Victória estava sentada diante a sacada do quarto, passou a mão nos braços sentindo a brisa fria daquela manhã e suspirou... A vida muitas vezes era injusta, e para ela não foi diferente, era uma mulher linda, dos mais belos olhos verdes que existiam, mas presa em uma cadeira de rodas, limitada a um mundo cheio de preconceitos e cuidados.

Seus pais Antônio e Marisa, eram de todo um cuidado com ela. Antônio tinha uma casa de modas que herdou da mãe, cuidava dos seus negócios a punho de ferro, era muito respeitado em seu ramo, e muito amada pela esposa.

Ele cuidava de tudo para algum dia Victoria cuidar, depois do acidente da filha ele se dedicou completamente a ela, mas sem descuidar do futuro da sua menina, que era a casa de modas.

Victória empurrou a cadeira de rodas de volta para o quarto, viu a porta de abrir e sorriu ao ver a mãe, tinha os mesmos olhos que ela e o mesmo sorriso que Marisa, era louca pela mãe.

Marisa: Bom dia princesa!

Sorriu e andou até ela.

Victória: Bom dia, mamãe!

Sorriu de canto e estirou a mão para ela.

Marisa: Como está hoje?

Segurou a mão dela, dando a volta empurrando a cadeira de rodas, parou e abaixou tocando a perna dela.

Victória: Bem, como sempre, mãe... Sem uma vida normal, sem nada do que queria.

Falou com certeza amargura e apertou de leve a mão dela, Marisa olhou para baixo se sentindo impotente por não poder realizar o desejo da filha, e vê-la daquela forma.

Marisa: Vamos no shopping amor?

Alisou o rosto dela tirando o cabelo daquele rosto lindo e sofrido que Victoria tinha.

Victória: Shopping? Não mamãe, não vou ao shopping, hoje não.

Deu um sorriso sem graça, tinha vergonha, a situação em que estava a incomodava e tirava ela do foco.

Marisa: Vamos meu amor, vou te comprar aquela blusa que tanto amou.

Sorria, tentava animar sua menina.

Victória: Pra que quero aquela blusa, mãe? Pra ir no hospital? Só isso que faço... Não quero

Franziu o cenho, era doce como Marisa, mas geniosa como Antônio.

Marisa: Pode ser, o Luís pode gostar ainda mais.

Se levantou e fez cara de interesse, riu leve.

Luís era um médico que se dizia apaixonando por ela, dava toda a atenção cuidava dela como se fosse a algo mais que uma simples paciente.

Victória: Luís é um médico safado que só quer meter aquele graveto que tem no meio das pernas em alguma vagina, mãe! Não seja ingênua.

Disse impaciente e virou o rosto, não gostava daquele homem, ele não lhe passava confiança.

Marisa riu alto.

Marisa: Quê isso amor? Ele gosta dr você, não sei por quê trata ele assim, seu pai e ele se dão muuuuuiiito bem para meu gosto.

Pegou um perfume dela e espirrou no pulso, passou um no outro e cheirou.

Victória: Não, não e não! Prefiro pagar um garoto de programa do que transar com o Luís.

Espirrou coçando o nariz.

Marisa: Victoria?

Repreendeu a filha, mas riu em seguida.

Marisa: Ele é tão lindo filha, e tem uns braços.

Olhou a porta rindo conferindo se o marido estava por perto.

Victória: Já sentiu os braços dele, mamãe? Se meu pai souber, mata ele, dona Marisa.

Riu.

Marisa: Não senti não minha filha, está louca? Esse corpinho aqui só seu pai abraça

Passou a mão no corpo rindo.

Victória: Cadê o papai? Ele já saiu? Mãe, eu precisava entregar uns desenhos a ele.

Suspirou cansada

Marisa: Não amor, está no banho, ele se cansou muito hoje de manhã.

Sorriu maliciosa.

Victória: Eu não preciso saber disso, mamãe, juro que não preciso, como está? Não teve mais dores na coluna?

Falou rindo.

Marisa: Graças a Deus não, as massagens que eu faço, sem maldade em filha, já está sem essa dor a um mês.

Victória: Sem maldade, mãe... Pode trazer meu café aqui?

Sorriu.

Antônio: Do que falavam? Bom dia meus amores

Entrou sorrindo, elas eram seu maior presente, por elas ele faria tudo, deu um beijo na esposa e apertou o traseiro.

Marisa: Para homem, bom dia. Não falávamos de nada importante, não amor?

Limpou o batom da boca dele.

Olhou a filha e sorriu.

Victória: Bom dia, pai... Estávamos falando do quanto o Luís é um boboca metido a besta, nada demais.

Balançou a cabeça sorrindo.

Marisa: Ela é uma bobona amor, o Luís é tão... Simpático

Olhou o marido e sorriu sem jeito.

Antônio: Vocês juntas...

Negou com a cabeça e foi até Victoria dando um beijo em seus cabelos

Antônio: Ele é um homem bom filha

Victória: Simpático? Os braços do Luís são tão fortes, o Luís é tão isso, tão aquilo...

Imitou a voz da mãe.

Victoria: Ele pode ser o homem mais lindo que já vi, pai, mas não é o homem pra mim.

Antônio: Que história fe braços é essa?

Riu olhando a filha.

Marisa: Vou colocar seu café amor!

Saiu.

Victória: Bobagens minha e da mamãe, nada importante, pai.

Pegou a pasta com os croquis e entregou a ele.
Victoria: Uma coleção inteira

Antônio: Inteira Victoria? Meu amor, que lindos, olha esse é a cara da sua mãe.

Pegou a pasta sorrindo feliz e apontou

Victória: Tem alguns que são inspirados nela, pai, mas tem toda a coleção de primavera.

Tirou o cabelo do rosto e mordeu o canto dos lábios.

Antônio: Estão maravilhosos mãos de fada.

Sorria encantado olhando os desenhos.

Antônio: Quer ir a casa de moda hoje?

Victória: É melhor do que ir no shopping com a mamãe, certo? Eu vou, preciso resolver algumas coisas, pai.

Sorriu.

Antônio: Acho que ela vai me matar por roubar você!

Riu.
Victória: Não, não vai, seu Antônio.

Pegou a bolsa e colocou no colo.

Renata entrou no quarto e sorriu irônica se jogando e segurando nos lados da porta.

Renata: Olha já vão os pombinhos.

Mascava um chiclete.

Victória apertou o braço da cadeira de rodas, se andasse correria atrás da irmã e daria uma surra que ela nunca mais iria esquecer.

Victoria: Vamos trabalhar, Renata, não sou como você que quer que tudo caía a seus pés.

Renata: Eu não quero que caía, eu faço com que caía tudo aos meus pés Maninha.

Falou irônica, se odiavam, e Renata odiava Victoria ainda mais, tinha inveja de toda a atenção que ela recebia e achava que era só pelo problema dela e se aproveitava, jogava isso sempre que podia na cara dela, e sem nenhuma pena.

Victória: Então, siga assim e deixe minha vida em paz, eu não mexo em você e você não mexe comigo.

Olhou a irmã, se segurava para não falar poucas e boas na cara de Renata, não era frágil, tão pouco tímida, era uma mulher forte e decidida.

Renata: Tá naqueles dias amor?

Riu e se jogou na cama.

Renata: Papai preciso de dinheiro, vou sair a noite com o Sandro.

Arqueou uma sombrancelha olhando Victória.

Sandro era uma paixonite de Victória, sentia algo por ele que só Renata sabia, não por que ela contou como irmã confidente, mas ela escutou quando Victória declarava seu amor a ele no silêncio de seu quarto.

Victória empurrou a cadeira de rodas com pressa, segurava as lágrimas que insistiam em cair e só parou quando ficou frente a escada, se sentia um estorvo, uma inválida e tinha vontade de se jogar daquela escada, talvez esse fosse o único jeito de diminuir o sofrimento de todos, mas principalmente o dela.

Antônio: Depois conversamos Renata e saia do quarto dela agora!

Ele apontou para a filha que ria na cama de Victoria. Marisa estava com a bandeija e olhava a filha com um certo desespero.

Antônio: Filha calma, não liga pra ela.

Segurou firme a cadeira de rodas para que ela não fizesse uma loucura.

Victória: Eu só quero descer, pai... Calma que não vou fazer nenhuma loucura.

Falou baixo, sentindo o coração disparar e engoliu a seco.

Antônio: Vamos, vamos por aqui.

Ele virou a cadeira de rodas onde tinha uma rampa feita especialmente para ela.

Marisa viu Renata sair do quarto de Victoria sorrindo, mas seu sorriso se desfez quando viu a cara da mãe, tinha medo dela, Marisa era capaz de tudo pelas filhas, e não iria permitir que elas machucassem uma a outra, e na hora de castigar fazia sendo com Victoria ou com Renata, que era a maioria das vezes, e era severa nos seus castigos, não tinha pena mesmo com o marido intervindo.

Victória: Eu posso ir sozinha, pai... Não vá perder seu tempo com essa mesquinha, mãe, essa daí não vale o chão que pisa! Vadia!

Olhou a mãe de lado.

Marisa: Victoria, não fale assim por favor, vamos evitar, pelo menos pela manhã, eu vou falar com ela depois, venha desça seu café meu amor

Falou cansada.

Victória: Evitar a verdade? Eu não posso fazer isso.

Deu de ombros.

Victoria: Eu comprei meu apartamento, não preciso mais aturar essa nojeira todas as manhãs.

Antônio: Mas não está adaptado e já conversamos sobre isso, você só irá quando estiver completamente adaptado.

Eles desceram e Antônio retirou uma cadeira colocando a de Victoria, Marisa colocou a bandeja junto a ela, em seguida se sentou no seu lugar depois de Antônio puxar a cadeira.

Marisa: Renata...

Ela passava pelo corredor.

Renata: Quê?

Seu chiclete era sua marca registrada.

Marisa a olhou pela resposta dela e ficou séria.

Renata: Oi mamãe!

Fingiu que falava meloso.

Marisa: Sente-se!

Renata: Eu vou sair mamãe!

Revirou os olhos.

Marisa: Estou mandando sentar!

Falou rígida.

Renata bufou e se jogou numa cadeira com raiva e cruzou os braços.

Victória: Que se dane essa adaptação, papai! Que se dane tudo isso! Eu não sou uma inválida, posso me virar muito bem sem vocês.

Gritou irritada, jogou o guardanapo na mesa e saiu empurrando a cadeira em direção a saida, havia chegado ao seu limite máximo.

Renata: Não é inválida?

Riu e olhou os pais, Marisa deu um tapa na cara dela ali mesmo sentada.

Antônio: Marisa!

Se levantou.

Renata virou o rosto com a mão no lugar que ardia, olhou a mãe com raiva, depois o pai querendo chorar, se levantou derrubando a cadeira e saiu correndo passando por Victória.

Renata: Maldita!

Gritou na cara dela antes de sair e rodou a cadeira, saiu correndo sem saber pra onde ir.

Victória: Desgraçada! Maldita vida! Maldita!

Gritou mais alto, ofegava de raiva e jogou o vaso que estava ao seu lado com tudo no chão.

Marisa: Calma meu amor!

Abraçou ela querendo chorar.

Victória: Eu quero ir embora, respeita minha vontade, mamãe...

Chorou nervosa, soluçava e sentia o ar faltar...

Victoria: Eu não aguento mais essa tortura.

Antônio: Por favor Victoria fica calma

Se abaixou tocando a perna dela.

Marisa: A Renata só tem ciúmes

Victória: Vocês deveriam ter me deixado morrer, mamãe.

Passou a mão nos cabelos atordoada.

Victoria: Eu fiz o que era certo, protegi aquela megera que ainda era uma bebê e olha como fiquei, olha como estou e como ela me trata!

Marisa: Ela não sabe Victória, acho que chegou a hora de contar.

Antônio: Tem certeza Marisa?

Ela negou com a cabeça com lágrimas nos olhos.

Victória: Ela não sabe?

Riu nervosa.

Victoria: Eu vou embora...

Saiu empurrando a cadeira de rodas.

Marisa: Perdão meu amor, perdão, mas ela era tão pequena.

Deixou sua lágrima cair.

Antônio: Victoria por favor filha...

Falou sofrido.

Victória: Ela viveu o que eu não pude viver, não me importo com isso, mas me importo comigo, com meus problemas e meus sofrimentos, não acho justo ter que viver assim.

Olhava fixamente a porta, estava decidida a sair dali.

Marisa e Antônio se olharam, se comunicavam só em olhar, desde que se conheceram eram assim.

Marisa: Meu amor, vamos fazer assim... Você ainda tem 4 meses de fisioterapia naquele hospital, e já combinamos que depois iríamos mudar de hospital não é mesmo?

Se abaixou alisando o rosto dela enxugando as lágrimas.

Victória: Quatro meses, nem mais, nem menos, e depois vamos desistir dessa fisioterapia, não adianta, não serve de nada e vocês sabem disso...

Olhou a mãe com amor, e secou as lágrimas.

Victoria: Adoro vocês, mas essa situação já fugiu do controle e não existe solução, mamãe.

Antônio: Quatro meses amor, só quatro, e é o tempo que eu apresso o engenheiro do seu apartamento, tudo bem?

Sorriu e alisou o cabelo da esposa que estava abaixada tocando a mão de Victória.

Marisa: Tudo bem assim minha princesa?

Secou as lágrimas.

Victória: Tudo bem, pai, tudo bem... Eu não vou embora agora, mamãe, não chore assim, tudo bem? Me faz ficar pior ainda, dona Marisa.

Sedeu aos dois e abriu um meio sorriso, alisando o rosto de Marisa.

Marisa: Tudo bem amor!

Se levantou limpando as lágrimas e sorrindo.

Antônio: Vamos?

Marisa: Como assim vamos? Vamos onde? Ela e eu vamos no shopping...

Cerrou os olhos para o marido.

Victória: Mãe, hoje não vai dar... Eu tenho uma reunião com o papai.

Tocou a mão dela.

Marisa: Está me trocando?

Fingiu um choro.

Victória: Aí meu Deus! Mãe, não é isso, não te troco, isso nunca!

Olhou os dois perdida.

Antônio: Vamos Victoria, ou sua mãe vai virar atriz daqui a pouco, ai eu vou ter que vê-la se beijando por ai, quem sabe com um Dr de braços fortes...

Arqueou uma sombrancelha pra ela.

Marisa olhou Victoria e abriu a boca pensando que ela tinha contado algo.

Victória: Eu não disse nada, mamãe, nem me olhe assim! Mas se ele ouviu a conversa, a culpa não é minha.

Olhou ela e juntou as mãos suspirando.

Antônio: Vamos!!

Marisa: Amor...

Antônio: Até mais tarde!

Marisa: E meu beijo?

Antônio a olhou e soltou a cadeira de rodas, indo até a esposa, e deu um beijo na bochecha dela, e saiu com Victoria.

Marisa: Chato!

Chegou até a porta e gritou.

Antônio riu e carregou Victoria a no colo.

Victória: É melhor ir falar com ela, pai. Ela te coloca pra dormir no chão hoje.

Segurou no pescoço dele e riu, conhecia bem o gênio de Marisa.

Antônio: Eu que vou colocar ela pra domir no chão se ela ficar reparando nos braços fortes dos médicos.

Riu a colocando no banco.

Victória: Vai colocar ela pra dormir no chão, não diz isso, seu Antônio.

Riu olhando a mãe bem atrás dele.

Marisa: Isso é o que vamos ver... Vai com Deus amor

Falou em um tom como se estivesse declarando guerra e beijou a testa de Victoria.

Victória: Não quer vir conosco?

Beijou a bochecha dela.

Marisa: Não meu amor vocês não terão minha agradável presença.

Elas riram e Marisa olhou Antônio depois de sentir ele acariciar o traseiro dela.

Antônio: Pode me deixar passar, minha senhora?

Marisa: Estúpido! Não vai ter nada por um bom tempo

Pegou o braço dele tirando a mão de seu marido dali, e o soltou bruscamente.

Sussurrou.

Antônio riu e deu um selinho nela de surpresa, deu a volta no carro e entrou, Marisa se afastou, Antônio deu partida no carro e andou um pouco, depois parou e a olhou de dentro do carro.

Antônio: Nem você!

Piscou e seguiu rindo.

Marisa: Estúpido, animal!

Falou para si mesma, suspendeu o rosto e entrou em casa.

Victória: Vocês dois parecem mais gato com rato, pai...

Olhava a janela com atenção, sentia a coluna doer e suspirou cansada.

Antônio: Ela que me procura depois.

Riu.

Victória: Ela sempre te procura, sempre vai te procurar, porque te ama.

Antônio: E eu amo aquela velha safada.

Victória: Velha bem em forma, a mamãe é nova, pai.

Encostou a cabeça no braço dele.

Antônio: Põe forma nisso, quando temos essas briguinhas ela me acaba.

Riu e beijou o cabelo dela.

Victória: Bem que ainda poderia tentar ter um garotinho, sabia? Ainda dá tempo, papai.

Riu e olhou ele com admiração, conhecia poucos homens como o pai.

Antônio: Eu queria filha e muito, mas não veio, mas em troca vieram duas princesas na minha vida.

A olhou nos olhos e sentiu aquele amor que ela transmitia em meio a tanta dor.

Antonio: Mas não toca nesse assunto com sua mãe...

Parou o carro em frente a clínica.

Victória: Porque não? Ainda estão em tempo... E o que estamos fazendo aqui? Papai, mentiu pra mim?

Falou carinhosa, olhou a clínica confusa e depois ele.

Antônio: Depois te explico sobre sua mãe... Vamos fazer a seção meu amor.

Suspirou e olhou a clínica.

Victória: Não! Não vamos fazer a seção, vamos para a casa de modas, foi isso que você me disse!

Se afastou encarando o pai, não negava ser filha de Marisa.

Antônio: Victoria só uma hora, por favor?

Tocou a mão dela.

Victória: Uma hora, mas essas é a última vez que me trata como criança, entendeu?

Tirou sua mão.

Antônio: Me perdoa meu amor! Ham? Perdoa o papai?

Tocou a bochecha dela.

Victória: Pensa que sou uma criança, pai? Eu não sou, posso ser tudo, tudo que imaginar, mas não sou uma criança e tem que entender isso!

Se desvencilhava dos toques dele.

Antônio: E você tem que entender que eu e sua mãe só queremos seu bem Victoria.

Heriberto Ríos Bernal um médico competente começava seu trabalho ali a poucos dias, passou em frente ao carro de Antônio, estava com seu jaleco perfeitamente branco e uma pasta na mão, conversava e ria com uma médica ao lado, e olhou para dentro do carro de Antônio de maneira natural, seu sorriso ainda estava ali e ele analisou por alguns segundos ao redor e voltou a olhar sua frente entrando no hospital.

Victória deixou a discussão com o pai de lado, quando viu o sorriso de Heriberto seu coração pulsou tão forte que o ar lhe faltou, ela procurou ele, queria ver por mais tempo aquele tão lindo sorriso, e suspirou ao ver ele entrar no hospital.

Antônio: Conhece ele?

Olhou procurando.

Victória: Não, não conheço... Vem, vamos acabar com isso logo.

Abriu a porta do carro.

Antônio: Vamos apressada.

Saiu do carro, pegou a cadeira de rodas do carro e colocou ao lado dela, se abaixou para abrir e travar.

Heriberto saiu correndo de dentro do hospital, tinha esquecido um prontuário de um paciente no carro, quando viu a cena.

Victória: Apressada não, pai, só quero ir trabalhar logo.

Falou olhando ele, levantou o olhar e deu de cara com Heriberto, as mãos suaram, ela não entendia aquilo tudo.

Heriberto: Posso ajudá—los?

Falou sorrindo tocando as costas de Antônio, omesmo o olhou e ficou sem entender.

Antônio: Não obrigado, doutor! Eu posso carregar minha filha.

Heriberto: Deixe que eu a pego, quero ajudar!

Ele entregou uma prancheta uma papelada a Antônio e ficou na frente de Victoria.

Heriberto: Posso?