Eu não sabia de absolutamente nada sobre quando os meninos iriam sair do labirinto, para mim os dias pareciam eternos, já para a Cruel simplesmente era uma diversão continuar nos mantendo sobre o controle deles.
Constantemente fechava meus olhos, e as memórias passavam como um filme, Ben, Gally e Newt, as pessoas mais importantes da minha vida, tinha perdido um para sempre e sem conseguir me despedir.
No momento eu já não entendia o que estava acontecendo, estava voltando pelo o mesmo caminho quando chegamos, aquela sala, as cortinas, elevador,o corredor, o quarto 10, era tudo familiar. O capuz preto dificultava de enxergar meu rosto, mas porque eu estava fazendo aquilo? Uma raiva inexplicável surgia dentro de mim, meu pensamento era voltado para uma única pessoa, Teresa.
Evitei que meus pensamentos viessem à tona, quando percebi já estava do lado da Ava, deixei de encarar o chão e passei a tentar identificar as pessoas ao meu redor, era uma quase impossível se eu não olhasse para o meu lado esquerdo e visse a pessoa que tinha acabado com a minha vida.
As palavras que os outros ao meu redor se tornaram-se cada vez mais baixa e difícil de entender, não esperei por muito tempo e empurrei a Teresa para o chão, a mesma ficou surpresa com minha atitude, não me importei muito, algo dentro de mim tentava controlar aquela situação, mas eu não conseguia era algo maior do que eu.
— Evy, o que você está fazendo? - sussurrava uma voz no fundo.
— ELA TEM QUE MORRER - gritei com todas as minhas forças.
Alguém me arrastou para longe, eu tentava me soltar de uma forma inútil, e por um momento aquele sentimento de alguém me comandando desapareceu. Minhas pernas fraquejaram e logo eu estava sentada no chão. Newt estava na minha frente, com aquele seu olhar preocupado, sorri de canto e ele retribuiu.
— Muito bom te ver maninha - falou me ajudando a levantar.
Estava prestes a responder mas a cena que Newt tentava evitar de me mostrar, estava bem a minha frente, agora com toda a nitidez possível eu via Gally no chão e Chuck do outro lado já sem vida.
— Não - sussurrei - não pode ser!
Coloquei minha mão sobre meu rosto a fim de evitar imaginar meu mundo sem ele, mas era impossível, as lágrimas vieram junto com os soluços, a sala ficou em um silêncio extremo que era possível escutar a respiração ofegante de cada um ali, tudo o que planejamos tinha sido em vão, cada momento vivido agora não se passava de memórias, cada abraço, beijo, sorriso, risadas, sonhos, medo, conversas, brigas, o namoro não existia mais.
As lembranças começavam a surgir, como se eu realmente estivesse revivendo cada uma delas, desde o primeiro dia na clareira a forma que nos entreolhavam mesmo sem conhecer um ao outro, nossa primeira conversa no cair da noite, o apelido que no começo odiava mas passei amar ao decorrer do tempo, éramos feito um para o outros.
Todos os olhares eram voltados para mim agora, eu ainda tentava entender como aquilo tinha acontecido, Thomas tinha uma expressão culpada e segurava a mão da Teresa como se ela fosse o salvar de algo.
Não demorou muito para que outras pessoas chegassem, dei um passo para trás encostando minhas costas na parede fria, um homem se aproximava.
— Não temos tempo pra explicar o que está acontecendo, apenas venha comigo e corram como se a vida de vocês dependesse disso.
Ele fez um gesto para que seus companheiros os seguissem, os clareanos saíram desesperados do lugar, Newt começou a andar mas eu não movi nenhum passo.
— Evy, dessa vez não temos escolhas a não ser ir junto com eles.
— Eu tenho, e não vou - afirmei decidida.
Ele respirou fundo, pareceu frustrado por um momento, mas logo se acalmou revelando o Newt que eu conhecia.
— E então eu também não vou. Não tem nada para nós aqui Evy, você sabe muito bem disso, não adianta se fazer de valente querendo ficar, eu sou teu irmão e confesso que não está sendo fácil para mim te ver desse jeito, nossa única esperança agora é se juntar a eles.
Eu não estava preparada para o que viria a seguir, segurei em sua mão mas nenhuma única palavra saiu de minha boca ele entendeu o gesto e começou a me guiar para fora daquela sala, tentei evitar de olhar para trás, afinal uma parte de mim ainda estava ali.
Não demorou muito para que começássemos a escutar as vozes dos clareanos cada vez mais próxima. Sair dali era um problema, horas subidas outras descidas, corredores estreitos, portas e mais portas, estava preste a desistir quando fora aberta a última porta que nos levava a vida nova.
O céu estava tomada pela escuridão, ao mesmo tempo a chuva intensa não dava sinais que iria parar tão cedo, disseram para continuarmos, aquelas gotas morna caia sobre minha pele mas tínhamos que chegar no ônibus, essa era a ordem.
Quando cheguei no ônibus já estava encharcada, percebi o quão eu estava exausta naquele momento, não queria conversar com absolutamente ninguém, aquele sentimento de angústia ganhará espaço na minha vida. Me deitei em um dos bancos e fechei meus olhos talvez eu não sonhasse com o Gally.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.