POV Jhonny

Mirella havia desmaiado em meus braços e eu estava aflito. Ela estava ardendo em febre, mas, conforme respirava, flocos de gelo se espalhavam pelo ar.

–Ben, abra a porta do quarto, vou deitá~la na cama. – ele apenas assentiu e fez o que pedi. Coloquei~a na cama e lhe cobri até o pescoço, torcendo para que ela melhorasse.

Saí do quarto e notei que Franklin ainda estava no sofá. Ben havia saído.

–Tio Jhonny, a Mira vai ficar bem? – ele perguntou. Sentei~me ao seu lado e olhei em seus olhos.

–Amiguinho, eu não posso fazer piada numa hora dessas, então vou ser honesto: Eu não sei. – ele se levantou e sorriu tristemente antes de voltar para o quarto. “Como uma criança de nove anos pode ser mais forte que eu?” pensei, então completei “Ah, ele tem o gênio forte da minha irmã e a teimosia do Reed.”

–Jhonny! – ouvi Ben chamar. Me dirigi ao escritório de Reed e o encontrei mexendo em um dos computadores.

–O que foi, grandão? – perguntei. Na tela, apareciam tantas informações que fiquei levemente tonto e esperei ele responder enquanto analisava tudo aquilo.

–Sabe quando Reed pediu para fazer exames de sangue em nós? – eu me lembrava daquilo. Reed havia invocado de fazer exames em todos para saber o que havia de diferente em nossos organismos para nos dar poderes, e, como ninguém podia ficar de fora, Mira, Frank e Val tiveram que fazer os tais exames também. O estranho é que ele nunca nos mostrou os resultados e nem mesmo comentou sobre eles depois do testes.

–O que tem? – perguntei, indiferente.

–Olha isso. – com um aperto de botão vários resultados apareceram e o mais incrível foi o de Mira.

–Tem certeza que o da loirinha está certo? – perguntei. O dela estava completamente diferente e fora comparado com um dos mutantes mais poderosos que já conhecemos. Jean Grey.

–Não podemos contar nada à ela. Primeiro temos que tirar algumas coisas a limpo com Reed, claro, assim que o salvarmos. – concordei. Aquilo era demais para minha cabeça processar em alguns minutos.. Saí do escritório e fui direto para o quarto de Franklin e Valeria. Eu tinha que saber o que ele mostrara a Mira.

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Meia hora depois, eu consegui convencer Frank a me mostrar a verdade. Me mostrar as imagens que fizeram a garota mais forte que conheci gritar.

–Tem certeza disso, tio Jhonny? - perguntou Franklin. Eu sabia que ele estava com medo e eu também, mas eu precisava esclarecer algumas coisas. Pedi a Val que fosse procurar por Ben enquanto eu falava com Franklin.

–Sim, tenho sim. – respondi, inquieto. Frank tinha o dom da telepatia da minha irmã e o intelecto do Reed. Já Val, tinha o poder de distorcer a realidade e prever o futuro próximo. Não sabíamos por que ela tinha esses dons, mas nunca comentamos nada a respeito.

–Por favor, se concentre. – pediu o menino. “Não acredito que tem um menino de nove anos chamando minha atenção” pensei. Acenei com a cabeça e as imagens começaram a vir com tamanha velocidade com que iam. Quando me dei por mim, eu já sabia de tudo e um pouco mais.

–Obrigado, garoto. – apertei o ombro do meu sobrinho e fui ao encontro de Ben. Ele estava na cozinha, falando com Val sobre o que aconteceu mais cedo.

–Ben! – chamei. Ele fez sinal para a menininha ir para outro lugar e eu me aproximei.

–Descobriu algo com o filho da sua irmã? – ele perguntou. Concordei com a cabeça e me sentei no balcão.

–Descobri que sequestrou nossos amigos. Mira fez o que pode para nos ajudar, mas, agora, teremos que dar um jeito de mantê~la aqui. – ele concordou e completou.

–Não queremos perder ninguém durante o resgate. Posso pedir para o filho da Grey vir atendê~la. – Nicky era o último X-Men que sobrou em Nova York, depois do Doutor X e seus gurus viajarem pelo mundo afora para treinar novos mutantes, fora sua tropa em treinamento. Filho de Scott e Jean, ele era o melhor amigo da Mira, e o único que conseguia colocar juízo na cabeça dela.

–Você liga para ele mais tarde e eu falo com a loira. – apontei para o quarto silencioso de Mira e ele assentiu. Me levantei e fui até a porta, batendo de leve. Silêncio. Abri a porta levemente e vi que ela ainda estava desmaiada. Entrei no quarto em silêncio e me sentei ao seu lado. Sua respiração ainda liberava pequenos flocos de gelo e sua pele ainda estava ardendo em febre. –Como...? – eu me perguntava. Saí do quarto e fui tomar um banho.