Mudança

Capítulo 17


Descemos pelo quintal e eu ainda estava com vergonhmas não chorava.Chegando ao portão ele estava lá!Fiquei sem ação,estava roxa de vergonha,saímos e eu não o olhei mas senti que ele me encarava.Olhei pra ele pelo vidro de trás e o vi sorrindo discretamente,virei pra frente de novo e fechei meus olhos.

Eu sentia os solavancos da viajem,mas eu só me recordava do que tinha acontecido,por mais que a vergonha ainda me rondasse eu sorria de orelha a orelhaa gora,me lembrando da sensação de ter borboletas no estomago e do fogo que me consumia por dentro.

-Do que você tá rindo aí neném? - Nate me perguntava.

Abri meus olhos e o vi me encarando pelo retrovisor,tive que pensar rápido.

-Nate?

-Que foi amor?

-Não vamos na Sara não,vamos passear um pouquinho. - pedi

-Mas achei que era legal te levar pra brincar...

-Brinca comigo... - como odiava ter que fazer isso!

-Mas e o Gabs?

-Você não quer brincar comigo? - perguntei cabisbaixa.

-Claro que sim,não precisa chorar Jeh,te levo no parque então,aente brinca um pouco e depois voltamos pra você dormir.Aí mais a noite a Sara vai lá em casa...

-Nate tem namorada.... - eu repetia várias vezes.

-Não tenho não,para com isso tá bom,ela é só uma amiga,e ela só vai lá em casa por causa do Gabs,ele gosta de você,então você tem namorado...

Comecei a ficar sem graça,mas eu sabia como parar aquilo...

-Nate,o que namorados fazem?- perguntei inocente.

Ele engoliu em seco e não me respondeu,bem se ele quer brincar espero que saiba perder.

Chegamos ao parque e eu pude ver as "crianças" brincando com seuspais ou responsáveis.

-Vamos? disse ele abrindo a porta.

Saí e ohei pro grande espaço aberto,me virei deliberadamente e sorri.

-Você não faria isso não é? - ele me perguntava alarmado.

Saí em disparada trilha adentro,ali só tinha árvores ao meu redor e Nataniel atrás.

-Jehnnifer volta aqui! - ele gritava ofegante.

Eu só corria,não via nada ao me redor,simplesmente corri sentindo aquela sensação de voar novamente,era algo...mágico.

Olhei pra frente e vi um espaço todo cheio de flores,ali tinham mães com "bebês" menores,que ao ver deles não falavam nem andavam ainda.E alguns maiores mas sentados quietos ou dormindo.Era uma cena tranquilizante aquela,olhei pra trás e não vi meu irmão chegando.

Me sentei no chão e esperei,ele estava demorando.Olhei em volta e vi um senhor se aproximando lentamente,suas roupas eram sujas e seu cabelo desarrumado.Senti medo e fui me levantando.

-Não corre não...o que uma gata como você faz aqui sozinha hein/ - ele perguntava.

Fiquei paralisada e ele ia chegando mais perto,ele tinha cheiro de bebida e sujeira.Ele sentou-se ao meu lado e foi levantando sua mão,minha paralisação se desfez e agora eu corria em disparada pelo parque sem direção,só correndo,não senti o prazer daquilo,agora eu corria por medo mesmo.

Parei depois de uma meia hora e me vi num matagal denso e até chegando a ser escuro.

Aonde eu tava?!

Corri mais agora em desespero,não vi ninguém nem ouvi ninguém.Eu corria e chorava olhando em volta e só vendo mato em volta.

-Onde eu to? - me perguntei em pânico.

Ouvi um barulho de passos e me assutei mais ainda,corri o mais que podia, mas parecia que os passos vinham pra mais perto ainda,entrei em desespero total agora,chorava soluçando e meu peito doía demais.

Bum! senti um impacto e mãos fortes me segurando,lutava contra mas elas não me soltavam.

-Calma,calma Jeh,abre os olhos sou eu;Gabs!

Abri meus olhos e o abracei como a uma tábua de salvação,eu chorava demais e estava mole.

-Olha eu ão aguento com você,então vamos andar tá legal?não estamos longe.

-Eu quero meu irmão - pedi chorando.

-Ele tá com a minha irmã,o que aconteceu com você hein?

-Eu corri do Nate e fui parar num lugar cheio de flores,daí apareceu um cara e...

Não consegui completar,a imagem era clara demais,chorei mais ainda.

-Calma,mas ele não te machucou né?

Neguei com a cabeça ,segundos sepois eu pude ver Nate vindo ao emu encontro.Corri até ele e pulei chorando em seus braços.

-O que aconteceu?

Eu só negava,não queria falar.

Sabe,por mais que eu fosse mais "madura",no momento eu tinha o medo de uma criança.