Minha ruína

Através do espelho.


Ela mesma o direcionou para a cama. Estava tão louca quanto ele, que rasgou a parte da frente de seu complicado vestido. Com certeza não esperariam desabotoar cada botão, desfazer todos os nós e tirar delicadamente cada peça de roupa. O tecido preto caiu no chão, inutilizável. Regina não demonstrou sinais de preocupação, desejava também outra coisa que estava escondida. E desejava tanto que empurrou o rapaz para longe dela, tempo suficiente para colocar para fora o que jazia dentro da calça do cavaleiro, e destravando sua armadura, caindo num baque de ferro e aço. Dando um mísero segundo de atenção ao local que os rodeava, Ele observou um espelho, perto da cama. Era grande, qualquer um poderia se ver por completo. Henry gostaria de levar as coisas com mais calma, porém não seria capaz,não com Regina. Não quando ela o beijava daquela maneira e tocava em seu corpo, claramente necessitada.

Ele virou-a de costas para si, deixando-a de frente para o espelho. A rainha se apoiou com as duas mãos, e gemeu quando ele beijou-lhe no pescoço, em seguida mordendo levemente... Seu vestido era longo, o corpete já havia se desfeito, mas a parte de baixo ainda privava Henry do contato que deveria usufruir. Não havia disponibilidade para rasgar, apenas levantou o resto do vestido e empurrou-se dentro dela. Regina gritou ao sentí-lo. Ao ver a expressão em seu rosto, tão impotente, tão difícil... ele perdeu o resto da razão e colocou-se mais fundo, gemendo baixinho. Em meio à loucura, um pressentimento veio a fazê-la querer sair da frente do espelho. Não gostaria de fazer com que ele parasse. Mas estava se sentindo perturbada ficando ali. -Não...-Ela gemeu em protesto.-Espera... O rapaz também não gostaria de parar, mas também queria ver realizadas todas as vontades de sua rainha. Saiu de dentro dela e a viu puxá-lo finalmente para a cama, ficando por cima dele, e colocando novamente o que faltava. Ela mexeu-se com força, o provocando a ponto de se segurar para não chegar a seu clímax. Depois de um longo tempo de gemidos abafados e da mais pura, ela mesma não conseguiu evitar que o prazer lhe viesse. Em seguida ele não suportou e derramou-se dentro dela. Ambos exaustos, adormeceram juntos. Quando o dia raiou, Henry estava envolvido em Regina, com o rosto enterrado em seus cabelos, e seus corpos tão quentes... tão próximos. Infelizmente teve que se levantar, mas a observou expressão tão tranquila, tão linda que teve vontade de tê-la novamente. Quando se levantou, pegou suas roupas do chão e vestiu. Não queria ir embora, mas foi. Não gostaria de correr o risco de aborrecê-la. Ao ouvir o suave barulho da porta sendo fechava, Regina despertou. Também apoiou-se na cama, lembrando-se dos acontecimentos da noite passada, e sentiu não arrependimento, mas um sentimento que não conseguiu definir. Um pouco de aflição misturado em meio a euforia. Ele era apenas um cavaleiro, não um consorte adequado para uma rainha, mesmo assim...

"Eu sabia disso o tempo todo, e fiz do mesmo jeito."-pensou.

Ela olhou para o espelho e levantou-se de súbito. Acabara de descobrir a razão do pressentimento anterior. Rumpelstilstiskin podia ver através de espelhos...

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{At last night}

Depois de ver que Henry beijou sua rainha, Rumple sentiu que poderia matá-lo naquele exato momento, mas as coisas não eram tão simples assim. Queria saber o porquê de Regina permitir aquilo. Será que estava louca? Aquele homem seria sua ruína. Será que aquilo fazia parte de algum plano? Não soube responder. Entrou na floresta e materializou uma bola de cristal. Procurou naquele último local onde os havia visto, mas não estavam mais lá. "O quarto" Pensou imediatamente. O mais puro ódio desfigurou sua face, liberando uma enorme quantidade de magia negra que se estendeu a seu redor, formando um círculo ao redor dele. Todas as árvores naquele espaço de terra tornaram-se inférteis e queimadas. Ele quebrou a bola de cristal, a arremessando no chão. Os cacos espalharam-se pela floresta, assim como ele. Quando soube exatamente o que faria.

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Henry deu-se de cara com os serviçais no momento em que saiu do quarto real. Olharam para ele, completamente espantados. Ele seguiu seu próprio caminho, ouvindo sussurros de fofocas atrás de si. Enquanto andava, lembrou do que falaram os outros guardas no momento em que compartilhavam tarefas no castelo. Haviam histórias de que a rainha já havia sido uma jovem meiga, que nunca desejado se casar com o rei. E que alguma coisa havia acontecido para que ela se tornasse o que se tornou. Henry não conseguiu imaginar a Regina com um vestido branco, usando uma coroa de flores e correndo atrás de passarinhos. Mas conseguiu desenhar perfeitamente em sua mente uma linda mulher, com o sorriso fácil, cavalgando ao redor do castelo. Foi o que ele mais desejou em toda a sua vida.