Miralice e a vida após a morte

Após a morte, a expurgação


Miralice ouviu o grazinar das aves. Um vento ardente varreu a estrada

Os pássaros debandaram.

O corpo hirto, fragilizado, não escapou. Engolida pelo redemoinho, rasgando a pele, queimando-lhe os ossos. Restando uma chama cinza que vagou até uma luz suave.

***

“Parece uma cena de crime”

“Nada que uma tinta resolva, veja, os móveis antigos devem cobrir os gastos”

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

As vozes assombraram Miralice por anos. Ela fugiu.

“Ouviu?”

“Não delira, foi o vento”

Miralice correu, caindo, rolando, até ouvir um chamado. Sem negar a realidade.

Hora de partir.

***

O arco-íris no peito tremeluziu em agonia. Repelida, a energia cósmica de Miralice foi expulsa do paraíso.