Y este corazón que miente y que intenta parecer valiente
más no te puede dejar de pensar. Este corazón que miente
me recuerda que no soy tan fuerte
no he logrado dejarte de amar

Se sentia traída. Nada menos que isso ainda que tudo tenha acontecido tem duas horas e meia, seu olhar atravessou o grande estúdio fotográfico que estava e focou nele que por sua vez estava como ela em seu mundo de pensamentos. Talvez mais distante até. Então voltou a encarar a situação na qual estavam.

Era um dia importante porque havia sido convidada para ser capa de uma das maiores revistas do país, estava empolgada porque, além disso, trabalharia novamente com uma grande e velha amiga, Camila, só de pensar no nome ela tinha vontade de matá-la. Camila era sua amiga desde a universidade ela sempre sonhou em ser fotógrafa e com muito esforço e talento havia chegado num posto de grande prestígio. Não era a toa que tinha um estúdio grande, muito bem localizado e com equipamentos de ponta ao seu dispor.

Dulce havia acordado empolgada, tanto que nem se importou quando sua manager disse que só chegaria depois na sua sessão de fotos, ela nem desconfiou de nada. Camila tinha lhe mandado mensagem adiantando o horário e pensou que pudessem colocar o papo em dia, assim que ela chegou sentiu ares diferentes e não sabia explicar o que era exatamente, os dois assistentes de sua amiga e fotógrafa lhes deixaram sozinhas, elas conversaram rapidamente até ela mesma sair dizendo que o outro modelo havia chegado. Só não passou pela sua cabeça que esse modelo era nada mais e nada menos que Alfonso Herrera. Seu ex-namorado.

Apenas ele tinha entrado no estúdio e o sorriso que sustentava nos lábios desapareceu quando a avistou e ficaram se encarando surpresos por segundos. Foram despertados para a realidade que os rondava quando escutaram o estrondo do portão grande de ferro, única entrada e saída, do estúdio fotográfico ser trancado. Isso. TRANCADO. Com ela e ELE dentro!

Ambos correram para o portão tentando inutilmente abri-lo, trancado por fora, ninguém além deles ali. “Se acertem, pelo amor de Deus! Volto aqui no horário real da sessão de fotos ou assim que alguma poça de sangue possa ser vista saindo daí.” Ela ainda foi irônica. E apesar dos esforços de ambos para que ela os liberassem dessa situação constrangedora, estava decidida. E o pior de tudo era que todos estavam instruídos a seguir as ordens da dona do estúdio fotográfico. Desde o porteiro até os assistentes, pensou em chamar a polícia, mas da forma que a amiga era louca, nem se fosse à força de Elite conseguiria fazer com que ela abrisse aquele portão. Não sem resistência. Ninguém precisava daquilo, era uma modelo conhecida. Entretanto ela acertaria as contas com Camila e a amiga pagaria caro, seria bem vingativa.

Apesar de tudo os olhos também a traiu, voltaram a focar em Poncho do lado oposto do dela. Ficou tão óbvio que ele pareceu voltar de onde estava e também encarar ela e depois de terem passado trancados juntos duas horas e meia sem falarem nenhuma palavra, esse olhar foi mais tenso por tudo. Tanto que imediatamente ela engoliu saliva.

“Porque você sempre é rude quando nos encontramos?” Ele tinha um tom de voz calmo, como se esse não fosse o primeiro diálogo daquele momento se acomodou melhor na poltrona que estava sentado há muito tempo.

“Agora vamos conversar?” Ela ergueu uma sobrancelha. “Não sei talvez porque você mereça.” Deu os ombros.

“É justamente disso que eu estou falando.” Ele deu um riso sem-nenhuma alegria e após negar com a cabeça mordeu o lábio forte antes de voltar a falar. “Eu fiz uma simples pergunta e você me ataca se mais nem menos.”

Dulce ponderou não queria conversar, mas não conseguiria não responder e ignorá-lo como vinha fazendo.

“Eu estou sendo sincera, sou rude com quem merece.”

“E desde quando eu mereço?”

“De verdade quer ter essa conversa somente agora?” Ela perguntou desacreditada, passando a mão no rosto. “Merece apenas.” Constatou.

“O que tem ter essa conversa agora? Afinal esse não é o objetivo desse confinamento.” Ele insistiu ignorando de propósito o que ela disse no final.

“Talvez porque ela deveria ter acontecido há meses atrás e não tem fundamento nós conversarmos agora que já não estamos juntos e cada um seguiu com sua vida.” Poncho ficou olhando para ela como se as palavras que acabou de dizer flutuassem entre os dois e permaneceu um tempo calado.

“Nunca entendi bem como tudo entre nós dois acabou.” Comentou e quando ela o olhou ele havia levantado e caminhava em direção a grande janela perto deles, o dia estava bonito apesar de tudo. “Num dia simplesmente termina comigo e me manda embora da sua vida. Eu praticamente não tive nenhuma opção além, estava irredutível e depois viajou não me dando espaço para mais nada."

Dulce encolheu as pernas e as abraçou apoiando o queixo sobre um dos joelhos ficou encarando o seu jeans preto como se ali pudesse se esconder de Poncho. Fugindo como foi antes. Pensando que poderiam ter tido essa conversa antes, ela que havia evitado.

“Não funcionamos juntos!” Foi o único que falou.

“E você não quis nos dar uma segunda chance?”

“Claro, mas nós já a tivemos.” E ela o encarou com a guarda baixa e ele sabia que ela tinha razão eles já tinham terminado e voltado algumas vezes. Só que isso ainda não tinha tirado a sensação de Poncho que tudo foi muito injusto.

“Aceitar foi o difícil pra mim.” Ele disse olhando para as mãos roçando um dos polegares no indicador sentindo falta de um cigarro e depois olhou para ela. “Ainda que não pareça.”

Dulce ficou pensando nas palavras dele, quando tudo acabou ele tentou só uma vez se reaproximar para conversar, como o faziam agora, mas ela estava decidida e por isso foi viajar porque sabia que poderia voltar atrás assim que olhasse os olhos castanhos esverdeados dele. Quando finalmente voltou ele nenhuma vez tentou nada, e por mais que aquilo a aliviasse lhe causou uma grande tristeza.

“Logo depois que terminamos fui bombardeada com notícias de possíveis mulheres que causaram o nosso término.” Ela falou de forma levemente seca, não gostava de falar sobre isso e como a afetava.

“Eu estava solteiro.” Ele deixou sua frase ficar no ar.

“Eu sei.” Ela negou com a cabeça.

“E foi você que terminou comigo.”

“Eu sei.” Ela repetiu e agora mordeu o lábio inferior como se punindo. “Mas, eu me incomodava. Não sabe como foi complicado eu tomar a decisão de acabar com tudo, ainda completamente apaixonada por você, talvez mais que no início. Só que nossos caminhos parecem ser diferentes, agíamos cada vez mais independentes e isso afetava muito nossa relação.”

“Ainda que eu estivesse livre nada do que disseram foi real, eu foquei apenas no meu trabalho e não tive nada sério com mais ninguém além de você.” Ele quis esclarecer isso.

“Por alguns momentos eu pensei que não queria mais um namoro, Poncho. Sua independência fazia parecer assim.”

“Por que não experimentou conversar comigo antes?” Disse transparecendo sua mágoa. “Não sou mais um garoto, não ia cometer o mesmo erro que no passado, eu queria esse namoro tanto quanto você, talvez não tenha me dedicado como deveria. Talvez devesse prestar mais atenção em você, em nós dois.”

“Te sentia muito distante.”

“Do que fala?”

“A cada vez que seu trabalho crescia menos espaço eu tinha e vice e versa também tenho que confessar. Como se nossas carreiras nos consumissem, quando tínhamos tempo livre era dedicados as nossas famílias, os amigos e menos em nós dois.”

Ele pensou em suas palavras em seu passado se sentiu um tolo por que não conseguir enxergar tudo antes. Tudo estava indo tão bem em todos os setores de sua vida que não percebia quando algo estava errado no namoro, sempre tinha algo para lhe roubar o foco. Só se deu conta do quanto desgastada estava sua relação quando chegou no apartamento de Dulce e todos seus objetos estavam guardados em malas, ela apenas disse que a relação estava terminada e tudo o que ele fez foi concordar.

Como se fosse um sonho estranho e quando acordasse tudo estaria de volta ao seu lugar, não foi assim. Se sentiu perdido quando ela não quis conversar com ele, aquele era um ponto final então. Chegou a um ponto em sua vida que não insistiria em algo que estava fadado a não dar certo, aquela era uma trajetória para dois, mas ela não queria seguir. Então aceitaria com pesar sua decisão e lhe daria espaço. Pelo menos até agora.

Mais uma vez Dulce viu Poncho distante, bastante pensativo seus olhos lhe mostrava que ele estava no passado, como se recalculasse aquela equação e tentasse entender porque o resultado não foi esperado, quem sabe tenha sido a subtração na hora errada.

“Foi difícil aceitar a sua decisão.” Ele voltou falar. “Foi cruel na verdade terminar e de alguma maneira saber que você não me queria em sua vida e ter ainda notícias suas por matérias em revistas, programas de televisão, redes sociais, por amigos em comum. Não tinha como fugir, entende?” Ela afirmou com um sinal de cabeça entendendo, foi o mesmo com ela.

“Quantas vezes tive que materializar um sorriso quando tudo o que eu mais queria era chorar porque sentia sua falta. Não queria demonstrar para ninguém, menos para você por isso eu venho sido rude contigo, para esconder o que eu sinto e para te afastar. Como uma armadura para me proteger.” Ele se lembrou dos inúmeros reencontros que tiveram, de algumas vezes que discutiram, de como ela o irritava, de como ela o provocava, de como brigavam. “Quantas vezes quando ficava sozinha em casa chorava. Me questionava se havia tomado a decisão certa, me recriminava por sentir ciúme de qualquer mulher que se aproximasse de você e pudesse se tornar sua nova namorada, que se esquecesse de mim”

“Eu não consigo!” Ele declarou.

“O que?”

“Te esquecer. Nem daqui mil luas.” Ela riu pela forma como ele havia colocado o tempo. “Não dá” Ele andou devagar até onde ela estava sentada, no que parecia ser um divã e se sentou de frente para ela. “Se tivéssemos tido essa conversa antes...”

“Talvez pudéssemos estar juntos ou não.” Ela apertou os lábios formando uma linha curvada. “É imprevisível.”

“Você ainda sente algo muito forte?” Ele a surpreendeu. Dulce não sabia o que falar, ficou sem palavras. Calmamente Poncho buscou suas mãos e acariciou suavemente com os polegares como se tomasse fôlego para voltar a falar e dar tempo para Dulce pensar no que havia dito. “Porque eu ainda sinto. E sempre senti cada vez que voltei a te ver, não vou deixar tão cedo de deixar de gostar de você, eu tenho planos de vida em longo prazo.” Ele soltou um riso nervoso. “Vamos voltar de onde tudo parou, esquecemos esse ponto final e encararemos com apenas uma vírgula em nossa história.”

Ele estava se declarando, mais que isso se expondo, abrindo seu coração pra ela novamente como antes. E Dulce se viu numa encruzilhada imaginária sem saber qual decisão certa ao tomar, com ele a encarando dessa forma lhe fazendo promessas de um futuro melhor quase a faz acreditar que possa se tornar real, só que ela precisava muito mais de que palavras sérias, queria ações. E na prática eles não tiveram muito êxito, queria dizer que era falta de sentimento, mas não era. Sentia algo tão forte. Que se Poncho prestasse atenção em detalhes conseguiria sentir a química que eles tinham, como ela mudava com ele por perto, ele teria a resposta para sua pergunta se focasse nas mãos que estavam quentes pelo coração que trabalhava a todo vapor para bombardear sangue para todos os lados, especialmente para as mãos e suas bochechas porque as sentia queimar, para a respiração que estava desregulada e alguns músculos que estavam tencionados. Era só enxergar o quanto ela ainda era apaixonada por ele assim observando seu corpo.

“Eu não quero me machucar.” Foi o primeiro pensamento que ela deu voz. “Eu não sei se...”

“Não pode fazer isso conosco de novo.” Ele disse. “Sente isso.” Ele puxou uma das mãos dela e colocou sobre o peito dele, coração disparado. Batendo fortemente contra o peito. Dulce olhou para a mão dele e a dela sobre ele, via a dúvida em seu olhar, ela estava balançada. “Eu consigo ver o quanto te afeto também, aqui.” Deslizou alguns dos dedos da mão livre pelo braço dela esticado, imediatamente ela estava arrepiada. “Ou assim.”

Poncho alongou o braço até o pescoço dela e depois levou o corpo consigo se apoiando com uma perna e o outro braço no divã e poder alcançar a boca dela, Dulce não teve nenhuma rejeição inclusive correspondeu logo ao que ela também queria, assim que colocou uma das mãos de um lado do maxilar dele, sobre a barba crescida e a outra na sua nuca puxando ele para mais perto. O beijo era quente, inquieto e movimentado reflexo do que eles sentiam naquele instante paixão e saudade.

“Volta pra mim.” Ele falou ainda de olhos fechados aproveitando o sabor daquele momento que compartilhavam com a testa apoiada na dela. Ela respirava tão perto que ele podia beijá-la a qualquer instante novamente, ainda assim precisava da resposta dela antes.

“Eu” Ela falou com tom baixo se estivesse mais longe não teria escutado certamente, imaginava como se tivessem várias vozes dentro da cabeça dela palpitando sobre o que ela deveria falar e decidir, sentiu ela se afastar um pouco talvez para olhá-lo e por isso abriu os olhos. Só conseguia ver confusão no olhar castanho dela. “Não posso.”

E podia sentir o corpo tremer literalmente pelas palavras usadas por ela, como um banho de água gelada. O seu olhar para ela deveria lhe dizer muito porque ela desviou os olhos dele para voltar a falar.

“Estou saindo com alguém!” Num tom firme e moderado revelou a verdade. Poncho foi se afastando devagar dela. Levando um tempo demorado para assimilar tudo.

Neste momento escutaram o barulho de portão ser aberto, tão forte que ecoou sobre o antigo galpão transformado em estúdio fotográfico.

“Como estão?” Camila falava ao longe e nesse momento Poncho se afastou mais de Dulce na mesma medida que agora ela voltou a olhá-lo mesmo que ele não o fazia.

Quando os passos da fotógrafa ficaram mais próximos e finalmente ela apareceu na frente deles tinha um lenço branco nas mãos e postura defensiva ainda que não tinha nenhum traço de arrependimento pelo feito.

“Trouxe um símbolo de paz, ainda que não seja uma bandeira.” Ela tentou sorrir balançando o lenço e olhando para os dois que estavam mais que estranhos. “Espero que entendam o que eu fiz. Estava bem complicado ficar como bandeirinha nessa brincadeira chata de cabo de guerra de vocês nos últimos oito meses, eu os adoro e quero o bem de ambos.”

Os dois estavam calados e então olharam para a mulher a frente deles, ela então enrugou a testa julgando se o que tinha feito foi a melhor opção para todos.

“Vocês estão bem? Estou louca ou esta rolando um clima estranho aqui.”

“Não. Tudo está bem. Conversamos como você queria.” Dulce disse um pouco sem graça.

“E se acertaram?” Camila tinha um tom esperançoso.

“Eu digo que você não terá nenhum clima hostil ou pesado na sua sessão de fotos, Mila.” Poncho ensaiou um sorriso e isso deixou a fotógrafa aliviada pelo menos era um passo bem dado.

“Certo. Então chegou o horário da sessão, os outros já chegaram vamos começar o nosso trabalho, eu planejei tudo e vou passar para vocês as instruções, quem vai primeiro e tudo mais. Se por acaso ainda quiserem me matar, estrangular, ou qualquer coisa parecida, faremos depois da sessão, ok?”

Ambos afirmaram com a cabeça e até sorriram fechado para ela, deu só mais uma olhada em cada um para então ir ver com seu pessoal os primeiros passos para começarem. Sozinhos momentaneamente de novo, Poncho se dirigiu até Dulce que agora se levantava do divã.

“Além de sermos profissionais acima de tudo, ainda podemos ter uma boa relação, verdade?” Ela olhou para ele sem entender aonde queria chegar.

“Podemos ser amigos?” Ele mostrou uma palma da mão para ela.

“Claro. Mas, eu não sou um camarada seu.” Dulce concordou em erguer também a bandeira branca assim como ele, mas se sentiu incomodada com ele querendo selar tudo com um aperto de mão, incerta se aproximou dele e lhe deu um abraço curto que ainda assim foi correspondido. Era tudo tão estranho já que minutos atrás estavam se beijando apaixonadamente.

“Amigos!” Poncho definiu quando ela o soltou e lhe deu um sorriso leve, ele estava escondendo algo, mas agora não era a hora certa para tentar descobrir sobre isso.

Não demorou para o estúdio ficar barulhento para o começo da sessão cerca de uns vinte profissionais juntos, dividiram a sessão Poncho seria o primeiro para dar tempo de Dulce adiantar já que levava mais tempo para se arrumar.

Tudo era bem intercalado para que o tempo não fosse desperdiçado, enquanto se arrumava e esperava a sessão de fotos de Poncho terminar, Dulce já almoçava e dessa vez, tinha a companhia de Eliana, sua manager que tinha chegado conversaram pouco ao descobrir o que Camila tinha feito Dulce ficou sem graça ao ver que Eliana ria da situação e pior quando ela disse que iria agradecer pelo feito que ela não teria ideia melhor que aquela, parecia até um complô. Todos se intitulando cúpidos de uma história que teve um fim. Ao menos seriam amigos daqui em diante, das poucas vezes que se viram após a conversa Poncho foi cordial e respeitoso, como imaginava que seria, mas tinha muita curiosidade em saber o que passava na sua cabeça.

Era isso o que pensava enquanto estava sozinha escovando seus dentes, após seu almoço, Eliana a deixou sozinha para ir ver a sessão de Poncho, ela sempre o adorou e tinha o mau costume de defendê-lo antes mesmo dela.

Voltou para o seu camarim onde faria a sua maquiagem e estaria pronta, não demorou muito Kaka o seu maquiador da vez, já sabia o que ela gostava e também qual era a proposta para aquela sessão. Logo estava pronta.

O assistente, Cássio de Camila a levou para o local onde seria as suas fotos e tudo transcorria muito bem, estava relaxada e concentrada estava mais que isso se divertindo e o resultado das fotos estava ótimo, o que estranhou foi o fato de não ver há um tempo Eliana. Geralmente nessas ocasiões ela fica presente para dar palpites ou tirar fotos para postar nas redes sociais, seu estranhamento só passou quando a viu num canto do estúdio que tinha acesso para o outro lado onde ficara o outro camarim, então Dulce imediatamente se sentiu nervosa.

Ela estava no celular e agora fazia pose para tira uma foto de frente só que estava acompanhada por ninguém menos que Poncho. Numa troca de pose e pausa Dulce percebeu que além de tudo o celular que ela usava era o dela, pela capa. Parecendo estar observada, Eliana jogou um beijo e um sorriso para ela, algo que também era o seu costume, mas dava para perceber a malícia de longe. Não dava para pensar muito, tinha que mudar sua pose para uma nova foto.

“Aonde quer chegar?” Ele tinha o tom risonho ainda pelas brincadeiras que ela fazia.

“Não posso revelar meus planos malignos!” Usou um tom misterioso e depois sorriu. “Quero interagir com o pessoal. Estou em dúvida de quantos segundos eu posto.”

“Usa cinco segundos acho que é o suficiente e excelente.” Ele sugeriu e ela aceitou. Então ele desviou o olhar para onde Dulce estava.

“Está linda, não?” Escutou a voz de Eliana e a encarou de canto de olho.

“Sempre foi. Aonde quer chegar?” Ele repetiu por que não queria rodeios dessa vez.

“Me disseram o que aconteceu com vocês hoje.” Ela comentou e ele percebeu que essa seria a forma dela abordar o real assunto.

“Ah sim, pois é, trancados até conversar um com o outro, quase me senti uma criança.”

“Achei essa ideia genial!” Ela o surpreendeu. “Estava ficando chato esse lenga-lenga dos dois, teria algum momento que conversarem.”

“Ainda assim a conversa não terminou como eu queria de qualquer jeito.” Ele disse lamentando, voltando a olhar Dulce.

“Por quê?”

“Eu pedi para voltar e ela me disse que estava saindo com alguém.”

“Quê?” Ela ficou espantada, porém ainda controlou o tom de você sem-chamar a atenção de mais ninguém para a conversa baixa deles. “É por isso que eu gosto de você. Direto.” Elogiou.

“De que adianta?” Ele disse pensativo se lembrando da reação que teve ao que ela revelou.

“Carlos Gutierrez, profissional de luta livre. Tem algumas semanas, encontros mesmo foram apenas três.” Eliana disparou a falar deixando Poncho incomodado, por mais essa revelação, conseguia o lutador por seguir ler sobre esportes e ele tinha muito destaque por ser promessa de medalhas, tinha lido sobre eles terem se vistos até mesmo insinuações de algo, agora confirmar que era verdade o deixou pensativo.

“Por que esta me dizendo isso?” Ele a questionou.

“Para você avaliar e saber o terreno que esta pisando.” Com o que ela disse Poncho a encarou. “Se quer um conselho, se eu tivesse no seu lugar, não deixaria mais espaço para ele se aproximar dela e daria apenas um ‘golpe’ certeiro para acabar essa relação antes de começar.” Ela fez aspas com o dedo o que o fez rir.

“Acha que ela está apaixonada por ele?”

“Não sei, você que tem que me dizer no fundo eu sei que tem essa resposta.”

Poncho voltou a pensar e isso arrancou um sorriso fechado de Eliana, sempre o adorou precisava sondar como tinha sido essa conversa deles e sabendo apertar os botões certos faria tudo voltar para os eixos.

“Quero falar com ela de novo.” Ele declarou. Fazendo o sorriso dela aumentar tinha conseguido. “Porém, ela vai fugir. Consegue mais cinco minutos para mim?”

“Levando em consideração o cronograma da para fazer um encaixe devido ao fato da fotógrafa fazer parte do complô.” Ela abraçou ele de lado e soltou um suspiro. “Ás vezes me sinto tão cúpida, sabe? Poncho soltou um sorriso tinha mais uma chance e dessa vez não desperdiçaria.

Dulce não olhou mais para o lado onde eles estavam até que teve a certeza de que saíram, não conseguia conter a curiosidade e além do mais isso explicava o paradeiro de sua manager. Camila finalizou a última foto e depois de lhe mostrar como ficou pediu para ela fazer a troca de roupa e também da maquiagem.

Se sentiu nervosa porque agora começaria a sessão com os dois para a revista por sorte a entrevista principal seria feita para o canal e depois responderia algumas perguntas simples já tinham lhe passado até falar de beleza, conforto e trabalho campos de sua vida eu estavam seguros e o melhor é que seria separado de Poncho.

Troca de roupa foi rápida e fácil, agora só faltava à maquiagem, Kaka pediu apenas que ela escolhesse sua sombra e iniciou a sua magia. Assim que ela definia o trabalho dele.

“Kaka, preciso conversa com você sobre uma nova coleção de roupas que eu vi em Milão na minha última viagem, é simplesmente maravilhosa.” Eliana apareceu e roubou a atenção deles, estava empolgada e quando Kaka saiu do seu campo de visão viu que ela também estava acompanhada.

Poncho, já vestido para a sessão de fotos deles, não podia deixar de admirar. E ele também para não facilitar a olhava, sabia que perto deles Kaka e Eliana conversavam, mas tudo parecia bem distante pelo foco dela ser outro.

“Vem, vamos tomar um café.” Viu Eliana puxar o maquiador e eles foram aos risos saindo do camarim. Quase podia notar que foi planejado para que pudessem ficar sozinhos de novo.

“Eu queria falar com você.” Poncho justificou, o que ela já imaginava. “Consegui apenas alguns minutos.”

“O que quer me dizer?” Ela transpareceu sua curiosidade, depois de ter se levantado da sua cadeira e ficar frente a frente com ele, não sabia explicar só que se sentia ansiosa.

“Eu fiquei perdido quando me disse que está saindo com algum cara, quero dizer, saber disso logo após o que vivemos, quando tudo parecia estar tão vivo entre nós dois.” Ele negou com a cabeça aparentando confusão enquanto falava e ela não conseguia abrir a boca. Só que ele depois a encarou com seriedade. “Entretanto, essa sensação de não ter para onde ir ou o que fazer quando estou sem você é normal, todas ás vezes que brigamos me senti dessa forma. Mais que isso quando terminamos me senti vazio, levei um tempo para consegui me equilibrar. Que cada célula do meu corpo morre a cada dia quando não estarmos juntos. E agora eu estou vendo ao menos um farol com uma luz para me direcionar, eu sei que ainda é apaixonada por mim. Tanto quanto eu sou por você. Quero que fique mais evidente o quanto eu morro por ter você de volta!” Ele engoliu saliva para se aproximar ainda mais dela. “Não quero um recomeço nesse instante. Sabendo que preciso te reconquistar, então quero que me de mais uma chance disso!”

“O que esta querendo me dizer?”

“Quero que saía comigo essa semana!” Ele falou empolgado. “O que você quiser fazer.”

Ela ponderou o encarando frente a frente, bem próximos, pensou em tudo o que viveu sem ele. Por causa dele. Ela precisava dar voz ao que o seu coração dizia, a verdade a que ele transparecia, cada batida era por ele. Que ela morria também por tê-lo de volta. Era um jogo perdido, estava apostando para perder, ou melhor, ganhar nesse caso. Já que a partir do momento que aceitasse era causa perdida, ele a ganharia sem-muito esforço.

“Eu aceito” Dando voz ao coração que dessa vez não mentia e batia violentamente contra o peito mostrando para ela que ainda o amava.

Cuantas veces tengo que disimular esconder la realidad
mientras muero por tenerte. Como es que no puedo decirte que no
aceptar que es un error y borrarte de mi mente.

https://www.youtube.com/watch?v=X2syU2I5GJI

Fim

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.