My Dear Babysitter - Concluída

Passeio em família - Parte 2


P.O.V Do Freddie

Trocamos a Hannah, bem, quer dizer... A Sam fez todo o trabalho, apesar de ter se atrapalhado um pouco enquanto retirava a fralda suja da minha bebê. Após limpar e perfumar a minha princesinha, voltamos para o parquinho. Sam voltou a sentar no banco com Hannah no colo, Noah estava com o rosto corado, os pés sujos e com areia espalhada pelo corpo. Nunca tinha visto o meu filho tão sujinho e todo empolgado, se minha mãe estivesse ali, com certeza teria um treco. Mas o trabalho de limpá-lo depois valeria a pena.

— Papai, podemos tomar sorvete? - Ally apontou para o trailer vermelho, era uma mini-sorveteria em formato de Food-Truck.

— Claro, amor. - Concordei. - Que sabor você gosta? - Perguntei para a Sam.

— Qualquer um. - Abriu um sorrisinho dando de ombros.

— Não tem nenhum sabor preferido? - Indaguei.

— Creme com biscoito, cobertura de chocolate. - Respondeu.

— Pai? - Ally puxou a minha camisa impaciente. - Vamos logo! Quero sorvete! - Me apressou.

— Não puxa a minha roupa, se comporte filha. Vamos? - Me virei para o Noah que coçava a cabeça, devia ser toda aquela areia impregnada nele.

Minha filha caçula pulava no colo da babá, fazendo biquinhos e balbuciando naquela linguagem de bebês. As mãozinhas enroscadas nos cachos da loira, Sam apenas ria enquanto tentava desviar as mãozinhas afoitas do cabelo. Hannah sorria e soltava risinhos agudos, se divertindo às custas da babá.

Meus filhos me seguiram até o trailer vermelho grafitado. Sorvetes coloridos desenhados. Letras grandes e amarelas. A mini-sorveteria ambulante se chamava Darlly's Cream.

— Boa tarde! - Saudei o rapaz que usava boné azul e óculos grandes arredondados.

— Boa tarde. Bem-vindos ao Darlly's Cream, o que deseja, senhor? - O atendente abriu um sorrisão, parecia espontâneo e não ensaiado.

— Sorvete! - Meu filho pulou empolgado enquanto segurava a minha mão.

— Qual sabor você gosta, rapazinho? - O rapaz se curvou apoiando as mãos no tampão de lata.

— Chocolate com cobertura de caramelo! - Noah saltitou ao meu lado.

— E você, mocinha bonita? - O simpático atendente virou para a minha filha.

— Tem sabor Oreo com chocolate branco? - Ih, ela só gostava de sabores sofisticados e de sorvetes com marcas famosas.

— Só temos sabores tradicionais, lindinha. - Sorriu sem jeito.

— Pode ser de morango para ela. Vou querer mais dois, um de creme com biscoito e um Napolitano. - Fiz os pedidos.

— Mas eu não quero esse, papai! - Ally bateu o pé, raivosa.

Apenas lhe lancei um olhar "Fica quieta, mocinha!". E ela logo se calou e ficou emburrada. Onde foi que eu errei? Por quê minha filha tinha que ser tão mimada?

[...]

P.O.V Da Sam

Freddie vinha segurando duas casquinhas, sorridente. Noah vinha ao seu lado já todo lambuzado, e do lado esquerdo estava a Ally, que segurava o sorvete enojada, a familiar expressão emburrada estampava seu rostinho bonito. Assim que Hannah avistou o pai e os irmãos, começou a saltitar em meu colo, estendendo as mãozinhas.

— Aqui está o seu. Creme com biscoito, certo? - Me entregou a casquinha com duas bolas cremosas com granulados coloridos e calda de chocolate.

— Obrigada. - Agradeci.

Suspendi o meu sorvete quando a pequena agitadinha em meu colo tentou alcançá-lo com as mãozinhas afoitas. O moreno riu e sentou ao meu lado, e Noah sentou perto dele, o sorvete derretido escorria pelo queixo do pequeno que dava pequenas e longas lambidas nas bolas de chocolate.

— O que ela tem? - Perguntei em voz baixa.

— O mesmo de sempre. - Ele suspirou e enfiou uma daquelas colherzinhas vermelhas de plástico no sorvete colorido.

Eu ri o observando dar pequenas colheradas para a bebê. Após dar sorvete para a caçula, a limpei enquanto ela batia palminhas e pulava em minhas coxas. Ele tomou o resto do sorvete, já aguado que escorria pela casquinha, sujando os seus dedos e até o queixo bem barbeado.

— Do que você está rindo? - Me olhou abismado, eu dei mais uma mordida na minha casquinha, faltava pouco para eu terminar.

Ally olhou para o pai e acabou rindo também, assim como o irmão que já tinha terminado o sorvete. O dela parecia todo derretido, em nenhum momento a vi colocar na boca. Como uma criaturinha podia ser tão birrenta?

— Não quero mais, papai! - Ela empurrou o cone já amolecido e as bolas cremosas todas derretidas para o Freddie.

— Filha, você não deveria estragar os alimentos, já conversamos sobre isso e...

— Compra algodão-doce, pai! - Pediu o interrompendo.

— Eu também quero! - Noah saltou do banco. Eu já tinha limpado ele com a toalhinha.

— Você estragou o sorvete, não sei se...

— Por favor! Por favor! Por favor! - Implorou a garota fazendo uma daquelas carinhas fofas.

— Está bem. - Cedeu. - Compra para o seu irmão também. - Deu dinheiro para ela.

— Ah, não, papai! Tudo ele quer, ele fica invejando! - Ela protestou.

— Não seja egoísta, Alyson, ele é seu irmãozinho. - Avisou.

Ela bufou e foi até o vendedor batendo o pé, deixando o pequeno choroso para trás.

— Venha aqui, Nonoh. - O chamei.

Hannah estava brincando com os meus cachos. Noah sentou ao meu lado e encostou a cabecinha em mim. Olhei para o Freddie que ainda estava com o queixo lambuzado.

Deixei escapar uma risadinha.

— O que foi? - Ergueu uma das sobrancelhas.

— Está sujo aqui. - Estiquei a mão com um lencinho para limpá-lo, me aproximando dele.

Nossos olhares se encontraram, logo desviamos, ambos sem jeito com a nossa proximidade.

[...]

— Você está feliz, não é? Há quanto tempo não se sentia assim? Curtindo com as crianças? - Perguntei quando Noah e o Freddie se cansaram de fazer bolhinhas de sabão.

Também fiz para a alegria da bebê.

Enrosquei a tampinha do frasco vermelho. O conteúdo já estava pela metade.

— Realmente não sei... - Sentou ao meu lado. - É muito bom poder relembrar esses momentos com eles, Melissa e eu costumávamos... - Ele se calou e seu sorriso bonito sumiu. - É, faz tempo que eu não me sentia assim e nem via meus filhos tão felizes. - Enguliu em seco.

Noah brincava com os novos coleguinhas. Até a Ally havia se enturmado com um grupinho de garotas brincando de pular corda e amarelinha.

Fiz carinho nos cabelos finos e macios de Hannah. A bebê tinha acabado de pegar no sono.

— Que bom que estejam se divertindo. - Falei.

Apesar de não fazer parte da família, eu me sentia confortável com eles, e me sentia feliz por eles. Nunca pensei que me apegaria aquela família com tanta facilidade.

O seu filho veio correndo até nós, estava com o rostinho corado pela correria.

— Pra você, tia Sam! - Estendeu uma pequena flor laranjada com o botão rosado, o caule fino estava torcido, ele devia tê-la arrancado com força.

— Obrigada, lindinho. - Aceitei apesar de não curtir flores, embora tivesse sido um gesto fofo e adorável.

Ele saiu correndo, voltando a brincar com os coleguinhas.

Uma criança tão inocente havia acabado de me presentear com uma florzinha. Me senti muito especial naquele momento. Quando notei o Benson me encarando, dando aquele sorrisinho de lado, senti minhas bochechas arderem.

— Se me permite. - Ele apanhou a flor da minha mão com cuidado e a levou até o meu cabelo, prendendo-a atrás da minha orelha esquerda, enfeitando meus cachos. - Bem melhor. Ficou linda. - Elogiou.

Devo ter corado da cabeça aos pés. Eu não sabia se ele falava de mim ou da flor.

— Obrigada. - Agradeci do mesmo jeito.

Aquele brilho no seu olhar tinha aumentado. E naquele momento, eu desejei que nunca se apagasse.

[...]

P.O.V Do Freddie

— ALLY! NOAH! - Gritei chamando as crianças.

Além de brincarem bastante e se sujarem, meus filhos me fizeram comprar pipoca, balões em formato de bichinhos e todo o doce que algum vendedor passava oferecendo.

E é lógico que não dava para negar, e só naquela tarde me permiti mimá-los um pouquinho.

Já estava anoitecendo. As pessoas, principalmente os pais já estavam indo embora do parquinho. Logo aquele local de lazer seria o palco romântico para jovens e casais de namorados. O primeiro vendedor de Maçãs do amor surgiu com seu carrinho.

Sam levantou ajeitando a minha caçulinha no colo.

— DEPRESSA, CRIANÇAS, NÓS JÁ VAMOS! - Tornei a gritar.

Chequei as horas. 18h:55min. Estávamos ali já fazia um bom tempo.

Ambos correram até a mim, desaprovando a ideia de irmos para casa.

— Ai, não, papai... Choramingou minha filha.

— Temos que ir, filha. Já está ficando tarde! - Falei.

Noah abriu um berreiro.

— Sinto muito, filhão! - O peguei no colo, ignorando o fato de ele estar imundo, grudento e suado.

— Podemos vir outro dia, não é Freddie? - Sam tentou animá-los.

Hannah acordou com a choradeira do irmão, logo se dispôs a chorar também.

— NÃO! - Alyson soltou um grito alto e agudo, raivosa.

Estava uma mil maravilhas até chegarmos na hora de irmos embora. Fim da diversão. Os pais se tornam chatos. E a choradeira dura o caminho todo até chegar em casa... É, essa é a realidade de nós, os pais...

— Me desculpe por isso. - Sorri sem jeito para a minha babá.

— Tudo bem. Até que foi divertido. - Ela sorriu.

Tinha razão... A nossa tarde foi bem legal, tirando os trancos e os barrancos. As crianças davam trabalho, mas tudo valia a pena.