Capítulo 15 - Até mais, e obrigada pelos peixes!

Antes de qualquer coisa, preciso fazer algumas considerações.

1-Quíron é extremista com castigos.

2- Festas parecem atraentes quando você não está nela.

3- Os pégasos do Acampamento tomam muito Activia.

E como eu sei disso? Meu castigo por querer defender o Acampamento e convocar campistas para desobedecer Quíron foi o seguinte: limpar o estábulo dos pégasos por um mês. Isso mesmo. UM MÊS LIMPANDO COCÔ DE PÉGASO!

Eu soube que o lendário Percy já teve que fazer algo parecido, mas eu não posso convocar o mar, não é? É. O legal é que enquanto eu limpava hoje, o pessoal todo festejava a vitória contra a Marinha. Inclusive os meus amigos piratas. Pois é, a vida é justa.

A festa começou de manhã e ainda não acabou, mas pelo menos me deixaram vir agora. Lá pelo meio dia, com o sol forte brilhando acima de mim, no meio do céu, os Chapéus de Palha vieram me ver e trouxeram peixes. Eu estava morrendo de fome, então foi divino, e eles ainda me acompanharam enquanto eu comia.

Luffy e Usopp pescaram enquanto todos dormiam, e Sanji cozinhou, então estava delicioso. Mas o assunto não é sobre os peixes.

Quando fui para a festa, não aguentava mais nem andar. Fui castigada o dia todo, e era somente o primeiro dia! Ah, mas eu não vou ficar um mês limpando cocô de Pégaso!

A festa estava legal, mas estranha, com gente esquisita, campistas velhos bêbados e todos rolando pelo chão de tanto dançar. Mas não liguei, e fui dançar também. Eles podiam estar ali o dia todo, mas eu acabara de chegar, ou seja, a festa começaria agora, com a estrela principal. Ou não.

Acabou que a festa deu muita bagunça, porque Luffy e Chopper decidiram brincar de guerra de comida, e foi muito divertido! Acabei com o cabelo cheio de glacê, e com cheiro de refrigerante, mas foi engraçado de qualquer forma. E quem ganhou a guerra? Robin, ah vá. Milhões de mãos também já é apelação!

– Luffy, pegue mais sakê no navio... – Zoro começou a dizer, perto do final da festa. – Ah, espera! Kd Luffy?¹

– ZOROOOOOOOOOOOOOOOOOO! – Um Luffy voador apareceu, com duas garrafas de sakê na mão, quebrando uma na cabeça de Zoro.

– Ora, seu... – E voou em cima do pobre borrachudo.

Os dois começaram a guerrear, e todos riram muito, então eles pararam e riram também.

– Hey, Anne, veja isso! – Gritei, para minha amiga de Poseidon.

Juntei massas pequenas de ar, para formar minha nuvem voadora, e saí dando círculos em uma caixa, marcando alguns lugares. Então, mais acima, marquei também com uma nuvem preta e carregada, me afastei e gritei:

–FÚRIA DE ENEL! – E cabum! A pobre caixinha explodiu.

Todos me olharam impressionados.

– O-O que foi isso do nada? – Caah perguntou.

– Eu só queria mostrar à vocês o meu novo golpe!

– Quem é Enel? – Peu perguntou.

– Meu pai. Só que no mundo deles.

E os campistas me olharam com cara de dúvida, então comecei a rir com os piratas. Algumas crianças de Zeus fizeram cara feia, acho que por ciúme, mas tentaram disfarçar.

– Falando nisso, Quíron – Chamei. – Tem algum lugar onde os Chapéus de Palha possam ficar?

– Oh, sim, eles podem ficar na Casa Grande por um tempo!

– Na verdade, não pretendemos ficar... – Robin falou.

– O quê? Como não? – Perguntei assustada.

– É verdade, Lara-san. Temos uma aventura a seguir, lembra? – Brook explicou.

– É- É...

– Se houvesse um jeito para nos comunicarmos... – Nami começou a falar, meio chorosa.

– N-Nami-san, não chore! – Respondi, chorosa também. – Aposto que Caah pode dar um jeito, não é, Caah? – Sorri para ela, esperançosa.

– A-ahn, por que eu conseguiria?

– Porque você é filha de Hermes, deus mensageiro, tente nos ajudar, por favor!

– Tudo bem, pensarei em algo...

– De qualquer forma, eles podem passar a noite na Casa Grande. Já mandei as Harpias arrumarem os quartos. – Quíron interviu.

– Obrigado, ossan! – Luffy falou.

–--------------------------------------

Cerca de oito horas da manhã, Caah me acordou e disse que conseguira arrumar um jeito, se soubesse qual forma de comunicação usávamos.

– DenDen Mushi.

– O que é isso?

Então, mostrei para ela e expliquei como funcionava. Ela disse que preciaria do deles e fomos à Casa Grande, onde eles, já acordados, se preparavam para partir. Pedi o DenDen deles, e ela começou.

– Hermes, pai e deus mensageiro, colocai sobre estes dois DenDen.. Den..?

– DenDen Mushi. – Falamos em coro.

– Colocai sobre estes dois DenDen Mushi o poder de se comunicarem mesmo em dimensões ou universos opostos. – E depois continuou com uma macumba que não entendi direito, e uma luz brilhante selou ambos. Seu cabelo voou um pouco, mas quando acabou, sorriu para nós.

– Feito!

– Oh, meu Zeus, obrigada, Caah! – E a abracei.

Despedi-me de todos os meus amigos piratas, claro, com muitas lágrimas, e vesti minha camisa que eles me deram.

– Vocês são uma das melhores coisas que já aconteceram em minha vida.

–AAAAAAAH, NÃO FALE ISSO! – Nami e Chopper choraram em uníssono.

–P-pessoal! – E chorei mais ainda.

Abracei todos. Inclusive Zoro. E eles foram. Quando o navio #partiu, eu não podia mais falar no meio de tantos soluços. Forcei um pouco meus olhos míopes, ativando a vista favorecida dos filhos de Zeus, e vi todos me dando tchau. Sorri e acenei, como um Pinguim de Madagascar, e gritei:

– ATÉ MAIS, PESSOAL!

E chorei mais ainda. Mas não de tristeza, sim de alegria pelos momentos em que pude estar com eles. E sabia que aquele não seria o último. Eu sentia que nos encontraríamos novamente, e que não iria demorar.

– E OBRIGADA PELOS PEIXES!