Fui o caminho todo completamente extasiada. Eu nem sabia o que dizer. Eu sentia um alívio enorme dentro de mim. Acho que nunca me senti tão aliviada como me sentia agora. Saber que a Maria vai ficar presa para o resto da vida, dá-me uma segurança, um alívio. Eu sentia o olhar do Jasper em mim e percebia que ele sorria amplamente. Ele devia estar a sentir o mesmo que eu. Eu nem tinha palavras para descrever o momento.
- Jasper, eu nem acredito ainda. – Disse ao fim de uns minutos.
- Eu sei, Alice. Ainda não caí em mim, também.
- Parece tudo um sonho. Um sonho muito bom! – Comentei.
- Pois parece, mas Alice desculpa dizer-te mas é a realidade. A Maria foi presa e não nos vai chatear mais o resto da vida. Vamos viver a nossa vida em paz e sossego. – Disse ele. Eu apenas sorri.
- Estou ansiosa para contar ao resto da família. Eles devem estar nervosos lá em casa.
- Tenho a certeza que sim, então a Rose deve ser a pior. Ela queria mesmo vir.
- Eu sei. Mas eu não queria que ninguém viesse sem seres tu. Foi melhor eles terem ficado em casa com as crianças.
- Eu compreendo, Alice. – Disse o Jasper, estacionando o carro em frente a nossa casa. Saí calmamente do carro e de seguida senti abraçarem-me por trás. Sabia que era o Jasper, não era preciso ver. Reconheceria o seu toque mesmo que não visse. Sorri inconscientemente e virei-me de frente para ele ainda a sorrir.
- Adoro ver-te assim tão sorridente. – Comentou ele. – Há muito tempo que não te via assim.
- Assim como?
- Não sei. A sorrir por nada, feliz, como eras antes de ires para Seattle. E gosto de te ver assim. – Disse ele acariciando a minha bochecha.
- Eu estou feliz, muito feliz, Jasper. – Garanti-lhe beijando levemente os seus lábios. Ao fim de uns minutos quebrámos o beijo e decidimos ir para dentro. Estávamos a deixá-los muito tempo à espera. Entrámos dentro de casa calmamente. O hall estava vazio mas ouvia-se barulho vindo da sala. Ouvimos as crianças a brincar e a Rose a resmungar, porque nunca mais chegávamos. Ela devia estar muito impaciente para saber o que se tinha decidido no tribunal.
- Porque é que eles ainda não chegaram? Já devia ter acabado, eles já deviam estar aqui. Será que se passou alguma coisa? – Continuava ela a indagar-se. Ela estava mesmo nervosa. Olhei para o Jasper que estava a conter-se para não rir.
- Jasper, não tem piada! – Ralhei com ele. – Ela está preocupada connosco.
- Eu sei, Alice. – Disse ele um pouco mais sério. – É melhor, entrámos antes que a Rose decida ir ao tribunal para ver o que se passa.
- Sim, é melhor. – Concordei. Dirigimo-nos os dois até à sala e deparámo-nos com as crianças a brincarem no chão. A Esme estava com o Peter ao colo que estava a dormir calmamente e o Carlisle tinha o Will que tinha os seus olhos castanhos abertos, atento a tudo o que se passava ao seu redor. O Edward e a Bella estavam sentados no sofá com o Thony entre eles a brincar com um brinquedo na mão. A Rose estava a andar de um lado para o outro, um pouco impaciente e o Emmet tentava acalmá-la, sem efeito.
- Chegámos. – Disse o Jasper sorrindo para a família. Mal ouviram a voz do Jasper, viraram-se para nós. Todos queriam saber o que se tinha passado.
- Então, Jasper? O que foi sentenciado? – Perguntou a Rose muito ansiosa. – Não me digam que ela foi posta em liberdade! Não, isso não pode ser. Pode? – Ela estava um pouco incoerente.
- Rose, primeiro, acalma-te, por favor. – Pediu o Jasper pegando nas mãos da irmã. Ela respirou fundo algumas vezes, para se acalmar um pouco. – Depois a Maria foi sentenciada com prisão perpétua. Ela nunca mais se vai intrometer nas nossas vidas. – Disse o Jasper sorrindo abertamente, como eu.
- Prisão perpétua? – Perguntou a Rose surpresa. Nós apenas afirmámos com a cabeça. – Ó meu deus! Ela vai passar o resto dos seus dias na prisão! – Disse a Rose tão feliz como nós. – Isso é tão bom! – Falou um pouco alto abraçando-me. Abracei-a de volta. Estava tão feliz como ela. Estava mesmo muito feliz. Todos estavam visivelmente felizes e com esta euforia toda, o Peter acabou por acordar. Não era para admirar, estávamos a fazer imenso barulho. A Rose instantaneamente pegou o Peter do colo da mãe e acalentou-o carinhosamente.
- Desculpa bebé, estamos a fazer muito barulho. – Disse ela acariciando os cachinhos castanhos do Peter. Ele estava um bebé tão bonito e gordinho. E via-se que ele adorava a Rose, por mais pequeno que ele fosse. Ele tinha uma ligação enorme com ele. Quando ele chorava, só ela o conseguia acalmar, só ela o conseguia fazer adormecer. O Emmet às vezes ficava um pouco amuado por causa disso. Era muito engraçado de ver. – Volta a dormir, bebé. Ainda está com soninho. – Disse a Rose aconchegando-o melhor ao seu peito e embalando-o. Ele começou a fechar os olhinhos e acabou por voltar a adormecer. A Rose retirou-se até ao piso de cima para colocar o Peter no berço, para dormir com mais sossego, já que a sala estava uma algazarra.
- Acho que alguém também quer a mamã. – Comentou o Carlisle com um Will impaciente ao colo. Ele estava a resmungar coisas incompreensíveis e esticava os bracinhos para mim. Sorri ternamente para ele e peguei-lhe. Ele sorriu para mim e eu beijei-lhe a bochecha rechonchuda.
- Já não está na hora de tu dormires, também? – Perguntei-lhe. Ele a esta hora já tinha comido e já estava a dormir. – Ele já comeu, Esme? – Questionei.
- Já e o Carlisle já tentou fazer com que ele dormisse mas ainda não conseguiu. – Informou a Esme, carinhosamente. Sentei-me no sofá e aconcheguei-o contra o meu peito para ele dormir. Ele adorava adormecer assim. Comecei a acariciar-lhe os seus cabelinhos loirinhos para ele adormecer. Ainda demorou um pouco para que dormisse, mas adormeceu. Coloquei-o no seu berço no piso de cima e depois voltei para baixo. Ainda tinha que ligar à minha mãe. Ela tinha-me pedido. Enquanto a Esme fazia o almoço, fui ligar para a minha mãe. Ela atendeu logo ao primeiro toque.
- Então, Alice? – Perguntou ela preocupada.
- Foi condenada a prisão perpétua. – Disse sem enrolamentos.
- Que bom! Estou tão feliz. Foi merecido. – Disse a minha mãe.
- Eu sei. Eu estou tão feliz mãe. Nem sabes.
- Consigo perceber pela tua voz. – Comentou ela rindo. – E fazes bem. Agora, só tens que aproveitar a tua família, sem medos, sem preocupações.
- E é o que eu vou fazer. – Garanti à minha mãe.
- Alice, agora eu tenho que desligar. Tenho uma cliente. Se conseguir, passo aí em casa, está bem? Hoje, isto está uma correria. – Comentou ela.
- Está bem. Beijinhos, mãe.
- Beijinhos, querida. – Despediu-se ela. Desliguei o telefone e fui ter com a Esme para a ajudar a fazer o almoço. O Carlisle, o Jasper, o Emmet e o Edward, foram lá para fora com as crianças, brincar para o parque, enquanto as mulheres estavam na cozinha a fazer o almoço.
- Querida, a Evolet vem almoçar? – Perguntou a Esme. Desde que a minha mãe se aproximou de mim, a Esme e ela tinham também se aproximado. Tanto uma como outra, tinham-me dito que eram muito amigas, desde crianças. Elas ainda queriam ser amigas, eu compreendia que não era fácil para a Esme, a Evolet magoou-lhe de certa forma. Mas a Esme tinha um enorme coração e tinha também perdoado a minha mãe e agora tinha-se aproximado da minha mãe outra vez. Não estavam como dantes, mas era melhor do que não se falarem.
- Não. Disse que tinha imensas clientes e que se pudesse passava por cá.
- Está bem. – Respondeu ela sorrindo. O resto do almoço foi preparado entre uma conversa bem animada. Quando acabámos, pusemos a mesa e chamamos os restantes para almoçar. Tanto o almoço como a tarde, passaram-se rápido e com muita diversão. Eu adorava estes momentos em família. Ao fim da tarde, eles foram todos embora. A minha mãe não tinha aparecido. Não deve ter conseguido sair do trabalho cedo e devia estar cansada. Ao jantar, encomendei uma pizza para comermos e vimos um filme todos juntos. Quando o filme acabou, fui deitar a Liv, que já estava a dormir ao meu lado e depois fui dar um beijo de boa noite à Amber. Ela ainda estava acordada e estava sentada na cama.
- Mãe, a mulher má já foi presa? – Perguntou a Amber olhando intensamente para mim. Olhei para ela surpreendida. Nós não tínhamos falado disso em frente dela. Não queríamos que elas se lembrassem da Maria. Elas têm andado tão felizes.
- Sim, querida, ela foi presa, hoje. – Respondi-lhe. – Mas eu não quero que te preocupes com isso, está bem, amor? Ela não nos vai importunar mais. – Disse-lhe.
- Está bem, mamã. Eu amo-te.
- Eu também, princesinha. – Disse tapando-a melhor e dando-lhe um beijo na testa. – Dorme bem.
Apaguei a luz e saí do quarto dela. Dirigi-me de seguida ao do Will para ver como é que ele estava. Entrei cuidadosamente e deparei-me com ele a dormir profundamente no berço. Voltei a sair do quarto e fui até ao meu, onde o Jasper já se encontrava deitado na cama, à minha espera. Vesti o meu pijama rapidamente e deitei-me ao seu lado.
- Já estava com saudades tuas. – Disse ele olhando-me maliciosamente.
- Ai, sim? – Provoquei-lhe.
- Sim. – Disse ele puxando-me para cima dele, acabando por me beijar. – Sentia falta dos teus lábios, da tua pele, do teu toque, do teu perfume… - Falou ele enquanto me beijava o pescoço. Ele inverteu as posições, e ficou por cima de mim, capturando os meus lábios num beijo apaixonado. Fomos ficando cada vez com menos roupas e a noite acabou perfeitamente bem, amando-nos apaixonadamente naquele quarto.