Mudança

Capítulo 15


Aquilo tinha me despertado curiosidade,mas até que ponto eu baixaria a guarda?

-E então,vai falar comigo ou não? -ele me perguntou.

-Certo então,o que você quer de mim mais não vai conseguir? - brinquei.

-Respostas.

-Faça as perguntas,já quanto as respostas não te garanto nada.

-Sobre o que você disse,sobre seus métodos,de conseguir o que quer sem acabar como eu.

Eu o encarei e ali vi dor,constrangimento,curiosidade e um pouco de resistência,talvez por me perguntar aquilo.

-Certo então,como eu vou te dizer isso então... vamos lá.Olha,eu consigo o que quero sim,mai não preciso espernear por causa disso.

-Eposso saber como você faz isso?

-Simples,eu na maioria das vezes não grito,o lande é conciliar o que você é com o que querem que você seja.Um exemplo,se eu quero um eletrônico por exemplo,eu peço com jeito,mas não como se eu precisasse,como se eu visse que meu irmão tem e quisesse também,sabe aquele lance de o que um tem o outro tem que ter?É assim,eu não preciso dar show,é só saber o que eu quero e como pedir,não é força,é jeito.

-Hummm,então é tudo tapeação? -ele me perguntou.

-Não entendi.

-Sabe,o negócio de você ser tão quietinha,eu vi bem no restaurante que você sabe tirar alguém do sério sutilmente. -ele ironizou.

-Isso,principalmente os imaturos.Entenda isso e pronto.

-Que legal então,começo a ver uma aliada.

-Nã nã não pera aí,eu só te respondi,você me ofendeu muito,não quero amizade com você,distância seria mais apropriado.

-E?e o que você vai fazer pra isso acontecer? - ele me provocava.

-Observe e aprenda - disse eu sorrindo malignamente- você pode vir aqui um pouquinho?

-Pra que? -ele perguntou se aproximando do berço.

-Como eu disse,observe e aprenda.

Liguei o radinho(mais conhecido como babá eletrônica),olhei pra ele e comecei a fazer um bico de choro,eele continuava me olhando,segundos depois eu abri o berreiro como se estivesse muito assustada.Ele me olhava em pura confusão,lágrimas escorriam por meu rosto.

-AI,Nate! - eu berrava.

Em segundos Nate apareceu com Sara atrás,quando viram Gabriel apoiado no meu berço,eu chorando copiosamente,entenderam tudo como eu queria.

-O que que oi?você se assustou né?vem cá - disse Nate me pegando no colo - o Gabs deve ter visto ela e ficou curioso,ela acordou e viu ele e se assustou.

-Ai Gabs,olha o que você faz! - disse Sara enquanto o pegava no colo- vem vamos pra sala todo mundo então.

Eu ainda chorava enquanto saíamos do quarto e íamos pra sala,eu ria por dentro.

Chegando lá eu ainda estava grudada em Nate e chorava,só que menos.

-Hey você tá chatinha ainda,calma,é só o Gabriel. - Nate tentava me acalmar.

Olhei pro celular do Nate e decidi como endo esse o objeto da minha ação.

-Dá!- disse eu com cara de inocente apontando pro celular.

-Ah não Jeh,não pode amorzinho,isso não é brinquedo.

Olhei pro Gabriel e ele quase ria,pus minha mangas de fora,fiz um bico,abracei Nate e sussurrei:

-Só um pouquinho,eu juro que não quebro.

Nataniel me encarou,mas em segundos o celular estava em minhas mãos.

-Ó,não pode nem por na boca e nem jogar tá bom? - Nate disse.

Peguei o celular na mão e comecei a paeretar os botões,eu adorava apertar botões.

-Ela não vai quebrar? - perguntou Gabriel a Sara.

-Não Gabs,ela é neném,não entende ainda.

Olhei pra ele e sorri abertamente mostrando o celular.

-Viu Gabs,ela tá brincando com você,masi vai devagarzinho,ela não sabe.- advertiu Sara.

Ele me olhava estupefato,e eu triumfante.

-Vejo que alguém está melhor - disse Nate me beijando no rosto, e me levantando.

Quando ele foi me levantar ele apertou bem aonde eu tinha tomado a injeção,doeu demais e eu gritei,agora eu chorava de verdade.

-O que foi Nate? -Sara perguntava.

-Ai desculpa Jeh,eu esqueci. - Nate me falava.

Doeu mais nem tanto,mais era uma boa hora de me aproveitar da situação...

-Ela tomou uma injeção e eu devo ter apertado em cima sem querer- disse Nate pra Sara.

-Ah,tadinha Nate,ela chorou?

-Não muito,ela estava mal pra caramba,mais agora tá melhor,mais ô pecado,não quis te machucar não viu amor?

-Tato,dá chocolate - pedi inocentemente.

-Você quer leite agora? - ele me perguntava.

-Leite não,aquele lá- disse eu apontando pra caixa de doces no alto do armário.

Me lembrei de quando meu pai vinha comigo aqui e me dava um doce daquela caixa,eu olhava aquela imensa caixa de madeira vermelha com curiosidade,e,quando eu abria a caixa com ajuda dele eu ficava maravilhada com a infinidade de chocolates que tinha lá!

-Já é quase hora da janta,depois eu do um pra você - ele me respondeu e Gabriel me olhou em desafio,sorri .

-Só um tato... - pedi olhando nos olhos de Nate docemente.

-Tá bom sua manipuladorazinha,eu pego um pra você,como você consegue fazer isso hein? -ele brincava.

E o olhei e sorri bem delicadamente,ele me olhou de volta e me lavantou com todo o couidado do mundo.

-Já sei por que,ela é fofa demais - disse Sara.- vem com aa tia um pouquinho? - essa foi pra mim.

Sorri e me estiquei pra ela,vi Gabriel se contorcendo de raiva do lado dela.

-Não pode Gabs,ela é neném. -ela advertia enquanto ele se aproximava de mim- vê se não assusta ela viu?

Ele se aproximou bem devagar e pos a mão no meu rosto delicadamente e começou a fazer carinho,não entendi nada.Olhei pra seus oplhos e não vi ironia,raiva,nada.No momento ele sá me fazia carinho,e algo em seus olhos o fez parecer fascinados por mim.Do nada ele tira as mãos do meu rosto,passa por meu cabelo bem devagr,tudo isso sem parar de me olhar;pegou minha chupeta,pos na minha boca e continuou a me olhar.Achei estranho,não entendi no começo,mas eu também gostava daquilo.

Agora a vez era minha,involuntariamente eu passei a mão po r seu rosto lentamente,por cima de seus olhos,sua boca,tudo.Derrepente comecei a pensar que eu estava com a mesma cara de fascinada que ele parecia ter.Sorri pra ele e ele me sorriu de volta.

-Own que fofos vocês dois assim. - disse Sara.

-A jeh é super carinhosa Sara - disse Nate.

Ele entregou um chocolate pra mim e outro para Gabriel.O dele era brando e o meu era mesclado.Resolvi brincar um pouco com ele,mordi meu chocolate e ele fez o mesmo.Fui mais pra perto e tomei o dele dando o meu em troca.Eu pensei que ele ia brigar comigo,mais ele sorriu com a brincadeira.

Nate agora conversava com Sara e eu e ele estávamos no chão empilhando peças coloridas(legos),aquilo era stranho,mais eu gostava.

Talvez uma ou duas horas depois Gabriel deitou-se no chão e ficou quieto,não liguei;quando dei por mim ele estava dormindo no chão e Sara o pegava no colo.Sua expressão era tão doce e inocente que me fez pensar no real motivo de sua revolta.Não encontrei nada,ele devia ser assim mesmo.

Comecei a me sentir sonolenta também e Nate me pegou no colo,minutos depois nós dois estávamos mamando cada um no colo de seu irmão.Aquele momento foi o mais tranquilo que já tivemos,será que aquilo era o início de uma amizade ou de uma simples trégua?