Mitologia, Magia E... Pirataria?

Capítulo 5 - Um jogo de agilidade !


“Beleza, então, Lara. Você estragou tudo. Foi assim quando chegou ao acampamento também, não é? Mas faça igual da última vez. Mantenha a calma. Sorria e acene...” – Tentei me convencer pelo pensamento. Eu estava ali, parada, com uma das espadas preferidas do espadachim meio egoísta e rabugento, na frente dele e de uma tripulação pirata com altas recompensas por suas cabeças, com milhões de peixes queimados e cortados atrás de mim.

Tentei manter a naturalidade, e fui indo em direção a eles, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Virei-me para o Zoro e joguei a espada, sorrindo, e depois para a Nami e falei:

– Bom dia, Nami-san! Vou tomar um banho ali rapidinho, depois volto para limpar essa bagunça, ok? E Sanji-san, veja! Almoço! – Tentei parecer natural, mas meu sorriso estava meio forçado, então virei para baixo e comecei a formular uma desculpa. – Vejam bem, eu est...

Mas fui interrompida por gritos de admiração.

–DEMAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAIS! – Disseram em um uníssono. Os olhos do Chopper, do Luffy e do Usopp brilhavam acima do normal.

– Isso foi SUPEEEEEEEEEEEER! – O Franky disse.

–Lara-swan, você é incrível! Esses peixes darão um ótimo almoço hoje! – Sanji falou.

Oh, deuses. Isso só pode ser brincadeira. Robin sorriu. Nami sorriu. Brook virou-se para mim e abriu a boca para falar. La vem merda.

– Meus olhos não acreditam no que viram! E eu nem tenho olhos! YOHOHOHOHO! Skull Joke! – Ok, isso eu não entendi. Foi bem estranho, e que risada esquisita!

Eu ia agradecê-los, claro. Eu estava meio que acostumada quando ficavam assim no meu mundo. Até meus inimigos achavam minha forma de lutar bonita. Mas por que eles acharam legal? Por que gostaram, se fiz a maior bagunça? Ah, é. Eu “IA” agradecer, significa que não os agradeci. Mas por quê? Porque me virei para o espadachim verde. Ele estava bravo, ô se tava.

– Zo... Zoro? Erh, me desculpe, mas era necessário, esses peixes são bem perigosos para algum monumento, iriam destruir esse navio... NÃO! Não iam, porque é o navio mais incrível que já vi, mas os danos seriam muitos, e eu não queria dar esse trabalho para vocês, e sua espada era a única arma visível, eu não sabia que meus poderes tinham voltado, então... Me perdoa? –Falei, finalmente falei. Saiu bem enrolado, mas tá. Zoro suspirou, e se levantou.

– Dessa vez... DESSA, tudo bem. Mas cuidado, se tiver próxima vez, essa espada virá a se virar contra você.

Estremeci com a ameaça. Mas, que seja, ele me perdoou, não foi?

– Er... Obrigada. A todos vocês. – Respondi, sorrindo.

Todos começaram a me perguntar milhões de coisas, é claro, mas eu respondia calmamente. Nami não curtiu muito inicialmente a ideia de eu ter praticamente os mesmos poderes que ela, mas ser mais forte. Depois de um tempo, meio que aceitou e pediu para eu ensiná-la.

–Na verdade, Nami-san, eu só posso controlar ventos e raios. Nuvens estão inclusas, mas não sei se posso fazer chover. Você pode, não é? Acho que quem tem que me ensinar aqui é você!

É, reparei que ela não conseguiu evitar corar. Sério que uma moça de mais de 20 anos ficaria feliz com um elogio de uma guria de 13? Mas, tudo bem, ela começou.

– Ah, claro! É só uma noçãozinha de clima mesmo. Você sabe o que origina as chuvas, não é? – Confirmei. – Se você pode alterar as posições das nuvens, junte as mais carregadas. Vai começar uma tempestade. Para criar raios e relâmpagos, só ficar batendo as nuvens de chuva.

–Não preciso disso, é só ordenar com a cabeça mesmo. – E ri.

– Mas por que seus poderes não funcionaram antes? – Ela perguntou. E é verdade, eu ia tentar responder, mas Robin interveio.

– Eu imaginei de início, mas não quis falar nada. Luffy é de borracha, eletricidade também não funcionou nele quando lutou contra Enel. Borracha não conduz eletricidade...

Todos olharam perplexos. Como ninguém pensou isso antes? Mas espera!

–De borracha? – Perguntei, assustada.

– Exatamente! Nesse mundo existem frutas, chamadas Frutas do Demônio, que te dão habilidades especiais. Existem três tipos: Zoan, onde você pode virar um tipo de animal específico, Logia: onde você transforma o seu corpo em um elemento específico, e Paramecia: quando seu corpo se altera e ganha uma habilidade especial. Na tripulação, quem tem sou eu, o Luffy, o Chopper e o Brook – Respondeu Robin.

Era fácil de assimilar, mas ela explicou:

– Luffy, eu e o Brook somos paramecias. Luffy pode se esticar, eu broto partes do meu corpo em vários lugares, e o Brook comeu uma, quando era vivo, que foi a que o fez voltar dos mortos. Chopper é zoan, era uma rena, que comeu a fruta que o transformou em meio humano.

–Isso explica muita coisa. Que interessante isso de brotar várias partes do corpo! Mas e o Zoro, Sanji, Nami, Franky e Usopp? Todos vocês tem recompensas, mas o que os faz fortes?

– No caso do Zoro e do Sanji, além das habilidades, o Haki, e o treinamento de dois anos que cada um teve.

Então, ela me explicou que cada um teve um treinamento especial por dois anos, especializando no que já era forte antes por si só. E também me explicou o que era haki. Eu achei muito interessante, e o Luffy falou que ia me ensinar outro dia, quando parássemos em uma ilha.

– Eu gostaria muito de ver todos vocês em ação! Estou muito ansiosa! – Disse, sinceramente, mas sem pensar. Como eu poderia querer ficar mais um tempo ali para vê-los lutando? Eu tinha de ir para casa!

– Fique aqui por mais um tempo e você verá! – Usopp respondeu.



O almoço estava ótimo! Sanji-san cozinhou os peixes que eu matei, e ainda guardou o resto, para comermos depois. Começou a chover, mas foi minha culpa, pois eu estava treinando os ensinamentos da Nami, e aproveitei para fazer raios também. Que delícia era descarregar minha energia usando raios! De vez em quando o navio balançava, por raios caírem perto, mas ninguém ligava.

Mais tarde jogamos um jogo inventado na hora, que denominamos de “Salve a tripulação”, onde toda a tripulação ficava andando e correndo em uma área, e eu tinha que acertar raios neles, enquanto o Luffy usava o seu Haki de observação para adivinhar aonde meus raios iriam, e se jogar na frente, para parar os raios.

Eu sou muito rápida. Não digo que sou rápida porque corro rápido ou algo assim, digo que sou rápida porque meu pai é o deus dos raios e posso ir de um lugar para o outro na velocidade da luz. Eu jogava ondas fracas de raios, claro, pois se o Luffy não conseguisse defender, iria acabar machucando alguém, mas não existia essa possibilidade. Ele era muito rápido, e pegava todas. Resolvi, então, acelerar mais o jogo, e comecei a usar minha habilidade de ir “tele transportando” por cima e pelos lados para acerta-los, mas o Luffy também aumentou a velocidade. Era óbvio que o que mais importava para ele era mantê-los bem, mas eu nunca os machucaria mesmo. No último lance, resolvi jogar um mais carregado e mais longe, mirando bem no coitado do Chopper, e o Luffy quase não conseguiu chegar, o que me desesperou, mas ele chegou e tudo ficou bem.

Tudo estava bem. Eu estava feliz, mas não estava em casa, embora eu me sentisse como se tivesse. Todos sorriam, até o Zoro, que ja parecia ter esquecido que eu tinha "roubado" sua espada. O que nos deixou meio agitados foi... Três navios vindo em nossa direção. Em suas velas, tinha escrito "Marine".