POV Narrador

Ele acabou cochilando naquela cadeira, teve um sonho, um sonho sobre o que acontecia. Retratava outro local, onde aquele contra quem lutavam estava furioso. As defesas melhoraram, estavam resistindo melhor, assim como o ataque inimigo estava ficando mais forte. Ele cansara de esperar as doze horas prometidas e, no dia anterior, enviou um bando de pássaros carnívoros para acabar com aquele que conseguira enfeitiçá-lo. Mas Percy sabia que aquilo era só um aviso, ele ainda não mostrara todo o seu poder, mesmo com o pequeno exército enviado depois.

Mas não fora isso que o acordara de supetão, foi um barulho alto vindo de fora do prédio Empire State. Ele rapidamente esqueceu o cansaço e ficou alerta, desembainhou Contracorrente e saiu do prédio pronto para o que viesse.

–O que aconteceu?- Perguntou.

–Calma seu medroso, algumas armas caíram.- Respondeu Clarisse.

–Ah...- Ele se acalmou. -Preciso falar com Annabeth.

Ele pôs a tampa de volta em sua espada enquanto ela se transformava em caneta, depois a guardou no bolso. Saiu dali a procura de Annabeth, ela só não era uma das estrategistas principais, mas também era sua namorada, e ele precisava dela para se acalmar e se esquecer um pouco da guerra ao redor dele. Todos precisavam se distrair, quando não estavam se preparando, conversavam, descansavam, dormiam, distraiam a mente. Percy achou Annabeth sentada no chão mexendo no laptop de Dédalo.

–Seu plano de uso da internet 24 horas direto foi suspenso.- Disse ele se sentando ao lado dela.

–Estou tentando achar algo que possa nos ajudar.- Disse ela.

–Annie, você está nisso a horas. Dê um tempo.

–Certo.- Disse ela resmungando e fechando o laptop. -O que você quer?

–Que brutalidade, só queria ficar um pouco com a minha namorada.

Ela suspirou sorrindo, ele passou o braço pelos seus ombros a puxando para perto, Annabeth apoiou a cabeça nele respirando fundo. Os dois ficaram lá, se abraçando por bastante tempo, quietos e de olhos fechados, como se dormissem. A guerra deixou de existir por um tempo. Logo alguém chamou Annabeth, ela pegou o laptop e saiu, mas não sem dar um beijo rápido em Percy e um sorriso. Os dois só precisavam desse pequeno momento juntos para que ficassem bem o resto do dia. Percy se levantou e começou a se afastar quando ouviu alguém o chamando.

–Percy.- Era Travis. -Alguma notícia?

–A maioria dos romanos desaparecidos está bem, está com Jason, vão confrontar Crios enquanto ficamos na defesa.- Ele respondeu.

–E... Connor?

–Nada.- Travis olhou para o chão, estava muito preocupado. -Sinto muito, Travis.

–Tudo bem...- E ele saiu andando.

Os desaparecimentos também abatiam Percy, amigos morrendo não era algo bom de se presenciar, ainda mais quando era ele quem estava liderando. Se sentia um pouco culpado. Ele também saiu, começou a checar se tudo ia bem. Mais tarde, tentaram fazer Percy desistir da guerra entregando a ele a caixa de Pandora. Ou pote no caso. Se ele libertasse a Esperança, saberiam que ele desistira, mas Percy não iria abrir. Depois vieram as ameaças, mas isso todos já esperavam. Quando passou pela área da enfermaria improvisada...

–Percy, olha só o que eu descobri!- Gritou Michael, Tese já estava do lado dele.

–O que foi?

–Ele consegue curar feridas com água.- Disse Tese.

–Sério?- Percy sorriu.

–Não, ele cura ferimentos de outras pessoas.

–Ele... o que?

–Olha.- Disse Michael.

Ele estava de joelhos no chão ao lado de uma filha de Afrofite com um ferimento a faca, segurando uma garrafa de água mineral. Ele derramou a água no ferimento e depois pois a mão em cima. Ela reclamou de dor, mas após alguns segundos o sangramento parou, quando ele tirou a mão, o ferimento parecia mais um corte feio e molhado do que uma facada em si. Aquilo deixou Percy pasmo e a filha de Afrodite sorriu surpresa, depois abraçou Michael no pescoço o assustando em princípio.

–Obrigada!- Disse ela.

–Não há de que, gata.- Ele respondeu. -Você está linda de novo.

–Ok, chega disso.- Reclamou Tese.

–Qual é cara, eu sou solteiro, e ela é uma gata!- Michael respondeu e a filha de Afrodite deu uma risadinha.

–Tá, mas como você fez isso?- Perguntou Percy.

–Primeiro você precisa de atitude.- Ele começou se levantando. -Você não pode falar com uma garota agindo que nem um...

–Não, idiota, a coisa com a água.

–Ah, eu não sei.

–Como assim você não sabe?- Perguntou Tese.

–Simplesmente não sabendo.- Ele respondeu. -Eu consegui fazer isso no meu joelho, depois eu passei para as outras pessoas. Acho que tem a ver com minha magia.

–É a teoria mais provável.- Falou um filho de Apolo examinando o ferimento da garota. -Ele pode nos ajudar bastante se a ambrósia acabar.
–Legal.- Disse Michael.

Aquele momento durou pouco, logo outra invasão se iniciou e se precisou de bastante reforço. Não na ponte, em um túnel que os filhos de Deméter fecharam, mas os monstros conseguiram passar pelas plantas e raízes. Escorpiões cortavam e arrancavam as plantas com as pinças, o Leão de Nemeia havia voltado e atacava todos em seu caminho, três gigantes arrancavam as raízes com seus enormes punhos e andavam pelo túnel um por vez para que coubessem. Os filhos de Deméter os mantinham dentro do túnel, filhos de Hefesto explodiam coisas lá dentro para expulsar os gigantes, e metade dos escorpiões gigantes estavam sendo contidos pelas flechas dos filhos de Apolo.

O resto estava cuidando da outra parte dos escorpiões, que eram muitos. Outros de vez em quando atacavam os dedos dos gigantes que se aproximavam demais. Michael não gostou do tamanho daqueles escorpiões, um deles veio em sua direção e tentou agarrá-lo com as pinças, mas ele esquivou e bateu nelas com as espadas. O animal monstruoso lançou seu ferrão na direção de Michael, ele rolou no chão para escapar, mas o monstro não desistiu. Ele tentou acertar Michael três vezes antes de ele conseguir se levantar de novo, a espada não era a melhor arma para a ocasião.

Ele a jogou no chão e pegou a lança que guardara no bolso, ele a fez crescer. O escorpião atacou com seu ferrão outra vez mas ele o desviou com a arma. As pinças foram em direção à sua cabeça, mas ele desviou se agachando no chão. Ele viu a brecha, levantou-se indo para a frente apontando a lança para o rosto do escorpião. De início, a ponta somente bateu no exoesqueleto do bicho, mas penetrou em sua cabeça e ele virou um monte de poeira dourada. Michael rapidamente olhou para os lados, o leão estava atacando muitos, massacrando-os.

Percy tentou atacá-lo, Annabeth o ajudou distraindo com pedras. Alguns atiravam flechas que eram repelidas pela pele impenetrável do leão, os mais ousados atacaram de perto e acabaram bastante feridos. Eles tentaram mirar em sua boca, mas sempre que ele a abria, acabava mordendo um semideus mortalmente. Leo deixou os irmãos a mercê de todo o fogo grego e armas com fogo que tinham e foi na direção do leão. Ao chegar perto o bastante, avisou para que todos se afastassem e lançou uma bola de fogo na direção do animal. O leão urrou de raiva e dor, armas não o feriam, mas o fogo talvez.

Pouco tempo depois, o leão estava com a pele completamente queimada e sensível, o pelo de sua juba foi completamente consumido pelas chamas e ele estava enfraquecido, mas não desistiu. Continuou o ataque voraz, mas estava mais lento e fraco que antes, parando para respirar algumas vezes. Em uma dessas pequenas pausas, conseguiram acertar uma flecha na boca do animal, e ele virou pó. Mas ainda não era a hora de se sentir aliviado, ainda haviam muitos atacando.

Quando o número de ataque havia diminuído bastante, ouviu-se um grito vindo da direção do túnel. Um dos gigantes chegou próximo o bastante para conseguir pegar um dos filhos de Deméter em uma de suas mãos, mas logo ele o largou e passou para outros semideuses. Ele parecia procurar alguém. Michael se irritou, ele pegou sua varinha e colocou em um encaixe perto da base de sua lança que ele mesmo fizera, se baseou no guarda-chuva de Hagrid quando teve a ideia, mas não sabia se iria funcionar. E torceu muito para isso.
Ele lançou um pequeno feitiço só para chamar a atenção do gigante para que ele parasse de pegar as pessoas. Funcionou, o feitiço foi transferido da varinha a lança perfeitamente e atingiu a mão do gigante. Ele olhou para Michael, seu estômago embrulhou quando aquela mão veio em sua direção.

–Ei, me larga!- Ele gritou quando o gigante o prendeu em seus dedos.

Ele sorriu, se virou e saiu de lá, levando o bruxo consigo, deixando todos os semideuses, que ainda lutavam, assustados. O gigante o levou até o final do túnel sem pronunciar uma única palavra, Michael sentiu o suor do gigante penetrar em suas roupas, o que o deixou enojado. Ele ainda tinha a lança, mas não conseguia furar aqueles dedos gordos na posição que estava. No final do túnel, Michael teve a visão de um exército igual ao dele, só que ninguém usava a camiseta laranja e haviam muitos monstros. Cronos estava lá, sorrindo com sua foice em punho, como se já tivesse ganhado.

–Olá, Michael Potter.- Disse ele. -Podemos conversar?

–Já estamos fazendo isso.- Michael respondeu.

–De fato.- Disse Cronos e olhou em volta. - Vejo que notou meu glorioso exército. Acredite, ainda não viu metade da força que ele possui.

–Incrível.- Michael disse com ironia, mas Cronos não pareceu perceber.

–Tão incrível que invadirá o Olimpo. Tenho uma pequena proposta para você, garoto. Ponha-o no chão, é nosso convidado.- O gigante obedeceu, Michael ficou feliz de se livrar daquela mão suada.

–Proposta?- Perguntou. -Convidado?

–Ah sim, não pudemos nos falar antes, não é? É uma pena, já que a guerra começou e você teve que os escolher. Para poupar-lhe dos detalhes, quero que se junte a mim.- Michael ficou em silêncio.

–An... o que?

–Quero que se junte a mim, garoto.- "Ele vai ficar me chamando de garoto mesmo?" -O outro lado não vai resistir por muito tempo, sabemos disso. Nada pode parar meu exército de titãs, monstros, gigantes e semideuses. Suas forças estão acima do que pode imaginar. Alguém como você não deveria virar mais um corpo jogado no chão.

–Nós somos mais resistentes do que pensa.

–De fato, sobreviveram à coisas que eu jamais imaginei que iriam. Mas eu tenho muito mais surpresas que eles não irão suportar e os deuses serão destruídos. O mundo será melhor quando eu governar outra vez.

–Espere, vou resumir esse discurso pra você: dominar o mundo, blá, blá, blá... junte-se a mim, blá, blá, blá... tem alguma coisa mais original não? Você é só mais um daqueles vilõeszinhos bestas?- Ele se enfureceu e sua voz pareceu ficar muito mais alta.

–Eu sou Cronos, o Senhor do Tempo e dos Titãs, exijo que tenha respeito!

–Se queria respeito, por que escolheu um corpinho babaca de adolescente? Um lutador de vale-tudo iria dar mais intimidação e você não pareceria tão idiota. Apesar dessa cicatriz ser legal...

–Basta!- Gritou Cronos e a mão do gigante prendeu Michael de volta. -Se você acha que vai vencer essa guerra e ganhar algum tipo de reconhecimento daqueles por quem luta, esqueça. Quantas guerras eles já começaram por puro desejo? Quantos filhos eles tem e nem se importam de dizer que são deles? Eles são egoístas demais para dizerem um simples obrigado, você sabe muito bem disto.

–Não os critique se é pior que eles.- Gritou Michael em resposta. -Você matou seu pai, engoliu os próprios filhos para que não pudessem lhe derrubar do trono, começou essa guerra só por vingança. E quantos desses semideuses você pretende matar quando conseguir o que quer? An? Todos?

Dizer isso fez com que Cronos ficasse com o rosto vermelho e inchado de raiva, os monstros e titãs ao redor dele também ficaram irados, os dedos ao redor de Michael ficaram mais apertados, mas o mesmo não se podia dizer dos semideuses. Alguns também demonstravam raiva por estarem xingando de seu líder, mas outros pareciam que começaram a ver Cronos com novos olhos, como se a cortina tivesse sido arrancada. Michael ficou feliz quando percebeu isso.

–E mais uma coisa.- Gritou. -O verdadeiro herói não busca bajulação. Ele luta pelo o que é certo, pela justiça, simplesmente porque é sua natureza.- (NA: Frase de The Big Bang Theory. Sou fã, tá?)

–Eu sou invencível, é uma causa perdida!

–Mesmo que você consiga conquistar o Olimpo, matar os deuses e tudo mais, fique sabendo que nós vamos defendê-los até o final. Não vamos deixar um cara de merda como você comandar tudo sem lutar.- Gritou em resposta. -E acho que você já sabe que minha magia lhe afeta, não é? É por isso que quer que eu me junte a você? Tem medo que eu lhe derrote?

–BASTA!- Ele gritou outra vez levantando a foice.

Antes que a lâmina negra rasgasse o pescoço de Michael, o gigante, que também estava irado, não pensou direito e jogou seu braço para trás, arremessando Michael para longe. Por 10 segundos assustadores, Michael não soube o que fazer, tudo o que passava em sua cabeça era que iria morrer em pouco tempo, até perceber que a lança continuava em sua mão. Ele tirou a varinha do encaixe e tentou se lembrar de algo que pudesse lhe ajudar a não morrer como uma pasta no chão, ou pendurado em um galho de árvore com a coluna quebrada.

–Aresto Momentum!- Ele gritou.
Pôde sentir sua velocidade diminuindo, mas ainda estava muito rápido e o chão muito próximo, ele repetiu o feitiço tantas vezes que não prestou atenção para onde estava caindo. Um galho grosso de árvore estava na sua frente e ele não conseguiria desviar, e acabou batendo a cabeça forte. Ele chegou ao chão mais lentamente, desmaiado.

–Não tenho a menor ideia.- Disse o filho de Apolo. -Mas já faz bastante tempo, e não foi tão sério. Deve acordar logo, demos bastante água a ele, e...

–E...?- Perguntou uma garota de cabelos castanhos e trança.

–E... ambrósia.- Falou Will. -E néctar.

–O que?- Ela gritou. -Não sabemos como o organismo dele pode reagir a isso!

–Foi a bastante tempo, e ele continua bem e respirando. Se não suportasse, já teria morrido.

–Mesmo assim, isso foi muito perigoso!

–Tivemos que tomar essas medidas.

–Disseram que não era sério.

–Garota, toda pancada na cabeça é séria. A gente só diz que não é pra não causar estresse.

–Falem mais baixo...- Disse uma voz fraca vindo de uma maca. -Minha cabeça está doendo...

–Michael!- A garota gritou.

–Argh! O que eu acabei de falar?- Ele reclamou e abriu os olhos. -Onde estou?

–Na enfermaria, Zoë te achou na mata desacordado.

–Zoë?- Ele se levantou tão rápido que a cabeça deu voltas.

–Acho que a memória não teve danos.- Murmurou Will.

–Calma aí, você tá machucado.- Disse Zoë.

–Z-Zoë! Você está bem!- Michael sorriu feliz.

–Claro que estou, mas você não.- Disse ela. -O que aconteceu?

–Am...- Ele se lembrou do que acontecera com Cronos. -Eu tenho que falar com Percy. Agora!

Após Will checar que Michael estava bem, o garoto saiu da enfermaria o mais rápido que pôde. Já era noite, devia ter dormido por muito tempo. Zoë lhe contou como o achara, ela disse que ouviu um grande barulho onde estava cuidando de um semideus ferido, e quando checou, era ele desmaiado no chão. Eles logo acharam Percy, e quando Michael contou sua história, Percy confurmou que já ouvera um ataque forte horas atrás. Havia um dracon, Clarisse conseguiu mandá-lo ao Tártaro, mas não antes de ele matar alguém. Silena. Ela era uma informante de Cronos, mas se arrependeu.

Com as novas informações, eles logo reposicionaram todos a espera de uma grande invasão. Os filhos de Apolo recuperaram o máximo de flechas possíveis, filhos de Hefesto davam os toques finais em suas armadilhas elaboradas, filhos de Ares se equiparam com mais armas e, por mais incrível que pareça, transmitiram confiança aos que precisavam com suas auras de guerra. Percy até havia tentado contatar o pai, ocupado na guerra no oceano, mas não soube dizer se teriam ajuda. Todos estavam se preparando para o pior, que poderia vir a qualquer momento.

Começou como todos os outros, monstros vindos de todos os lados, os semideuses prontos para defender o Olimpo, a diferença desta vez foi a grande intensidade da invasão. O número de monstros aumentou de uma maneira drástica, os gigantes que atacavam pareciam ter surgido do nada, semideuses aliados de Cronos se misturavam a eles lutando com fúria contra os outros. O titã do Tempo parecia ter decidido acabar com tudo rapidamente, enviara o que parecia ser todo o seu exército para Manhatan.

Até uma porca gigante voadora foi até a cidade, destruindo tudo o que havia pela frente. As estátuas autônomas de Dédalo conseguiram afastá-la dos outros para que pudessem tomar conta dela. Os semideuses teriam que enfrentar o resto do que Cronos enviasse. Cães infernais, empousais, harpias, gigantes, outros semideuses, e até mesmo um carangueijo gigante que estava no Princesa Andrômeda, que ultrapassara os deuses dos rios e trouxera alguns telquines consigo. Além de Campe, que ao sair do labirinto se juntou a Cronos, e agora as cobras de seus pés tentavam picar freneticamente os semideuses azarados que chegavam perto dela.

Os semideuses revidaram com tudo o que conseguiam, lançaram fogo grego espalhando chamas para todos os lados, flechas modificadas para, quando acertassem algo, emitirem sons altos de instrumentos desafinados, ou explodirem, armadilhas antes armadas, sem contar com a habilidade de luta de cada semideus e seus poderes, que conseguiam afastar e matar os monstros que se aproximavam. Com espadas, lanças, arcos, facas e punhais, eles se moviam ritmicamente, como uma dança, e qualquer movimento em falso poderia significar a morte certa.

Filhos de Ares mais experientes ficaram encarregados de Campe, o monstro mais perigoso enviado no momento, ela atacava como se não passassem de algumas moscas que a irritavam. As cobras em seus pés e cabeça desfrutavam de pequenos pedaços dos mortos, uma refeição para eles. Logo ela foi cercada, e os filhos de Ares queriam garantir que ela não iria mais matar ninguém. Mas não eram só os montros, haviam os semideuses fiéis à Cronos também. A maioria destes era poupada, pois poderiam ser como Luke, enfeitiçados ou confusos.

Aquele exército atacava com uma força muito maior que antes, segurá-los por muito tempo era praticamente impossível. Quando um monstro caía, outro logo o substituía, e isso estava acabando com os defensores do Olimpo. Muitos haviam caído, o outro exército mal parecia diminuir, logo eles estavam em uma vantagem numérica ainda maior, não poderiam impedir o que aconteceu depois. Cronos apareceu, andando entre toda a batalha como se ela não importasse. Ele andava em direção ao Empire State, para o Olimpo. E nada poderia detê-lo agora que estava tão perto.

Em um rápido movimento para o lado, ele desviou de um semideus que tentou o atacar, e o repetindo, desviou de outro golpe que seria fatal, se Luke não tivesse se banhado no Estige. Ele deveria não ter ligado para o semideus que considerava inferior a ele, que poderia fazer deixá-lo de existir em um estalar de dedos. Mas claro que ele prestou atenção, não era um semideus qualquer, Percy Jackson já se preparava para o terceiro ataque quando Cronos o empurrou ao chão com a ponta de sua foice. Ele não ia deixar ninguém interferir no que iria fazer.

–Luke!- Gritou ele.

–Não sou Luke, semideus.- Cronos respondeu. -Já devia saber disso.

Ele entrou no elevador que levava ao Olimpo e esperou impaciente pela realização de tudo o que queria fazer. Um pouco longe dali, Percy levantava rapidamente e apertava o botao do elevador. Ele não podia demorar. Ele olhou para trás por um segundo e viu uma coisa que o deixou impressionado. Hades apareceu e estava ajudando os semideuses com os monstros e gigantes, Tifão estava lá, mas sendo afogado por Poseidon e seus soldados ciclopes.(Tison estava lá) Os outros deuses atacavam por cima parecendo uma grande chuva de meteoros. O elevador surgiu, Percy entrou.

–Ei, espera aí!- Gritou alguém atrás dele. Michael e Annabeth estavam correndo até ele.

–O q...-Balbuciou.

–Nós vamos juntos.- Disse ela.

–M...

–Qual é, sabe que precisa da minha mágica.- Falou Michael. -E dela também.- Apontou para Annabeth.

–Está bem.

E os três entraram no elevador.

Ao chegarem, viram que Cronos andava bem devagar na direção do prédio principal, ele parecia aproveitar cada segundo daquilo. Como estava a poucos degrais de entrar, os três correram desenfreadamente na sua direção. Michael estava com a lança e a varinha no encaixe, era uma mira distante e difícil, ele teve de parar para poder conseguir mirar direito, e ainda não dera certo. O feitiço atingiu a parede ao lado e chamou a atenção do titã, que mal se virou para ver quem era e continuou andando.

Eles chegaram lá quase em cima da hora, Cronos já erguera a foice para destruir um dos tronos dos deuses. Fazendo isso, ele destruiria o deus automaticamente.

–Expeliarmus!- A foice de Cronos voou para longe. -Acertei!- Gritou Michael, mas a alegria dele desapareceu ao ver o rosto do titã enfurecido.

Ele não os atacou, simplesmente andou até a arma caída longe e a pegou. Os semideuses tentaram se mover, mas não conseguiram, seus membros não se moviam na velocidade normal, era como uma câmera lenta. Cronos simplesmente andou e pegou a arma do chão, esfregou como se tirasse algum tipo de sujeira, olhou para os semideuses que estavam lá e riu.

–Achava mesmo que atirar minha arma para longe iria fazer algum tipo de diferença?- Ele perguntou. -Bem, já que o espertinho não responde, o que acha de eu acabar com aquela cadeira de pescaria do seu pai?

Ele começou a andar até um dos tronos, Michael viu que ele estava na mesma posição que o chalé 3 do Acampamento, os tronos ficavam no mesmo formato que os chalés. Michael também achou que aquele trono parecia muito mais com uma cadeira, só que ele estava mais preocupado em sair daquela situação do que a decoração de seu quase pai. Ele usou os olhos, que por algum motivo moviam-se bem e notou que Annabeth estava estranha. Ela havia tido uma ideia, ouvira falar de feitiços não-verbais, Michael podia tentar lançar um já que o cérebro deles pensava na velocidade normal. A ponta da sua lança com a varinha encaixada estava apontada para Cronos.

Ela moveu os braços devagar, um apontava o dedo para a cabeça dela e o outro apontava a faca para a lança de Michael. Ela rezou para que ele entendesse o que ela estava dizendo, e ele pareceu entender uma hora. Ele voltou a olhar para Cronos e se concentrou o máximo que conseguiu ate dizer em sua mente "Estupefaça." O feitiço saiu da lança a acertou Cronos nas costas, a ideia dela funcionara. Quando Cronos caiu do outro lado do salão, eles já se movimentavam bem e foram na direção dele. O titã estava irado dessa vez, iria matar aquele garoto, mas eles já estavam o atacando.

Percy o atacou primeiro, Cronos desviou o golpe com sua foice e tentou acertar a cabeça dele, mas ele se agaixou, então o titã o chutou para longe. Annabeth fez seu movimento com a faca, mas ela não teve efeito nenhum em sua pele impenetrável, ele tentou acertá-la de todos os jeitos, mas não conseguiu. Ela era rápida demais. Quando ele abaixava a lâmina na direção de Annabeth, Michael parou o movimento com sua lança e jogou-a para cima, mas o titã não largou e o acertou com a outra ponta o arremessando contra um dos tronos e ele bateu a cabeça.

Ele ia decepar o bruxo semideus, mas Percy logo se intrometeu acertando o lado do corpo de Luke com Contracorrente. Ele desequilibrou para o lado, mas não se formou nenhum corte em sua pele. Cronos atacou com ferocidade, Percy e Annabeth se defenderam, um ajudando o outro. Mas Cronos logo desarmou Percy, e se preparou para rasgar o corpo do jovem com a lâmina quando Annabeth se pôs entre os dois. "Mas o que ela está fazendo?" Pensou Percy.

–Luke, pare!- Ela gritou.

–Luke se foi! Eu estou nesse corpo agora!- Cronos respondeu.(NA: Gente, parece filme de exorcismo...)

–Luke, eu sei que você está aí, lute contra ele!- Ela continuou gritando.

Percy achou que ela estava louca, mas Cronos não fez nenhum movimento contra eles, ficou parado, e havia alguns espasmos em seu rosto. O brilho dourado dos olhos de Luke sumiu, eles voltaram a sua cor normal e pareciam confusos, como se ele não conseguisse lembrar o que estava fazendo, ou até onde estava.

–A... Annabeth?- Ele perguntou, e o cérebro de Percy virou líquido. Ele não entendeu mais nada até Luke largar a foice e apertar a própria cabeça gritando.(NA: Sério, parece os filmes de exorcismo.) Ele estava lutando contra Cronos.

Annabeth começou a conversar com ele, dando apoio moral. Logo Luke assumiu o controle por tempo suficiente para pegar a faca de Annabeth e acertar em seu ponto fraco, morrendo logo em seguida e despedaçando Cronos por toda a eternidade. Foi mais duro para Annabeth do que para Percy, ela conhecia Luke a mais tempo e já gostou dele. Mas a guerra estava acabada. Michael estava meio acordado meio desmaiado, eles ajudaram o garoto a levantar e o levaram para baixo. Quando desceram, viram que o exército de Cronos fugira, graças a ajuda de Hades, e Tifão fora afogado por Poseidon.

Eles receberam a notícia de que os romanos conseguiram derrotar Crios na base dos titãs e destruir o local. Depois de todos se acalmarem, os deuses os chamaram para agradecê-los. Mas Michael desmaiara, então não pôde comparecer. Eles ofereceram Percy a imortalidade, mas ele recusou, se contentando em fazê-los prometerem construirem mais chalés no Acampamento e reclamarem seus filhos aos 13 anos. Logo depois, todos puderam respirar aliviados, e voltaram para o Acampamento.