My Family

É destino ...


– Ally ? Se não vier jantar a comida vai ficar fria ... - disse o loiro.

– Você fez jantar para mim? - perguntei me levantando.

– Não! Fiz para mim e sobrou para você ... To brincando. - disse soltando uma gargalhada que me fez sorrir

– Você tem que idade mesmo ? - perguntei sentando na mesa, à frente dele.

– 23! - disse o loiro sorrindo como se tivesse ganho algum concurso ou algo assim.

– Não te daria 10! - falei e soltei um riso.

– Acredito ... Mas tens que admitir que cozinho bem! - disse convencido.

– Sim, isso até é verdade! Ainda não morri e já comi quase tudo! - dizer rindo .

– Ah! E não te preocupe com a louça que eu sei colocá-la na máquina! - disse rindo .

– Até a Angie fazia isso, Moon! - falei .

– Talvez, mas quero acreditar que não ... - falou e sorriu novamente.

E lá estava ele a pôr a louça na máquina enquanto eu arrumava a toalha da mesa. Depois de termos tudo limpinho e arrumadinho, dirigimo-nos para a sala e sentámo-nos ambos no sofá. Senti que ambos ficamos um pouco tensos e que Austin estava a arranjar coragem para me dizer ou perguntar algo.

Eu estou a gostar da companhia dele e não quero que ele vá embora. Não quero passar esta noite sozinha.

– Posso te fazer uma pergunta? - perguntou com sua expressão séria.

– Sim, claro

– V-você vai hum ... Vai ao f-funeral? - perguntou num sussurro.

– Não sei - falei e encarei o chão.- É que eu não me sinto preparada para ir sozinha e para além disso vou ter a minha família toda me.encarar. Eu amava mesmo muito a minha mãe mas ela me magoou percebe ? Ela deixou-me e nem se quer deu uma oportunidade à sua neta. - falei por fim.

– Eu entendo. Eu posso ir contigo! - disse o loiro segurando as minhas mãos.

– É-é sério? - disse, a minha voz ficou trémula.

– Sim. Faço questão. Eu sinto que te devo apoiar e estar contigo e com a Angie. - falou sorriu de canto.- Eu sinto que preciso de estar perto de vocês. - disse num sussurro.

– Austin, porquê? Porque é que só apareceu agora na minha vida? - disse , quando uma lágrima escorreu pela minha face.

– É o destino . - falou me puxando para a sua beira e abraçando-me.

"É o destino."

A sua voz ficou a ecoar na minha cabeça durante uns minutos.
E se o destino nos quiser juntar?
E se eu tiver sentimentos por ele?
E se amanhã eu acordar e isto não passar de mais um sonho? Não! Desta vez eu não vou expulsar as coisas boas da minha vida. Eu preciso viver, de sentir algo, de voltar a sorrir. Preciso de chegar a casa e ouvir alguém dizer que teve saudades minhas. Preciso de receber uma mensagem a meio do dia de uma pessoa que realmente se preocupe comigo, nem que seja só a perguntar se é para descongelar o frango. Eu preciso de alguém que cuide de Angie como um pai. Eu não conheço muito bem o Austin, mas posso dizer que ele preocupa-se connosco, mais do que qualquer pessoa. Talvez haja uma ligação entre nós e que nos faça ficar juntos.

Acabei por adormecer no sofá nos braços do loiro .