My Family

Alone & Feliz ...


( — Leiam as notas iniciais, pós nela à notícias importante sobre a fanfiction e o motivo do meu sumisso ... )

P.O.V Ally

— Ally ? Acorda, amor. — Ouvi aquela voz suave e doce, que eu tanto amava, logo em seguida senti suaves beijos no rosto. — Temos que ir trabalhar.

Era o meu loiro.

— Eu já vou. — O respondi, abri os olhos e encaro o teto do quarto. — Que horas são?

— Oito horas. Vou acordar a Angie e preparar o café da manhã . — Me respondeu com um pequeno sorriso.

— Está bem.

Levantei-me lentamente e caminhei até ao nosso guarda-roupa. Peguei uma roupa apropriada para trabalhar e dirigi-me até à casa de banho, tentando-me mentalizar que é só mais um dia e que vai passar depressa. Mas eu sei que não, eu sei que vai ser mais um dia a pensar no que aconteceu e vou acabar a chorar no meu escritório.

Estes últimos dias têm sido horríveis e não tenho pensado noutra coisa sem ser no que aconteceu no Domingo.
Minha grande vontade era desistir desta vida ... a culpa foi minha, não tive cuidado e matei o meu filho. Estou cansada, eu sou uma assassina.

— Amor? Já está pronta? — perguntou meu namorado, aparecendo na porta.

— Já estou indo, Amor.

Suspirei e desci para a cozinha, sentando-me à mesa. Comecei a comer e não dirigi a palavra a ninguém, apesar de a Angie estar a cantarolar e a tentar falar comigo. Acabei de tomar o pequeno-almoço, peguei a minha mala/bolsa e sai de casa, entrando no meu carro de seguida. Conduzi até ao meu local de trabalho e, depois de desejar bom dia a Trish, entrei no escritório e comecei o meu trabalho.

Para ser sincera, tudo me corre mal.

Até o que eu escrevo tem sido uma valente porcaria.

Decido avançar a hora do almoço e, quando chegou a minha hora de saída, deixei este espaço de trabalho e voltei a conduzir o carro até casa.

Depois de entrar, pousei a mala/bolsa no escritório e de seguida sentei-me no sofá.

E ali sozinha, voltei a pensar, eu sou uma assassina, matei o meu bebé.

Encolhi o meu corpo e voltei a chorar. Sou uma fraca. Todos à minha volta está a afastasse de mim, ou eu é que os estou a afastar, mas ninguém percebe a dor de perder um filho daquela maneira.

Tentam dizer que vai ficar tudo bem, mas isso é mentira. Só vai ficar tudo bem quando eu deixar de sentir esta dor no peito, quando não tiver que encarar a realidade todos os dias, quando desaparecer deste mundo.
Limpei as lágrimas quando ouvi a porta a bater e umas chaves a serem largadas sobre a mesa da entrada. Tentei me recompor, mas sem qualquer efeito.

Dirigi o meu olhar para o meu loiro, que estava com a Angie ao colo.

— Vou deitá-la. Adormeceu pelo caminho. — falou.

Apenas assenti com a cabeça e voltei a aninhar-me no sofá. Quando Austin voltou, sentou-se ao meu lado e passou a mão nas minhas costas. Afastei-me um pouco.

Apenas quero estar sozinha...

— Meu amor ... não te afastes de mim. Por favor. — murmurou voltando a chegasse para o meu lado.

— Quero ficar sozinha... — respondi, suprimindo o choro.

— Não quero que estejas assim, amor. — Ele falou, suspirando.

— Como é que quer que eu esteja ? Que ande aí aos sorrisinho a dizer "ah, perdi um filho, mas está tudo ótimo!" ?

— Não, Allys. Apenas não quero que afastes todos nós de ti.

Levantou-se e caminhou até à cozinha. Voltei a ter um ataque de choro e acredito que os meus soluços se ouvissem pela casa toda. De repente voltei a sentir os seus braços à minha volta e desta vez retribui o abraço.

— Eu amo você, Ally. — falou dando-me beijos na cabeça.

— E eu amo você mais ainda, Austin. — falei entre soluços.

— Não penses no assunto, foi uma fatalidade ... — suspirou triste e beijou-me. — Vou fazer o jantar.

Sorri fracamente e levantei-me do sofá, dirigindo-me para o quarto de seguida. Tomei um banho e, depois de me secar, vesti um pijama quente e confortável.

Já nem sei como é que me sinto.

Por um lado só acabar com a minha própria vida, arrancar esta dor do peito. Por outro lado só queria esquecer este assunto e tentar de novo. Mas e a desilusão?
A desilusão de poder perder outra vez o bebé ou de não conseguir gravidar. Isso eu sei que não consigo superar, não depois daquilo que aconteceu.

Voltei para a cozinha quando ouvi o loiro a chamar-me para jantar. Sentei-me à sua frente e comi rapidamente. Ajudei-o a arrumar a cozinha e decidi ir-me deitar. Só consegui adormecer quando senti os seus braços rodearem o meu corpo.

(…)

Voltei a acordar com a voz rouca do Austin. Abri os olhos e voltei a fechá-los, tentando adormecer novamente. Tapei-me com os cobertores e ignorei os ultimatos do meu namorado.

— Amor, tens que ir trabalhar. — falou com um meio sorriso.

— Eu vou mais tarde.

— Vai mesmo? — perguntou incerto.

— Uhumn...

Senti um beijo a ser depositado na minha testa e de seguida ouvi a Angie a perguntar por mim. O meu namorado apenas lhe explicou que eu estava a dormir e passados uns minutos ouvi a porta a bater, sinal de que estou sozinha. Tentei voltar a adormecer, mas sem efeito.

Levantei-me mas deixei-me estar com o pijama vestido, não estou com paciência para ir trabalhar. Comi o que o loiro me deixou para o pequeno-almoço e decidi sentar-me no sofá da sala a olhar para a parede que contém os quadros com fotografias. Acho que estou a começar a enlouquecer.

Durante o resto do dia ouvi o meu telemóvel tocar várias vezes, mas apenas ignorei. Não quero falar com ninguém, muito menos se for para me perguntar porque é que não compareci no trabalho ou se eu estou bem. Não precisam que se preocupem comigo, não mereço isso.

Não mereço alguém como o Austin Moon ao meu lado, não mereço o quão bem a sua família me trata. Não mereço nada. Isto está a dar cabo de mim e não sei se aguento durante muito mais tempo.

Porque é que não desisto?

Ninguém iria sentir a minha falta, ninguém iria querer saber.

...

Num ato completamente irracional, peguei numa das lâminas do Austin no banheiro e encarei-a. Não sei como fazer isto, nunca pensei em chegar a este ponto.

Talvez uma pesquisa na internet ajudasse. ( Soltei uma risada estúpida com esse pensamento idiota )

Para de ser estúpida, Allycia! Não há tempo para isso. Também quem é que procuraria ajuda para se matar?

Encostei a parte cortante ao meu pulso e apenas raspei na pele sensível, abrindo um pequeno corte. Eu devia de acabar com tudo de uma vez por todas. Sem "e se", sem " mas...".

As lágrimas começaram a escorrer pela minha face e dei por mim a pensar no meu loiro e na Angie. Eles são o meu "mas". Mas é por eles que eu faço isto! Eu sou apenas uma preocupação e um peso para eles e o que eu mais quero é que sejam felizes sem mim...