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Kaikaku no meikyuu: #2#

– Muito bem, então – continuou o Hyuuga, balançando as mãos enquanto falava – O bolo será encomendado por uma mulher chamada Ichigo Amano*. Dizem que ela estudou em uma academia estrangeira... Saint Marie, eu acho. Hanabi gosta de doces estrangeiros.

– Sim – Kakashi concordou, entediado. Por quanto tempo esse homem continuaria fingindo? Seria bom encurrala-lo para forçar a verdade, mas lidar com tantos empregados de uma vez seria difícil. Segundo o pergaminho do hokage, parece que todos os funcionários possuem o kekkei genkai byakugan e foram treinados com um taijutsu especial desenvolvido por Hiashi. Nem seu sharingan seria muito útil, portanto.

(N/A: talvez você não saiba, mas o sharingan se originou do byakugan, por isso considero este último como superior – além dos olhos serem muito mais macabros, man -qqq)

Enquanto Hiashi citava mais exigências suas, o Hatake desviou seu olhar para a floresta do distrito. A vegetação era muito densa e selvagem, e graças à isto seu interior era tão escuro e úmido quanto uma caverna.

– Por que vocês não podam essas árvores? – perguntou, sem desviar os olhos de lá.

Ele balançou a cabeça:

– A floresta não faz parte do nosso território. Ela pertence a uma mulher que mora por perto. Seria considerado “um crime” tocar em uma folha sequer daquele lugar sem permissão. Vai entender.

O jonin assentiu, mais uma vez como um robô. Entretanto, guardou na sua mente essa informação.

Hiashi estava prestes a abrir a boca para falar algo, mas um grito estridente cortou o ar no mesmo minuto:

– SAKURA-CHAN!

Em seguida, um punhado de fumaça tomou conta do terraço. Alguns empregados começaram a ficar agitados, e corriam de um lado para o outro pensando no que deveriam fazer agora.

Com a menção da rosada, Kakashi saltou rapidamente para o tumulto, deixando o líder conversar sozinho. Em seguida, olhou para cima, vendo um único poste de metal de pé nos fundos da mansão. A faixa vermelha pendurada no tronco pendia com força para baixo, e o ex-ANBU já ganhou uma ideia do que aconteceu.

Uma velha senhora gritava “Ajuda!” repetidas vezes, com as braços estendidos. O grisalho tocou-lhe o ombro:

– O que está acontecendo?

– Os dois meninos, sensei. Eles começaram a lutar de repente. Eu não consegui ver muito do que aconteceu, mas parece que um dos pilares de metal caiu contra a garotinha cor de rosa!

Sakura, pensou preocupado, abrindo o seu caderno.

– Diário, mostre-me as ações de Haruno Sakura há dois minutos atrás! – disse alto, mas felizmente o alvoroço apaziguou sua voz.

Sakura desmaiou.

Desmaiou?

Em um segundo, ele havia desviado de praticamente todos os funcionários, indo para o centro da confusão. Só sobrara ele e a fumaça.

Ou não. Estreitando os olhos, ele conseguiu distinguir sombras negras e amareladas no vapor.

– Arte ninja! Técnica da rajada de vento!** – e uma ventania soprou todo o conteúdo restante do local – Naruto, Sasuke! Onde está a Sakura?!

Isso pareceu ter atraído a atenção dos meninos, que viraram com os olhos assustados na direção do mestre. Ao lado deles, permanecia o grande poste, debruçado sobre a terra, cadeiras e mesas esmagadas.

– Sakura... chan... – murmurou o loiro, perdido. E como se despertasse de um transe, Sasuke moveu seus olhos furiosamente na direção de Naruto:

– Seu maldito... a culpa foi sua!

– Minha? Foi você o bastardo que soprou aquele negoço de fogo!

– Se você não tivesse desviado, talvez não teria atingido a Sakura – rebateu, com o sharingan inconscientemente ativo. O ar em torno de Naruto começou a oscilar também, e os olhos mudaram de azul vibrante para amarelo ameaçador. Um amarelo com puro ódio.

Nessa hora, Kakashi pensou em interferir, mas a resposta de Naruto chamou sua atenção:

– Quer saber?! Você fala, fala, fala, mas nem se importa com a Sakura de verdade! Quantas vezes eu vi os olhos dela se encherem de lágrimas depois de você ter falado outra temisse para ela?! E daquela vez, na missão contra o Zanuba? Você pode ter essa droga de sharingan no olho, mas é mais cego do que o Neji!

– O Neji não é cego, idiota – Sasuke disse, irritado. Ele estava com raiva porque sabia que era verdade - E pela décima vez, é Zabuza!

– VOCÊ ENTENDEU O QUE EU QUIS DIZER! A questão é: você é tão teme, estúpido e orgulhoso que não vê que, se continuar agindo ao estilo odeio-o-mundo sem nenhuma necessidade, vai acabar sozinho e sem ninguém para chamar de amigo! Se liga, acha que é o único órfão daqui? Acha que só você sofre com a ausência da sua família? Eu nem conheci meus pais, idiota! Só o que sei é que eles morreram há 12 anos atrás, desde então todos dessa vila me tratam como um lixo! E NEM POR ISSO FICO COM UMA CARA DE BUNDA ENCARANDO TODO MUNDO COMO SE TIVESSE HEMORRÓIDAS!

Como em uma partida de tênis, Kakashi virou a cabeça na direção de Sasuke, interessado na sua reação.

Dava para perceber que o que Naruto dissera afetou o subconsciente do Uchiha de uma maneira inesperada. O garoto continuava nervoso, mas pelo menos o sharingan não estava mais a vista e ele se acalmou um pouco. Parece que, pela primeira vez, Sasuke não estava vendo o menino à sua frente como um moleque hiperativo e estúpido, viciado em ninjas e rámen.

O Naruto que ele via agora era um menino igualmente estúpido, mas com uma ferida profunda que nunca se cicatrizaria. Um menino que sentia falta do carinho, amor e apoio que nunca teve a chance de possuir. Alguém que sofria com as dores dos outros, e que apesar de não ter muitas amizades, valorizava as que tinha.

Pela primeira vez na vida, Sasuke estava vendo o verdadeiro Naruto.

– Não fale besteira, cabeça de macarrão.

Maaas, é claro, seu orgulho nunca deixaria isso transparecer.

O loirinho pareceu entender que estava tudo bem agora, pois seus olhos voltaram ao azul típico e os dentes recuaram à posição natural. Ele desfez a transformação e olhou com um sorriso vencedor para cima de Sasuke, que arqueou a sobrancelha.

– O que foi? Você acha que é melhor do que eu? – riu debochado – Não se esqueça quem perdeu na última luta, dobe.

O sorriso de Naruto derreteu como óleo derramado, e ele mandou um olhar mortal na direção de Sasuke.

– Mas deixando isso de lado – disse, ficando mais sério – A Sakura...

– Não se preocupem, ela está bem – garantiu o sensei – Enquanto vocês discutiam que nem duas crianças, chequei a área do poste e parece que havia mais fumaça do que deveria.

– O que significa...?

– O que significa que a Sakura pode ter usado algum jutsu antes de ser esmagada – Sasuke completou, sentindo um peso enorme sair dos seus ombros – Ela pode ter se salvado.

– Exatamente.

– Mas onde ela está agora? – o Uzumaki perguntou, eufórico – Vamos atrás dela!

Sasuke não disse nada, mas já estava se preparando para correr junto ao rival.

O professor negou com a cabeça:

– Está tarde. Amanhã iniciaremos as buscas.

– O QUÊ? A SAKURA-CHAN PODE ESTAR SOZINHA EM QUALQUER LUGAR! TEMOS QUE IR O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL!

– Você disse que um jutsu pode ter sido executado – o Uchiha ajudou, sério – Uma ninja no nível da Sakura só poderia ter usado teleporte. No entanto, ela não é tão experiente com esse jutsu, então deve estar dentro do Distrito ainda.

– E o Distrito é enorme, Kakashi-sensei! Ela deve ter se perdido!

– Ela está bem. Não se preocupem – repetiu.

– MAS..!!

– Vocês não confiam no potencial da Sakura? – Kakashi disparou, porque sabia que os meninos não saberiam responder – Estão vendo? Levem isso como um teste de coragem. Sakura precisa libertar seu verdadeiro poder, mas não pode fazer enquanto vocês sempre tiverem protegendo-a. Deixe que ela se resolva sozinha, e se até amanhã não conseguir, sairemos para procura-la.

– M-Mas... somos um time...

– Claro que é importante trabalhar em equipe, Naruto – continuou – Mas é igualmente importante evoluirmos sozinhos. Para então, quando nos juntarmos de novo, sermos ainda mais fortes que antes. Além disso, Hiashi-sama garantiu que o terreno era seguro.

– Eu não gosto daquele velho! – gritou teimoso – A Saku...

– Entendemos, Kakashi-sensei.

Naruto mirou Sasuke incrédulo, sentindo-se traído.

– COMO É QUE É TEME?

– Você ouviu o Kakashi-sensei, idiota. A Sakura precisa disso.

– E SE ELA NÃO CONSEGUIR? E SE AMANHÃ FOR TARDE DEMAIS?

– Não será tarde demais – ele falou calmamente – Eu confio nela. Você não?

O loiro abriu a boca para falar alguma coisa, mas fechou no mesmo instante. “Maldito teme” pensou “Mesmo perdendo, ele ganha!”

– Então está resolvido – o jonin decretou, juntando as mãos.

– Hei! Espera aí! O que você pensa que está fazendo?!

– Vou enviar um relatório para o hokage sobre isso. Devo estar de volta a tempo, se Sakura não retornar – mas antes de concluir o jutsu, ele lembrou – Ah! Eu quase ia esquecendo. Depois de ajudar os empregados com a decoração, quero que limpem todas as minhas armas e arrumem o meu quarto também, enfileirando meus Icha Icha Paradise's em ordem alfabética.

Os dois empalideceram no mesmo minuto:

– O quê? Por quê?

– Esse é o castigo de vocês por lutarem. Boa sorte ~ – cantou, sumindo logo em seguida.

Mirai Nikki no Sakura

Sakura POV

Crack.

Meus músculos tensionaram. O ritmo da minha respiração acelerou, provavelmente imitando meu coração. Eu podia sentir uma substância pegajosa descer pelos meus fios azuis... talvez causada pela minha queda durante a correria. Não era minha maior preocupação, contudo.

Fechei os olhos com uma expressão derrotada... eu estou exausta. Minhas pernas doíam muito e os ferimentos destas ardiam demais. Meu pai estava me perseguindo por horas. Dei um jeito de me esconder atrás de algumas árvores mortas, mas era inútil. Ele me encontraria.

O pior de tudo é que eu estive perto de encontrar uma saída. Eu senti isso. Eu tinha certeza que poderia avisar Haruno Sakura a tempo. Poxa... será que Neji estava certo? Será que eu sou mesmo tão fraca assim?

Balancei a cabeça. Não era hora de ter autopiedade, muito menos lembrar da cara de desprezo do meu primo.

Era hora de me manter firme. Eu tenho um número enorme de informações sobre o esquema do meu pai. Essas informações devem ser úteis para alguma coisa, droga! Se pelo menos eu pudesse... pudesse deixar alguma pista... aqui mesmo...

Se eu tivesse mais tempo...

– Sakura-chan!

Levantei imediatamente, sentindo-me desconfortável e pegajosa por causa do suor.

Enquanto eu tentava acalmar minha respiração, percebi algo verde enlaçando minhas pernas (que estavam cobertas com um tipo de lençol) e choramingando coisas como:

– Graças a Deus... Sakura-chan... Sakura-chan... minha doce flor primaveril finalmente acordou... você não sabe o quão preocupado em fiquei nessas horas, Sakura-chan...

Pisquei atordoada.

– Lee?!

– Sakura-chan! – ele pulou em cima de mim, com os olhos cheios de lágrimas – Você abriu os olhos! E falou comigo! A primeira palavra que você falou quando acordou foi meu nome! Eu estou tão feliz!

O que diabos aconteceu? – tentei comunicar com Murmur.

Também gostaria de saber. A última coisa que vi foi um poste se inclinar sobre você, depois, escuro!

Suspirei. Talvez seu contato com o mundo exterior só dependa dos meus sentidos. Bem, com Inner não era assim, então provavelmente ela deve saber alguma coisa.

Você não pode pelo menos perguntar para Inner?

Foi mal, Primeira, mas não dá. Quem amarrou aquela criatura dos infernos foi Yukiteru-baka-sama, não eu.

Revirei os olhos, cortando a comunicação. Maldito Irreverente.

– Nossa, Sakura-chan, aquela mansão é realmente estranha. Fala sério, tem um chafariz no teto! – disse ele, com uma pontada de diversão na frase. Eu arqueei a sobrancelha.

– Como você sabe disso?

– Bem, quando vocês saíram para a missão, eu fui procurar Gai-sensei, mas ele não estava em lugar nenhum. Então, entrei um pouco em pânico, e perguntei para todas as pessoas da vila se elas tinham visto um homem incrível que merecia ser o próximo hokage – seus lábios caíram frustrados – A maioria delas me ignorou ou saiu correndo.

Sabiamente, comentei na minha cabeça.

– Mas depois que cheguei no Ichiraku, uma menina gentil me disse onde meu sensei havia se enfiado. Eu estava tão feliz que não percebi, à primeira vista, quem era essa menina. Foi aí que eu vi – ele ficou sério de repente – Hyuuga Hanabi.

– Hyuuga Hanabi? Mas ela não deveria...

– Sim, eu sei. Por isso eu fiquei em dúvida, e o mal pressentimento que tive antes voltou. Conversei com ela por alguns minutos, sem contar nada sobre a missão, é claro.

– E o que você descobriu? – perguntei tensa.

– Um bando de informações inúteis – bufou descontente – Mas consegui a data de nascimento dela: 27 de março.

Um nó se formou na minha garganta.

– Mas isso... nós estamos em 11 de julho!

– Isso. Então eu tive que voar para conseguir chegar aqui. Segui todas as indicações do Diário da Sakura-chan para encontrar o caminho. E pelo visto, foi bem na hora, porque havia uma coisa enorme de metal se inclinando na sua direção.

– Mas porque ele faria isso? Por que Hiashi Hyuuga nos enganou?

Busquei mentalmente os motivos mais prováveis para Hiashi-sama fazer isso conosco, sem sucesso. Nada me veio a mente. Mesmo que esse motivo tenha a ver com uma pessoa da nossa equipe, seria mais fácil enfrentá-la individualmente.

Até que uma lâmpada acendeu no fundo mais escuro da minha mente. Uma razão que faria muito sentido... uma razão que eu realmente esperava não ser.

– Você... não acha... que ele seria... ?

Os olhos de Lee entenderam a mensagem.

– Não é impossível – sussurrou, demonstrando uma calma irritante – Mas se for, estaremos em sérios perigos. O ambiente está a favor de Hiashi agora.

Quanto mais eu pensava nessa hipótese, mas sentido parecia fazer. O motivo para construir essa mansão tão afastada de Konoha... a presença específica do time sete... os olhos que não sorriam junto... e ainda tem aquele sonho.

Não tem jeito. Hyuuga Hiashi é um jogador do Jogo de Yukiteru. E o pior é que ele já sabe que eu sou uma portadora.

Isso significa que o sonho não era um sonho. Aquela menina realmente existe, e se não conseguiu me avisar isso, é porque algo aconteceu com ela. Seja lá o que estava seguindo-a, conseguiu o que queria. E tenho uma breve noção do que era.

Meu pai estava me perseguindo por horas.

– Nee, Lee, será que Hiashi-sama tem outra filha? – perguntei.

– Uh? Aaah, você está falando da Hinata-chan. Ela estudava com a gente na Academia Ninja. Você não lembra?

A figura de uma menina pequena e de aparência frágil, sentada no fundo da classe, me veio.

– Sim... eu acho que sim.

– Se bem que eu não vejo ela faz algum tempo... – ele continuou vagamente, me dando a informação que faltava para esse quebra-cabeça.

Arranquei os cobertores de cima de mim, tocando os pés no chão gelado.

– Vamos, Segundo. Hinata, Sasuke e Naruto estão em perigo. Vamos explicar a situação para o Kakashi-sensei e... o que foi?

O cabeça de cuia se mexeu desconfortavelmente.

– Er... Sakura-chan...

Estreitei os olhos. Eu conheço essa expressão. Já usei ela diversas vezes quando quebrava os vasos da minha mãe e tinha medo de falar para ela.

Dei uma olhada melhor onde estou pela primeira vez desde que abri os olhos. Não se parecia nada com uma mansão doida.

– Há algo que você não me contou, Lee? – perguntei com ameaça no tom.

– Talvez?

– Lee!

– Tudo bem, tudo bem. Sabe quando eu disse que havia te tirado do caminho a tempo? – assenti – Você sabe... foi um resgate tão rápido que nem Naruto nem Sasuke podem ter me visto.

– Isso significa que?

– Que quando você chegar, vai ter que dar muitas explicações.

Soltei uma lufada de ar, desanimada. Uma coisa que eu detesto é me explicar para alguém, ainda mais ter que mentir para me explicar.

– Você sabe o caminho de volta?

– É claro! Eu te trouxe nessa floresta, Sakura-chan, então é óbvio que eu sei como sair!

~ Horas depois ~

Narrador POV

– Nós já passamos por aquela pedra.

– Eu acho que não. A etrólise dela é diferente da anterior.

Etrólise? Você ao menos sabe o que é isso?

– Er... não. Mas eu sinto como se.

– Aff.

– Quer dizer, eu te carreguei por aqui e, sem ofensas, Sakura-chan, mas você não é muito leve.

– O QUE VOCÊ QUER DIZER COM ISSO, SUA TATURANA?

– N-Não é i-isso! É que aquela cabana não estava muito longe da saída... já deveríamos ter chegado!

– E por que não chegamos?

– Eu sei lá!

De repente, Sakura parou de pular entre os galhos das árvores. Ao perceber que a menina não estava acompanhando-o, o moreno também parou.

– O que foi?

– Estamos perdidos, não estamos?

– O-O quê? C-Claro que não!

– É claro que sim! Veja, já passamos por aquela pedra! – apontou para o referido objeto – Três vezes! Em duas horas!

– A etrólise é diferente!

– COMO ASSIM? PEDRA NEM TEM ETRÓLISE!

– EU JÁ DISSE QUE NÃO SEI O QUE É ISSO!

– VOCÊ- argh – ela inspirou profundamente, retirando o diário do bolso – Parece que eu terei que salvar o dia no final.

– NÃO FALE COMO SE EU FOSSE UM INÚTIL!

– Tá, tá – abriu a primeira página, ignorando os protestos do Segundo – O que diz mesmo?

XX:50 [No identificad]

Undefined

Maldição.

– Então, alguma coisa nova? – Lee perguntou, e a rosada mandou-lhe um olhar entediado.

– Não, a mesma porcaria de quando saímos da cabana. E o seu?

Ao que parece, os diários de Sakura e Lee pararam de funcionar por motivos desconhecidos. As previsões chegam até os cadernos, no entanto, o conteúdo é sempre desconexo e não faz o menor sentido.

– Também. Parece que está tendo algum tipo de interferência nos nossos mirai nikkis.

– Será que é por causa dessa floresta? – sugeriu, lembrando quando Kakashi comentou sobre locais “fora de área”. Tudo bem que essa regra só se aplica aos cadernos falsos do Oitavo, mas é melhor prevenir do que remediar.

– Acho que não. Eu já tive diversas previsões sobre você enquanto treinava em lugares assim.

A kunoichi suspirou, encostando-se em um tronco próximo. Aquele “sonho” não saía da sua mente um segundo sequer. Ela queria interrogar Hiashi, quebrar a cara daquele velho com tudo e perguntar onde estava Hinata. Como uma crente em finais felizes, ela tinha esperança que a menina ainda estivesse viva.

Talvez não totalmente inteira, mas viva.

– O problema não é com florestas... – ela olhou para as copas das árvores, que começavam a escurecer – Mas talvez... essa floresta em particular.

O sobrancelhudo observou seu redor com desconfiança:

– Pensando melhor... eu também não me sinto bem por aqui. Nem mal. É só uma sensação... vazia. De vazio absoluto.

Sakura fitou a pedra que Lee tinha apontado como diferente da anterior. Uma ideia surgiu na sua mente.

– Você diz que essa rocha tem etrólise menor que a de antes, não é? – levantou, tirando uma kunai do bolso esquerdo – Então vamos comprovar isto.

Rápida como um raio, Sakura grifou a letra “S” na superfície da pedra com a kunai. Em seguida, afundou a arma no tronco que estava encostada antes, mirando o menino com uma expressão séria.

– Muito bem. Daremos mais umas voltas por aí, e se virmos esse símbolo de novo nesta rocha, saberemos que estamos andando em círculos. Combinado?

Lee não pôde fazer nada senão assentir, seguindo a rosada mata adentro.

Mirai Nikki no Sakura

Kakashi saltou, movendo-se tão ágil e discreto quanto uma mosca entre a folhagem densa da floresta. Sentia uma pontada de arrependimento em mentir para Sasuke e Naruto, mas precisava achar a Haruno o mais breve possível.

Não que tudo o que falou antes tenha sido em vão. É claro que Sakura tinha um potencial, e ele acreditava nisso. O problema é que as circunstâncias de agora são diferentes; o inimigo está mais próximo que ele esperava.

Kakashi jurou naquele dia, em frente ao túmulo dos seus ex-companheiros de equipe. Ele não perderia uma terceira vez, porque então, seria fim de jogo.

Obito se foi. Rin se foi. Mas Sakura, ou o resto do time sete, não iriam também. Nem pensar. É por isso que, mesmo que a presença de um dono seja somente uma suspeita, deve ser levada em consideração.

Com esse pensamento, usou um pouco de chakra e alcançou uma grande distância do chão. Com a visão aérea, teria chances maiores de encontrar a aluna.

– SAKURA!

O seu grito ecoou, mas nenhuma resposta foi ouvida. Não havia também nenhum rastro de pegadas femininas ou pistas que indicavam alguém perdido. Franziu o cenho. São quatro ou cinco horas em média desde que Sakura desapareceu. Não é possível que não tenha...

Um barulho de “crack” tirou sua atenção, e ele virou para perceber três pares de olhos brancos e brilhantes na escuridão.

– Hatake Kakashi – um deles disse – Um dos únicos possuidores vivos do sharingan. Você deverá vir conosco.

Ele apertou a bainha da sua espada com mais força – uma das poucas armas que decidiu levar consigo. Não que não confiasse em Sasuke e Naruto para limpa-la (ou, pelo menos, em Sasuke). É só que foi um presente importante de uma pessoa muito especial.

– Vocês parecem saber o que está acontecendo – sibilou o grisalho – Diga-me quem está por trás dessa palhaçada.

– Temo que isso não seja possível, Mestre Hatake – o terceiro, mais baixo dos três, tomou posição de combate – Recebemos ordens explícitas dela para traze-lo vivo.

“Então tem mesmo alguém por trás disso” pensou “E ele disse “dela”? Não é Hiashi?”

Sem mais delongas, o terceiro hyuuga avançou na direção do jonin, deixando um curto espaço de tempo para que ele reaja. No entanto, o fez, bloqueando alguns ataques com as mãos. Poucas vezes presenciara o taijutsu no estilo Hyuuga, mas tinha certeza que seu oponente usava essa técnica.

Kakashi grunhiu, vendo-se cercado por todos os lados. Aqueles homens eram bons, ele notou, mas previsíveis.

O segundo hyuuga interferiu bem quando o mascarado conseguiu se desvencilhar do seu primeiro oponente, agarrando-o por trás e jogando-o contra o restante. O terceiro, que fora jogado, se chocou com o primeiro e ambos caíram com um sangramento feio na cabeça – mesmo assim levantaram, cambaleando. Maldita persistência.

“O estilo da luta é taijutsu” lembrou. O que Minato, seu sensei, lhe dissera se tivesse que lutar contra vários oponentes ao mesmo tempo?

Não ignore os outros, mas se concentre em um deles. Torne-o seu alvo. Deixe que ele saiba que é seu alvo.

Fixou seu olhar de propósito no segundo hyuuga, que se posicionava um pouco mais próximo que o restante. Kakashi então avançou, com um reforço de chakra extra nos pés, que o deixava em uma velocidade surpreendente. O hyuuga, aparentemente, não esperava por isto, e foi pego de surpresa quando a lâmina do jonin perfurou seu peito.

Um já foi, listou.

Os outros pareceram assustados por um segundo, mas se recuperaram muito rápido e partiram para o ataque. Com eles a batalha foi um pouco mais difícil, pois atacavam em par. Entretanto, seguindo os ensinamentos do seu tutor e mestre, Kakashi rapidamente havia virado o jogo e acertado o cabo da sua espada na cabeça de um deles, apagando-o, só para depois atravessar a ponta da arma nas suas costas.

Com o segundo e primeiro hyuuga derrotados, restava o terceiro, ainda meio tonto pelo impacto do seu crânio com o chão. Ele já não possuía a mesma confiança de antes, porém Kakashi planejava deixa-lo vivo para interrogar.

– Amadores... – murmurou para os corpos dos dois hyuugas – “Ela” enviou lutadores iniciantes para lutar comigo. Teria me subestimado ou...?

Suspirou, terminando de amarrar os pulsos do homem desmaiado e saltando mata dentro.

NOTAS

*Ichigo Amano: personagem feminina de “Yumeiro Patissière”. Só tenho uma palavra sobre esse anime: DELICIOSO! Literalmente.

**Técnica Rajada de Vento: esse jutsu existe, mas não sei bem seu nome em japonês, nem em português (você poderia dizer que consiste no que o próprio nome diz: uma rajada de vento. Se bem me lembro, parece que o Gaara também usa essa técnica)

***A “lição” que Kakashi recebeu de Minato (que você acabou de ver) não é original do anime, muito menos inventada por mim. Ela foi tirada do livro “Assassin's Creed: A Cruzada Secreta” (P86C14) porque, hum... eu acabei de terminar esse livro e achei a frase bacana :) Além de que me deu a ideia de colocar três marmanjos contra o Kakashi e fazer ele matar todo mundo. (maaaaas, tudo bem, pois posso garantir que a luta é minha, ok?)