Murmúrio

Dia das Bruxas - Parte IV


Eu nunca pensei que um dia iria beber tanto. Vee trouxera todo o tipo de bebidas e depois que elas acabaram fomos até o bar. O zorro havia sumido.
- Baby… - Vee ria como doida. - O que acha de mais uma bebidinha? - Ela passou os dedos em minha boca.
- Acho demais. - Ri também. Bêbadas, estávamos bêbadas. Uma vozinha na minha cabeça gritava ” Nora, pare.” mas a voz dominante urrava ” Vá em frente, garota”
Peguei um copo de uísque e virei de uma vez só, pensei que meus pulmões fossem explodir comecei a tossir, mas logo meus dedos encontraram outro copo. Eu estava prestes a levantá-lo novamente quando alguém o tirou de minhas mãos.
- Ah, qual é? - Eu disse, fazendo beicinho. - Oh, olá Sr. Zorro.
Ele riu, mas logo voltou a ficar sério. Muito sério.
- Por que esta bebendo tanto? - Ele pegou meu rosto entre as mãos.
- Meu namorado… hm… - Comecei a rir. - Saudade…entendeu?
Comecei a rebolar e peguei um coquetel de frutas que o barman havia acabado de colocar sobre o balcão.
Ele levantou a mão para pegar.
- É sem álcool. - Eu disse. - Eu… hum… conheço você, Sr Zorro.
- Não. - Ele abaixou o rosto, estava tentando evitar contato visual comigo.
- Conheço simmm… - Falei, rodando os botões abertos da camisa dele. - Eu não me esqueceria nunca de uma pessoa como você. Tem namorada?
- Tenho. - Ele disse sorrindo.
- Entendi. - Levantei minha bebida para cumprimentá-lo e sai andando. Mas ele me segurou pelos ombros.
- Ainda não, anjo. - Ele disse, jurei ter visto ele mordendo sua língua depois.
- Me chamou do que? - A vozinha que antes permanecia escondida agora gritava, estérica. ” Largue esse copo, Nora”
- Anjo. - Ele parecia nervoso. - Não é a sua fantasia?
Não respondi, dei um beijo em sua bochecha. Sua boca cheirava a Cherry Coke. Depois sai andando e dessa vez ele não me impediu.
Encontrei Scott, Josh e Vee. Que nojo eles estavam se beijando.
Scott sorriu pra mim, pegou minha mão e me puxou para mais perto.
- Mary Jane. - Ele fez uma reverência.
- VIrou homem - aranha, Scott? - Eu ri, descontroladamente.
- Tanto faz, desde que você seja minha. - Ele me puxou para si. Pensei que fosse atravessar seu corpo pela pressão. Seus braços percorriam todo o meu corpo, coxa, barriga, pescoço. Ele puxou meu queixo e desceu sua boca na minha. Sua língua era macia, mas sua boca tinha um completo gosto de álcool. Empurrei seu peito.
- Pare, Scott. - Eu rosnei.
- Ah, qual é, Grey.- Ele estava me puxando novamente.
Um barulho. Olhamos todos diretamente para o bar. O zorro havia quebrado um copo com a mão? Doideira minha, ele devia ter derrubado.
Scott voltou sua boca para o meu decote, a náusea tomou conta do meu corpo.
Me desprendi de suas mãos e corri para o banheiro no andar de cima.
Abri a porta e não havia ninguém, lavei o rosto e as mãos, mas não adiantou. Corri para o vaso e despejei tudo o que estava me fazendo mal. Eu podia jurar que ouvi a porta abrir.
- Tem alguém ai? - Falei.
Não houve resposta.
Dei descarga e levantei. Segurei meus cabelos atrás da cabeça, e usei uma pasta de dente que tinha na pia para limpar minha boca, bochechei diversas vezes até minha boca está completamente com gosto de menta. Quando levantei os olhos no espelho o Zorro estava me encarando.
- Epa… - Eu disse. - Já vou sair e você pode usar.
Tentei não fazer contato visual, mas ele trancou a porta e me encarou por bastante tempo.
- Não beba mais, por favor. - Ele parecia irritado. - Tome isto. - Ele me deu um grande copo d’água. E eu bebi.
Tentei ultrapassa-lo para abrir a porta, mas ele me prendeu contra ela com seu corpo.
- Ainda não. - Ele apoiou as duas mãos na parede, uma de cada lado de minha cabeça. - No que estava pensando?
Ele me encarava com aqueles olhos negros.
- Nisso. - Eu disse. E pressionei meus lábios nos seus, estavam doces e ainda tinham gosto de refrigerante. Ele segurou minha cintura e retribuiu meu beijou, aproveitei e tirei as asas. Ele nos girou e me levantou. Eu estava sentada em cima da pia.
Retirei sua máscara e voltei a beijá-lo.
- Acha que eu iria resistir? - Eu ri e comecei a abrir sua blusa. Sua boca estava em meu pescoço. - Eu senti sua falta, Patch ou devo dizer Sr. Zorro?
Ele riu e voltou a me encarar, o peito nu exposto., estava difícil me concentrar com aquele Deus seminu em minha frente.
- Não mais que eu, Anjo. - Ele acompanhava as rendas do meu decote com a ponta dos dedos. - Eu estava sempre a um passo de você. Eu vi e ouvi tudo. - Pensei no beijo de Scott. - O desejo de Scott por você e acredite ainda vamos ter uma conversa.
Eu apenas o encarei com a cabeça encostada na parede, tínhamos todo o tempo do mundo.
- No dia do Bordeline… - Comecei.
- Eu estava lá. - Ele baixou os olhos. - E nunca me senti tão mal em toda a minha existência, ter que ignorar você? Isso é demais para mim, anjo.
- Não importa. Agora você está aqui. - Envolvi sua cintura com as minhas pernas e o puxei mais para perto. Levantei minha boca e comecei a beijar seu pescoço.
- Anjo… - Ele estremeceu ao meu toque. - Você sabe que está magnifica? Eu simplesmente amei essa fantasia.
- É mesmo? - Sussurrei em seu ouvido.
- É mesmo. - Ele respondeu. - Mas sabe o que eu amaria ainda mais?
- Hm? - Eu estava mordendo sua orelha, e eu podia sentir sua pele arrepiada.
- Tirá-la. - Ele disse e eu passei a encará-lo. Seus olhos negros parecia um mar revolto, sua boca entreaberta e as mãos acompanhando cada centímetro do meu corpo.
O calor percorreu meu corpo, senti vontade de me jogar naquela cama negra e puxá-lo juntamente comigo. E era isso que iriamos fazer, agora.
Levantei e arrumei meu cabelo no espelho. Patch estava colocando sua blusa e a máscara.
- Vamos sair daqui, anjo. - Eu podia ver o desejo escorrendo de todas as partes do seu corpo.
Segurei sua mão e comecei a caminhar em direção a saída. Eu pude ouvir os gritos de Scott e as risadas estrondosas de Vee, mas eu não queria saber de nada daquilo. Eu queria poder recuperar todo o tempo com Patch ou devo dizer Sr. Zoro?