Mitologia, Magia E... Pirataria?

Capítulo 3 - Eu não sou macumbeira! Sou semideusa!


Oh, ok. Aceitei que sou criança. De que adianta ficar discutindo sobre isso? Mas isso não vem ao caso. Acontece que agora, de noite, esses loucos inventaram de dar uma festa de boas-vindas para mim. Não sei para que boas-vindas, já que não pretendo ficar tanto tempo assim por aqui. Estou só esperando a Nami e a Robin descobrirem como me mandar de volta, que vou, sem hesitar.

Certo, certo, eles são legais, me receberam bem, mas minha casa é outra! Ah, eu também descobri que eles são ótimos em festa, e que não são um bando de inúteis, cada um tem sua função! O Sanji-san, por exemplo, cozinha muito, mas muito bem! E ainda nos serve, como um garçom particular a bordo (Mas só para as garotas). E o Puro-Osso tarado também, é um ótimo músico! Tem uma ótima voz e toca bem para caramba!

Eu estava animada na festa, até me lembrar do Acampamento. Céus, como todos devem estar? E a Julia e a Melina? Será que Zeus já sabia que eu tinha sumido? Eu precisava contata-los imediatamente. Mas como faria isso? Ah, é. Sou uma semideusa. Mexi no bolso do meu casaco e vi que ainda tinha uns dracmas, então poderia mais tarde tentar uma mensagem de Íris.

– Ei, Robin, aqui vocês tem arco-íris? – Perguntei.

– Sim, temos sim, por quê? – Respondeu.

Ótimo, se eles têm arco-íris, podem ter deuses do arco-íris também, certo?

– O arco-íris é um fenômeno óptico e meteorológico que separa a luz do sol em seu espectro contínuo quando o sol brilha sobre gotas de chuva. – Nami aparece e fala.

– Sem chance de existirem deuses aqui para isso?

– Hum... Não que eu saiba.

Expliquei para elas como funcionam as mensagens de Íris, e quem é Íris, e Nami me disse que mais tarde eu poderia usar uma lanterna que ela tinha, e uma mangueira que liga o tanque do navio, até a proa dele. Agradeci, e combinei que faria isso depois do fim da festa.

Nami e Robin disseram que eu podia dormir com elas, e que poderiam me emprestar algumas roupas curtas para que eu pudesse tomar banho e tal. Agradeci, porém pedi que não me esperassem nessa noite.

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Quando a festa terminou, cada membro da tripulação foi se retirando para seus aposentos, e o último a sair foi o Zoro, que me olhava meio desconfiado. Ótimo, agora eu poderia tentar. Liguei a lanterna, que por sinal, era bem potente, e a apontei para o céu, estilo Bat-Sinal (será que a Robin poderia aparecer com isso?). Liguei a torneira la no tanque, e posicionei a luz sobre a água. Eu geralmente demorava para conseguir a forma perfeita, mas dessa vez foi bem rápido, e pude distinguir as 7 cores do arco-íris.

Tirei uns dracmas do bolso e comecei: “Óh, Íris, deusa do arco-íris, aceite minha oferenda”. Abaixei a cabeça, e pensei. “Acampamento meio...



– Sabia que você estava tramando alguma coisa! É um tipo de macumba, por acaso? – minha oferenda foi interrompida por uma voz, que logo reconheci de quem era. Roronoa Zoro. Droga, droga!



– Não sou macumbeira! Sou semideusa! – Retruquei.



– Sabe, ainda acho que você é uma espiã. Está tentando entrar em contato com a Marinha? Cadê seu Den Den Mushi escondido?



– Desculpe, mas para mim você está falando grego. Não, espera, eu entenderia se fosse o caso. Não sei o que é essa Marinha e esse DenDen sei la o que, mas acho que você deveria dar um voto de confiança para as pessoas!



– Hum, certo. Mas o que você estava fazendo?



– Tentando mandar uma mensagem de Íris para o Acampamento, para falar como estou. Íris é uma deusa. O quanto você sabe sobre deuses, Zoro?



– Acho que deuses são apenas invenções do povo que tem preguiça de procurar coisas com sentido.



Oh, deuses. Que ignorância! Mas isso é uma coisa que sempre ouvia quando ia em busca de novos semideuses. Aliás, é isso que ensinam nas escolas, não é?



– Hum, mas eles existem e eu sou filha de um, certo?



– Em outro universo, apenas. Por que não tenta um Den Den Mushi?



– Não sei o que é isso. Vocês poderiam me emprestar um celular?



– Não sabemos o que é isso. Nossa única forma de comunicação são Den Den Mushis.



Sério, como alguém pode viver sem celular?



– Zoro, hoje você conhecerá uma nova forma de comunicação. Pelos deuses. Sente-se e observe.



Foi o que ele fez, encostou-se na escada e observou. Refiz a combinação, e dessa vez falei em voz alta:



–Oh, Íris, deusa do arco-íris, aceite minha oferenda. –Abaixei a cabeça sobre o arco-íris, e joguei os dracmas. – Acampamento Meio-sangue.



Mas nada aconteceu. Os dracmas nem sequer sumiram, apenas passaram reto pela água. Sentei-me no chão e segurei minhas lágrimas. Não por muito tempo. Comecei a soluçar, e desliguei a lanterna.



– E então...? – Perguntou Zoro.



Droga, ele só podia estar de brincadeira! Ele estava me provocando, certo? Era ÓBVIO que não tinha funcionado!



– Vá dormir, Zoro.



– E deixar você aqui sozinha, com esse mar enorme? Desculpe, mas eu meio que estou acostumado em pular no mar para salvar nosso capitão idiota.



– Sinceramente, o meu pai é o deus dos céus, o mar não é minha melhor opção.



Percebi que ele não sairia, mas não me incomodei em sair também, pois estava exausta. Me encostei sobre o parapeito, e fechei os olhos. Puxa, eu estava bem cansada. Adormeci rápido, muito rápido...



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Lá pelas 4 ou 5 da manhã, quando o Sol estava raiando, fui acordada por alguma coisa, não, por várias coisas batendo no parapeito do navio.



Vi alguns peixes caindo na proa e me levantei. Olhei para o mar e vi um cardume enorme de peixes voadores (Não os desse universo, já que eles me disseram que aqui realmente existem peixes que voam), semelhantes aos terrestres. Peixes extremamente fortes, que pulam muito alto e andam em um grande cardume.



Ok, preciso agir. O navio pode sofrer várias consequências se eu não fizer algo. Mesmo que o Sunny seja muito forte, esses camaradinhas não são brincadeira. Certo, o Franky me mataria se ouvisse isso”.



Fui para perto do Zoro, e olhei para sua cintura. Três espadas. Uma com o cabo preto, uma com o cabo branco, e outra com o cabo vermelho. A preta me atraiu mais, então a desembainhei sem me preocupar em acordá-lo, já que ele dorme mais que uma pedra.



No Acampamento eu era chamada de Rosa Dançante quando usava minha espada. O nome é meio gay, mas diziam que eu parecia uma flor que está desabrochando, quando usava a espada. Acho que o apelido surgiu porque eu costumo girar quando a uso. Que saudade que eu estava da DragonSlayer! Eu e ela somos uma dupla "imbatível"!



Levantei-me e virei para os peixes. Eles chegaram bem perto do navio. Agora estavam pulando mais alto. Hora de começar, ótimo. Faz tempos que não faço isso. Comecei a girar, girar, girar, e a acertar todos os peixes que passavam. Eu tinha uma mira ótima, sem muito esforço, já que o meu pai é o deus dos céus. Eu posso localizar os peixes, porque são voadores.



Não estava sendo difícil, mas eram muitos peixes, muitos mesmo! Continuei girando, e girando, cada vez mais rápido, para dar conta, e quando percebi, meu corpo foi se enchendo de energia e eletricidade. Fui me eletrizando, eletrizando, meu cabelo foi subindo e... BUM! Um raio enorme atingiu todos os peixes que faltavam.



Ótimo! Meus poderes voltaram! Agora era só devolver a espada do Zoro e descer para me arrumar. O chão estava cheio de peixes mortos, mas eu podia limpar isso depois de um banho. Eu ia descer logo, mas quando me virei para a escada, estava toda a tripulação me olhando, boquiaberta.



Luffy, Nami, Usopp, Sanji, Chopper, Robin, Franky, Brook, e... Zoro.