Morpheus

Capítulo 5


Como esperado, ao ouvir a notícia, Letta e eu saímos correndo da casa para procurar Flower e White pela vila, eles não poderiam ter ido muito longe da casa. Ordenei Letta a me levar no local onde ambos estavam, ela me jogou em suas costas e fomos. Eu estava com um pouco de frio ,já era noite, mais eu não poderia desistir até achar Flower e White. Enquanto Letta corria pelos telhados da casa me levando em suas costas, eu olhei para baixo, vendo uma menina loira de tranças...Viola. Não pude acreditar quando a vi ali, ela caminhava e de repente ela olhou para cima sorrindo para mim, sorri de volta e acenei, ela virou a cabeça e continuou a andar... alívio...Viola não foi machucada por Ellen, isso já era uma grande vitória para mim. Letta pulou mais alguns telhados de casa e depois acabou parando em um beco, lá estava pouco iluminado mais mesmo assim dava para se ver Flower e White caídos no chão e algo mexendo nele.

–Letta!-Eu gritei e Letta pegou o machado. Quando a pessoa percebeu nossa presença correu para o telhado da casa e começou a correr. Letta tentou segui-lo mais eu a parei.-Nosso maior objetivo são eles. Consegue levar nós três novamente?

–Sim,Mestre.Suba em minhas costas.-Eu obedeci e logo depois ela pegou Flower e White, colocando ele em seus ombros e novamente, correndo pelos telhados das casas sem fazer nenhum barulho.

Conseguimos chegar bem rápido na nossa casa, Letta e eu subimos rapidamente com White e Flower para o quarto que tínhamos acordado naquela hora. Letta pegou faixas,bandagens e água e começou a curar os ferimentos de White e Flower, ambos haviam levado facadas na barriga e Flower tinha um pequeno corte em seu seio, dava para ver pois sua roupa estava quase inteiramente rasgada. Um ódio veio em mim no momento, quem seria tão obsessivo por magia a ponto de fazer isso com pessoas caçando trabalhos para se sustentar? Depois de um pouco de bandagens e água, Letta usou magia para cicatrizar o machucado de ambos, logo os dois abriram os olhos, White deu um leve arranco levantando seu tronco e tossindo. Flower somente esfregou os olhos tampou seu corpo com o lençol.

–O que...

–Um ladrão tentou roubar a magia de vocês.-Eu disse.

–Roubar?-White disse confuso, ele tossiu novamente e deitou sua cabeça no travesseiro.-Eu não me lembro...

–...Nem eu.-Disse Flower.

–Ele tentou fugir quando percebeu que nós estávamos lá.-Disse Letta.-Não se preocupem, vou caçar ele e matá-lo. Agora todos, Mestre,senhor,senhora, descasem. E vocês dois...-Ela olhou para Flower e White.- Não se levantem daí. Qualquer problema eu virei Mestre.-Letta pegou seu machado e saiu pela janela.

–Elizabeth...você está bem?-Flower tentou se levantar.

–Não se levante! Você ouviu Letta, fique aí. Eu estou bem sim, não se preocupem comigo.

–Mas..Argh...O que aconteceu ? Não me lembro de nenhum dragão ou coisa assim.

–Conseguem fazer mágica pelo menos?-Eu perguntei. White levantou com esforço seu punho direito, de repente havia uma chama meio falha envolvendo seu punho, Flower estendeu seu dedo e o rodou, dele caiu vários brilhos azuis.-Isso é bom.- Fiquei aliviada.

–Que tipo de ladrão é esse? Sabe alguma coisa sobre ele?-Perguntou Flower.E eu assenti.

–Sei que ele é de outra vila e não daqui, uma vila tipo,negra... ele rouba coisas que dão poder as pessoas: varinhas, o coração, um olho por exemplo... acho que o poder de vocês o interessou. Não sei.

–...Meu poder...ele...se espalha pelo corpo todo.-Disse White.E Flower assentiu,

–O meu também, mais não sei usa-ló muito bem ainda.-Disse Flower.-Mais eu sinto que ele não roubou nada de mim acho, me sinto somente dolorida na barriga.

–Eu também. Acho que ele não conseguiu levar nada, só sinto como se tivesse levado uma facada.Bom, confio em Letta, acho que ela pode sim pegar este ladrão de magia.-Disse White.

–Falando nisso.-Eu disse.-Será que ela já o achou?

_______Longe dali________________

–Mais você é mesmo uma praga,hein?-Dizia o ladrãozinho.

Segurando meu machado eu olhava fixamente para o alvo.

–Quem é você?-Ele gritou.-Sua peste infeliz!

–Infeliz eu sempre fui, não sei peste...

–Grr...Olhe aqui garota, eu vou...

–Você simplesmente não vai nada. Você nunca conseguiria encostar um dedo em mim.-Eu disse.- Pois eu sou Letta. Eu sou uma boneca, que nunca irá se quebrar.-Ele riu.

–Poupe-me dessa sua lábia! Vou acabar com você!

Ele partiu para cima de mim tentando me da um soco, desviei e o chutei, ele conseguiu se segurar e voltou correndo em minha direção.Tentando dar-me socos e chutes, eu novamente o chutei para o outro lado, desta vez ele não tinha como se segurar em nada e ficou caído no chão. Corri até ele rapidamente e usei meu machado em direção a sua cabeça,mais ele levantou antes e tentou me dar uma rasteira, eu pulei antes que ele pudesse e tentei usar meu machado novamente, ele saltou para longe e de novo veio correndo em minha direção, desviei do seu ataque e o chutei, com rapidez antes dele cair no chão tentei cortar sua cabeça, ele conseguiu se esquivar no ar, e conseguiu ir pro chão, ele já estava começando a ficar ofegante.

–Sua...Você é boa em lutar...mais ainda sim, eu vou te vencer.

–Veja você mero mortal-Eu fui lentamente para o chão, quando meus pés se encostaram ele veio até mim tentando me dar um chute, desviei novamente e dei um soco em sua nuca fazendo-o cair.- Você nem mesmo consegue me acertar.-Ele continuava ofegante.

–Sua...Argh!-Ele não conseguia mais levantar, coloquei meu pé em sua cabeça o impedindo de levantar.

–Em menos de cinco minutos de luta, você está sendo derrotado, por uma boneca.-Eu apontei meu machado para ele.- Isso é tão patético.

–Eu...não vou perder aqui...-De repente ele se tornou uma sombra e desapareceu, encostei meu pé no chão e olhei para os lados, não havia mais ninguém lá além de mim.-Eu te verei de novo, boneca maldita!–Ouvi uma voz de longe sussurrar. Voltei para a casa pelos telhados, chegando lá, Mestre e seus amigos estavam dormindo. Sentei-me numa cadeira perto da janela e com mágica apaguei a luz do quarto.

–Boa noite Mestre... Eu o pegarei depois.-Olhei pela janela e vi uma menina loira de tranças em cima do telhado com um sorriso maligno olhando para onde a Mestre dormia. -Saia daqui.

–Não seja tão má.-A loira se afastou.- Sou apenas a Viola...amiga dela.

–Você não me engana tola. Saia já daqui!-A menina deu uma risadinha e desapareceu do anda,olhei para a Mestre e vi que um brilho circulava destacando seu olho direito que estava fechado.-Essa menina...ela não iria fazer isso com os belos olhos verdes da mestra...eu não deixarei.

Ou quem sabe, eu farei.–Ouvi uma voz não muito familiar para mim sussurrar.