Minha jornada...

Um pesadelo numa noite de sexta


Minha família é bem divertida. Tem o tio Wily, irmão da minha mãe, ele é tão engraçado, parece que toma um suco todo dia de manhã. Sabor alegria. Mas já tem uma tal de Sílvia. Essa já come toda tarde pudim de cocô. É tão chata e arrogante. É uma pena que os pais da minha mãe morreram. E eu nem vi eles!

Tem também a prima Bia, ela é demais, gosto de conversar com ela. Já uma cidadã chamada de Priscila, não fui com a cara dessa metida e orgulhosa. Não importa, ela também não foi com a minha.

— Olá Malu!

— Oi Bia.

— Está fazendo o quê?

— Estou lendo este livro.

— Interessante, "O meio ambiente em debate", é trabalho da faculdade?

— Sim, vamos fazer uma avaliação sobre ele.

— Nossa! Superinteressante - Era a babaca da tal de Priscila.

— Então você gosta de Ecologia... Quero ser veterinária, eu amo os animais.

Então é por isso que ela gosta tanto desta priminha aí.

— Bia, você veio aqui para falar de faculdade?

— Malu, é que eu queria te convidar para uma festa que vai ter. É um aniversário de um amigo do meu namorado. Você topa?

— Bia, não tá vendo que ela tá muito ocupada lendo este livrinho.

Eu não queria aceitar o convite, mas essa garota está me enchendo!

— Não sei...

— Maluzinha, por favor, assim você vai conhecer as pessoas por aqui. Desde que chegou, nunca saiu com a gente...

— Não tá vendo que esta intelectual aí prefere ficar em casa?

Não está vendo que esta garota aí quer que eu quebre a cara dela?!

— Eu vou!

...

— Mãe? Quero falar com você.

Quando cheguei em casa, minha mãe estava rindo muito.

— Mãe? Tá tudo bem?

— Estou feliz Malu. Feliz!

— O que aconteceu?

— O David me convidou para sair... Nesta sexta...

Minha mãe estava parecendo uma jovenzinha apaixonada. Mas cara! Estou sem palavras!

— O David o quê?? PARABÉNS MAMÃE! E você aceitou não foi?

— Sim.

— Tem que ficar bem linda, mais ainda.

— Pode deixar... Queria falar alguma coisa?

— Sim. É que no mesmo dia que você vai sair com o seu amor, eu vou para um aniversário com a Bia.

Ah. Tudo bem. Aniversário de quem?

— É de um carinha aí...

— Cuidado minha filha.

— Você em mãe! Eu digo a mesma coisa para você...

No dia seguinte...

— Gérson, eu achei essa prova difícil!

— Dora, você nem leu o livro.

Esses eram meus novos colegas: Gérson e Isadora.

—O que você achou da prova Malu?

— Achei fácil, quando a gente gosta de algo, se esforça, não é verdade? E vocês?

— Não me olha com essa cara Gérson. Eu li sim, até a página 20...

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Na noite da festa eu quis desistir, mas é só uma festinha de nada, antes que acabe eu desapareço de lá...

— Pensei que não viria Malu.

— Pensou errado priminha Priscila.

— Então gente, vamos entrar?

Era um lugar tão barulhento, mais parecia uma balada (Não que já tenha ido em uma), com tanta gente estranha...

— E aí? Está gostando Malu?

— Eu aposto que ela está odiando. Com certeza ela queria estar em casa com a mamãe...

Todos ali ficaram rindo de mim, nossa como eu quero enfiar a mão na cara desta imbecil!

— Eu vou tomar alguma coisa longe desta daí!

— Deve que vai tomar suco de morango, nem refrigerante essa daí deve que bebeu na vida.

— Olha aqui, eu não bebo refrigerante mesmo não! O ácido presente nele ataca as células gástricas sabia disso? E o que você tem com isso!

Me deu vontade de ir pra casa, só que não iria deixar este gostinho para essa sem noção. Só me afastei daquelas pessoas.

— Malu não liga pra ela tá legal? É que a Priscila está caidinha por um tal de Dantes, e ele não dá bola pra ela e fica tratando todo mundo deste jeito, coisa de gente boba. Pode tomar alguma coisa aí à vontade. Beleza?

Ok.

Depois de um tempo estava entediante aquele lugar. São 22h:30min. Agorinha eu caindo fora.

— Oi gatinha, posso sentar aqui com você?

Odeio que me chamem assim, mas eu não era dona da cadeira, então...

— Pode.

— Eu sou Dantes, e você?

— Malu.

Espera aí. Dantes... "É que a Priscila está caidinha por um tal de Dantes", quando olhei para o lado, lá estava ela olhando pra mim, quase me fuzilando com o olhar.

— Malu... Que nome lindo, assim como você. Eu estava te olhando e te achei bem interessante...

Não sabia o que ele queria dizer com "interessante", só sei que esse cara parece ser bem mais velho que eu e bem esquisito...

— Malu, posso fazer uma pergunta?

— Sim.

— Quer ficar comigo? Por favor... Desde que vi você já me encantei. Amor à primeira vista, sabe?

Não, não sei... O que ser isso? "Ficar comigo", o que eu quero é sair daqui, mas o ciúme da Priscila está me divertindo.

— Não sei o que quer dizer.

Dantes começou a aproximar o seu rosto do meu... Que por minha vez não conseguia se mover. Os lábios então se encontraram... Nos afastamos. E ele me disse algo quase sussurrando.

— Malu, fica comigo, por favor...

— Como assim?

— Você vai ver, vem comigo.

Ai que raiva! Malu você é uma vacilona. De verdade esta era uma parte de minha vida que gostaria de apagar... Foi então que ele começou a tirar a camisa. Pena que na vida não existe a tecla "Control Z". -------------------------------------------------------------------------------------------------Mas infelizmente aconteceu. Aconteceu o quê? Aconteceu o pior!!! Agora é tarde, foi tudo muito rápido, parece que quando voltei a raciocinar, logo me afastei. Ai cara! Minha mãe vai me matar. O Dantes começou a se vestir e se levantou rapidamente. Empurrou-me na parede.

— OLHA AQUI! VOCÊ NUNCA ME VIU NA SUA VIDA, TÁ ENTENDENDO? E NUNCA HOUVE NADA ENTRE A GENTE? ENTENDEU?

— Me solta!

Ele saiu com muita pressa daquele lugar.

Que droga! O que eu fiz! Não creio! Por que ele saiu assim? Tão nervoso...

Saí o mais rápido daquele lugar.

Quando se aproximei de casa. Vi minha mãe com o David. Eles estavam se beijando. Trocando um beijo tão apaixonado.

— Não vou atrapalhar este momento. Esperarei ele sair.

Quando eles se despediram e a mãe entrou, eu fui logo atrás.

— Oi filha. Pensei que iria demorar mais. Como foi?

Não queria estragar a felicidade da minha mãe naquele momento. Vou falar o que aconteceu amanhã.

— Foi legal. Vou dormir.

— Está bem. Boa noite.

Hum. Acho que não.

— O quê?

— Nada não.