Os dois meses seguintes passaram-se tranquilamente. Sem nenhum sinal da Maria. Ela não tinha mandado mais cartas, não tinha aparecido na loja. Eu não sabia como encarar isso. Se havia de pensar que era uma coisa boa ou má. A Maria era maléfica, ela podia estar a tramar mais alguma coisa. O Jasper foi participar queixa à polícia contra a Maria e mostrou-lhe o bilhete mas eles disseram que não podiam fazer grande coisa, primeiro porque não sabiam onde ela se encontrava e depois porque apenas tinham um papel escrito e nem sabiam se tinha sido escrito por ela, ou seja, não tinham grandes provas contra ela. Eu queria acreditar que ela se tinha ido embora, e nos tinha deixado em paz, mas algo em mim dizia-me que não era verdade, que ela estava a tramar alguma. As minhas noites passaram outra vez a serem mal dormidas, devido à sensação do medo que tinha. E o casamento estava quase aí a vir. Eu, a Esme e a Rosalie já tínhamos preparado tudo. Já tínhamos sítio para o copo de água e para o casamento. Ia ser numa quinta muito bonita. Íamos casar num dos jardins da quinta e fazer lá o copo de água. Não tínhamos muitos convidados. Da minha família não tínhamos ninguém, por razões óbvias. Todos os convidados eram família do Jasper. Por mais que eu não quisesse, isso magoava-me um pouco. Magoava-me a minha família não vir ao meu casamento. Não acompanhar a minha vida e a vida das minhas filhas, mas não queria pensar nisso. A culpa não tinha sido minha, eles é que nunca me apoiaram e nunca gostaram de mim. Também iam alguns amigos do liceu que eu conhecia e alguns amigos da Universidade onde o Jasper andou. Esses, eu não conhecia.

Hoje, ia voltar a experimentar o vestido para ver se não precisava de ser arranjado. Não queria chegar ao dia e o vestido não me servir. A Bella, a Rose e a Esme iam ficar comigo, enquanto os rapazes tomavam conta das crianças. Acordei, cedo, um pouco mal disposta. Ainda estavam todos a dormir. Vesti-me silenciosamente e tomei um copo de leite. Depois dirigi para casa da Esme. A Bella e a Rose já lá estavam. A barriga da Bella estava cada vez maior. Ela estava grávida de quase sete meses. Eles ainda não sabiam o sexo do bebé porque sempre que iam ao médico o bebé estava numa posição que não deixava ver a sua sexualidade. Eles estavam um pouco frustrados porque eles queriam saber o sexo do bebé antes de ele nascer.

- Bom dia. – Disse entrado em casa.

- Bom dia, Alice. – Disseram as três.

- Vamos? – Perguntou a Esme.

- Sim. – Respondemos. Fomos em direcção ao carro da Rose, era ela que ia a conduzir, a Esme ia no banco ao lado do passageiro e eu ia com a Bella no banco de trás.

- Já que estamos cá todas, quero dar uma novidade! – Disse a Bella sorrindo e com aquele brilho no olhar que passou a ter desde que descobriu que estava grávida.

- O que é? – Perguntei curiosa.

- Ontem, fui ao médico e finalmente ele conseguiu ver o sexo do bebé. – Disse ela sorrindo ainda mais.

- O que é? – Perguntamos as três ao mesmo tempo entusiasmadas. Acabamos por rir.

- É um menino. – Disse ela. Ela estava realmente feliz. Nunca tinha visto a Bella tão feliz como a tenho visto nestes meses. – E vai se chamar Anthony! – Disse ela.

- Que bom. Estávamos a precisar de rapazes, coitadinho do Ray, está no meio de raparigas. – Disse a Rose. Rimos todas. Era verdade. Ele era o único rapaz. O resto do caminho foi feito com uma conversa leve e animada. Chegámos à loja dos vestidos, dentro de uns dez minutos. Entrámos e pedimos o vestido à empregada. Ela foi buscá-lo ao armazém e deu-nos. Nós fomos para a zona onde se experimentavam os vestidos e eu entrei numa cabine para me vestir. Saí ainda com o vestido por apertar porque não conseguia.

- Rose, aperta aqui, se faz favor. – Pedi. Ela levantou-se e veio apertar-me o vestido. Eu sentia o vestido apertado. Será que tinha engordado?

- Alice, engordaste? O vestido fica-te um pouco apertado. – Comentou a Rose.

- Era nisso que eu estava a pensar. – Disse eu intrigada.

- Então como fica o vestido? – Perguntou a empregada da loja.

- Fica um pouco apertado. – Comentei.

- Então deixe-me marcar as novas medidas para a costureira alargar. – Disse a empregada.

- Está bem. – Respondi. Depois de ela levar o vestido. Saímos todas da loja e fomos comer a um café. Ainda estava intrigada por ter engordado.

- Alice, não é preciso ficares assim por teres engordado um pouco. – Disse a Rose divertida.

- Está bem, mas fiquei intrigada. Apenas isso. – Disse. Ela riu-se. Depois de comermos, fomos para casa, onde já estavam todos. Mal, entrei dentro de casa, fui cumprimentar o Jasper. Estava com saudades dele.

- Bom dia. – Disse ao seu ouvido dele. Ele estava de costas para mim e mal ouviu a minha voz, virou-se e sorriu para mim.

- Bom dia. – Disse beijando-me.

- Onde estão as meninas? – Perguntei.

- Lá dentro a brincar.

- Como estão?

- Estão bem. Não te preocupes tanto. – Disse ele sorrindo.

- Não consigo controlar. Tenho tanto medo que algo lhes aconteça.

- Eu sei. – Disse ele beijando-me o topo da cabeça.

- Vou lá vê-las. – Disse. Ele assentiu. Fui em direcção ao quarto onde os miúdos brincavam. Entrei e fiquei a vê-las brincar. A Amy, o Ray e a Amber estavam sentados no chão do quarto e a Liv estava sentada no colo da Amber e estavam os quatro a jogar a um jogo infantil. Eles estavam a divertir-se. Passado uns minutos, a Liv virou a sua carinha para a porta e viu-me. Mal ela me viu, abriu um enorme sorriso.

- Mamã. – Disse levantando-se do colo da Amber vindo ter comigo. Apanhei-a a meio caminho e peguei-a ao colo. Ela beijou-me a bochecha e deu-me um abraço. A Amber também se levantou quando me viu e veio abraçar-me. Baixei-me e dei-lhe um beijo na bochecha.

- O que estão a fazer, princesinhas? – Perguntei sorrindo.

- Estamos a jogar a um jogo. – Disse a Amber entusiasmada.

- Eu ‘tou a jogar com a mana. – Disse a Liv orgulhosa.

- E quem é que está a ganhar? – Perguntei.

- O Ray! – Disseram a Amber, a Amy e a Liv ao mesmo tempo. Ri. E depois deixei-os continuar o jogo e fui para a sala ter com os outros. Eles estavam todos a conversar animadamente.

O resto do dia passou-se muito bem. Almoçamos e jantámos lá e por volta das nove da noite viemos para casa. Quando cheguei a casa, deitei a Amber e a Liv que estavam cansadas e depois fui ler um pouco para a sala, enquanto o Jasper via um filme. Quando já estava a fechar os olhos inconscientemente, fechei o livro e fui para a cama. O Jasper também veio. Amanhã, já era dia de ir trabalhar e tinha que acordar cedo.