Comecei a ouvir a minha princesinha a correr. Ela devia ter acordado e estava a vir para o meu quarto.

Passados dois anos de ela ter nascido, consegui alugar uma casa maior. Ela precisava de espaço para poder brincar e de um quarto para si, o que o outro apartamento não proporcionava.

Ouvi-a a abrir a porta do meu quarto e a saltar para a minha cama.

- Bom dia! – Disse a Amber sorridente ao meu lado.

- Bom dia, querida!

- Tenho fome, mamã! – Resmungou ela.

- Ok, anda que a mãe vai preparar o pequeno-almoço.

- Eheh! – Disse ela visivelmente contente. – Podes fazer panquecas? – Perguntou-me ela com aquela expressão no rosto que eu não conseguia resistir.

- Posso, princesinha.

Ela foi aos pulinhos até à cozinha e sentou-se numa das cadeiras. Comecei a cozinhar as panquecas, comida que ela adorava. Quando acabei, pus-lhe um prato à frente cheio de panquecas e ela comeu-as todas. Depois de ela comer, vesti-lhe e fomos dar uma volta. Era Inverno e estava um pouco de frio. Agasalhei-a bem e levei-a a um parque para ela brincar. Sentia saudades do parque de Portland, eu adorava esse parque.

Passámos a manhã toda no parque. À hora de almoço, voltámos para casa. Fiz o almoço e comemos as duas. Passámos a tarde em casa. A Amber passou a tarde toda a tossir. Devia estar a ficar constipada.

Mal acabou de jantar, a Amber foi dormir. Aproveitei para ler um livro. Por volta da meia-noite só oiço a Amber a tossir. Fui ter com ela e ela estava acordada, com a sua mãozinha na boca a tossir.

- Então, querida? O que se passa? – Perguntei-lhe carinhosamente, acariciando o seu rosto.

- Não consigo dormir, por causa da tosse - Disse ela. Saí do quarto dela e fui buscar um medicamento à casa de banho. Dei-lhe para aliviar a tosse e depois fiquei com ela até que ela adormecesse outra vez.

Quando ela voltou a adormecer, saí do quarto dela sem fazer barulho e fui deitar-me.

No dia seguinte, acordei por volta das dez da manhã. Levantei-me e fui tomar um banho.

No banho, lavei o corpo e depois desembaracei bem o meu cabelo. Estive uns cinco minutos para consegui desembaraça-lo todo. Quando acabei, saí da banheira e enxuguei-me e vesti uma roupa simples para andar por casa.

Antes de ir para a cozinha, passei pelo quarto da Amber para ver como é que ela estava. Abri a porta, tentando não fazer barulho. Ela ainda estava a dormir. Ainda tossia e parecia que estava com dificuldade em respirar. Fui para o pé dela. Fiquei durante uns minutos ao pé dela, passados uns minutos pareceu que ela começou a respirar melhor. Levantei-me e saí do quarto. Fui tomar o pequeno-almoço. Quando acabei de tomar o pequeno-almoço, a Amber acordou. Tinha um aspecto cansado. Dei-lhe o pequeno-almoço.

Durante um mês, ela continuava com os mesmos sintomas. Muita tosse durante a noite e da parte da manhã, por vezes tinha dificuldade em respirar. Muitas vezes ela dormia muito e acordava com um aspecto cansado. Tinha que marcar uma consulta no pediatra dela.

Hoje passámos o dia todo em casa. Ela esteve a brincar sozinha com os seus brinquedos e eu estive à procura de emprego no jornal. Tinha de pôr a Amber num jardim-de-infância e ir trabalhar. O dinheiro já não estava a chegar para o mês todo. Já estava a ter sérias dificuldades. Passei a tarde toda à procura de emprego.

Por volta das seis, a Amber chega ao pé de mim um pouco aflita.

- O que foi, princesinha? – Perguntei preocupada.

- Não consigo respirar bem… - Disse ela aflita. Ela não estava mesmo a conseguir respirar. Peguei nela, calcei-lhe os sapatos e vesti-lhe o casaco. Fui com ela para o hospital. Ela tinha de ser vista por um médico.

Cheguei ao hospital em quinze minutos. Fomos para as urgências. Não demoramos muito a ser atendidas, a Amber estava pior. Ela já chorava e eu tentava acalmá-la. Depois de estarmos alguns minutos à espera, uma das enfermeiras mandou-me entrar para uma sala. Expliquei tudo à médica e ela ouviu atentamente. Depois de a médica ouvir-me, foi examinar a Amber. Ela já estava um pouco mais calma.

- Vou mandá-la fazer uma radiografia ao tórax só para confirmar as minhas suspeitas.

A médica mandou-nos ir fazer já a radiografia ao tórax. Ficámos, meia hora à espera para conseguir faze-la. A Amber já estava extremamente cansada. Depois de fazer a radiografia, tivemos que esperar que a médica nos atendesse outra vez para dizer o que é que a Amber tinha.

Depois de ela atender umas três pessoas, atendeu-nos.

- A Amber tem asma persistente moderada. Tem de ter cuidado com ela. Vou-lhe receitar medicamentos e tem de lhe dar todos os dias ok? É uma bomba e é fácil de usar. Não se pode esquecer de lhe dar a medicação. Ela não deve estar em contacto com sítios que tenham muita poluição e muita humidade. – Começou a médica.

- Mas isso é grave? – Perguntei preocupada.

- Se não tiver cuidado pode ser, mas a asma é uma doença que se pode controlar e vamos fazer de tudo para que não aconteça nada. – Disse a médica.

- Sim.

- Vou-lhe receitar os medicamentos e vai ali à farmácia levantá-los.

Mal a médica acabou de nos atender, fui à farmácia. Neste momento não importava o dinheiro. Não importava quanto é que custava o medicamento. Eu tinha de o comprar para a Amber conseguir ficar melhor. Depois de estar um bom tempo à espera de ser atendida na farmácia, eles deram-me o medicamente e eu fui-me embora para casa. A Amber tinha de descansar.

O caminho de volta para casa demorou cerca de outros quinze minutos. A Amber adormeceu pelo caminho. Quando chegámos a casa, levei a Amber para dentro de casa, vesti-lhe o pijama e deitei-a. Fiquei um pouco com ela e depois fui deitar-me.

No dia a seguir, ficámos em casa também, não queria arriscar que a Amber ficasse pior. Encontrei um anúncio que pedia uma empregada para uma loja de roupa mas era em Portland… Mas pagavam tão bem para uma empregada de loja e estava numa área que eu gostava, moda. Se ficasse no emprego tinha de me mudar para Portland. Tinha de pensar, se me iria mudar para lá ou não. Por enquanto, apenas telefonei para a loja para saber se ainda havia vagas ou se a vaga já estava preenchida. Atendeu-me uma mulher com o tom de voz um pouco esganiçado. Tinha uma voz jovial e simpática. Ela disse-me que a vaga ainda não tinha sido preenchida e que podia fazer a entrevista daqui a duas semanas que era quando estavam a marcar todas as entrevistas.

Fiquei a pensar nesta proposta. Era uma grande proposta de emprego. Eu tinha a certeza que me ia safar bem e ganhava-se mesmo bem. Tinha de ir fazer a entrevista.

Continuei a ver o jornal a para ver se havia mais anúncios de ofertas de emprego para a área de Portland. Havia para mais empregadas de lojas, empregadas de cafés, secretárias. Tentei marcar entrevista com os que me interessavam. Estavam todas marcadas praticamente para a mesma semana.

Com isto, tomei inconscientemente a decisão que ia voltar para Portland. Cheguei à conclusão que valia a pena voltar para a cidade onde eu nasci e a cidade que eu simplesmente adorava. Não importava os meus pais e a minha irmã, nem o Jasper. Tinha de ultrapassar essas coisas. Tinha de ser forte para a minha princesinha. Ela teria condições de vida muito melhores em Portland. Lá era tudo menos poluído e tinha um clima agradável. Tinha muito menos confusão do que aqui em Seattle.

Comecei a ver casas com dois quartos para alugar. Encontrei várias a um bom preço mas havia uma que tinha um preço acessível e que me chamou a atenção. Telefonei para o número que estava no jornal para saber se a casa ainda estava disponível. Eles disseram que sim e que eu poderia ir ver a casa para a daqui a dois dias. Estava contente e nervosa ao mesmo tempo por estar a voltar para Portland.