Mundos Entrelaçados

Novas aulas e uma revelação 2


POV Harry

Como eu disse, aconteceu uma coisa muito estranha no jantar. Eu, Rony e Percy (até que as pazes foram rápidas) estávamos falando dos testes de quadribol e Dumbledore dá um comunicado inesperado.

–Queria lhes enformar, que por um infortuno acontecimento, alguns dos alunos transferidos não puderam vir juntamente com os outros.- Começou o diretor -Entretanto, conseguimos com que eles viessem hoje, então resolvi avisá-los antes que chegassem para não haver muitas surpresas. Estarão aqui depois do jantar para a Seleção de Casas, obrigado.- Terminou Dumbledore se sentando.

Jason, Thalia, os Stoll, Clarisse e Zoë ficaram confusos, até os novatos das outras mesas ficaram, mas não fazia sentido. Se era pra os outros alunos terem vindo com eles, não deveriam saber disso? Percy era o único novato que parecia entender o que estava acontecendo(NA: Nunca pensei que iria ler isso! P: Poxa, assim você me magoa! H: Continuando...).

–Mais gente?- Perguntou Rony -Pensei que vocês eram os únicos.

–Eu também- Disse Thalia olhando para Percy

–Pois não somos.- Respondeu ele indiferente

Thalia o olhou com uma cara de poucos amigos que dava até medo.

–Sabe de algum coisa Jackson?- Perguntou

–An, Quíron me enviou uma MI ontem a noite, ele não mandou pra vocês?- Perguntou baixo, mas ouvimos

–Não!- Respondeu Connor

–Quem é Quíron?- Perguntei

–É o nosso...- Ele parecia pensar numa resposta plausível -Diretor!

–E o que é MI?- Perguntou Mione

–Um sistema de mensagens trouxas.- Respondeu. Thalia lhe deu um pisão no pé.

–Nunca ouvi falar- Disse Mione

–Nem eu!- Falei

Idiota, Mione é nascida trouxa e eu fui criado por trouxas. Sabíamos que aquilo era mentira, menos Rony, que não sabe nada de trouxas. Por que eles estavam inventando aquilo, não sabíamos, mas íamos descobrir de algum jeito.

O jantar se passou no tempo normal, mas parece que os outros americanos chegaram meio cedo, um pouco antes da sobremesa. Filch entrou correndo no salão e falou com Dumbledore, depois veio correndo daquele jeito esquisito que parecia estar tendo um ataque na nossa direção.

–O diretor quer falar com vocês na sala dele depois da Seleção!- Disse ele sorrindo assustadoramente e indo embora.

–O que foi que fizeram?- Perguntou Simas

–Executaram o plano sem nós?- Perguntaram Fred e Jorge

–Não!- Responderam Connor e Travis

–Que plano?- Perguntei

–Nada!- Responderam os quatro ao mesmo tempo.

Esperamos só mais um pouco até o diretor se levantar de novo.

–Silencio, silencio!- Todos ficaram quietos -Peço agora que recebam os alunos transferidos da América.- Disse simplesmente. Parecia um pouco estressado e olhava em nossa direção mais que o normal. Comecei a me assustar.

Entraram somente três pessoas encapuzadas no salão. "O que é isso? Entrar nos lugares parecendo um comensal da morte está na moda agora?" Pensei. Falei isso para Rony e Mione, e os dois concordaram em achar estranho aquilo.

POV Narrador

Os americanos entraram deixando o salão inteiro confuso, não era do comum de Dumbledore avisar para o Salão inteiro, quase uma hora antes da chegada, que iriam vir somente três pessoas, mas como ele tinha fama de ter um parafuso a menos, ninguém achou estranho por muito tempo.

Chamavam mais atenção que um grupo grande, apesar de cobrirem seus rostos, os capuzes não escondiam suas expressões de surpresa por completo, dando para perceber que estavam encantados com o castelo. Ao chegarem na frente do banquinho de três pernas, Minerva MacGonagal pegou um pequeno cartão com os nomes. Antes de fala-los, os alunos tiraram seus capuzes.

–Como são poucos alunos, vou chamá-los por ordem de chegada. Dare, Rachel!- Disse a professora, a garota se aproximou.

Ela parecia com Gina, mas seu cabelo era incrivelmente cacheado e rebelde, não usava as vestes da escola, aliás, nenhum deles usava. Estava usando uma roupa que dava dúvidas de ser nascida trouxa ou não, os alunos da Sonserina logo começaram a cochichar(nada contra os Sonserinos).

Grifinória!– Gritou o Chapéu. A garota foi encontrar sua nova família na escola.

–E aí Percy? Pessoal! Como estão indo?- Perguntou

–Bem, parece que você tem parentes aqui- Disse Travis apontando para os Weasley. Eles sorriram bobamente.

–Ora, ora, uma nova Weasley?- Disse Jorge

–Bem vinda irmãzinha!- Falou Fred apertando a mão de Rachel.

–Legal, sempre quis uma irmã!- Disse Gina passando o braço por Rachel como se fossem amigas durante anos.

–E eu nunca pensei ver um clone meu!- Disse Rachel

–Jackson, Teseu!- Disse a professora de novo. Um dos garotos subiu

O primeiro garoto já usava roupas mais para o estilo trouxa, blusa simples, casaco com capuz e calça jeans, mas o que surpreendeu nele, foi a aparência quase completamente idêntica a do irmão, Percy. Cabelos rebeldes, olhos verde-mar, pele bronzeada... só parecia um pouco mais baixo, o cabelo era castanho e o rosto era um pouco mais afilado.

As garotas pareceram ter um ataque de pânico misturado ao de um ataque cardíaco ao verem o garoto. Era bonito e musculoso como Percy, e na melhor das hipóteses, sem namorada, e não conhecia ninguém na escola. Ou seja, chance para elas já que Percy estava QUASE namorando a Hermione Granger de acordo com os boatos.

Grifinória!– Gritou novamente o Chapéu e o garoto também foi para a sua casa.

–Hey Percy!- Disse Teseu

–Oi!- Disse o irmão -Pra quem não conhece, esse é o meu irmão, Teseu.

Teseu sorriu para os companheiros que lhe olhavam um pouco assustados, poucos conheciam o irmão gêmeo de Percy.

Foi criado com Percy até os dois anos, mas foi morar com o pai a partir daí para a segurança de ambos os gêmeos. Percy sempre estranhou nunca mais ver o irmão, mas depois de descobrir ser um semideus, o visitava quase todo mês no palácio do pai. Ele também ficou amigo de Tyson, o meio-irmão ciclope.

Percy tentou apresentar Teseu para Harry, mas este estava assustadoramente vidrado no segundo garoto. Fora os cabelos mais puxados para o castanho do que o acaju,a forma do rosto um pouco diferente e o fato de ser um garoto, era o mesmo que olhar para uma versão mais nova de Lily Potter. Harry estancou ao ver o garoto.

Durante a Seleção de Teseu, o tal garoto olhara para a mesa da Grifinória e Harry notou seus olhos castanhos, iguais aos de James Potter, seu pai. Aquilo era assustador. Ele só podia estar sonhando, ou ter ficado maluco, ou os dois! Aquele garoto tinha tudo para ser seu irmão, menos...

–Potter, Michael!- Disse a professora.

Os Sonserinos deram um pulo de susto, as outras casas estancaram, um pessoal da Grifinória chegou a cair do banco. Rony engasgou com a bebida e Mione o ajudou depois do susto. Harry estava em choque. Os semideuses olhavam confuso para o estranho que viera com eles, o estranho que tinha o mesmo sobrenome de Harry. O sobrenome que, até então, só era de uma pessoa, uma pessoa que estava viva.

Harry não soube direito o que aconteceu depois, quando saiu do choque, estava no escritório de Dumbledore, sentado em uma cadeira no meio da sala. O diretor estava em sua mesa, parecia pensar no que falar. Mione e Rony estavam com os outros(os semideuses) um pouco mais afastados a direita. A sua esquerda, estava, também sentado em uma cadeira, o outro Potter. Ele estava sentado na cadeira como se, mesmo que o Ministro da Magia estivesse presente, fosse sua casa e pudesse se refastelar por aí.

Este, quando notou seu olhar assustado, lhe deu um sorriso, um sorriso maroto.

–Olha só, meu irmãozinho acordou do choque!- Disse ele

POV Harry

–Ir... irm... o que?- Falei

–Nossa, eu aparecer te fez tão mal assim?- Disse ele. Notei um sotaquezinho de algum lugar que era familiar -Ficou retardado mental?

Eu estava muito confuso. Primeiro aparece um cara igual a minha mãe com os olhos do meu pai e meu sobrenome, aí eu vou acabar de repente no escritório do Dumbledore com todo mundo me olhando como se eu fosse explodir. E quem era aquela ruiva que parecia um clone da Gina e o cara que se parecia mais com o Percy que eu?(H: Na América todo mundo se parece ou o que? NA: Não, é só porque gostamos de gêmeos e gente parecida). Aí esse ser estranho vem dizer que eu fiquei retardado mental? O que querem que eu pense?

–Harry...- Disse Mione. Me virei pra ela completamente confuso a espera de ajuda, mas ela não tinha como me ajudar. -O professor Dumbledore tem uma coisa pra te contar!

Acho que ela disse isso mais pra o Dumbledore que pra mim, pois o diretor levantou a cabeça como se o tivessem chamado e ficou ereto bem rápido. Mas parecia lhe faltar palavras. Depois eles saíram da sala e me deixaram sozinho com o diretor e o garoto esquisito.

–Por onde começo...- Sussurrou

–Pelo começo, que tal?- Falou o cara do meu lado.

–Sim... certo! Direto ao ponto...- Parecia que ele tinha dado uma ideia pro diretor.

–O... o q... quem é você?- Perguntei

–Você ouviu bem lá na Seleção, ou é surdo também?- Perguntou. Quis dar um belo soco nele, mas Dumbledore começou a falar.

–Seus pais Harry, eles não tiveram só um filho como todos falam.- Começou -Tiveram gêmeos! Você e Michael.- Falou apontando para o garoto ao meu lado. Este sorriu e falou:

–Mas todos me chamam de Zarek, meu apelido em Durmstrang(Não lembro como se escreve, desculpem)- Falou com o sorriso maroto outra vez. Então era daí que aquele sotaque vinha!

–V... voc.. como assim?- Perguntei quase gritando para Dumbledore

–Ninguém sabia, ou sabe. Os únicos eram eu e seus pais. Nem Sirius e Remo sabem ainda.- Explicou

Eu estava ameaçando entrar em choque de novo, que história era aquela de irmão gêmeo? E que ele ficou em Durmstrang esse tempo todo? E por que ninguém sabia de nada? Dumbledore tinha enlouquecido de vez! Queria gritar tudo isso pra ele mas eu não conseguia nem gaguejar certo, e até hoje não entendi como cheguei a tanto.

–Ninguém sabia pois seus pais já esperavam Voldemort, como sabe.- Disse ele fazendo os que estavam na sala estremecer -Não podiam esconder a gravidez, então esconderam um de vocês.

"Legal, meus pais preferiram esconder o tal do Zarek em vez de mim? Que legal! Isso SE aquilo de irmão for verdade!" Pensei

–No dia que Voldemort foi a sua casa- Continuou -Achamos que ele tivesse matado Michael também. Mas parece que a porta só caiu sobre o berço dele na explosão, isso o protegeu de ser morto. Descobrimos isso quando Hagrid fora lhe buscar, ele ouviu o choro de Michael nos destroços. Ele ficou em Durmstrang durante esses anos, como falou, conhecido mais como Zarek do que Michael, para não descobrirem sobre sua árvore genealógica. Mantemos vocês separados por segurança, mas agora tínhamos que reuni-los, pois é a hora de parar de omitir isso de você.

–Peraí... de mim?- Perguntei confuso -Só de mim?

–Já contamos a Michael sobre isso.- Explicou. Olhei de novo para o "meu irmão" e ele continuava refastelado na cadeira.

–Ei, não me olhe assim! Como acha que foi pra mim saber que eu era o seu irmão?- Ele parou e repensou a pergunta -Bem, até que foi legal saber que sou irmão de uma celebridade... mas foi estressante também!

–Ah, tá!- Falei sem acreditar. Quem não ia gostar de ser parente de uma celebridade? Ainda mais do menino que sobreviveu? Qual é!

–Não acredita, não é?- Disse Dumbledore

–Não mesmo!- Respondi me levantando -Me dê um motivo para eu acreditar nessa baboseira!- Ok, gritei pra um diretor e disse que ele tinha mentido. Eu estava estressadinho, né?

Ele me olhou por cima de seus óculos de meia-lua com aqueles olhos azuis que agora estavam me assustando de tão sérios. Só pela sua cara, já entendia que aquilo podia ser verdade. Na verdade, explicava o fato de Zarek, Michael, tanto faz, ser tão parecido com minha mãe e ter os olhos do meu pai. Era praticamente meu oposto, mas meu irmão. Comecei a acreditar naquilo.

–Por que acha que eu iria inventar algo sério como isso?- Perguntou Dumbledore. Desisti de encará-lo, aquela era a verdade e eu tinha que engolir de alguma maneira. Me sentei na cadeira me rendendo. Michael pareceu ficar aliviado de tudo ter acabado.

–Legal, ele finalmente acreditou! Podemos descer e comer o bolo agora?- Perguntou ele -Que foi? Só vocês podem ficar com a sobremesa?

...

Bem, parecia que Dumbledore tinha contado para os meus amigos antes de eu sair do choque. Todos me esperavam na Sala Comunal da Grifinória e não fizeram quase nenhuma pergunta. Não, eu ainda não tinha absorvido a ideia. Sim, eu estava bem, eu acho. Não, eu não queria bolo! Só queria subir pra meu quarto, dormir e tentar digerir aquilo tudo.

Sonhei com a cena que Dumbledore descrevera.

Voldemort já havia matado meu pai, mamãe estava me colocando no berço, já tinha posto Zarek, Michael, tanto faz, no dele. Queria fazer alguma coisa, queria ajudar, mas no sonho eu era só um bebê, não podia fazer nada. Uma parte do cômodo explodiu, quase tudo voou pra cima do berço do meu irmão, que foi arrastado e bateu contra a parede já em pedaços.

Voldemort entrou pela porta, mamãe tentou me proteger, mas ela não pode. Ele a matou também. E como sonho é sonho, agi como um bebê burro e só fiquei olhando pra o cara com a capa que matou meus pais. Eu não entendia. Ele apontou a varinha pra mim e vi um clarão verde. Depois mais nada.

A cena mudou, vi Hagrid caminhando pelos destroços. Ele me pegou no colo em lágrimas, depois ouvi outro choro vindo do berço destruído. Hagrid foi até lá e viu o outro sobrevivente. Mas ao contrário de mim, não tinha cicatriz nenhuma na testa, só estava bem sujo por causa da explosão. Então eles nos levou juntos para a moto.

Acordei aí e fiquei surpreso como minha mente podia inventar uma coisa tão parecida com a realidade! Mas eu não sabia se era parecida com a realidade, só tinha um ano quando tudo aconteceu. O sonho se esvaiu da minha cabeça quase ao mesmo tempo que acordei. Pequei meus óculos e me vesti para o café de sábado. Ainda tinha que ver se aquele encontro com Dumbledore e o meu irmão "gêmeo" também não tinham sido um sonho ou um surto psicótico.

Desci e encontrei uma cena normal de sábado, ou quase. Por que? Dois motivos! Um, tínhamos novatos de intercâmbio. Dois, meu irmão gêmeo estava se agarrando com uma menina no meio da sala.