Minha adorável secretaria.

É proibido relacionamento entre funcionarios.


POV SANGO

Estamos a meia hora na sala de espera, Kagome chora silenciosamente quieta. Isso só pode ser uma coisa.

— Inuyasha, lembra de quando a Kagome deixou aquela planta exótica morrer ? Aquela planta que o Kouga tinha dado pra ela cuidar que era chamada de "matinho". - Meu amigo pensa por um minuto e parece ter um estalo - Exato, foi exatamente igual.

— Ela se sente culpada. - Eu concordo com um aceno de cabeça - Porque?

— Isso é o que temos que saber.

Vou até a mulher sentada encarando a porta por onde o chefe passou.

— Kagome ... - Ela me encara como se tivesse tomado um susto - O que você pensa que fez?

— Eu estava irritada com ele e coloquei óleo de rícino no chá. - Ela fecha seus olhos com força - Acho que ele tinha alergia ... Eu quase matei aquele homem, Sango. - Ela segura o soluço por conta do choro.

— Alergia ... ? - Inuyasha senta ao lado dela respirando fundo - Seu irmão tinha alergia a alguma coisa?

— Como eu saberia disso? - Ele estreita os olhos aborrecidos - Kagome, eu sei que ele é irritante naturalmente mas, você não é de pregar peças ...

Kagome abre os olhos encarando o Inuyasha.

— O que você sabe sobre mim, hein? - Ela se levanta em um salto quando a porta abre.

— Dr.! Como ele está?

— O Sr. Taisho, teve uma crise alérgica. Sua garganta sofreu um trauma pelo tempo em que ficou sem o remédio. Vai precisar descansar por uns dias ... - Kagome desata a chorar quieta novamente.

— O senhor sabe o que causou a alergia? - Pergunto tentando achar outro motivo.

— Leite. - Kagome fecha os olhos com força e eu a seguro levemente pelos braços.

— Não foi culpa sua, como poderia saber?

— Esse idiota não sabia que era alérgico a leite?! - Inuyasha pragueja baixinho e o Dr. nos olha confuso - Impossível não saber.

— Se ele ficasse mais cinco minutos sem aquele remédio, teria morrido.

— Obrigada. - Agradeço ao médico que sorri docemente - Meu Deus, porque ainda está chorando desse jeito? - Pergunto à morena que desaba em cima de mim - Inuyasha, segura ela!

Inuyasha puxa a garota que se segura em minha roupa pra não ser levada por ele.

— Eu tive que colocar creme no chá pra ele não perceber ... - Sua voz sai baixinha e arrastada - Eu quase o matei por uma pegadinha.

Inuyasha acha graça e eu o olho feio o repreendendo.

— Ele já está sendo cuidado. Vai dar tudo certo. - Digo tentando fazê-la parar de chorar - Se continuar chorando desse jeito vão pensar que fez alguma coisa.

— Mas eu fiz! - Ela se afasta de mim andando pela pequena sala de espera - Eu quase o matei ... O que vai acontecer comigo?

— Vai ser presa. Com certeza. - Inuyasha diz revirando os olhos - Por favor Kagome, só não vê quem não quer. Ele fez isso de propósito! - Ele tira seu blazer colocando sobre minha amiga - Não tem como uma pessoa ter uma alergia tão forte e não saber. Até porque o remédio estava na gaveta dele, não estava?

— Quem tentaria fazer isso contra si mesmo? - Ela me pergunta perplexa e eu dou de ombros.

— Uma pessoa como Sesshoumaru. Não confie nele, não passa de um desgraçado ardiloso. - Ele cruza os braços virando o rosto.

Qual é o rancor entre esses dois?

POV KAGOME

Porque ele faria isso? Porque?

O que o Inuyasha falou fica ecoando na minha cabeça.

— O que faria uma pessoa egocêntrica como ele querer morrer?! - Murmuro pensando alto encarando meu chefe deitado na cama do hospital.

— Você colocou leite no café do Sr. Taisho. Porque não seguiu o modelo que eu entreguei junto com a agenda?! - Kaede me repreende. Pela sua aparência parece mais cansada do que deveria - Kagome, Sesshoumaru quase morreu!

— Kaede. - Sesshoumaru diz tentando se sentar e ela corre para ajudá-lo - Se continuar gritando assim, pode ter um ataque.

Ela respira fundo antes de responder a ele com um tapinha no ombro.

— Me desculpe, eu devia ter preparado seu chá. A culpa é minha por não ter conferido pelo menos. - Ela me olhou decepcionada e meu coração aperta.

Como eu pude me meter nessa confusão? Mesmo sabendo sobre sua alergia ele tomou, o que pra mim, só pode significar que queria morrer.

— A srt. Higurashi me prometeu que será boa pra mim agora, ou seja uma assistente exemplar. - Ele sorri pra velha senhora que concorda a contragosto - Deve ter tido vários problemas com a licença do jogo francês na minha ausência.

— Eu dei um jeito. Descanse, eu voltarei amanhã quando te derem alta ... - Ela dá uma batidinha em seu ombro, saindo da sala sem se dirigir a mim.

Eu me levanto e pego água para meu chefe sem conseguir olhá-lo nos olhos.

— Eu fiz isso. Eu coloquei creme no seu chá porque coloquei óleo de rícino misturado porque estava chateada. - Entrego o copo com água pra ele que não pega - Eu queria que tivesse dor de barriga, não que morresse!

— Você é inacreditável.

— Se você sabia que tinha alergia a leite porque bebeu? Só me diga isso antes de eu ir embora. - Minha voz soa baixa mais firme.

— Olhe pra mim. - Ele diz e eu levanto meu rosto o encarando. Ao ver o quanto ele está abatido meus olhos enchem de lágrimas mas me mantenho firme - Você aprendeu a lição e pode se redimir, fazendo o que disse que faria.

— Você quer que eu continue trabalhando pra você? Porque? - Ele apenas respira fundo pegando o copo da minha mão e eu sinto sua mão fria contra a minha por um momento - Você queria morrer?

— Eu acho que uma pessoa egocêntrica como eu não cometeria um suicídio, não é? - Mesmo debilitado, ele não perde o tom debochado.

— Você estava me ouvindo. Claro. - Respiro fundo tentando me acalmar - Me desculpe, eu devia ter prestado mais atenção às orientações da Kaede-sama. Me desculpe.

Eu quero perguntar porque ele fez isso, mas tenho medo da resposta. Se ele fez de propósito ou não, isso não importa pra mim. Não quando eu tenho qualquer parcela de culpa nisso.

— Se esforce para ser boa pra mim como disse que seria. - Seus olhos dourados me encaram fixamente e um frio começa no meu estômago.

—-

Fico vendo Sesshoumaru dormir sentada ao lado da cama.

— Suas mãos estavam tão geladas mais cedo ... - Coloco minha mão sobre a dele tentando esquenta-lo.

POV SESSHOUMARU

Acordo sentindo um peso sobre meu braço. Kagome dorme apoiada no mesmo.

Ela está segurando minha mão.

— Talvez eu tenha passado dos limites. - Murmuro lembrando dos olhos fundos e vermelhos da garota de tanto chorar - Você que demorou muito pra entrar na sala, idiota.

Morrer não era mesmo a minha intenção.

— Trégua temporária.

—-

— Graças a Deus você acordou, eu estava quase perdendo meu braço esmagado pra você. - Digo quando a garota se levanta no susto ao me ver emburrado.

— Porque não me acordou?! - Ela diz meio perdida.

— Você acha que não tentei? - Minha voz soou ríspida - Você estava me esquentando, então não vou te demitir por isso.

Ela ri me desconcertando.

— Você pensa que eu sou uma piada? - Digo e ela se levanta pensativa.

— Quer um café? Acho que não vou conseguir nunca mais te servir um chá. - Ela pergunta fazendo um coque improvisado com o cabelo - O que foi?

— Se me ignorar de novo ... - Ela me encara com seus grandes olhos azuis e eu não consigo formular nada. O silêncio do quarto só me faz ficar ansioso - Eu não bebo café.

— Eu vou buscar o seu café. - Ela sorri já indo em direção a porta, dando um encontrão com ela por está me olhando em vez de olhar pra frente - Já volto!

— Eu não consigo saber se ela faz isso pra me irritar ou se é tão desligada que nem vê a porta na sua frente...

— Falando sozinho Sesshoumaru? - Kaede me assusta brotando do nada.

— Epa! De onde você surgiu velha Kaede?! - Eu me levanto em um pulo.

— Vejo que já está muito bem. - Ela sorri me beliscando por tê-la chamado de velha - Já podemos ir pra casa.

— Não podemos não. - Me sento na cama encarando o pijama azul que me enfiaram - Ainda tenho que fazer alguns exames.

— O senhor sabe da sua alergia ao leite desde os 7 anos, então porque tomou aquela xícara de chá com creme? - Ela me encara friamente - Eu quero uma resposta Sesshoumaru.

— Sr. Taisho, seu café ... - Kagome entra tomando um susto ao encontrar a Kaede ao meu lado - Kaede-sama. - Ela se inclina levemente a cumprimentando.

— O Sr. Taisho não bebe café. - Ela diz seca sem nem mesmo olhar para a garota.

— Eu vou trazer um suco, então. - Ela sai no mesmo instante.

— O que você pretende fazer com ela? Ela é uma pessoa, Sesshoumaru. Não um brinquedo. - Ela começa a falar e eu me desligo até seu discurso terminar.

— Aquela garota só vai aprender estando comigo.

— Você quase morreu pra ensinar uma lição?! Sesshoumaru, eu sempre pensei que você fosse o esperto. - A velha senhora suspira cansada - Eu to velha demais pra essas coisas. Essa sua rixa com o Inuyasha precisa acabar!

— Aquela garota me deve. Isso vai matar aquele bastardo ... Kaede, ele tem um rolo com gêmeas. Definitivamente ele foi mais longe que eu. - Cerro meus punhos indignado e Kaede bate na minha testa me chamando a atenção - O que foi?!

— Você está falando como um pervertido.

— Pense que é apenas justiça divina então, Kagome não é tão inocente. Qual é o tipo de pessoa que trai a própria irmã gêmea?! - Pergunto a olhando fixamente pelo vidro. Ela conversa com outra mulher morena - Seu sorriso surge com facilidade, isso é irritante.

— Cuidado menino, às vezes o destino brinca conosco da pior maneira possível ... - Ela diz já se encaminhando para a porta - Aguardo você amanhã na empresa.

Depois de alguns minutos Kagome entra acompanhada do bastardo do Inuyasha e a garota que estava conversando uns minutos atrás.

— Seu suco, mestre. - Ela frisa a palavra e eu tenho que segurar um sorriso satisfatório ao ver o bico do bastado.

— Preciso que pegue uma muda de roupas na minha casa. - Kagome concorda com um aceno de cabeça mas antes de sair Inuyasha segura seu braço.

— Não. Ela não vai fazer isso. - Ele não a solta então eu me sento fingindo a maior dificuldade, forçando a garota se desvencilhar dele - Kagome, você não vê que ele está fingindo?!

— Sr. Taisho! Quer que eu chame uma enfermeira? - Seus olhos azuis transmitem um cuidado fora do comum - Onde está doendo?!

— Vamos pra minha casa. - Disparo deixando a morena completamente confusa - Preciso que me faça companhia essa noite.

— O QUE?! - Os outros dois dizem ao mesmo tempo chamando nossa atenção.

— Tem certeza que está bem pra ir embora? - Kagome pergunta voltando a ignorar os dois e eu concordo com um leve aceno de cabeça - Tudo bem então.

POV INUYASHA

— Você precisa me escutar ... O que esse cara fez com você?! - Kagome suspira pesarosamente. A garota para o que estava fazendo sentando na cama de hospital agora vazia - Porque se importa tanto com o Sesshoumaru?

— Eu acho que perdi a parte que te devo explicação sobre a minha vida. - Ela sorri fracamente apertando o espaço entre os olhos, meu celular toca e ela ri se levantando - Vá embora.

— Eu não vou a lugar nenhum se você não for pra casa agora. - Digo ignorando meu celular completamente.

— Até parece que você não iria sempre que ela chama. - Ela me fita com seus olhos azuis agora acinzentados - A bela Kikyou está te chamando, Inuyasha. Até quando vai fingir que se importa comigo?

Meu celular toca de novo e eu tenho que atender.

— Não é possível que você não possa ver.

— Ah não? É impossível, pode ter certeza. - Ela olha para o celular em minhas mãos piscando com o nome de sua irmã - Talvez eu seja tão estupidamente cega quanto você.

— Seja direta. - Ela pega o celular da minha mão e dá um passo em minha direção.

— Ótimo. Se você for capaz de ignorar outra ligação da Kikyou eu fico aqui. - O barulho de mensagem começa a disparar - O que vai ser?

Eu respiro fundo por um momento.

— Eu não posso simplesmente ignorá-la. Eu sinto muito. - Seus olhos se enchem de lágrimas.

Eu a conheço bem o suficiente para saber o quanto está magoada.

— Mesmo se você tivesse dito que não atenderia eu te entregaria o celular, Inuyasha. - A morena coloca o aparelho no bolso dianteiro do meu blazer - Eu gosto de você, por isso, fique longe de mim. - Ela sorri suavemente - Eu me apaixonei por você a muito tempo, está na hora de seguir em frente. Te ver doí. Eu preciso me livrar desse sentimento ...

Meu celular toca novamente.

— Adeus Inuyasha.

Kagome vai embora e é como se eu tivesse levado um soco no estômago.

POV SESSHOUMARU

Kagome não diz uma palavra do hospital até minha casa. Eu escutei toda conversa dela com o Inuyasha, parece que seu caso teve um fim.

Deveria estar feliz, se livrou daquele bastardo.

— Uhhh, seu jardim ficou lindo. - Ela murmura encarando o jardim pela porta de vidro da varanda - Ele não mudou nadinha ...

— Ele quem? - Me aproximo abrindo a porta deixando a brisa fresca entrar - Meu jardim?

A morena sorri chegando mais perto das plantas as admirando.

— Dá pra perceber que quem cuidou delas foi com carinho.

— Você deveria tomar um banho. No quarto de hóspedes tem tudo que irá precisar, inclusive suas roupas. Kaede as trouxe mais cedo. - A garota suspira dando meia volta e subindo para o segundo andar.

—-

— Essa garota está a mais de uma hora no banho, será que desmaiou lá dentro?! - Digo pensando alto - Droga.

Vou contra minha vontade até o quarto de hóspedes. Bato na porta e nada.

— Srt. Higurashi? - Abro a porta e vejo que o quarto está vazio. Nem sua bolsa está à vista.

Sigo pelo corredor e encontro meu quarto aberto. Sua bolsa sob a minha cama, o chuveiro ligado com a porta semi aberta.

Essa garota foi tomar banho no meu quarto com mais dois banheiros nesse andar?!

— Kagome! - Invado o quarto sem dó - Esse é o meu quarto. - Bato na porta do banheiro fazendo o maximo de barulho - Você é corajosa pra entrar no meu quarto.

Ela coloca a cabeça pra fora fazendo o cabelo molhado pingar no meu tapete caro e instintivamente eu empurro a porta a fechando, batendo na cabeça da garota.

— Ai! - Escuto um barulho e quando abro a porta ela esta no chão enrolada na toalha branca. Minha toalha branca favorita - Qual é o seu problema?! - A garota grita comigo e em seguida cai no choro - Eu só estou aqui por culpa sua, seu idiota!

Fico encarando a garota no chão. Ela senta sob os joelhos abertos como em um drama chorando feito criança.

— Calma, foi sem querer ... Qual é o seu problema com portas?! - Eu me abaixo e analiso a marca vermelha em sua testa - Você está chorando pela porta ou por ter levado um fora do Inuyasha?

Seus olhos estão vermelhos de tanto chorar. Ela passou uma hora embaixo do chuveiro chorando?

— Diga que foi pela porta. Essa é a escolha inteligente! - Murmuro e ela desata a chorar ainda mais.

— Porque eu tive que dizer aquelas coisas?! - Sua voz sai baixinha entre soluços - Eu me sinto ainda pior com isso!

A morena encosta a cabeça no meu ombro encharcando a minha camisa.

— Você está melhor sem ele. - Ela levanta a cabeça o suficiente para me olhar nos olhos - Eu sinto muito, mas é a mais pura verdade.

Ela está tão próxima que consigo sentir sua respiração. Eu acho que foi eu que bati a cabeça porque ela está linda.

Kagome acaba com a distância entre nos me dando um beijo suave. Tão suave que eu não tenho tempo de corresponder.

— Sesshoumaru ... - Ela me encara por um momento antes de levantar em um pulo apertando a toalha contra si - Eu não sei como pude fazer isso, deve ter sido a pancada ... - Eu me levanto como se estivesse sendo atraído pra ela - Eu passei dos limites, mas a culpa foi sua por ter batido a minha cabeça na porta! - Ela diz como se estivesse tentando se convencer.

— Você pensa demais. - Eu seguro seu rosto a beijando intensamente e antes que eu possa me dar conta a toalha está no chão do banheiro junto com as minhas roupas.