— Hannah?

James olhava para Hannah com uma expressão curiosa.

— Desculpe! Eu tinha que atender esta ligação.

— Tudo bem... Hum... Quando eu perguntei sobre seu namorado eu na verdade quis saber sobre qualquer homem com que você pudesse estar envolvida.

— Eu não estou em nenhum relacionamento no momento.

— Darcy?

— Ah! Você está curioso sobre a ligação?

James assentiu.

— Nós não temos uma relação romântica. Darcy é um amigo, nós dividimos a casa.

James se engasgou com a bebida.

— Você mora com um homem?

Hannah assentiu.

— Ele é... Ele é gay?

Hannah se lembrou de todas as vezes que Darcy saiu do banho com os cabelos úmidos, da dança após a festa da empresa, da sua expressão quando vestiu sua camiseta e de todos os olhares nada discretos que ele lhe lançava quando pensava que estava distraída. Sentiu as faces queimarem.

— N-não.

— Você mora com um homem que não é gay e quer que eu acredite que vocês não estão em um relacionamento amoroso?

— Isso. – As bochechas de Hannah ainda queimavam pelos pensamentos nada puros sobre Darcy.

— Desculpe Hannah. Eu não consigo acreditar.

— Nossa relação não é como você pensa. Nós somos amigos. Totalmente platônico. – disse o final com certo desânimo.

— Espera aí... Agora estou entendendo. Você é apaixonada por ele.

— Mas o quê? Como?

— Você não é muito boa em esconder seus sentimentos. Ele já sabe?

James sentiu o desânimo abater-se sobre ele. Ele realmente gostara de Hannah e ela era apaixonada por outro homem.

— Sabe.

— Então por que não estão juntos? Você é uma mulher formidável. Qualquer cara se sentiria feliz com você.

— Obrigada James. Você é muito gentil.

— Não é gentileza Hannah. Não me confunda. Eu não sou um cavalheiro. Apenas estou muito, muito interessado em você. – disse essas palavras olhando-a profundamente.

Hannah riu descontraída, aliviada pela mudança de assunto.

— Então quer dizer que quando você está interessado em alguém finge ter uma personalidade que na realidade não possui?

— Eu não disse isso. Os meus elogios não foram fingidos. Eu realmente penso o que disse. Eu apenas quis dizer que não saio por aí distribuindo palavras gentis, eu apenas digo o que penso.

— Uau! Você é bem direto.

— Apenas com o que eu quero.

O clima estava realmente esquentando e depois de muito tempo era a primeira vez que Hannah se sentia a vontade para brincar e provocar. James era um homem bonito, inteligente e educado. E estava flertando descaradamente com ela.

— E o que você quer James? – perguntou olhando em seus olhos sem titubear.

— Nesse momento? – um sorriso malicioso pairava em seus lábios.

Hannah assentiu.

— Pensei que fosse uma mulher inteligente Hannah. – respondeu traçando a borda do copo.

— Eu sou. Mas existem certas circunstâncias em que uma mulher precisa ouvir diretamente os pensamentos de um homem. Pense como uma forma de evitar mal-entendidos.

Hannah quase não se reconhecia em todas as palavras que saiam de sua boca. Ela era tímida. Não fazia o tipo fatal. Mas o interesse de James despertou uma mulher que não sabia que existia dentro de si. Uma mulher com fome de ser reconhecida, amada e apreciada.

— E que tal atos no lugar de palavras? – sussurrou se aproximando de Hannah.

Os olhos dos dois brilhavam. A tensão era palpável.

— Eu acho uma excelente idéia. – Hannah disse antes de terminar de se aproximar e selar seus lábios com os de James.