Morpheus

Capítulo 8


–E então fofinha?-Disse a menina, ela pegou uma arma e apontou para mim.-Vamos! Dê-me o olho!

–Ah, espere aí Freda, vamos nos divertir um pouco!-Disse o menino.

Duas pessoas, um casal, haviam chegado na casa onde estávamos pedindo para que os desse o olho que havia acabado de ganhar. Como de costume Letta pegou seu machado, desta vez a impedi.

–Quem são vocês?

–Eu sou Yin, ela é Freda.-Ele sorriu.- Pronto, agora pode nos dar o olho? Ou vou ter que arrancar ele de você?

–Sinto informar mais agora ele é meu.-Eu podia ver a alma negra de ambos, ela pequenas bolinhas de luzes brilhantes, a alma dos dois era totalmente cinza.

–Então vamos ter que arrancar de você!-Disse Freda.- Ah, que interessante! Yin, faça uma chuva de sangue como fez naquele dia!

–Claro, amor.-Ele deu um beijo nela e começou a atirar em mim.

Desviei de uma das balas indo para trás de Letta que não podia ser acertada. Flower pegou suas faquinhas e White formou seu punho em chamas. Letta havia posto o machado em sua frente para que as balas não pegassem nela, ela foi chegando mais perto de Yin.

–Nos encontramos de novo, hein? Desta vez eu vou te matar! Sua...

–Você não conseguiu encostar em mim nem da primeira, acha que vai conseguir encostar agora, que tenho mais pessoas do meu lado?- Freda tentou dar um soco em Letta mais acabou sendo chutada para o outro cômodo ,conseguindo atravessar a parede. Yin então começou a atirar mais, só que infelizmente para ele,Letta não era atingida por essas balas. Ela usou o machado para tentar cortar a cabeça de Yin, mais ele desviou rapidamente, mesmo assim ela conseguiu acertar seu ombro deixando um corte fundo. Freda se levantou e tentou atacar Letta por trás, White chegou dando um murro nela e Flower foi ajuda-lo.Enquanto Letta manobrava seu machado tentando matar Yin ele desviava, do outro lado, Flower e White lutavam com Freda, com chutes, socos e facas. Esperei o momento certo, quando a arma de Yin caiu, peguei e atirei em suas costas.

–Atire mais Mestre!-Letta disse, mais eu não atirei. A alma dele começava a borbulhar de arrependimento.Mesmo assim ele resistia. Quando Freda viu, ela simplesmente deixou-se levar por um murro na cara dado por Flower, e logo desviou do poder de White para vir correndo até Yin.

–Me dê essa arma sua pirralha infeliz!-Ela gritou, mas não conseguiu pegar a arma, acabei dando um tiro em sua barriga sem querer. Ela caiu no chão. Flower e White vieram ajudar Letta desde então.-...Yin...-Freda tentava se levantar...-Por favor não.

–Parem!-Eu grite. Olhei para Freda.

–...Por favor...nós só queríamos vingança do mundo...nós não queríamos chegar a este ponto. -Ela começou a chorar.- ...Nós só queríamos...ter uma família normal...na época não tínhamos idade para arrumar trabalho...então nós simplesmente roubávamos...virou um hábito...isso virou nossa vida. Não o matem...deixem ele vivo por favor...

–Roubar magia, isso é tão desprezível quando a alma de vocês.-Eu disse, Flower e White me olharam, mais Letta pareceu não se importa, seu machado estava frente a garganta de Yin.- As pessoas precisam disso neste mundo.

–Eu sei...-Ela disse soluçando.-Não tínhamos muitas opções, está era a mais fácil. Eu o amo, por favor, não matem ele.

–Letta...-Ela deu pequenos passos para trás escondendo o machado, White e Flower fizeram o mesmo. Yin caiu no chão, o sangue se espalhou. Freda se levantou e mesmo com dor, foi correndo vê-lo.

–...Ah, desculpe Freda. O olho pode ficar pra depois?-Yin sorriu.

–...-Freda começou a chorar mais que antes.-...Me desculpe...

–Ei boneca.-Ele disse se referindo a Letta.- Você venceu.Só nos deixe ficar com a casa. Isso aqui será o lar dos nossos...argh...futuros filhos.

–...Futuros filhos...?-Flower disse.

Levamos Yin para a cama, Letta começou a cura-ló. E então, colocamos uma bandagem na barriga de Freda e ela começou a contar a história. Yin era um mendigo quando eles se conheceram. A mãe dele o havia abandonado pois não queria ter filhos, isso quando ele tinha sete anos. Freda trabalha numa padaria e era maltratada pela avó, seus tios e primos que moravam com ela. Todos os dias, ela era feita de escrava para eles. Os dois se conheceram quando Yin foi tentar roubar um pão da padaria onde Freda ficava trabalhando enquanto a avó vivia no luxo. Quando Yin contou que queria mais do que aquela vida, ambos se juntaram e começaram a roubar coisas, as magias, comidas, roupas.Ela disse que tudo...o casaco vermelho de Yin, a blusa preta dela, tudo havia sido roubado. Eles pretendiam parar assim que pudessem parar...mais era uma vida difícil essa, então continuaram na onda de Ladrões. Uma vida de correria, mas mesmo assim, de muito amor.

Quando Letta terminou de curar Yin ela veio para perto de mim e recolheu a arma, entregando-a para Freda.

–Acho que...vocês tem que começar do zero.-Disse Letta.- Que tal tentar serem honestos? As pessoas precisam da magia, do dinheiro...elas precisam das coisas que tem.

–...Eu...eu prometo tentar fazer isso sim...-Ela sorriu.- Obrigada Letta.

–E...eu quero ser convidada pro casamento.

–Hã?

–Se vocês vão ter filhos você precisam casar certo? Eu quero ser convidada por casamento.-Disse Letta.-Eu adoro casamentos....apesar de eu não sentir o gosto do bolo direito.-Freda riu.

–Está c-o-n-v-i-d-a-d-a!-Ela disse rindo.-Vocês...vocês vão para onde agora?

–Mestre...?-Todos olharam para mim.

–Eu não quero mais ficar perto daqui. Vai me trazer más lembranças...e a vocês também. Vamos seguir para o norte.

–O que quer dizer Eliza?-Perguntou White.

–Desta vez nos vamos seguir na direção norte, e vamos ver no que vai dar.

Todos concordaram, e assim demos tchau para o dois ladrões.

–Ei Eliza...você tem certeza disso?-Perguntou Flower.

–Eu nunca tive certeza de nada, eu simplesmente quero ir, e ver o que aquilo ali vai nos reservar desta vez. Por que sinceramente? Me acostumei já com essas coisas mágicas. As almas apontam a direção. Vamos!