Era surreal o que estava acontecendo, em nenhum momento em minha vida eu conseguiria imaginar algo nesta dimensão, minha mente por mais criativa que fosse jamais conseguiria criar um cenário igual ao que me encontrava neste instante. Oliver Queen, alto, lindo, charmoso e arrogante, curvado dentro do meu carro. Oliver Queen, idiota, bastardo, mulherengo e arrogante curvado sangrando em meu carro. Oliver Queen, meu chefe, que tinha como passatempo favorito trocar meu nome e exigir que eu pegasse seu café favorito a pelo menos duas quadras distantes em menos de cinco minutos, estava deitado no banco traseiro do meu carro sangrando, vestido de arqueiro, e neste momento tudo que conseguia pensar era se os céus não haviam escutado minhas preces e agora neste exato momento eu poderia literalmente colocar o dedo na ferida, ou sei lá, ligar para policia, e pronto à origem de todo o meu tormento estaria acabada por fim.

– Felicity, por favor. – Falou entre arquejos.

– Eu nunca imaginei que você conseguiria por fim acertar meu nome. – Minha língua soltou, embora minha mente estivesse em choque com todo o caos em minha frente, eu me perguntava se mancha de sangue era fácil de tirar. – Muito menos acompanhado de um “Por favor”.

– Felicity. – Repetiu com menos paciência. Eu poderia realmente ter minha vingança naquele dia, mas algo em seus olhos, o desespero por trás deles, me fez seguir suas instruções, não foi nenhuma surpresa quando encontrei John Diggle nos esperando, foi como uma venda sendo tirada dos meus olhos mostrando a verdade por trás do Mr. Queen, foi sem dúvida alguma a noite mais longa da minha vida, e eu nem sequer sonhava que era apenas a primeira de muitas.