estão dizendo que foi Snape quem salvou Malfoy, fechando seus ferimentos.


Ai meu Merlin, Mione.


Corri pelos corredores procurando a morena, encontrei-a na biblioteca, chorando feito louca.


–Ai amiga, eu sinto muito. Tenho certeza de que Harry não sabia que ia acontecer isso, ele não queria matar o Draco. –Sussurrei enquanto passava a mão pelo seu cabelo cacheado.


–Que? Ele mo- morreu? –Ela soluçou, chorando mais alto ainda.


–Não, ele não morreu. Snape chegou a tempo e conseguiu salvar a vida dele, fique tranquila, Madame Pomfrey esta cuidando dele agora.


Ela ficou mais aliviada, enxugou as lágrimas e tirou uma bolsinha de maquiagem da bolsa. Ela passou no seu rosto, escondendo as olheiras e disfarçando o nariz vermelho, e arrumou seus cabelos e o uniforme.


–Eu vou ver como ele está. –Ela anunciou, guardando a maquiagem de volta na bolsa.


–Que? Ficou doida? Os amigos dele devem estar lá agora, você não pode ser vista.


–Eu tenho um plano. –Ela piscou e saiu.


Suspirei, tinha que ver como Harry estava agora.


Ele só estaria em um lugar, na Sala Precisa.


Quando entrei ela estava idêntica ao nosso salão comunal, ele estava sentado no sofá em frente a lareira. Sentei ao seu lado.


–Harry, que bom que eu te encontrei.


–Eu quase o matei Gina. –Ele me olhou, seus olhos estavam vermelhos. –Eu o odeio, mas eu não queria que ele morresse.


Eu o abracei, ele deitou sua cabeça no meu ombro.


–Shhh. Vai ficar tudo bem, Snape cuidou dele. –Afastei-me dele e o encarei. -Agora, você devia se livrar desse livro. Por causa dele você quase matou o Draco.


Ele me olhou surpreso.

–Desde quando você o chama de Draco?


Pisquei. Droga, não podia pegar essa mania de Hermione.


–Desde... Desde... Ora, desde agora quando eu esqueci o sobrenome dele. –Cocei a cabeça, nervosa. Ele deixou pra lá.


–Eu já me livrei do livro, Snape o confiscou.


Ele estava tão triste, coitado.


– Por que... Nós não vamos caminhar um pouco? Pelo lago?


– Pode ser. – ele deu um sorriso fraco.

Mione Pov


Aproveitei que ninguém estava no salão comunal e entrei no dormitório dos garotos, peguei a capa de invisibilidade do Harry de dentro de seu malão.


Não era roubar, era pegar emprestado. Certo? Certo.


Coloquei a capa e fui andando pelos corredores.


Tudo o que eu ouvia nos corredores era gente dizendo:


‘’-Você viu? Ele quase matou o Malfoy’’


‘’-Coitado do Malfoy, dizem que o Harry sempre sentiu inveja dele’’.


‘’-Ele é meu herói, pena que o loiro aguado não morreu’’.


Eu me segurei pra não chorar quando ouvi isso.


Cheguei à enfermaria e a Parkinson estava lá com ele. Mordi o lábio e coloquei a capa de novo.


–Aguenta firme draquinho, você vai ficar bem. –Ela choramingou, mexendo no cabelo dele. Ele dormia, estava mais pálido que o normal.


–Acabou a hora de visita senhorita Parkinson. –Madame Pomfrey disse, enquanto terminava de trocar os curativos do Draco.


Parkinson deu um selinho em Draco, mexeu no cabelo dele de novo e saiu.


Cerrei os punhos, aquela buldogue ainda ia se ver comigo.


Sentei no banco onde Parkinson estava sentada há minutos antes e esperei Madame Pomfrey sair.


Tirei a capa.


Olhei pra ele, de perto ele estava com uma aparência pior ainda. Segurei minhas lágrimas.


–Draco, acorda. –Pedi passando a minha mão pelo seu rosto. –Acorda, por favor.

Enterrei meu rosto em seus cabelos e chorei.


-Hã? Quem está ai? –Perguntou Madame Pomfrey com uma lanterna nas mãos. Olhei pra ela. –Ah, senhorita Granger, a hora de visitas já acabou.


-A senhora pode me dar só mais cinco minutos?


-Só mais cinco minutos senhorita Granger. –Disse e saiu.


Dei um beijo de leve em seus lábios e mexi um pouco em seu cabelo.


Ele abriu os olhos preguiçosamente. Sorri.


-Oi... Bem vindo de volta.


-Mione? É você?


-Sou eu sim, como você se sente?


-Meio estranho. Que bom que você veio. –Sorriu. –Chega mais perto.


Aproximei-me um pouco dele.


-Mais perto. Mais perto.


Sorri, encostei meus lábios nos dele e demos um beijo doce e rápido.


- Você anda fugindo de mim? – perguntei calmamente. – Tem um tempo que não te vejo... Entre as aulas.


- Eu? Fugindo? – ele deu um sorriso fraco, nada convincente. – De onde você tirou isso?


- Bom... Tem tanto tempo que nós não ficamos juntos...


- Isso é por que você está sempre rodeada de pessoas. – ele comentou, irritado. – E como você mesma disse ‘Harry nunca me perdoaria


- Eu não falo desse jeito!


- Não mude de assunto.


Olhei para ele enviesada, Não queria perguntar isso, com ele nesse estado...


- Draco... Você é um...


As palavras ‘Comensal da Morte’ foram abafadas pelos passos de Madame Pomfrey. Afastei-me e peguei a capa.


-Tenho que ir, amanhã eu volto pra te ver.


-Não se preocupe, eu não vou a lugar nenhum. –Riu um pouco, mas depois seu rosto voltou a ficar sério.


Dei um selinho nele, coloquei a capa e fui embora.

Fim do Capítulo 11 – Prova de Amor