“–Eu senti tanto a sua falta, Erik…

Erik se aproximou, encostando a testa na dela. Os dois fecharam os olhos ao mesmo tempo, e Anna roçou seu nariz contra o dele. As mãos deles foram automaticamente para a cintura dele, puxando-a pra perto, colando cada centímetro de seus corpos. Seus lábios se aproximaram até se tocarem. Foi como se fosse o primeiro beijo deles, fogos de artifício fictícios tocando como trilha sonora no fundo da cena. Calor emanava de seus corpos e seus gestos exalavam a necessidade que tinham um do outro naquele momento. As mãos de Anna logo passaram a explorar o peito de Erik, parcialmente exposto pelos botões abertos da camisa enquanto ele começou uma luta contra os laços que prendiam a camisola que escondia o corpo dela de seus toques famintos. Enquanto Erik a despia, ele sentia que estava redescobrindo o corpo dela, como se fosse a primeira vez. O corpo dela estava mudado. Os seios estavam maiores, provavelmente por causa da gravidez, mas o resto do corpo dela estava extremamente magro. Ele não se lembrava de já tê-la visto daquele jeito qualquer outra vez. Quando as roupas dos dois já tinham sido arrancadas de seus corpos, ele começou a traçar um rastro de beijos por todo o seu corpo. Precisava mostrar para Anna que ela era amada e que nunca precisaria passar por nada sozinha. A menina gemia constantemente, tendo se esquecido de como era sentir os toques dele em seu corpo, acelerando seus batimentos cardíacos, irregularizando sua respiração.

–Erik – ela gemeu -, eu preciso de você.

Ele assentiu e os dois gemeram quando seus corpos se uniram em um só.

Finalmente, os dois estavam em casa.”

Erik acordou devagar, com preguiça demais até para abrir os olhos. Foram precisos alguns instantes para que ele se lembrasse dos acontecimentos anteriores, e um sorriso se formou no seu rosto sonolento. Estranhando por não sentir o calor de Anna por perto, seus braços se esticaram à procura do corpo míudo de sua menina, em vão. Ele fez uma careta e abriu os olhos, que demoraram um pouco para se acostumar com a claridade do quarto. Ela não estava lá.

–Anna? – Erik chamou.

Ele observou o ambiente ao seu redor, pensando em onde ela poderia estar. A porta do banheiro estava entreaberta. Talvez ela estivesse lá. Provavelmente voltaria logo, ele pensou. Mais algum tempo se passou, e Erik começou a achar que talvez ela não estivesse lá. Estava demorando demais.

Erik se levantou, procurando por suas calças, vestindo-as e andando em direção ao banheiro. Como não conseguia ver muita coisa pela fresta entre a porta e a parede, ele tomou a liberdade de entrar.

A cena que o aguardava não era bem o que ele esperava. Sentada, com as costas apoiadas contra os azulejos frios do banheiro, vestindo apenas a camisa dele, o rosto escondido nas mãos.

–Anna? Está tudo bem? – ele perguntou, preocupado, indo se ajoelhar ao lado dela imediatamente. A menina se assustou, levantando o rosto das mãos e arregalando os olhos por um momento, até se acalmar novamente. O rosto dela estava preocupantemente pálido. –O que aconteceu?

–Eu tô bem. – ela murmurou, desviando o olhar dele, olhando para o próprio colo.

–Você não parece nada bem, Anna. - Erik colocou a mão sobre o rosto dela, checando se a temperatura estava exageradamente alta. Ficou satisfeito ao observar que ela, pelo menos, não estava com febre. –O que aconteceu? – ela ficou quieta e fez uma careta, sem querer falar. –Anna, fala comigo! Eu tô preocupado.

–Tá tudo bem, Erik. Não foi nada. – ela tentou dar um sorrisinho de lado para garantir que não havia nada de errado.

–Jura? Você sabe que pode me falar qualquer coisa, certo? – ele passou um braço em volta dos ombros dela, puxando-a para perto.

Anna suspirou.

–Eu sei… É só que eu não tenho me sentido muito bem ultimamente. Não tenho conseguido comer nada sem ficar enjoada e acabar vomitando depois. Eu estava enjoada, por isso vim pra cá. Mas, aparentemente, era alarme falso.

–E por que você não me falou logo?

–Eu não quero que você fique se preocupando comigo. – ela disse, abraçando a cintura dele e apoiando a cabeça em seu peito.

–Mas por quê? – Erik acariciou o cabelo dela, com o cenho franzido.

–Por causa de Christine. Ela está grávida, provavelmente precisa de mais ajuda do que eu.

–Que bobagem, Anna. – Erik fingiu não saber que ela também estava grávida, com o coração apertado - Você está doente e elá está só no começo da gravidez. Sem contar que aquela víbora não merece minha ajuda. – ele disse, tirando uma risada da menina em seus braços.

–Bom, isso é verdade… Mas é seu filho dentro dela, então você vai ter que ajudar mesmo assim, Erik.

–Eu sei. – ele suspirou. –Eu sinto muito por tudo isso, Anna, queria não ter causado toda essa confusão.

–Tudo bem, Erik. Não tem importância. – Anna o abraçou com mais força. Ele a puxou para seu colo, e ela prendeu as pernas em volta dele, rindo. - Quanto tempo mais você acha que pode ficar aqui comigo? Ela não vai ficar brava?

–Brava ela já deve estar, mas não tem problema eu levar uma bronca se for pra ficar com você. - ele riu.

Anna sorriu e o beijou, entrelaçando os dedos com o cabelo dele, enquanto as mãos dele foram para o quadril dela, puxando-a mais para perto.

–Eu te amo, Anna.

–Eu também te amo, Erik.