*Sala de visitas de Yulia Volkova, 20:17. Todos engoliram em seco. O marido de Yulia Volkova era agora o principal suspeito. Amber fechou o pó compacto de Alex, dizendo. -Precisamos chamar Sam e Katy. Clover se ofereceu para chamar as duas espiãs. Ela foi andando pelos corredores da ampla mansão. Já havia aprendido os caminhos ali. Atrás daquela porta estava um banheiro social. Mais adiante, uma sala de televisão, e logo em seguida, um mini-estúdio. O quarto de Yulia, onde Sam e Katy estavam, era no fim do corredor. Não era exatamente perto, mas também não se tratava de uma maratona. Clover ia perdida em seus pensamentos. Ainda estava fula da vida com aquela missão, Jerry pagaria caro por aquilo. Ao menos, parecia que estavam chegando ao fim do mistério. Parviz era um grande suspeito. Elas tinham provas contra ele. E saber que aquela missão estava a um passo de acabar... bem, era reconfortante. A espiã loira já estava próxima do quarto de Yulia. Duas portas de distância. Havia antes o quarto de Samir, o filho mais novo da cantora, e depois o de Viktoria. Clover sabia que o pai da menina não era Parviz. Era um outro homem... qual o nome dele mesmo? Não se lembrava. Mas aquilo não era importante naquele momento. Precisava falar com Sam. E Katy, claro. Aquela estranha da Katy... Clover podia ouvir a voz das duas garotas. Pareciam animadas com alguma coisa. Tentou ouvir a conversa das duas, mas as palavras ficavam abafadas, por causa da porta fechada. Foi então que Clover ouviu um barulho em um dos quartos de crianças. Alguém caminhava com cuidado. Passos lentos e pesados. A espiã ouviu com atenção. Algo lhe dizia que era um homem que estava no quarto. E pelo barulho que fazia ao andar, deveria ser grande. Talvez não era gordo. Mas sem dúvida nenhuma, era grande. O homem caminhava em direção ao corredor. Clover tinha uns poucos segundos para decidir o que faria... Encostou-se na parede, ao lado da porta, à espreita. Lançaria-se sobre o homem desconhecido no momento em que ele colocasse os pés no corredor. Ela podia ouvir os passos lentos cada vez mais próximos da porta. Eles se silenciaram, e em seguira, a maçaneta do quarto de Samir girou, emitindo um som quase imperceptível. A luminosidade era pouca naquela parte do corredor, mas Clover conseguiu enxergar a silhueta de um homem de quase dois metros de altura. Sem hesitar, a espiã desferiu um violento chute no abdome do desconhecido. -Ai! –Gritou o homem, que em seguida avançou sobre Clover, tentando lhe acertar um soco. Mas Clover se esquivou. *Quarto de Yulia Volkova, 20:17. -Ele acreditou que você era ela? –Katy perguntava. -Não sei. Parviz achou a voz diferente, mas atribuiu ao abalo emocional... Katy sorriu, docemente. -Acha que devemos contar às outras sobre o telefonema? Afinal, Parviz é um suspeito. Acho que ligar para saber se a Yulia está bem é um sinal de que ele pode ser inocente. -Ou de que ele é ainda mais suspeito. –Sam disse. -Como assim? -Ele disse que ficou sabendo da ameaça. Mas a imprensa não divulgou nada. E, pelo que Yulia disse, Parviz está na datcha dos pais dele. No campo. –A espiã ruiva enumerou. –Ele ligou de um celular. Será que a operadora dele cobre a área rural? Katy ergueu a sobrancelha. Sam havia pensado naquilo tudo em menos de um minuto? “Ela é realmente incrível.” Pensou, enquanto dava um sorriso sonhador. -O que foi? –A ruiva perguntou, curiosa. -Você é incrível, sabia? –Vendo a expressão de quem não entendia no rosto de Sam, Katy se explicou. –Você pensa tão rápido, considera todas as probabilidades... Ela segurou a mão de Sam. Sim, Katy era uma sortuda. Sortuda por trabalhar na Whoop, por ter sido colocada naquela missão, por estar ali, com uma garota tão linda. Ela se aproximou de Sam, olhando os olhos verdes que tanto a haviam encantado. -Acho que eu... –Katy foi se inclinando na direção de Sam. –tenho... Não pode completar sua frase, nem seu movimento. Ouviram um grito de dor, e depois o som de luta no corredor. As duas espiãs saíram correndo do quarto, e se depararam com Clover lutando com um homem bastante alto. O corredor estava escuro, mas as duas espiãs podiam dizer que o homem era loiro e tinha os cabelos na altura do ombro. Ele não era musculoso, mas parecia ser forte. Sam e Katy trocaram olhares, acenando a cabeça. A ruiva correu em direção ao homem, para ajudar Clover. A outra foi correndo chamar Alex e Amber. O homem tentava acertar socos em Clover, mas a espiã era rápida e bloqueava os golpes. Mas seus chutes contra o homem pareciam não surtir efeito. Talvez o primeiro tenha assustado o grandalhão, mas agora ele parecia uma montanha inabalável de rocha sólida. Clover estava recuando. Logo ficaria encostada na parede, sem ter para onde fugir. O homem lhe dominaria. Mas Sam chegou antes que isso acontecesse. Ela veio correndo, e deu um salto, acertando um chute circular na lateral da cabeça do homem. Ele cambaleou, aturdido. Não vira quem havia lhe atingido. A espiã loira aproveitou a bambeza do homem, e lhe aplicou uma rasteira. Ele desabou no chão, caindo de costas. Se aquilo fosse uma luta de judô, Clover venceria a luta com um ippon. Em um segundo, Sam e Clover já estavam algemando o homem, para evitar que ele escapasse. Logo em seguida, Alex, Amber e Katy chegaram correndo. Amber encontrou o interruptor que acendia as luzes do corredor. Quando Alex viu a cara do homem alto, ela soltou uma exclamação. -Este é Alexander Ivanov.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.