Capitulo 4.

- O que faz aqui? – Gritei, apavorada ao ouvir a voz de Carlisle atrás de mim. Virei para trás, ofegante e ele me olhava meio assustado por causa do grito. – O que faz aqui? – Perguntou de novo e eu procurei me acalmar.

- Andando sem rumo, é bom fazer isso de vez em quando. – Sorri amarelo, óbvio que eu não ia falar que era por causa de um homem, ainda por cima um homem que nunca me pertenceria.

Ele suspirou e falou que queria conversar comigo em um lugar mais confortável, falou que tinha que me contar uma história. Concordei e no meio da floresta nós fomos pelo o que ele disse, para a casa dele. No início, fiquei meio amedrontada de nos perdemos na floresta. Mas, ele pareceu tão à vontade que eu tratei de esquecer isso.

Caminhamos por mais um tempo lado a lado até que ele deve ter percebido que eu estava morrendo de frio, por que me abraçou carinhosamente.

- Já estamos chegando, querida. – Reprimi um sorriso por causa de suas palavras, ele foi megafofucho quando falou assim.

Chegamos à uma casa de três andares e levou dois segundos para a minha ficha cair. Era a mesma casa que eu vira ontem.

Senti minhas pernas fraquejarem e ele me amparou.

- O que foi? – Seu rosto era apenas um borrão branco e dourado e eu apaguei.

Acordei totalmente grogue, eu estava em uma superfície muito fofinha, como um sofá. Respirei fundo sentindo um aroma extremamente doce, delicioso entrando pelo meu nariz e depois disso senti uma mão fria no meu rosto.

- Você está bem? – Carlisle perguntou me ajudando a sentar no sofá branco que ficava em uma enorme e espaçosa sala decorada em tons claros e com várias paredes apenas com vidros. Eu conhecia esse lugar.

Assenti sinalizando a ele que eu estava bem, mas continuei tentando lembrar de onde eu conhecia essa casa.

- Tem certeza? – Assenti de novo, quando vi que ele ia falar de novo eu ergui a minha mão num sinal de pare e murmurei:

- Espere. – Ele esperou pacientemente enquanto eu tentava distorcer as minhas lembranças turvas sobre essa sala. – Eu conheço esse lugar. – Sussurrei novamente e ele sorriu.

- É claro que conhece, você morou aqui. – Acho que minha sobrancelha desapareceu no meio do meu couro cabeludo de tanto que ela deve ter subido.

- Não se lembra? – Seu sorriso murchou.

- Eu sei que eu conheço esse lugar, eu já estive aqui. Mas como, eu não lembro. – Ele abriu um meio-sorriso.

- Vai ser uma longa história... Bom, acha que consegue levantar? – Pensei por alguns segundos e não consegui afirmar com certeza.

- Acho que sim. – Murmurei e ele me ajudou a levantar. – Você disse que ia me contar uma história então conte, não sabe que não se deve me deixar curiosa? – Ele gargalhou e me conduziu pela enorme escada que tinha um corrimão de madeira liso e macio como cetim.

- Eu vou contar a nossa história. A história dos Cullen. – Apontou para um enorme quadro onde tinham oito pessoas, eles pareciam felizes; uma baixinha de cabelo espetado que eu podia jurar que se chamava Alice, um loiro alto e forte ao seu lado e com uma cara de dor que eu sabia que se chamava Jasper, uma linda loira do tipo de modelo de capas de biquíni que eu acho que se chamava Rosalie, um homem enorme que parecia um armário de tão grande de cabelos curtos e castanho-escuro que eu podia jurar se se chamava Emmett, Carlisle e uma linda moça abraçada a ele que se chamava Esme, que mantinha um braço ao redor de um homem lindo, o mais bonito com certeza que tinhas os cabelos cor de bronze como o meu que tinha cara de Edward que mantinha uma moça extremamente bonita fortemente abraçada a ele que provavelmente se chamava Isabella, Bella, minha mãe.

Acho que ele percebeu que eu fiquei encarando o quadro e perguntou:

- Conhece eles?

- Acho que sim... Eu tenho certeza que eu já os vi, mas... Eu não sei de mais nada. - Soltei um muxoxo.

- Estes na foto, meu bem. São a sua família. – Paralisei quando ouvi o que ele disse e senti milhões de lembranças invadirem a minha cabeça. Uma música tocada em um piano, um medalhão igual ao meu, um abraço, um lindo chalé no meio da floresta, a casa onde estou agora e acima de tudo, minha família.

- Oooh... – Murmurei e ele me amparou de novo. – Me deixe respirar um pouquinho. – Murmurei com a voz fraca. Ele assentiu e me levou até uma grande janela onde o vento frio bateu no meu rosto, me ajudando a digerir tudo. – Alice, Jasper, Rosalie, Emmett, Você, Esme, Papai e Mamãe?

- Sim. – Foi só o que ele falou antes das lágrimas me invadirem e eu literalmente pular em cima dele, chorando copiosamente.

- Sen... Senti tanto a fal... Falta de voc... Vocês... – Murmurei entre as lágrimas enquando ele afagava o meu cabelo.

- Shhh... Querida. Está tudo bem agora. Eu estou aqui, sua avó está, seus tios vão chegar e seus pais também.

- Vovó está aqui? - Murmurei limpando as minhas lágrimas.

- Olhe para trás, querida. – Uma voz doce falou atrás de mim e eu me virei, sem acreditar em quem estava vendo.

(...)