Minha amada stalker

Dou um belo beijo no chão. Surpresa surpreendente parte 2.


O meu fim de semana passou mais lento do que eu desejava. O que é bem irônico, quer dizer que tipo de pessoa quer que o fim de semana passe depressa? Eu, porque estava louquinha para saber do que o Adrien estava falando. Bom como ele tinha me avisado ele tinha saído esse fim de semana para uma viagem para outra cidade junto com o irmão dele para umas sessões de fotos, bom essas informações novas quem me contou foi minha informante, a Bridg, e inclusive ela estava desolada por ter que ficar longe do amorzinho dela. Para tirar a minha irmã daquela fossa eu pensei em arranjar um jeito de distrair ela, mas eu tinha que ensaiar para a apresentação. Então eu acabei tendo uma ideia: juntar as duas coisas. Eu pedi para ela me ajudar com o ensaio, e isso melhorou o humor dela. A Bridg sempre foi mais confiante que eu então ela poderia me ajudar um pouco com a questão do medo de palco. Ela serviu de plateia pra mim por um tempinho, eu estava com vergonha, mas aí ela resolveu treinar comigo. Nós ficamos cantando e dançando juntas, tipo em uma apresentação em dupla, foi divertido e serviu para eu me soltar um pouco mais. Depois de um tempo ficamos só conversando, a Bridg conseguiu me convencer, por fim, que seria legal dançar. E assim ela também conseguiu me convencer a não me apresentar só pra ela: ela chamou a Alya e o Nino para verem, e os meus pais também. Eu fiquei com vergonha no começo, depois consegui dançar normalmente, afinal todos que estavam ali eram pessoas das quais eu gostava então não tinha muito porque me envergonhar, e isso tiraria parte do meu nervosismo. Foi um bom avanço para um simples fim de semana, e serviu para me distrair um pouquinho também. Porém, como dizem por aí, “Alegria de pobre dura pouco”, porque logo que chegou a noite de domingo eu fiquei me revirando na cama me lembrando da tal surpresa que o Adrien tinha dito. O que poderia ser? Eu queria tanto saber que assim que deu meia noite eu peguei meu celular e liguei para ele. Afinal já era segunda-feira então ele poderia me contar né? Infelizmente ele não atendeu, e eu estranhei isso porque o Adrien era “um gato noturno” e qualquer coisinha que eu mandasse não importava o horário ele respondia. Será que a sessão de fotos foi assim tão cansativa? Bom eu acho que pelo menos pro Felix não foi porque ele ficou conversando pelo celular com a minha irmã até altas horas! O que o Adrien estava aprontando? Aquilo estava me dando uma ansiedade, uma agonia... Eu queria saber! Liguei para ele mais umas três vezes, sem resposta. Então eu desliguei o celular meio revoltada e fui tentar dormir, com um pouco de dificuldade mas acabei conseguindo. Não que aquilo tivesse me ajudado muito porque meus sonhos ficavam só focados no Adrien e na tal surpresa, e em várias vezes nos sonhos a surpresa era algo muito louco como um pedido de casamento e quando eu acordei fiquei encarando minha mão esquerda me perguntando se ele sabia que anel caberia nela, mas depois parei de delirar e levantei totalmente agitada colocando minhas roupas o mais rápido que pude e ajeitando meus materiais. Saí tão rápido que no final da escada eu acabei tropeçando e caindo de cara no chão, tinha doido um pouco. Ouvi uma risadinha e olhei para o lado um pouco desnorteada. Felix estava sentado no sofá me encarando com um sorriso debochado.

— O chão beija bem?. – Falou ironicamente.

— Eu costumo cumprimentar as pessoas com “bom dia”. – Resmunguei levantando.

— Bom dia. – Ele disse ainda em tom debochado.

— O que está fazendo aqui? – Perguntei.

— Eu vim ver a Bridg. Ontem ela passou a noite reclamando que estava com muita saudade de mim e acabou me fazendo prometer que ia vir ficar com ela o mais cedo o possível. – Ele suspirou pesadamente – Agora ela me ligou ás cinco da manhã me obrigando a vir pra cá.

— Não reclame tanto! Enquanto você estava fora quem teve que aturar ela choramingando foi eu! –Eu resmunguei.

— Nossa como é bom falar mal dos outros pelas costas né? Uma maravilha! – Bridgitte chegou falando ironicamente.

— Não falaríamos nada se você não ficasse choramingando nas nossas cabeças. – Felix reclamou.

— Claro, claro! Só venham tomar o café da manhã logo! – Ela falou indo pra cozinha. Eu logo senti um cheiro doce muito bom.

— Hum, o que você fez dessa vez? – Perguntei me sentando em uma cadeira qualquer.

— Bolinhos com massa de cookie! – Ela falou colocando uma porção daquelas coisas deliciosas na mesa. Então nós começamos a comer e conversar eu perguntei onde nossos pais estavam e Bridg falou que eles foram visitar a nossa tia Li e que ela e o Felix teriam que tomar conta da padaria, depois de umtempo eu voltei a me lembrar do Adrien.

— Hey Felix. – Chamei. Ele só me encarou com uma sobrancelha arqueada, indicando que eu poderia falar. – O Adrien tinha me dito que tem uma surpresa pra mim. Você sabe de alguma coisa?

— Eu não sei de nada. – Falou com aquele tom de deboche.

— Sim, sim. Nós não fazemos ideia do que você está falando! – Bridg disse assentindo no mesmo tom de voz do namorado.

— Ah qual é! Até vocês sabem e eu não? – Reclamei. – Me contem logo!

Eles fingiram que eu não estava ali.

— Não me ignorem!- Reclamei.

Eles ignoraram.

— Vamos lá! É só dizer! Não vai matar ninguém! – Pedi. – Por favor!

— Mari você não tem que ir para a escola? – Bridg falou com um sorrisinho, calma.

Eu encarei ela com uma cara braba e bufei. Me levantei, peguei uns 5 bolinhos e saí pisando duro, não sem antes ouvir um “Tenha um bom dia” debochado do Felix seguido por uma risadinhas. No caminho fui comendo os bolinhos, tentando descobrir o que era a surpresa, sem sucesso. Cheguei na escola, me sentei na escadaria esperando o portão abrir, é parece que eu estou conseguindo me superar! Nem cheguei atrasada! A professora Alice chegou, descendo de uma bicicleta, o que eu achei um pouco engraçado porque todas as outras professoras sempre viam com carros e ela sempre sendo a diferente de todos.

—‘ Dia Mari. – Cumprimentou passando por mim.

— Bom dia. – Cumprimentei de volta.

— Vai ficar aí sozinha? Se quiser eu te deixo entrar. Só não faça bagunça hein. – Ela falou brincando. Eu concordei, por que era melhor esperar lá dentro mesmo.

A professora abriu a porta com a chave que ela tinha, sim todos os funcionários recebem as chaves da escola. Eu entrei e me sentei em um banquinho que ficava ao redor de uma mesinha, ela disse que tinha que resolver alguma coisa sobre uma ficha de aluno na sala dos professores, eu não prestei muita atenção. Eu acabei por encostar a cabeça na mesinha e fechar os olhos. Senti uma mão tocar meu rosto e o levantei ainda meio sonolenta abri os olhos a tempo de ver um vulto amarelo sair correndo e ouvi uma risadinha estridente. Fiquei meio confusa no começo, mas aí passei a mão no rosto. Senti que tinha um papelzinho grudado ali. Peguei. Era um post it amarelo onde estava escrito “Perdedora” em preto, com uma caligrafia muito chique. Liguei os fatos: Chloe. É sério que ela tinha feito uma brincadeira assim tão infantil? Certo, ela era mesmo uma idiota. Amassei o papel e me levantei. Olhei ao redor e vi que já tinham alguns alunos ali. Então eu tinha mesmo dormido bastante. Joguei a bolinha de papel em uma lixeira, bocejei e fui para a cantina para comprar um energético. Parei no meio do caminha quando senti meu celular vibrar. Desbloqueei e vi que alguém tinha postado alguma coisa no grupo do Whatsapp da minha sala de aula. Era uma foto minha com aquele post it colado na cara. “AAAAAAH EU MATO AQUELA MALDITA!” Foi o que eu pensei no primeiro momento. Depois de alguns emojis de riso que a Sabrina comentou lá no grupo eu só fiquei mais nervosa. Eu já estava indo procurar a Chloe para tirar satisfação quando chegou mais uma mensagem: “Muito maduro Chloe, meus parabéns ¬¬” foi a Alya que mandou. Aquilo me acalmou um pouco. Eu resolvi simplesmente desejar que todo mundo pensasse como a Alya e deixar pra lá. Fui pra cantina, comprei um energético e bebi pra ver se conseguia permanecer acordada pelo menos durante as primeiras aulas. Nino e Alya chegaram, me cumprimentaram, conversamos sobre o quão idiota a Chloe era, e é a vida que segue. As coisas permaneceram normais, O sinal tocou, fomos caminhando até a sala. Chegamos. Nos sentamos. Lê Chiến Kim fez uma piadinha sobre a minha foto, eu só revirei os olhos. Alya olhou feio pra ela então ele pediu desculpas. Sim o olhar da Alya tinha esse poder sobre as pessoas, ela era mesmo muito assustadora quando queria ser. A professora Olivier chegou, cumprimentou a gente com uma piadinha e nos mandou calar a boca pra ela continuar com a leitura de Percy Jackson e o ladrão de raios. Depois de algumas paginas narradas de forma dramática pela professora alguém bateu na porta, o que irritou um pouco todo mundo por estarmos em uma parte muito boa do livro. A professora foi lá e abriu a porta, com a cara meio fechada, por ter sido interrompida, mas voltou a sorrir quando abriu a porta.

— Ora, ora o nosso garoto silvestre* chegou! – Ela falou e eu ouvi uma risadinha um tanto familiar. – Vamos entre menino do campo**!

Então a professora deu espaço para quem estava lá fora poder entrar e meu coração pulou para fora. Meus olhos se arregalaram e em uníssono eu, Chloe, Lila, Alya e Nino gritamos: “ADRIEN?”.

— Oi. – Ele cumprimentou rindo.

— Bom meus alunos, acho que já perceberam que hoje estamos recebendo um aluno novo não é? – A professora falou, ouviu-se um burburinho da sala toda.. – CALEM A BOCA! – Alice falou percebendo que o burburinho ficava cada vez mais alto. -Pode se apresentar docinho. – Falou para Adrien.

— Ah, oi, meu nome é Adrien Agreste. – O loiro começou a se apresentar e assim que se ouviu o seu sobrenome a professora deu uma risadinha. – Tenho 15 anos e essa é a minha primeira vez em uma escola, então peguem leve comigo ok? – Falou dando uma piscadinha.

— Adrien, pode se sentar- A professora começou a olhar ao redor, mas foi interrompida por um grito eufórico.

— AQUI! AQUI Ó! – Nino falou todo animado, o que fez boa parte da turma rir.

— Certo, certo... Pode se sentar ali. – A professora falou.

Adrien veio caminhando calmamente com aquele jeito relaxado dele e se sentou ao lado do Nino. Se virou e piscou pra mim e logo voltou pra frente. Eu ainda estava sem palavras... Era essa a surpresa? Sinceramente eu não esperava por isso. Logo meus olhos brilharam e um sorriso brotou no meu rosto. Eu não podia acreditar! Adrien ia estudar comigo! Meu Adrien ia mesmo estudar comigo! Ah meu Deus esse é o melhor dia da minha vida! Eu olhei para a cabeleira loira na minha frente e pensei no quão bom seria poder fazer carinho ali agora, mas me contive afinal estávamos na sala de aula. Olhei para o lado e vi Chloe encarando Adrien fixamente com um grande sorriso. Olhei para trás e vi Lila também o encarando fixamente, também sorrindo. “AAAAAAH SUAS VADIAS PAREM DE OLHAR PARA O MEU ADRIEN!” eu quis gritar, mas me contive, só fiquei espumando de raiva mesmo.

— Adrien nós estamos fazendo leitura do livro “Percy Jackson e o ladrão de raios” se você se sentir perdido quanto a isso nós temos o livro na biblioteca. – A professora começou a explicar.

— Não acho que seria necessário senhorita Olivier eu já li o livro. – Pelo tom de voz ansioso do Adrien eu notei que ele estava mesmo muito empolgado com a ideia de estudar em uma escola normal.

— Certo, então vamos continuar! – A professora falou então ela pigarreou e abriu o livro. – “Peguei minha caneta e tirei a tampa. A lâmina de bronze de Contracorrente se alongou em minha mão. Segui os sons de silvos e cuspidas do cabelo de Medusa. Mantive os olhos cravados na esfera espelhada para ver somente o reflexo do monstro, e não a coisa real. Então, no vidro tingido de verde, eu a enxerguei...”

Depois de uma boa luta contra a Medusa, explicações sobre misturas homogêneas e heterogêneas , falações sobre o Egito Antigo, e todo um blá, blá, blá que me dava sono finalmente recebemos nosso merecido intervalo. Assim que o sinal tocou eu esperava por poder conversar com o loiro sentado na minha frente, mas infelizmente os outros alunos não compreendiam muito bem isso. Praticamente todo mundo da sala pulou na frente da carteira do Adrien e começou uma sessão interminável de perguntas. Acreditem vocês ou não teve até gente da outra sala que veio falar com ele! Eu já não aguentava mais ouvir aquela falação toda, e aparentemente o Adrien também já estava ficando cansado. E a cada minuto que se passava uma garota mais oferecida que a outra vinha fazendo perguntas indiscretas par ele do tipo “Então Adrien você tem namorada?” ou coisas assim praticamente se jogando em cima dele, e o coitado do Adrien não tinha nem tempo para responder que outra já vinha falando alguma outra coisa e foi me dando uma coisa ruim, eu fui ficando vermelha, então eu explodi como uma bomba:

— CALA A BOCA TODO MUNDO! – Eu me levantei da minha carteira batendo as mãos na mesa e berrando, o que assustou todos ali presentes. – Isso aqui não é nenhuma sessão de autógrafos não, deixem o Adrien em paz! Ele quer ser tratado como um aluno normal! E vocês também deveriam agir como gente normal e ir viver a vida de vocês! AGORA SAÍ TODO MUNDO DESSA PORRA DE SALA ANTES QUE EU CHAME O DIRETOR E CONTE QUE VOCÊS ESTÃO IRRITANDO O ADRIEN E FAZENDO UMA ZONA AQUI!

Então em questão de segundo todos os alunos saíram correndo da sala que ficou vazia, quer dizer parcialmente vazia, eu Adrien, Alya e Nino ainda estávamos ali. Os três me encaravam como se estivessem vendo um fantasma.

— Que que foi hein? – Perguntei ainda irritada.

— Minha heroína! – Adrien pulou em mim me abraçando. – Ah minha Ladybug é por isso que eu te amo!

— Adrien! Não me chama por esse apelido constrangedor aqui! – Falei corando. – E alias o que é que você está fazendo aqui?

— Estou estudando ué! – Falou me soltando e dando uma piscadinha.

— Não banque o espertinho senhor centro das atenções! Se explique! – Eu exigi.

— “Senhor centro das atenções”? Está com ciúmes é? – Ele riu. – Bom, você lembra que me pediu para pedir pra meu pai me deixar estudar em uma escola de verdade daquela vez? Então... Eu pedi. E fiz o Felix e a Bridg pedirem também. E não é que o meu pai acabou deixando? – Ele falou passando a mão pelos cabelos.

— Cara eu nem consigo acreditar! A gente finalmente vai estudar na mesma escola! – Nino falou se empolgando.

— É Mari, tome cuidado hein! –Alya falou pra mim.

— Uh, por quê? – Perguntei meio desentendia.

— Ah vá me dizer que não viu o jeito que certas pessoas ficaram encarando o loirinho ali a aula toda? – Ela perguntou ironicamente.

— Chloe e Lila. – Falei os nomes com cara de quem chupou limão azedo.

— Elas tavam me olhando? – Adrien perguntou. – Uh, desse jeito você fica com ciúme né Mari, minha stalker... – Ele sussurrou no meu ouvido.

“Ei! É verdade! Ninguém pode ficar encarando o Adrien além de mim!” eu pensei, mas a única coisa que eu fiz foi ficar vermelha, de vergonha pelo comentário sussurrado do Adrien e de raiva pelo fato delas estarem olhando pra ele.

— Humpf! – Resmunguei puxando Adrien pelo braço e ficando abraçada ao braço dele como uma criancinha pirracenta fazendo biquinho.

Todos riram.

— Hey a gente não devia apresentar a escola para o nosso novato aqui? – Nino falou dando um soquinho no braço do Adrien.

—Não será preciso meu caro. Eu vim na escola outro dia para checar algumas coisas e a senhorita Olivier me apresentou alguns lugares. – Adrien explicou.

—Ah então é por isso que vocês já pareciam se conhecer. – Alya falou.

— É, mas gente é sério sou só eu que estou morrendo de fome? – Adrien falou e de repente deu pra ouvir mesmo o estomago dele roncar.

— Eu acho que comi demais hoje de manhã. – Falei andando em direção a saída da sala com os meus amigos.

— A Bridgitte fez algum doce hoje? – Alya perguntou.

— Bolinhos com massa de cookie. – Falei sorrindo só de lembrar do gosto dos doces.

— Sua egoísta! Nem trouxe pra a gente! – Nino reclamou.

— Claro! Vocês comeriam tudo! – Eu falei fingindo estar brava.

— É verdade. – Adrien riu.

Nós fomos caminhando, brincando e rindo, aproveitando o intervalo como simples alunos comuns. Quer dizer, vez ou outra passávamos por gente e eles começavam a cochichar sobre o famoso modelo Adrien Agreste estar ali na escola e algumas garotinhas irritantes ficavam pedindo autógrafos, a maioria delas saía de perto quando eu lançava um olhar assassino, mas algumas tinham a audácia de pedir fotos. E, eu que não sou ciumenta nem nada, era obrigada a falar que o Adrien estava ocupado e puxava ele pra outro canto, e aquele palhaço só ria da minha cara. Chegamos então na cantina, o pessoal pediu os lanches deles e eu preferi só tomar um suco mesmo. Ficamos conversando coisas normalmente tentando ignorar os burburinhos sobre o Adrien. Eu torcia para que com o tempo os alunos se acostumassem com a presença dele ali e passassem a tratar isso como algo normal.