Capitulo 8.

Acho que nunca desci uma escada tão rapidamente e sem tropeçar na minha vida.

Parado apoiado despreocupado na mesa da sala de jantar e com um sorrisinho bobo no rosto estava o meu avô como se nada houvesse acontecido.

- Oi meus anjos, tudo bem? – Saudou minha avó com um selinho e um beijo na minha testa totalmente calmo e relaxado.

- Voc... Você po... pode nos ex... explicar o por... que do gri...gri grito? – Perguntei ofegante, me apoiando na cadeira.

- Bom, em primeiro lugar: COMO VOCÊS SAEM DE CASA SEM ME AVISAR?! VOCÊS QUEREM ME MATAR?! E segundo: Sabe quem vem amanhã te ‘conhecer’? E provavelmente vão ficar?

- Quem? – Vovó ignorou a primeira pergunta que o vovô fez e perguntou por mim.

- Emmett e Jasper.

Não soube direito como reagir.

Fiquei super feliz por que eles vinham um pouco amedrontada caso eles não gostassem de mim, mas... Acima de tudo eu queria os meus pais.

- Isso é... Ótimo! – Sorri.

- Ok, não precisa esconder. Seus pais lamento dizer, serão os últimos que você vai conhecer. – Vovô passou um braço ao redor dos meus ombros.

- COMO É QUE É?! – Exclamei, indignada. - Por queeeee?

- Meu anjo, sabe por que Emmett e Jasper são os primeiros que você vai conhecer?

- Não, por que, vovô?

- Porque, depois do alvoroço que eles vão fazer. É só, quando suas tias forem te conhecer, eles irão segurá-las para que não façam nada que você possa se machucar. Como por exemplo, te dar um abraço esmagador.

- Mmm... – Foi só o que eu falei e ele falou.

- Mas, se te serve de consolo, Rosalie e Alice vem semana que vem. – Abri um enorme sorriso e o abracei.

- Você é o melhor avô do mundo!

Ele riu e depois de muita insistência por parte deles, vovó fez macarrão à bolonhesa para eu comer

Me encarei novamente no enorme espelho que tinha no grande banheiro que ficava no quarto do meu pai.

Nunca tinha me imaginado com um pijama de bolinhas... E eu até acabei gostando quando eu o vi na Victória Secrets, então a vovó comprou para mim.


Sai do banheiro em tons neutros, me deitei na enorme cama e me cobri com o inacabável edredom dourado-caramelo. Virei de lado como uma bola, sabia que estava me esquecendo de alguma coisa aí eu lembrei. Foi como se uma pequena lâmpada se acendesse na minha cabecinha.

O Edinho! (n/a: Eu tenho um igual! )

Só para explicar, o Edinho é o meu leãozinho de pelúcia que eu tenho desde que eu me conheço por gente e era dele que eu estava esquecendo; Eu NUNCA dormi uma noite sequer sem ele.

Fui até uma pequena mala que a vovó Esme fez enquanto eu pensava em qual roupa eu ia por sem eu perceber e rapidamente eu o encontrei ali.

Me joguei novamente na cama, sem me importar em cair, por que a cama era tão grande que não tinha como eu pular nela e errar a mira.

Virei de lado e esperei que o grosso edredom fizesse o seu trabalho de me aquecer, no meio disso eu escuto uma batidinha baixa na porta do quarto.

- Anjinho? – Vovó falou. – Podemos entrar?

- Claro... – Murmurei meio rouca por causa do sono.

Eles entraram devagar no quarto e vovô falou:

- Viemos dar boa noite!

Ri no escuro e senti lábios frios na minha testa, em um beijinho suave e carinhoso.

- Boa noite, meu anjo. – Vovô sussurrou

Logo após os lábios se esvaírem, senti braços frios ao meu redor e a voz doce da minha avó:

- Boa noite, meu pequenino milagre. – Ninguém nunca havia sido tão carinhoso comigo.

Senti o colchão da cama afundar levemente ao meu lado e levantei a cabeça abruptamente, assutada com o movimento.

- Calma, somos nós. Vamos ver você dormir hoje, não é legal? – Vovó falou muito animada e agradeci por causa das luzes apagadas, por que eu juro que fiquei tão vermelha que senti falta de sangue no resto do corpo.

Eles riram de modo audível e um braço foi passado ao meu redor, por cima do edredom dourado.

- Eu não vou conseguir dormir com vocês me olhando. – Murmurei, envergonhada.

- Vai sim, e quer ver como? – Alguém sussurrou baixo demais para eu conseguir distinguir quem falara. Assenti e eu sabia que eles viram.

Uma música delicada ecoou baixinho pelo quarto. Uma canção de ninar. Eu a conhecia de algum lugar, mas quanto mais eu lutava contra a inconsciência, mais eu sabia que ia perder. Então apenas deixei minhas pálpebras pesarem e a escuridão doce e calma me invadiu e, por que, no fundo eu sabia que amanhã seria um novo dia, depois da escuridão a luz sempre reapareceria. Aliás, nunca tive medo do escuro, eu sabia que ele sempre me abrigaria, e, dessa vez não foi diferente.

(...)