- Ela está estável. Está no recobro ainda a dormir. E por agora, ela vai passar muito tempo a dormir, ela tem muito para curar e cura mais depressa se estiver a dormir e claro, tem menos dores. – Disse o médico.

- Quando é que ela vai voltar a ser operada? – Perguntei.

- Não sei, não depende de mim, dependo do ortopedista deste hospital. Ele é um médico muito competente e deve vir falar convosco dentro de um dia ou dois. Ela tem que ser operada o mais rápido possível. – Informou o médico.

- Obrigada. – Agradeci.

- Será que podemos ir vê-la? – Perguntou a Esme.

- Só amanhã de manhã, quando a transferirem para um quarto. – Informou o médico. – Agora, tenho de ir. Tenho outra operação marcada. Falo com vocês, amanhã. – Disse o médico retirando-se. Recostei-me ao peito de Jasper. Estava exausta mas eu queria ver a Amber.

- Mãe, vai andando para casa. Já está tarde e só podemos ver a Amber amanhã de manhã. – Disse o Jasper.

- Ok. Vocês vão ficar aqui? – Perguntou a Esme.

- Vamos. – Respondi. O Jasper afirmou com a cabeça. A Esme despediu-se e eu despedi-me da Liv, não queria que ela fosse mas não era bom, ela passar a noite no hospital, ficava melhor com os avós. Eu e o Jasper sentámo-nos outra vez, nas cadeiras.

- Alice, dorme um bocadinho. Quando pudermos ir ver a Amber, eu acordo-te.

- Ok. – Disse aconchegando-me a ele. Adormeci, logo de seguida. Estava exausta. Voltei a acordar cinco horas depois. Já era de manhã e o hospital já tinha muito mais movimento. Reparei que o Jasper estava a dormir, ele também devia estar cansado. Continuei aconchegada a ele, sentia-me bem, ali. Passado uns minutos, o médico da Amber veio ter connosco.

- Bom dia. – Disse ele.

- Bom dia. – Disse educadamente.

- A Amber passou a noite toda, estável. Não houve complicações durante a noite. Ela está a receber oxigénio pela máscara e vão mudá-la agora para um quarto. – Disse ele.

- Obrigada. – Disse sorrindo um pouco.

- Não precisa de agradecer, é o meu trabalho. – Respondeu sorrindo.

- Ela vai para que quarto? – Perguntei.

- Não sei, depois de a mudarem, tem de perguntar na recepção ou a uma das enfermeiras. Elas é que sabem. – Respondeu simpaticamente.

- Quando tempo demora a mudarem-na?

- Uns minutos. Quando saí de ao pé dela, já estavam a prepara-la por isso, ou já a mudaram ou estão mesmo a acabar. Passo pelo quarto dela, mais tarde. – Informou o médico.

- Obrigada, tenha o resto de um bom dia. – Disse educadamente para o médico.

- A senhora também. – Disse ao retirar-se.

- Jasper… - Sussurrei ao ouvido dele. Ele estava ferrado a dormir. – Jasper… - Disse um pouco mais alto. Ele começou a remexer-se e começou a abrir os olhos lentamente.

- Sim? – Disse ainda ensonado.

- Mudaram, agora, a Amber para um quarto. – Disse sorrindo. – Podemos ir vê-la.

- Vamos vê-la. – Disse ele. Levantámo-nos e fomos até à recepção para saber em que quarto é que ela está. Estava ansiosa para vê-la, queria ver pelos meus próprios olhos se ela estava bem ou não.

- Desculpe em que quarto é que está a Amber Cullen? – Perguntou o Jasper educadamente para a recepcionista. Ela foi procurar no computador e passado um bocado disse-nos que estava no quarto 9 da pediatria. – Obrigada. – Dirigimo-nos para a ala da pediatria e perguntámos a uma enfermeira onde era o quarto 9. Ela indicou-nos o caminho e fomos lá ter. Quando entrámos estava uma enfermeira a verificar os dados vitais dela. Ela estava deitada com uma máscara. Tinha o peito ligado e estava a dormir pacificamente, como se nada tivesse acontecido. Tinha uma das pernas imobilizada, devia ser a que estava partida. Dirigi-me para o pé dela.

- Olá, princesinha. – Disse acariciando a sua bochecha. Ela tinha um corte na cabeça e outro na bochecha. Depois tinha alguns hematomas e cortes ao longo dos braços e das pernas. Estava a custar-me vê-la assim. O Jasper estava ao meu lado a acariciar-lhe a mão.

- Princesinha, vais ver que isto tudo vai passar rápido. Tu és forte e vais curar depressa. – Disse o Jasper para a Amber.

- Vais ficar boa num instante. – Acrescentei. Duas lágrimas escaparam-me dos olhos. Eu não queria chorar mas não me consegui conter.

- Shh, Alice. Vai ficar tudo bem. Ela está estável. – Disse o Jasper abraçando-me.

- Eu sei… mas está a custar-me tanto vê-la assim. – Desabafei.

- Eu sei. A mim também mas temos que ser fortes para ela. Para ela e para a Liv, a Liv também precisa de nós.

- Pois precisa. Ela também está a sofrer com isto.

- Vou ligar à minha mãe a dizer que já podemos ver a Amber. – Informou-me o Jasper.

- Ok. Vou ficar aqui com ela. – Disse-lhe. Ele sorriu e saiu do quarto para telefonar à Esme. Também queria saber como estava a Liv. Fiquei a admirar a Amber. Ela parecia um anjo a dormir.

- Princesinha, tens de ficar boa, rápido. A mamã, o papá e a Liv querem que tu fiques boa rápido. – Disse acariciando a cabeça dela. Ela mexeu-se um pouco e continuou a dormir. Fiquei a acariciar a mão dela. Passado uns minutos o Jasper entrou no quarto.

- A minha mãe está aí a vir. A Rose e o Emmet também vêm.

- Como é que a Liv passou a noite? – Perguntei.

- A minha mãe disse que ela acordou muito cedo e que tem estado tristinha o dia todo. Não tem brincado, só está o colo dela a mexer no cabelo dela.

- Disseste para a Esme a trazer? – Perguntei preocupada. A Liv precisava mais de nós do que eu pensava.

- Disse. Ela precisa de nós. – Disse o Jasper abraçando-me por trás.

- Pois precisa.

Ficámos os dois a olhar para a Amber, em silêncio, até a Esme e a Rose chegarem. Elas demoraram pouco tempo a vir. Bateram à porta.

- Entre. – Respondeu o Jasper. A Rose, o Emmet e a Esme entraram. A Liv vinha ao colo da Esme. Ela estava realmente triste. Fui ter com a Esme para a Esme me passar a Liv. A Esme percebeu e passou-me logo a Liv. Ela envolveu-me nos seus bracinhos e afundou a cabeça no meu cabelo.

- Como é que ela esteve de noite? – Perguntou a Esme.

- O médico disse que ela passou a noite bem. Esteve a noite toda estável. – Disse o Jasper acariciando a mão da Amber.

- Ainda bem. – Disse a Esme aliviada.

- Ela ainda tem de ser operada outra vez. – Disse o Jasper tristemente.

- Mas vai correr tudo bem. Ela é forte e se já aguentou uma operação, vai aguentar outra. – Disse o Emmet optimista.

- Coitadinha, é tão nova e já tem que passar por isto. – Disse a Rose passando a mão, pelos caracóis da Amber. Sentia as lágrimas da Liv no meu ombro. Coitadinha, ela estava tão triste por ver a irmã assim. Saí do quarto para acalmá-la.

- Shh, querida, não chores. Vai correr tudo bem. A mana agora está bem. – Disse-lhe limpando as lágrimas. Ela olhou para mim, com os olhinhos a brilhar. – Percebes o que a mãe diz? – Ela afirmou com a cabeça.

- Amber, bem. – Disse ela com a sua voz doce. Era a primeira vez que ela conseguia dizer o nome da irmã. Ela nunca tinha conseguido.

- Sim, querida. A Amber está bem. – Disse sorrindo para ela. Ela parou de chorar e encostou a sua cabeça ao meu ombro. – Vamos entrar? – Ela afirmou com a cabeça. Entrei outra vez no quarto. O Jasper veio logo ter comigo. Ele também estava preocupado com a Liv.

- O que se passou? – Perguntou ele preocupado.

- Ela começou a chorar e eu estive a acalmá-la. Já está melhor. – Disse-lhe sorrindo. A Liv sorriu um pouco para ele.

- Deixa-me pegar nela. – Pediu ele. Passei-lhe a Liv e a Liv foi para o colo dele. Fui para o pé da Amber. Ela ainda dormia e pelo que percebi, ia ficar assim por algum tempo. Peguei na mão dela e fiquei sentada numa cadeira ao lado da cama onde ela estava. Ela precisava de saber que eu estava ali. Passado uns minutos, alguém bate à porta.

- Entre. – Disse o Jasper que ainda estava com a Liv ao colo que estava prestes a adormecer. Era um médico, devia ser o ortopedista.

- Bom dia. – Disse médico educadamente. – Sou o ortopedista.

- Bom dia. – Dissemos.

- Já estive a ver as radiografias da Amber. Claro que todas as operações envolvem os seus riscos, mas esta envolve muito poucos. É uma operação fácil e o paciente costuma recuperar muito bem. – Informou-nos o médico. Assenti com a cabeça para ele continuar. – Estava a pensar operar a Amber esta tarde.

- Já? – Perguntei.

- Quanto mais cedo melhor. – Disse o médico.

- Ok. – Respondi.

- Por volta das quatro vem alguém para preparar a Amber para o bloco operatório. A operação deve demorar no máximo três horas mas não costuma demorar tanto.

- Obrigada pela informação.

- O resto de um bom dia. – Disse o médico educadamente.

- Para si também. – Disse eu. – Só espero que corra mesmo tudo bem. – Disse baixinho.

- Vai correr. – Disse a Rose. – Temos de pensar positivo e confiar nos médicos. – Continuou sorrindo um pouco para me animar. Tentei sorrir para ela. Continuámos o resto da manhã no quarto da Amber. Por volta da hora do almoço, a Rose e o Emmet tiveram que ir por causa do Ray e da Amy. A Esme continuou connosco e o Carlisle veio ter connosco à hora de almoço. Almoçámos todos juntos no café do hospital e depois voltámos para o quarto da Amber.

Por volta das três da tarde, apareceram enfermeiras no quarto para preparar a Amber para o bloco operatório. Despedi-me dela e depois levaram-na. Estava com muito medo que algo lhe acontecesse. Mas mesmo muito. O Jasper percebeu isso e estava a tentar acalmar-me mas eu não conseguia, simplesmente não conseguia.

- Alice, por favor, acalma-te. Vai correr tudo bem. Ok? – Suplicou o Jasper.

- Ok. Vou tentar acalmar-me. – Disse para o Jasper. O Jasper estava com um braço a envolver-me e com outro a segurar uma Liv adormecida. Ela tinha acabado por adormecer. Passei o resto do tempo um pouco mais calma. Estar aconchegada ao Jasper, ajudava muito. Passadas umas duas horas, o médico aparece ao pé de nós.

- Não é preciso ficarem preocupados. A operação correu mais que bem e ela está estável. – Disse o médico sorrindo um pouco. – Têm realmente uma filha lutadora. Ela vai-se recuperar depressa. – Disse o médico para nos encorajar.

- Obrigada, a sério, muito obrigada! – Disse ao médico. O Jasper também agradeceu. Depois de sabermos da Amber, a Esme e o Carlisle tiveram de ir embora. Pedi para eles levarem a Liv. Ela ficava melhor com eles do que no hospital. Como sempre, eles mostraram-se disponíveis. Tinha muito que lhes agradecer. Quando nos permitiram, fomos ver a Amber. Ela já estava no quarto dela no seu sono de princesa. Ainda não tinha acordado, desde que entrara no hospital. Sentia falta da voz dela, do riso dela. Sentia falta dela e estava desejosa que ela acordasse e falasse comigo. Ainda continuava a receber oxigénio mas os médicos e as enfermeiras diziam que estava tudo bem com ela e eu estava um pouco mais descansada. Acabei por adormecer na poltrona ao lado da cama da Amber, devido à exaustão. Tinha dormido pouco nos últimos dias.