Viperion e Bunnix haviam terminado sua patrulha da noite e estão no telhado do Museu do Louvre, era tarde da noite com as estrelas acima deles a Lua estava muito bonita, fazia dias que eles não se viam direito então resolveram ficar um pouco mais para tentar passar um tempo a sós, mas logo teriam que voltar para mansão, pois tinham uma pequena os esperando acordada com certeza.

Bunnix está deitada de costas, a cabeça pousada em seu colo com um sorriso satisfeito enquanto ele toca sua lira, ambos têm um olhar cheio de amor um pelo outro.

Quando são surpreendidos por uma TOCA e duas crianças saindo de dentro delas, uma que eles conheciam muito bem e outra sendo basicamente arrastada pela ruivinha que gritava:

"Mamãe? Mamãe?" - Bunnix se colocou rapidamente em pé pegando a pequena nos braços e abrindo uma TOCA , Viperion pegou a outra criança e entrou na TOCA saindo no quarto de Dana na mansão, o garoto nem parece se abalar por estar em outro lugar.

"O que eu te disse coelhinha?! Ninguém pode saber! Lembra? Nada de mamãe!” - Dana colocou as duas mãos na boca com cara de espanto:

“Desculpa! Bunnix?” – Alix dá um sorriso encantador:

“Isso meu amor, Bunnix! O que foi? Porque vocês foram lá? E quem é seu amiguinho?” – ela sorri travessa:

“Não mamãe, ele é meu irmão!” – Bunnix fica paralisada por um momento.

"Seu...seu irmão?"

"É meu irmão!"

Luka e Alix trocam olhares, no rosto dele começa a despontar um sorriso encantador e ela já ia protestar quando o pequeno fala:

"Mas ela não é a minha mamãe!"

As duas falam ao mesmo tempo confusas: "Não?"

O garotinho tímido se esconde nas pernas de Viperion: "Não!"

"Mas você tava lá na vovó Anarka, você disse que tava esperando o papai Luka!"

"E tava..." - ele aponta pro Viperion - "Ele é o meu papai!"

Alix entendeu rapidamente o que aconteceu, Dana provavelmente invadiu alguma linha alternativa, ela esperava que isso não causasse muitos estragos e com certeza ia dar um nó na cabecinha da pequena só pela carinha dela e ao olhar pra Luka ela viu a cópia da carinha dela confusão misturada com decepção.

"Eu não entendo mamãe?! Como ele tem o mesmo papai que eu, mas não a mesma mamãe? Não entendi?" - ela faz cara de choro- "Vocês vão se separar?" - Bunnix a abraça.

"Não meu amor é um pouco mais complicado que isso!" - ela a coloca no chão e se agacha pra ficar da altura dela.

"Lembra que a mamãe falou que você não pode ficar pulando brincando dentro das TOCA?" - Dana envergonhada .

"Sim!"

"É por isso meu amor!" - ela estendeu a mão para o garotinho que relutante foi até ela - "Ele não é seu irmão, ele é filho do seu papai em outra Linha de tempo!"

Os dois falaram ao mesmo tempo.

"Como assim?" - Alix não queria ter essa conversa com Dana tão pequena, ela nem tinha recebido seu miraculous ainda, ia fazer sete anos mês que vem ainda, mas nem tudo são flores nessa vida de viajante do tempo e ela teria que aprender isso. Alix suspira resignados, os três a olham ansiosos.

"Sabe aquelas bolinhas que tem na TOCA?" - os três acenam com a cabeça em sincronia se não fosse pela situação seria cômico - "Elas mostram além da nossa realidade, outras realidades alternativas, e nós meu amor, os Kubdel não existimos em outra Linha do tempo, só nesta!"

Luka tem o semblante de puro choque, já as duas crianças tem a boca em um Ooooo!

Luka entendeu muito bem o que ela quis dizer e sua curiosidade era grande, no tempo que ele usou o miraculous do tempo não quis visitar outras realidades e deu graças a Kawmi que não precisou intervir em outras dimensões, ela completa:

"Por isso este pequeno aqui deve ser de uma dessas realidades!"

Ela se vira pra ele com um sorriso amoroso:

"Qual seu nome querido?" - ele sorri pra ela:

"Dominic Coffaine"

"Lindo nome!" - ele diz orgulhoso:

"Obrigado foi minha mamãe quem escolheu! Ela diz que é latim e que significa pertencente ao senhor."

“Você tem orgulho do seu nome né?”

“Sim, minha mãe diz que sou tão especial como meu nome!” – Alix ri, Luka a observa falar e agir com tanta naturalidade que não teve como conter a curiosidade ele chega perto do garoto:

"Oi garotão!” - ele diz envergonhado:

"Oi"

"Qual nome da sua mamãe?" - Alix ia brigar com ele, mas uma Dana mais velha chega dizendo:

"Que coisa feia papai! Quebrando as regras na minha frente!"

Luka sorri pra ela, a pequena Dana:

"Uou... sou eu grande de novo!" - Dana se abaixa pra ficar da altura dela:

"Sim mini-eu! Eu sou você mais velha." – os olhinhos da pequena brilham:

"Legal!"

"Enquanto a você rapazinho, vamos lá que vou te levar pra casa!" - o garotinho pega na mão dela sem protesta.

"Não vai dar nem tchau?"

Ele volta sorrindo e dá um beijo na bochecha da Dana que fica risadinha.

Abraça Viperion dizendo: "Tchau pai!"

E da um beijo na Alix dizendo: "Tchau m...uhn Bunnix?"

Alix: "Tchau meu amor!"

E volta pra ela correndo, Dana olha pra pequena, semicerra o olho e faz sinal de que tá de olho a pequena sorri. Ela se vira pros pais:

"Uhn... desculpem por isso. Amo vocês!" - E some no portal.

“Oook, precisamos ter uma conversa seria coelhinha!”

Dana acorda assustada novamente, suando frio, aquele bendito dia vinha lhe assombrando a varias noites, e além de tudo ela estava incomodada, mas não sabia com o que.

Ela se levanta enquanto se troca pensa naquele dia, ele fica se reprisando na sua mente como um looping, isto há está incomodando, talvez essa não fosse bem à palavra para o que ela estava sentindo e ainda havia as recentes descobertas que ela fez o que pode ter sido o gatilho que tenham feito essa lembrança voltar, ela se sentia estranha, com sentimentos extremamente conflitantes , estava feliz por passar mais tempo com sua mãe , porém era angustiante algumas coisas que ela via na TOCA e o principal ela não queria conversar sobre o assunto com seus pais e como de costume quando estava assim nesses dias ela arrastou Hugo pra TOCA com ela.

Ela começou a vasculhar aquelas infinitas bolas de tempo, Hugo sempre ficava fascinado em como tudo aquilo respondia a ela, ele chegou perto pra ver o que ela estava fazendo, quando ela para em uma "foto" de seus pais como Viperion e Bunnix.

Eles estavam no telhado do Museu do Louvre sua mãe estava deitado no colo dele aparentemente ele tocava a Lira e ela sorria genuinamente feliz pra ele que retribuía com um olhar amoroso.

“Você sempre xereta nas passagens de tempo de seus pais?”

“Uhn ... as vezes ... é legal... e eu preciso manter o cronograma ... principalmente adolescentes, quando o velho Hawkmoth ainda dominava as coisas por aqui, eles realmente não falam muito sobre esse período.”

“Pra você também então.”

“Sim.”

“Meus pais também evitam, às vezes é estranho, não sei quase nada do meu avô.“

“Talvez sejam coisas que não devemos saber ou poderemos querer intervir.”- ela olha pra tela com um meio sorriso triste.

“Também nós extrapolamos né coelhinha, a gente faz muitos saltos no tempo errado, principalmente quando éramos menores.”

“Sim.” - ela ainda olha pra tela com um semblante triste.”

“Que foi?”

“Penso que muitas das surpresas nós tiramos deles.”

“Talvez não. Minha mãe diz que foram divertidas.” - ele a sente triste.

“Que houve coelhinha?”

Ela continua olhando pra tela e diz num tom triste:

“Eu realmente acho que atrapalhei os dois em muitos momentos juntos, que deveriam ser só deles” - ele esperou, pois sabia que ela não havia concluído – “Eu até levei um irmão de outro universo pra mamãe conhecer, eu tava tão empolgada porque iria ter um irmãozinho.” - ela sorri triste pra ele – “eu não deveria ter feito isso sabe...”

“Você nunca me contou sobre irmãos em outra dimensão. Tem outras linhas do tempo onde temos mais irmãos ou irmãos diferentes?” - ele olha pras bolas de tempo curioso, ela pensa se deve ou não falar, mas decide que talvez não impacte tanto.

“Uhn... você sim” - ela suspira – “eu não tenho irmãos em linha nenhuma”. - ele olha pra todos os lados e diz espantado.

“Uau ... Você é filha única em todas elas?”

Na verdade ela não existia em nenhuma delas, só nesta linha, por isso sua mãe dizia que ela era seu pequeno milagre, mas ele não precisa saber disso, certo?

“Dana?”

“Uhn...Sim...em todas.” - teoricamente era verdade.

“O que foi?”

“Nada...” - ela desconversa – “É só que às vezes ... “- ela suspira resignada - “ser filha única é um porre...“- ele sabe que não era isso que ela a estava incomodando e que algo estava passando por aquela cabecinha ruiva. Ele a abraça e ela encosta a cabeça em seu ombro.

“Ei o que você não quer me contar? Sabe que pode me contar tudo né?”

“Sei ... mas não posso ...uhn são coisas Kubdel... “- ela se afasta indo pra outra TOCA.

Ele revira os olhos, ele sabia que tinha coisas sobre a TOCA que ele não poderia saber, e que tanto ela quanto Alix usavam esse termo para isso, e ultimamente andava sendo constante ouvi-las dizendo isso, era ruim vê-la assim e não poder fazer nada.

Ele teria que conversar com Luka, pra ver se tinha algo que ele pudesse fazer com certeza ele lhe ajudaria, afinal ele lidava com uma Kubdel há muito mais tempo.

“Você sabe que pro Max e pra Charlotte você é a irmãzinha favorita deles né? E você tem a gente também, você não tá sozinha.”

“Eu sei gatinho ... mas não é a mesma coisa...”

“Ei que foi?” - ela respira fundo e ele vê lagrimas nos olhos dela por um segundo e eles mudam de cor, ele fica apreensivo mas ela consegue se controlar.

“Uhn... não foi nada ... ta tudo bem...”

“Não tá não ...”- ela da um selinho nele.

“Não se preocupe gatinho tá tudo bem.”

“Não tá não... eu te conheço Dana! O que houve?”

Ele a abraça protetor, ela se aconchega no abraço.

“Não houve nada.” - ela olha pra tela – “Não tem com que se preocupar !” –ela se afasta dele bagunçando o seu cabelo o fazendo o reclamar.

“Me conta então porque isto te faz ficar assim.”

Ela se lembrava perfeitamente daquele dia, sua mãe e seu pai estavam conversando no telhado do Museu do Louvre e ela levou seu pseudo irmão pra sua mamãe Alix conhecer. Foi ali aos seis anos de idade que ela descobriu que nem tudo eram flores nessa vida de viajante do tempo.

Dana olha no relógio e se lembra que ela deveria estar no Louvre ajudando seu tio a fazer o almoço para família, ela agarra o pulso de Hugo dizendo:

“Ai caramba anda gatinho estamos atrasados!” - Hugo confuso.

“Pra que?”

“Louvre? Almoço como vovô e tio Jalil? Esqueceu?” - ela o arrasta pela rua em direção ao Louvre, ele protesta.

“Dana é um almoço de família!” - ela dá um beijo na bochecha dele.

"Não se preocupe Charlotte também vai estar lá!"

"Mas Charlotte faz parte da família!"

"E agora você também faz!" - ele fica com as bochechas rosadas e um sorriso apaixonado nos lábios.

"Ok, você venceu!" – ela se agarra no braço dele o levando para o Louvre.

"Então corre porque tamo atrasados!"