Murmúrio

Perdida na Escuridão


Haviam apenas algumas noites desde a morte de Hank. Por um lado eu estava aliviada, por outro totalmente abalada. Eu ainda não havia parado pra pensar no que seria daqui pra frente, no que eu teria que governar e lutar.
O braço de Patch estava ao meu redor, sua perna jogada sob a minha. Meu Deus. Eu estava na cama dele. Aos poucos flashs da noite passada vieram em minha mente, as carícias, o calor, as sensações que iam e viam, eu podia jurar que Patch sentiu o mesmo.
Virei-me aos poucos para observá-lo, ele gemeu. Um sorriso brincava em seus lábios, seus cabelos despenteados caiam sobre os olhos. Ele poderia estar mais bonito?
Acompanhei a linhas de seu tórax com as pontas dos dedos e quando me dei conta, um par de olhos negros como a noite me observavam.
- Sabe, eu nunca imaginei que você ficaria tão bem na minha cama. - Sua voz estava rouca, sensual e calma.
- A noite passada… - Comecei, e lembrei dos deslizes que cometi devido minha falta de experiencia. Droga.
- Foi a melhor da minha existência. - Completou ele. Puxando-me para o seu colo.
- Patch… não minta. - eu disse, como se lamentasse.
- Anjo? - Ele estava sério. - O que vou ter que fazer? Não acredita? Eu amo você. Você é minha, eu sou seu. A noite passada está guardada aqui. - Ele puxou minhas mãos para o seu coração.
Eu não respondi, minha garganta estava seca, meu corpo dolorido mas satisfeito.
Patch se levantou. Meu Deus. Ele estava nu. Imagens de sua queda dançaram em minha mente… estava tentando encontrar uma forma de parar de encará-lo.
- Quer tomar um banho, anjo? - Ele riu maliciosamente.
- O que? - O que ele havia acabado de dizer?
- Um banho, anjo. Como você diz: Água quente, xampu e sabonete. - Eu ri, e puxei os lençóis negros sob meu corpo, e acabei descobrindo que estava nua também.
- Vamos… - Eu já não estava mais respondendo pelo meu corpo. Patch estava apoiado na porta do banheiro, segurando toalhas negras e óleos raros. Parecia convidativo, mas o que mais me chamou atenção foram os seus olhos, que estavam como uma piscina negra de areia movediça.
” Deixe de ser covarde, Nora” uma vozinha gritava na minha cabeça. Levantei-me. Sem lençol nem nada. Apenas eu e minha suposta coragem.
Eu podia ver o desejo inflamando os olhos de Patch, seus músculos estavam tensos, mas sua boca relaxada… convidando-me para mais e mais.
E foi isso que eu fiz, mergulhei naqueles olhos negros que me puxavam.Acompanhei cada linha de seu corpo até chegar em sua boca, que me puxou para mais fundo.
E ali estávamos nós, enquanto os óleos e as toalhas caiam no chão, o calor de meu corpo apenas aumentava, e pela primeira vez eu queria me perder na escuridão. Eu não me importaria, não estava sozinha,estava segura em seus braços, o único lugar do mundo em que não me importaria de jamais sair.