Quando a última peça se encaixou, um brilho vermelho surgiu no suporte da porta. O sorriso de Sulley foi imenso, aquilo me alegrou também, eu sabia que nos meteríamos em encrenca, mas, muita coisa mudou desdo incidente com a pirralha. Eu mudei junto.
— Mike, você conseguiu!
— Não, nós conseguimos caro amigo. O que está esperando, um convite formal? Abre logo essa porta.
Ele abriu.
O quarto estava mudado, não havia brinquedos espalhados, nem desenhos nas paredes e muito menos a Boo.
— Gatinho - Gritou uma menina que entrou correndo com um gato no colo - Você é muito fofo. Ela o apertava forte, ele tentava sair de seus braços mas não teve sucesso.
Quando ela nos viu soltou o gato e gritou, gritou e gritou, uma garotinha bem mais velha e alta, alias, muito alta entrou no quarto correndo.
— O que houve Bonie? - Ela olhou para gente e para a garotinha - Vocês... dois... vocês voltaram - Disse ela com a voz tremula abraçando a menina.
— Desculpa o incomodo, pensamos ser o quarto de outra criança.
— Ei, Mike, eu acho que a outra criança é ela mesmo.
— Sulley, a Boo é bem menor que ela.
— Mas se passou muitos anos, e nossos mundos não funcionam na mesma linha de tempo.
— Mas...
— CHEGA! - A grandona gritou - Eu estou bem aqui, parem de falar, sumam daqui, vocês arruinaram minha vida.
— Boo? - Sulley temia a resposta.
— Era como você me chamava, meu nome era e é Mary, deixem eu e minha filha em paz, vocês fizeram eu acreditar que iriam voltar e nunca voltaram, eu chorava abrindo toda noite essa porta, implorava por vocês.
"Minha família me chamava de maluca, nas escolas sofria bullying, já entrei em depressão, me cortei, tentei suicido pra tentar encontrar vocês, fui internada, e quando decidi tocar minha vida depois de anos, VOCÊS VOLTAM!"
Sulley começou a chorar, Boo também, ele de tristeza por ter feito aquilo com ela, e ela de raiva por nos ver.
— Por que voltaram?
— A porta foi destruída, demorou anos para remontá-la, e quando conseguimos viemos direto te visitar, mas não sabíamos que havia passado tantos anos para você.
Ela nos encarou e se voltou para a menina.
— Filha, fica aqui no quarto, eu e os rapazes temos que conversar.
Ela se levantou e indicou com a cabeça para à seguirmos. Eu puxei Sulley e fomos atrás dela. Fomos até a cozinha, onde ela pegou um copo com água e bebeu.
— Me perdoa Boo por ter te abandonado, em pouco tempo você se tornou minha filha, minha pequena monstrinha, e eu a abandonei.
— Primeiro me chamo Mary - Disse colocando o copo na pia - Segundo, não sou sua filha e você não é meu pai, terceiro, eu odeio vocês, ferraram com a minha vida, todos me fizeram acreditar que eu estava louca, sabe o que eu descobri? Só monstros podem transitar entre as portas.
"Humanos até podem, mas com a sua própria porta, por isso nunca troquei a minha, eu esperava por vocês, e depois de 25 anos, olha vocês ai".
— 25? Para a gente foi apenas 5 - Eu disse espantado.
A expressão dela mudou.
— Sério? - O tom na voz suavizou.
— Sim, eu nunca a abandonaria Boo, eu te amo minha monstrinha.
Ela começou a chorar, chorou correndo para os braços de Sulley, corava muito.
— Meu sonho... era... morar com vocês - Dizia entre soluços - Dizem que crianças pequenas não se lembram de nada, eu tinha quase 3 anos quando conheci vocês, e lembro de tudo, cada detalhe. Eu tenho até os desenhos que eu fazia.
— Sério?
— Sim, está no quarto da Bonie, vem vou mostrar a vocês.
— Bonie é sua filha? - Perguntou Sulley.
— Aham, eu a adotei, uma colega teve o bebe mas não a quis, como eu me sentia sozinha a adotei para preencher o vazio.
Ela nos levou novamente ao quarto de sua filha, mas, ela não estava mais lá.
— Bonie? BONIE!
Eu olhei ao redor e vi a porta por onde viemos aberta.
— Ah... galera?- Eles me olharam, eu apontei para a porta - Acho que sei onde ela está.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.