A pequena Natalia sorria inocentemente, encantada com a bailarina que estava a sua frente. Seus pequenos olhinhos de admiração não piscavam, afim de não perder nenhum movimento enquanto observava.

A bailarina que estava a sua frente dançava leve e graciosamente, não transmitindo nenhum som quando suas sapatilhas entravam em contato com o chão. Ela tinha um cabelo avermelhado, que mesmo curto estava amarrado em um elegante coque. Uma pele branca e delicada, tal qual ela aparentava ser.

O som do piano possuía uma doce sonoridade, um som leve e hipnotizante. A musica que tocava no momento, era capaz de acalmar o mais vasto e conturbado coração, era capaz de fazer qualquer um pensar no quão bela uma simples coisa poderia ser.

A bailarina continuava sua dança, concentrada em cada movimento, mas em determinados momentos podia se ver seu sorriso, um lindo sorriso ao qual fez a pequena que tão silenciosa observadora sorrir também.

Ela então continuava a observar, sem dizer ou se mexer, apenas olhando e comtemplando. Quando a pequena Natália pensou em se aproximar da graciosa bailarina, se conteve ao notar passos firmes andando em direção a ela. A ruiva ao escutar os passos, parou sua dança e foi de encontro ao som. Natalia ao tentar se aproximar e ver de quem se tratava, teve seus movimentos contidos por uma mão gélida que segurava a sua.

— Vem comigo... — Mesmo na escuridão a voz ecoou inocente e suplicante.

A pequena Natalia teve medo. Ao tentar ver o dono da mão, não conseguia. Tudo o que via era um lugar escuro e tenebroso... Ela via o desconhecido.

Desvencilhou-se da mão que a segurava e recuou para trás, tentando voltar para a ruiva que tanto lhe trazia paz e alegria. Mas é surpreendida ao ver que o estúdio de Ballet que antes a sua bailarina dançava, estava destruindo e cercado por chamas.

Espanto.

Era tudo o que definia a pequena naquele momento. Natalia procurou pela bailarina, entretanto, ela não estava mais lá.

— Vem comigo... — A voz, que ela deduz ser de outra criança insiste, prendendo sua atenção mais uma vez.

A mão ainda estava estendida como se a esperasse, mas o desconhecido era assustador demais.

Correr.

A única coisa a qual ela poderia fazer era correr.

A pequena, decidida, atravessou o estúdio de Balett em chamas. Ela correu por toda aquela destruição sem se importa em sujar seu vestido. Fazia tudo o que estava ao seu alcance para sair dali, corria o máximo que podia. Porém quanto mais ela corria, mas a saída ficava distante, e as coisas ao seu redor escureciam.

Mesmo com medo e sem ninguém para socorrê-la, Natália continuou correndo.

No meio do caminho, se deparou com uma mistura de sons. Aquilo era como uma tortura para a menina que inutilmente tentava cessá-los tapando seus ouvidos. Ela se ajoelhou chorando alto, mas não tão alto quanto os tiros, as explosões e gritos de dor de pessoas ao redor.

Aquilo era a guerra.

De repente tudo ficou claro para ela, ela já via, mas o que via não era lá muito agradável.

Era sangue e morte. Milhares de pessoas mortas ao seu redor, enquanto toda a cidade se encontrava em destruição. E a sua frente estendida estava à bandeira americana rasgada e coberta de sangue. Natália finalmente se da conta que já não é mais uma menininha de vestido, mas sim uma mulher vestida com seu traje de espiã.

Como se nada pudesse piorar milhares de vozes falavam na cabeça dela. Todas as vozes eram de pessoas comentando sobre cada crime da famosa viúva negra.

Ela estava exposta.

Mas no fundo de todas as vozes ela conseguiu escuta a criança a chamar mais uma vez.

Natália tentou procurar a voz, e quando finalmente encontraria, ela escutou uma explosão. Uma bomba atômica explodia no meio da cidade, ela foi capaz de ver a bomba explodindo e o rastro de destruição se encaminhar até ela.

E ela sentiu.

Sentiu o fogo a queimar lentamente.

E ela gritava.

Mas ninguém a escutava.

Natasha acordou assustada, mas não surpresa. Ela costumava ter pesadelos e ultimamente desde a queda da SHIELD estavam muito mais frequentes.

— Droga! — ela murmurou conforme se ajeitava na cama até ficar sentada. Estava suada e abatida como se ela realmente tivesse vivido tudo aquilo.

A ruiva estava se recompondo enquanto viajava em seus pensamentos, tentando entender seus pesadelos, e de certa forma entendia.

Mesmo exausta, decidiu se levantar. Caminhou até o banheiro em busca de um banho que a fizesse eliminar a tensão que ainda existia em seu corpo.

Romanoff se encontrava na torre Stark em Nova York onde havia chegado há três dias. Ela possuía um andar inteiro só para si, e segundo Tony, aquilo seria uma espécie de base não-oficial dos membros que ajudaram na batalha contra os chitauri. Tudo no andar parecia ter sido feito para ela, com uma sala onde possuía todo tipo de arma e equipamentos de espionagem, um quarto imenso e completo, banheiro e uma sala com TV. Possuía até uma cozinha, mas o principal era seu novo uniforme que agora era muito mais versátil.

No andar principal, todos conversavam empolgados com Thor que havia chegado repentinamente, contando-lhes sobre os últimos acontecimentos na batalha contra o Elfo Negro. E lá estavam Tony Stark completamente entretido na historia junto com Pepper, Bruce que estava concentrado e ao mesmo tempo encantado com cada palavra que Thor dizia. Clint, que não havia convivido muito com Thor, estava se acostumando com o jeito diferente que o deus nórdico falava, mas mesmo assim, não deixa de prestar atenção.

Natasha chegara ao meio da história ganhando atenção de todos, e surpresa pelo novo visitante. Cumprimentou Thor que animadamente falava com a ruiva, mas por louca insistência de Tony o deus voltava a se concentrar na historia do Elfo.

Romanoff por sua vez decidiu tomar o café da manha na cozinha, mesmo estando muito interessada pela historia de Thor.

Ao fim do conto do deus Nórdico, Stark e Pepper foram juntos apresentar o quarto dele, deixando apenas Barton e Banner na sala principal. O Doutor decidiu descer até o laboratório para cuidar de seus projetos, já Barton foi fazer companhia à amiga que já terminava de comer.

— Esse cara é uma figura. — Barton se aproxima entre risos de Natasha que já se levantava totalmente preparada para um treino matinal.

— Você não viu nada. — Ela pegava uma garrafa d’água na geladeira. — Que tal um treino na academia do Stark? — Tinha um sorriso torto nos lábios.

— Me desculpe, Tasha, porém terei que recusar. Meu treino foi às 4h30min da manhã. Achei estranho você não estar lá. — A ruiva soltou um leve suspiro após o comentário do gavião.

— Estava bastante cansada hoje. — Natasha sorriu amigável para disfarçar a mentira.

— Natasha... — estimulou Clint.

— Relaxa Clint! Está tudo bem. — Tentou sair do olhar de reprovação do agente. — Já vou treinar, perdi muito tempo dormindo. — Nat caminhou em direção ao elevador.

— Não se atrase para o almoço, teremos a reunião depois disso. — O arqueiro avisou para ruiva que continuava a andar até seu destino.

Ela apenas acenou com o braço sem se virar em resposta.

Abandonado na cozinha, Barton, por não ter o que fazer até o horário do almoço, decidiu visitar Dr. Banner no laboratório.

(...)

Já passado o almoço, todos descansavam na sala de reuniões para resolver a missão que os uniu ali, esperando apenas que o atrasado Capitão chegasse para dar inicio. Os vingadores estavam sentados em uma espécie de mesa oval. Com um de cara para o outro, exceto Stark que se sentava na ponta. Clint estava ao lado direito de Tony e ao lado de Barton estava Natasha, a frente da ruiva se encontrava Thor sem a sua típica armadura, mas sim em roupas civis como todos os outros. Banner estava entre o deus Nórdico e Stark.

O silencio era completo no ambiente, exceto pelos os incessáveis dedos de Stark que batia contra a mesa provocando um irritante barulho. Romanoff cruzava os braços e levava o olhar a um ponto aleatório do ambiente tentando disfarçar a irritação. Os outros pelo visto tentavam fazer o mesmo.

— Ele se diz tão certinho e responsável, mas não esta aqui na hora que é pra estar! — Stark comentou cruzando seus braços e levando seu olhar a seus companheiros. — Só sei que eu estava aqui na hora em que era pra estar desde o começo, tanto que fui o primeiro a chegar. Não sei por que Fury o chamou para a missão, acho que só nós daremos conta. — Ele continuava a olhar para os companheiros em busca de apoio, mas foi bem pelo contrário.

Natasha foi a primeira a defender o soldado.

— Ele nunca disse ser certinho e responsável, deve ser um imprevisto, Steve não é de se atrasar.

— Além do mais, Tony, o Capitão foi de grande ajuda na batalha de Nova York e com toda certeza será de grande ajuda nessa missão também! — disse Bruce fazendo todos concordarem. — Como a agente Romanoff disse, deve ter sido um imprevisto.

Tony respirou fundo e por fim concordou com Banner.

Continuaram com mais comentários e piadinhas até que Pepper adentrou a sala, ganhando a atenção de todos. Impaciente, Tony perguntou:

— Por favor, me diga que o picolé já está subindo... — suplicou Tony para Pepper.

— Estou bem aqui, Stark. — Steve apareceu em seguida com um meio sorriso no rosto.

Todos respiraram aliviados ao ver o soldado, porque finalmente poderiam começar aquela reunião.

Steve cumprimentou Thor um pouco surpreso, pois não esperava que o deus estivesse na Terra. Cumprimentou Dr. Banner com um aperto de mão, e depois de dar a volta na mesa a fim de cumprimentar Natasha, a encontrou com um olhar de reprovação.

— Está atrasado Rogers! — Ela cruzou os braços tentando manter a pose seria.

— Oi, Nat. — Ele a cumprimentou com um sorriso — Tive uns imprevistos.

— Você fez a gente ter que aguentar o Stark reclamar desde cedo. — Stark revirou os olhos com o comentário de Natasha. — Nunca mais faça isso. — E como sempre aquilo soava como uma ordem da Viúva.

— Imagino como deve ter sido horrível. — Steve sorriu. — Na próxima chegarei na hora... Prometo! — Ele piscou para ela.

Cumprimentou Clint, que também não perdeu a oportunidade de comentar sobre o seu atraso. E na vez de cumprimentar Stark, Rogers apenas o encarou com os olhos semicerrados, ficando naquilo por alguns segundos até o loiro quebrar o silencio.

— Stark...

— Rogers...

Steve se sentou ao lado de Thor, e devido ao clima tenso de agora a pouco todos ficaram em silencio, pois Tony e Steve continuavam a se encarar. Aquilo de certa forma era desconfortável para os demais que não sabiam como reagir.

— Steve — Tony o chamou —, da próxima vez que for destruir um porta-aviões da SHIELD, me chame. — Stark e Steve nesse momento já riam deixando os outros sem saber o que pensar. — Eu ainda não vou com a cara daquela coisa desde a ultima vez que estive em um.

Todos riram.

Pepper se despediu e deixou os vingadores na sala, onde Steve dava início à reunião.

— Bem, como todos já devem saber Fury nos informou há alguns dias sobre uma possível sede da HIDRA localizada nas montanhas da Índia, onde a mesma poderia possuir informações importantes sobre a tecnologia Stark e com sorte sobre ela mesma, além de representar um grave perigo para humanidade sendo capaz de acabar com a SHIELD. — Rogers fez uma pequena pausa. — Até onde sabemos a HIDRA se esconde muito bem, foi sorte achar essa base sendo que ela esta fora de vista do satélite, certo doutor? — Steve passou a bola para Banner.

— Correto. — Bruce confirmou mexendo em um tablete. — Porém, o mais estranho ao recebermos as coordenadas da base da HIDRA que Fury nos deu, foi vermos... — Ele continuava a mexer no tablet, e acaba por fazer uma imensa tela descer em frente à mesa de modo que todos vissem. — Isso...

A tela mostrava em mapa a localização da base da HIDRA e ao lado um alerta de radiação com dados a baixo sobre a mesma.

Todos olhavam concentrados, tirando Thor que no momento não entendia nada, mas fazia cara de quem estava sacando tudo. Steve e Natasha tiveram um déjá vu e ao mesmo tempo e se olharam pensando a mesma coisa.

Steve explicou que os dados eram como uma estranha radiação, mas quanto mais se aproximavam para localizar, ela sumia completamente.

— Pode nos explicar melhor sobre essa radiação, Doutor? — O Capitão perguntou a Bruce enquanto o mesmo olhava duvidoso para a tela que mostrava os dados.

— Não posso definir ao certo, esses dados são muito complexos, eles apresentam varias tipos de radiações diferentes, algumas até desconhecidas. — o doutor explicava calmamente aos seus companheiros — Elas até oscilam entre si, não possuem um padrão.

— Há possibilidade de ser alienígena? — Stark perguntou temeroso.

Banner pensou rapidamente antes de responder:

— Há chances.

Os vingadores pensaram sobre o que Banner disse. Era desagradável só em pensar ter que viver tudo de novo na batalha de Nova York. Era complicado entrar em guerra com seres de outro planeta.

— Antes de prosseguirmos — Steve tirou todos de seus pensamentos —, gostaria de saber se querem continuar com isso, afinal ninguém aqui está a mando da SHIELD. Apenas recebemos um recado de Fury e decidimos agir. O que quero dizer é que, caso alguém aqui não queira ir a missão, fique tranquilo, não precisa arriscar a vida. Eu pessoalmente pensei em recusar quando Fury me ligou, mas dois fatos me fizeram aceitar; a chance de poder achar meu amigo e o fato da HIDRA continuar agindo todo esse tempo foi falha minha, não posso permitir que ela continue, não posso deixar que ela machuque mais ninguém.

Todos olhavam boquiaberto para Steve e de certa forma, paravam para pensar sobre as suas palavras. E entre todos ali aquelas palavras tocaram mais Natasha que voltava a uma antiga questão sobre o que está lutando. Ela sorria tímida por Rogers ter sempre aqueles discursos que muitas vezes pareciam até ensaiados.

— Eles têm meus projetos – agora era a vez de Stark falar —, não posso permitir que copiem minhas criações, se bem que não chegariam muito longe com as armaduras, mesmo assim tenho meu orgulho próprio. — Stark tinha o olhar de todos sobre ele como se esperassem algo mais humilde. — E não posso deixar que esses caras ameaçarem meu ambiente. Felizes?

Bruce concordou em ajudar, colocando-se a disposição de Rogers, não somente como Dr. Banner mais também com o outro cara. Thor também aceitou ajudar, já que Midgard era como sua segunda casa. Clint evidentemente não tinha um motivo concreto, mas já que não estava mais trabalhando para SHIELD, resolveu aceitar.

O Capitão ficava cada vez mais feliz em escutar a resposta de seus companheiros. Porém esperava a resposta dela.

— Eu já não estou mais com a SHIELD, então precisarei de novas identidades que apenas Stark tem a segurança total de meu dar e em troca ajudarei vocês na missão. — anunciou Romanoff.

Stark sorriu para ela a irritando só em pensar que precisava da ajuda dele. Ao desviar seu olhar de Stark ela encontra os azuis de Steve que a olhavam com um pequeno sorriso no rosto, como se estivesse esperando mais. Natasha tinha a sensação de escutar sua voz na sua mente dizendo — Eu sei que você luta por algo a mais, então diga.

— Além do mais, não posso permitir que a HIDRA acabe com esse mundo. — Ela mesma se surpreendeu com o que dissera, e junto dela todos os outros a olhavam surpresos, menos Steve que continuava com seu sorriso como se soubesse que ela daria essa resposta.

— Pelo visto — Stark olhou para todos —, teremos os vingadores unidos mais uma vez!

Rogers começou a explicar suas ideias de, por exemplo, como invadir a base, como proceder, quem vigiaria o quê, quem estaria na linha de frente... Ouviu a opinião de cada vingador presente, para que no fim pudessem chegar à melhor estratégia.

Depois de tudo conversado, ficou decidido que às nove da manhã do próximo dia, partiriam.

(...)

Após a reunião Stark apresentou todo o andar de Steve, e ainda o fez experimentar o uniforme que por sorte estava perfeito. E já que Rogers possuía um quarto dele ali, decidiu dormir na torre aquela noite.

Todos jogavam bilhar, inclusive Pepper. Thor teve bastante dificuldade de pegar a manha do jogo, conforme o tempo passava ele piorava. Pediram comida italiana para aquele jantar. Após o jantar eles foram para a sala de estar, jogar papo fora, porém Pepper teve a louca ideia de ir a noite para a piscina convidando a todos, entretanto apenas Natasha aceitou. Thor quis ir, mas ao ver que nenhum dos outros rapazes queria ir, ele decidiu ficar.

Ficaram apenas os homens. Eles tomavam suco evitando tomar quaisquer bebida alcoólica por causa da missão do dia seguinte, mas mesmo assim, Stark acabou tomando uma dose.

A conversa fluía sobre diversos assuntos, e sobre todos eles acabaram optando por falar sobre a namorada de Thor, Jane Foster.

— Bem, então agora vocês ficaram juntos oficialmente? — Stark perguntou curioso.

— Eu pretendo, e caso tenha que voltar para Asgard gostaria muito que ela viesse comigo. — Thor respondeu animado.

— Meus parabéns, amigo. — Steve falou amigável com a mão no ombro do companheiro.

— Obrigado. — agradeceu sorridente.

—Um brinde a Thor e Jane Foster! — Clint saudou o casal, levantando sua taça com suco de laranja e assim todos fizeram.

— Muito obrigado meus amigos. — Thor disse antes de terminar seu suco.

Todos acabaram por beber seus sucos e Stark, sua vodka, mas de uma forma mais lenta.

— Pelo visto só eu e Thor estamos presos a uma garota — Stark falou andando até o deus e colocando sua mão ao redor de seu ombro. – Bruce?

— Bem, eu sou apaixonado por uma mulher, mas o pai dela quer me matar. — Bruce brincou tomando mais um gole de seu suco.

— Típico, o pai da Pepper nunca foi com minha cara — Tony riu.

— O pai dela nunca atirou em você com um tanque de guerra, atirou? — Bruce perguntou deixando Tony sem palavras.

— Você venceu, grandão. Merece mais um brinde. — Stark anunciou e todos encheram seus copos para fazer mais um brinde – Barton? Sua vez.

— Eu sou é bicho solto. — Barton brincou fazendo todos riem, erguendo o copo para mais um brinde. — Falando sério. No momento eu estou enrolado com uma garota, mas não sei se ira pra frente, ela é complicada e tem um gênio forte.

— É a agente Roma... — Tony iria falar, mas Barton o interrompeu.

— Não, não é a Tasha. Essa garota que eu estou enrolado não é tão complicada assim. — Ele riu. — Eu e a Nat somos apenas bons amigos, pra mim ela é como uma irmã.

— Então agente Barton, você se vê com essa garota caso ela pare de te enrolar? — Bruce perguntou curioso.

Clint pensou um pouco antes de responder.

— Talvez...

— Vocês já foram pra cama? – Tony foi direto.

— Stark! — Steve repreendeu.

— O que? Eu só quero saber o nível de intimidade dos dois! — Tony se defendeu.

Steve apenas balançou a cabeça em negação.

— Tudo bem, Capitão. – Barton enchia outro copo – Sim. Já transamos, mas como eu disse, estamos enrolados.

— E você Steve? Já está testando o patriotismo das garotas por ai? — zombou Stark.

Steve e Thor não entenderam, apenas viam seus companheiros rindo. Barton ao vê que seu amigo não entendeu tentou exemplificar.

— O que o Stark quis dizer é se você ta com alguma garota no momento?

— Ou com varias, da no mesmo. — Stark complementou a explicação.

— Tenho muitas coisas para me preocupar, não estou com muito tempo para sair com alguém. — Steve bebericava seu suco sem jeito.

— Então qual foi a ultima vez que você... – Barton faz sons com a boca tentando insinuar ao amigo sem precisar usar palavras.

Steve confuso olha para Thor, mas o mesmo estava mais confuso.

— A ultima vez que você e uma garota... Sabe... — Banner tentou ajudar o companheiro.

Steve entendeu a referência, mas a entendeu errada. Achando que o que eles se referiam ao beijo e isso o lembrava do beijo que teve com Natasha no elevador, sendo esse seu ultimo, ele não diria que foi com ela por respeito. Comentou simplesmente:

— Faz um tempo.

Ele sem sombras de duvidas não estava acostumado com aquele tipo de conversa.

— Como ela era? Era gata? Boa de cama? — Stark o atropelava de perguntas enquanto os outros apenas riam.

— Boa de cama? — Steve repetiu a pergunta não a entendendo.

— Por deuses — Stark respirou fundo —, você está mais para criança do que vovô.

— Steve, qual foi a ultima vez que você teve relações sexuais com uma garota? — Mais uma vez Banner esclarecia. — Não precisa responder essas perguntas idiotas do Stark. — Tony fez cara feia na hora para Bruce. — Isso é sua intimidade não precisa falar.

Finalmente a ficha caiu para Steve e ele concordava plenamente com Bruce, mas o caso era que ele nunca teve nenhuma relação com uma garota que não fosse um beijo.

— Bem... Eu nunca fiz... — Steve falou em um fio de voz totalmente trêmulo.

Ele sofria pressão por estar no meio de pessoas tão experientes no assunto, até parecia uma criança em meio a adultos.

Toda vez que Steve tentava falar, não conseguia. Stark o pressionou até que por fim ele disse:

— Eu... Eu sou virgem. — Soltou um suspiro.

Depois da confissão de Steve, o único som que se escutava eram as risadas exageradas de Stark. Mesmo que tentasse interromper as próprias risadas para fazer algum comentário cômico sobre a situação do Capitão, Tony não conseguia.

Bruce e Thor, tentavam dizer palavras de apoio a Rogers, principalmente para ignorar as risadas de Stark. E Steve pensava, se a situação poderia piorar.

— Do que estão rindo? — A voz de Pepper ecoou atrás de Steve e o mesmo acabara por ficar mais vermelho, temendo que Stark contasse sua confissão.

Tony respirou e soltou um — O capitão ainda é virgem — voltando as suas risadas.

— E qual o problema Tony? — Pepper ganhou sua atenção. — Ele deve estar se guardando para alguém especial.

Tony respirava tentando cessar as risadas.

Natasha que havia chegado à sala junto com Pepper, reparou melhor em Steve, notando que ele parecia uma criança envergonhada e acabou por rir levemente.

— Foi mal, Capitão. — Stark se desculpou. – Não é vergonha nenhuma ser virgem, mas é que você sendo tão querido pelas as americanas, é engraçado não saber nem metade das coisas. — Ele voltava a rir dessa vez mais controlado. — Quando quiser eu ofereço minha ajuda, conheço varias garotas ótimas. — sussurra a ultima parte para Steve.

Stark caminhou até Pepper, se despediu de todos, se retirando para seu quarto.

Natasha notou que Steve ainda estava muito envergonhado, tenta aliviar um pouco o nervosismo do companheiro mexendo nos seus cabelos.

— Relaxa, Steve. Você só precisa de prática. — Romanoff bateu as mãos no ombro do Capitão. Despediu-se de todos que restaram e foi dormir.

Steve ficou extremamente envergonhado com o comentário de Natasha. Barton ao perceber o desconforto do colega, convidou-os para mais uma partida de bilhar.

Bruce, também já cansado e querendo estar preparado para a missão que vinha a seguir, resolveu ir dormir também, deixando somente Steve, Thor e Barton se preparando para ver o deus resmungar que não entendia o jogo — mais uma vez.