Capítulo 28 bônus

O dia se passou silencioso até para nós, nenhum tipo de contato da parte dele foi feito e nem eu quis proximidade. Segurei-me ao máximo para não emitir qualquer tipo de som e felizmente meu corpo me ajudou não produzindo qualquer movimento involuntário ou coisa do tipo.

Chegada à noite eu continuei ouvindo os poucos sons emitidos por Nataniel que passava por perto uma vez ou outra pra me checar. Tudo aquilo ainda me magoava profundamente, mas o desespero de Nataniel começava a tomar foco; quando ele voltou a si parecia aterrorizado com o que tinha feito.

O sofrimento dele era sensível a mim, eu evitei olhá-lo, mas quando o fazia só podia ver o arrependimento e o asco que ele parecia sentir por ele mesmo. Entendi que o que ele fez era por que aquilo o tinha perturbado. Entendo isso perfeitamente, só não consigo por o que ele fez na minha lista de “tudo bem, isso já passou”, não podia e não faria aquilo. Pelo menos não agora.

Ouvi um leve ranger na porta e me virei para olhar, era Nataniel, e sua face estava tão perturbada que me toquei de que quem precisava de cuidados no momento era ele, minha dor já tinha passado; mas quem ainda sofria por isso era ele. Tive vontade de abraçá-lo de cuidar dele e dizer que estava tudo bem, que tudo já tinha passado.

Bem, eu não podia fazer nada disso, então fiz a única coisa que podia; sorri, sorri com a compaixão e alegria mais intensas que eu podia sentir. Nate veio ao meu encontro e me tirou abruptamente do berço me abraçando forte e chorando na cama comigo em seus braços. Não sei se minutos ou horas depois Nataniel adormeceu comigo em seus braços, eu sentia que ele estava perdoado, e que eu também me sentia perdoada, forte depois de tudo aquilo, sentindo que não era só eu que era a dependente, que ele dependia de mim também não importa que fosse pouco, pra mim já era o suficiente!