Minha

Everybody’s lookin’ forward to the weekend!


- E a conclusão mais lógica era de eu estava sendo mantida em cárcere privado? – a voz de Quinn era baixa e aparentemente tranquila, mas a loira sorria predatoriamente para os três. Eles engoliram em seco.

- Todas as evidências apontavam para isso, Quinnie. – Sam respondeu em tom solene.

- Não me chame de Quinnie. – rosnou a loira.

Rachel a puxou pela cintura pela quinquagésima vez naquela noite e voltou a envolver o corpo de sua namorada num meio abraço, forçando-a a sentar-se mais uma vez em seu colo, na poltrona que as duas dividiam. Finn, Puck e Sam estavam sentados no sofá bem na frente delas, só uma mesinha de centro os separava da ira de Quinn Fabray.

Luc pousou uma xícara com chá de camomila no topo da mesinha e se retirou.

- Quinn? – sussurrou Rachel.

Quinn respirou fundo procurando se acalmar olhando para os olhos castanhos de sua namorada.

- Eu estou bem, meu amor. – e ela deu um selinho na morena tentando provar que estava tudo bem, mas Rachel não acreditou nela nem por um segundo.

No sofá, Puck abriu um sorriso repleto de malicia e sacudiu a cabeça afirmativamente se reencostando no acento. Quinn fechou a cara e revirou os olhos, um sorriso predador adornou seu rosto mais uma vez e ela lançou um olhar gélido para o garoto, falando com uma voz suave e incrivelmente calma.

- Eu posso escutar seus pensamentos, Puckerman. E adivinhe, só? Eu não estou gostando deles.

O rapaz tirou o sorriso da cara na mesma hora, reconhecendo imediatamente o tom terrivelmente ameaçador por de trás daquela fachada tranquila.

- Quinn, você não pode nos culpar. – começou Finn. – Você sumiu de LA depois daquilo. Nós ficamos sem ter noticias suas por meses, só soubemos que você estava morando em New York quando vimos às fotos!

- É. Fotos de você contornada por seguranças! – complementou Sam. – E a manchete dizia claramente "Berry contrata escolta paraguardarFabray!".

- E aquele programa do E! Channel sempre mostra fotos suas em lojas de roupas intimas! – complementou Puck.

Rachel passou a mão pelo rosto. Quinn começou a ficar vermelha.

- E daí? Uma garota não pode ir as compras? – perguntou a loira um tanto exaltada.

Sam inclinou-se na direção delas.

- Mas foi isso que nos alertou Quinn, o porquê de tantas lingeries?!

Ele fez uma pausa dramática e continuou.

– Nos nós reunimos e a única conclusão lógica foi de que você estava sendo mantida em cárcere privado...

- É! – concordaram os outros dois.

- ... com finalidades sexuais. – concluiu Sam dramaticamente.

O queixo de Rachel caiu.

- É. – continuou Finn. – Como aquele livro das 50 cores de cinzas...

- 50 Tons de cinza, cara. – corrigiu Puck.

- É. – concordou Finn. – Isso! Só que numa versão entre garotas.

- É. – concordaram os outros dois.

Rachel encarava os rapazes boquiaberta. Quinn parecia uma estatua em seu colo, completamente petrificada encarando os garotos de olhos arregalados. E como as garotas não conseguiram emitir nenhuma palavra, eles continuaram com o relatório de suas teorias.

- Nós ficamos preocupados. – disse Puck

- Nós ligamos para o escritório do seu agente, mas ninguém quis nos atender! – Salientou Finn.

- Então montamos um plano, viemos para NY, nos disfarçamos de trabalhadores comuns e seguimos aquele cara até a portaria. – e apontou para Luc que se mantinha a margem da conversa do outro lado da sala com o celular a mão e o numero 911 no display pronto para ser discado.

- Nós sabíamos que ele é seu secretário, Quinn. – completou Finn.

- E vimos que ele tinha acesso ao prédio. – emendou Puck. – Daí o Sam deu em cima dele e a gente o rendeu na entrada do prédio. Nós o forçamos a subir com a gente... Só que o porteiro desconfiou... e o resto você já sabe.

Quinn olhou para Luc, o jovem secretário implorou pela compreensão dela com o olhar.

- Ele tem uma boca enorme e sexy... – justificou Luc.

Rachel não conseguia raciocinar direito. Sam parecia orgulhoso, Puck o cutucou com o cotovelo.

- Cara, expressão sinistra essa sua.

Quinn tentou articular as palavras, mas ela só conseguia abrir e fechar a boca lentamente. Os três rapazes a encaravam, e ela sentiu Rachel se mexer desconfortavelmente na cadeira, a raiva começou a borbulhar novamente e ela finalmente conseguiu falar.

- Oh. Meu. Deus. Eu realmente posso imaginar as engrenagens se mexendo nesses cerebrozinhos incompetentes de vocês!

Puck sentiu a tensão se formando e engoliu seco. Ele conhecia aquele olhar, aquele lábio franzido, a mandíbula trincada, o queixo se erguendo de uma maneira impetuosa e aquela sobrancelha inquisitória meio arqueada... 'Oh boy', se ela estivesse de pé estaria com as mãos na cintura.

A Scary Quinn.

A HBIC de anos atrás estava sentada na frente deles, e ao julgar pela repentina tensão de seus outros dois amigos, eles tinham percebido a mesma coisa:'Agora ferrou. '

- Ah, Q. Vamos lá! Como a gente podia imaginar que você estava vivendo aqui por livre e espontânea vontade?

Rachel arqueou a sobrancelha.

- Com licença, mas eu não estou compreendendo. O que você quis dizer com isso?

Finn virou-se para a morena e bufou uma resposta.

- O que a gente tá tentando dizer é que a gente veio ter certeza que você não está se aproveitando da situação para acorrentar nossa Quinn no pé da sua cama e usa-la como um brinquedinho de um milhão de dólares senhorita Berry.

Foi a gota d'água.

Rachel não teve tempo de abrir a boca, ela sentiu o corpo de Quinn tencionar e se lançar para frente de uma vez. A morena quase não conseguiu segurar a atriz, que em segundos já havia agarrado o garoto o puxando de seu lugar pela gola da camisa.

- Você nunca mais vai se dirigir a ela dessa maneira, Hudson. – Quinn pronunciou cada palavra lentamente, seu rosto a centímetros do dele. – Assim como, nunca mais você vai comparar o nosso relacionamento a um dos enredos dos filmes pornôs, que você assiste as escondidas de sua mãe. Entendeu? – o garoto a olhava apavorado, os outros dois pareciam congelados em seus lugares. – E eu posso garantir que se não fosse por Rachel estar me segurando nesse exato momento, eu já teria arrancado sua cabeça fora e chutado seu traseiro tão forte que você nunca mais ia poder sentar direito.

Finn engoliu seco. Puck pulou de seu lugar no sofá.

- Hey, pequena Q, nós sabemos que pisamos na bola, ok? Mas só estávamos preocupados com você. – disse tentando amenizar a situação.

- É Quinn, e você tem que entender... – Sam suava frio, mas tentava fazer sua voz soar firme. – Você nunca teve muita sorte com relacionamentos... – e ele fez um gesto que abrangeu ele e seus amigos. – Nós temos know-how para afirmar isso... Bem, quer dizer, nós não chegamos a ser tão psicopatas, como esse último cara, mas nenhum de nós pode ser orgulhar do modo como tratamos você... Só que você não pode negar que suas escolhas estão ficando perigosas e...

Quinn estreitou os olhos para ele.

Finn tremeu e tentou encurtar o discurso de Sam, afinal de contas, ela ainda o segurava pela gola da camisa, e tudo o que o rapaz mais desejava era que sua cabeça ainda estivesse unida ao seu corpo quando essa conversa acabasse.

- O que nós queremos dizer é; como vamos ter certeza que ela também não vai acabar ferindo você? – disse Finn.

Rachel respirou fundo.

- Quinn, meu amor. – implorou a morena. – Será que você pode largar o pobre rapaz e sentar-se só um minuto?

- Mas Rachel...

- Por favor. – a morena pediu, apertando levemente a cintura de sua namorada.

Ela largou a gola da camisa de Finn, que não conseguiu esconder sua surpresa com a repentina mudança de humor da amiga. A scary Quinn havia dado lugar a uma doce e meiga Quinn em questão de segundos.

A loira se afastou dele e deixou ser guiada por Rachel, que a fez se sentar na poltrona que antes era ocupada pelas duas. Depois, Rachel se virou para os três homens sentados à sua frente e com um amplo sorriso declarou.

- Seria uma honra para mim e para minha querida Quinn, recebê-los em nossa casa como hospedes durante esse fim de semana. Dessa forma, vocês poderiam comprovar o quanto minhas intenções para com ela são legitimas e movidas por nada mais que meu amor e admiração. Eu peço desculpas pelo inconveniente, pelo qual vocês passaram, e pela ausência de noticias sobre o estado de saúde de Quinn. Eu espero que vocês possam aproveitar essa oportunidade para recuperar o tempo perdido, e que possamos deixar esse pequeno incidente de lado e realmente nos conhecermos melhor.

Boquiaberta, Quinn arregalou os olhos para Rachel. Os três rapazes encaravam a pequena morena como se ela tivesse três cabeças.

Na cozinha, Luc derrubou o bule de chá.

...

- Oh, vocêdefinitivamentevai dormir no sofá depois disso! – exclamou a loira, furiosa, enquanto agitava a colcha da cama, sacudindo travesseiros, lençóis pelo ar. – Eu simplesmente não acredito que você foi capaz de sacrificar o nosso fim de semana em prol de um capricho de três patetas...

- Quinn... – a morena tentou ajuda-la a se desenrolar das cobertas, que de tanto serem sacudidas para cima, acabaram se prendendo ao corpo da loira.

-Não. Rachel. Definitivamente. Não! – Quinn arrancou as cobertas do seu corpo de uma vez e encarou a morena. – Eu queria ficar com você. Essa deveria ser a nossa noite! Nossa primeira noite...

Rachel olhava para a bela e descabelada mulher, a beira das lágrimas, na sua frente.

- Quinn, meu amor, eu precisava fazer isso... Você pode esta querendo esquarteja-los agora, mas eles são seus amigos e tudo o que eles fizeram foi por medo de perder você. Eles acompanharam tudo à distancia, meu amor, mas não puderam falar com você, ter certeza que você estava bem...

Rachel puxou Quinn para junto de si e sentiu ela se aninhar em seu abraço.

- Eu entendo que isso seja frustrante e, acredite em mim quando eu digo, que tudo o que eu mais queria era ter você só para mim durante todo o fim de semana, mas nós sabemos que você iria se arrepender de chuta-los para fora daqui, não é?

Quinn mordeu o lábio inferior e fez biquinho.

- Talvez...

Rachel a olhou nos olhos e viu um sorriso maroto se espalhar por aquele rosto angelical que ela tanto amava.

- E se eles estiverem planejando me reconquistar? – perguntou a loira passando os braços pelo pescoço de Rachel, se aproximando lentamente da morena.

Rachel estreitou os olhos e abriu um sorriso.

- Ah, eu tenho alguns amigos na CIA que conhecem os lugares mais inóspitos do mundo, sabia?

- Oh, eu deveria saber disso... – sussurrou a loira capturando os lábios de sua amada com os seus.

- Não se preocupe meu amor, vai dar tudo certo. – sussurrou a morena.

...

- Eu sabia que isso não ia dar certo!

- Quinn está tudo girando...

- Talvez eu deva chamar uma das dançarinas de ontem a noite para cuidar de você... - disse Quinn franzindo a testa para ela, e estendendo um copo d'água e um comprimido para a morena.

- Oh Deus... Eu estou na casinha do cachorro, não estou?

- Pode apostar que está. – concluiu a loira cruzando os braços.

...

Sexta-Feira à noite, 11 horas antes.

Quinn zapeava pelos canais de TV, já passavam das três horas da madrugada do sábado, e ela já havia se arrependido pela milésima vez de ter concordado em deixar Rachel'ir com os rapazes para uma noite amigável para estreitar os laços entre eles'.

Bem, ela não podia dizer que Rachel não estava se esforçando. Na manhã de sexta a morena organizou umcity tourpela cidade, e assim, elas passaram um bom pedaço do dia zanzando por NYC com Finn, Puck e Sam a tira colo, mostrando aos rapazes os lugares prediletos de Quinn e alguns pontos turísticos famosos.

No final da tarde, Rachel os surpreendeu com entradas para o jogo dos New York Giants vs Cowboys, e a partir daí, os rapazes deixaram as dúvidas e desconfianças realmente de lado e pareceram realmente dispostos a conhecer melhor a morena.

Quinn bufou ao se lembrar do momento em que eles estacionaram na frente do estádio e os três levantaram a pequena morena nos braços e a jogaram para cima gritando"Dá-lhe Rachel". Puck até berrou a plenos pulmões que ela tinha a benção dele para pedir Quinn em casamento.

Mais tarde naquela noite, logo após o jantar, Finn sugeriu a Rachel e eles deveriam sair para conversar e se conhecerem melhor, e Rachel aceitou a proposta. Quinn não gostou da ideia, mas sua namorada parecia tão comprometida a apagar qualquer resíduo negativo que seus amigos pudessem ter dela que a loira não teve a coragem de ir de contra a ideia.

'Humft.'Quinn cruzou os braços desligando a televisão e checando mais uma vez seu relógio: 3:25 AM.

Antes de sair, Rachel deu um selinho nela e pediu que ela ficasse tranquila porque tudo estava sob controle. Então Puck se aproximou delas e passando o braço pelos ombros de Rachel, ele olhou para Quinn puxando a pequena morena para junto dele.

- Relaxe Q, nós vamos cuidar direitinho de seu amor. – Quinn encarou o moreno e ouviu Finn e Sam concordarem com Puck. O rapaz se voltou para Rachel e perguntou. – Vamos minha princesa judia?

3:45 AM

Quinn finalmente ouviu vozes vindas do hall de entrada. Imediatamente a loira correu para abrir a porta da frente e deu de cara com Finn e Sam apoiados um no outro, completamente bêbados.

Quinn não podia acreditar.

- Onde está Rachel?

E foi quando ela ouviu.

- Noah, você está absolutamente certo. – um soluço. – Eu sou a mulher mais sortuda da face da terra. – outro soluço. – N-Na primeira vez – mais um soluço. – que ela me be-i-jou eu soube que não haveria mais ninguém. Estava tudo acabado para Rachel Berry.

Então Quinn a viu.

Rachel não caminhava, Noah a sustentava completamente junto ao seu corpo e mesmo assim a morena tropeçava nos pés.

Rachel estava com um dos saltos na mão e seus braços envolviam o pescoço do rapaz num abraço torto fazendo força para curvar o corpo de Noah o suficiente para que ela pudesse olha-lo nos olhos.

- Você entende, Noah? Nin-guém mais. Nuuuuuncaaaaa mais. Ela fechou meus olhos para o mundo. Eu só consigo enxergar aqueles olhos castanhos esverdeados na minha frente.

- É... acho que sei como você se sente.

Rachel parou por um momento no meio do corredor, e de repente ela olhou para o salto alto em uma das suas mãos e bateu com ele no ombro do rapaz.

- Ei! Oucth! Isso doeu!

- Ela éminha, Puckerman.

O rapaz riu.

- Não se preocupe Rach, eu não vim aqui para isso. Você minha princesa judia, lembra?

Quinn estava boquiaberta. Entre todas as interações possíveis ela nunca imaginou que Noah Puckerman e Rachel Berry pudessem se dar tão bem.

- Rach?

Rachel virou o rosto na direção dela e seus olhos tentaram se focalizar na mulher parada na soleira da porta da frente. Alguns segundos depois a morena abriu um sorriso enorme e se soltou de Noah tentando firmar seus passos na direção dela.

- Quinn! - exclamou a morena caminhando aos tropeços.

- Rachel?! – a loira correu na direção dela quando a viu perder o equilíbrio. Noah ajudou Quinn a sustentar o corpo de Rachel. – Oh Deus, você está cheirando a álcool! – a morena envolveu Quinn num abraço desengonçado e enfiou o rosto no pescoço dela.

- E você cheia tãoooo bem. NOSSA! Eu já falei o quanto eu amo o seu cheiro?

Puck gargalhou, dos quatro, ele parecia ser o mais sóbrio. Quinn lançou um olhar gélido para o rapaz.

- O QUÊ VOCÊS FIZERAM COM ELA, SEUS INUTÉIS?

- WOW! Calma Q! Nós só saímos, tomamos alguns drinks e nos conhecemos melhor e se você quer saber, nós chegamos a conclusão de que ela é a pessoa perfeita para você!

- É Quinn, ela foi aprovada! – continuou Finn colocando as mãos na frente do rosto com os dois polegares para cima. – Rachel é gente fina!

Sam sacudiu a cabeça concordando, mas aparentemente a ação fez com ele ficasse enjoado, porque ele se agarrou a Finn mais uma vez.

- Ah... que bonitinho... eles me aprovaram, Quinn... eu nunca fui aprovada antes... – Rachel sussurrou no ombro da loira.

Mas Quinn não estava muito para festividades.

- Eu não preciso da aprovação de nenhum de vocês! – dizendo isso ela tomou o salto alto que Rachel balançava em uma das mãos e começou a bater com ele nos três rapazes. – Me ajudem a leva-la para dentro, seus idiotas.

- Quinn, eu senti tanto sua falllllta... e eu ju-ro que nenhuma daquelas dançarinas chegavam aos seus pés, meu amor.

Quinn congelou no lugar. Finn, Sam e Puck pareceram perder toda a cor do rosto.

- Que dançarinas, meu amor? – perguntou ela travando o queixo e olhando para os três rapazes agora completamente pálidos na sua frente.

Rachel olhou ao redor e apontou para os seus mais novos colegas de farra.

- Aquelas dançarinas do clube para onde eles me levaram! Eu não olhei para nenhuuuuuma delas, Quinn. Eu só pensava em você. Nenhuma delas valia a pena. Não. Não. Rachel Berry só tem olhos para Quinnn Fa-bra-y. Eu não vacilei em nenhum momento, meu amor, nem mesmo quando Finn quis me pagar aquela 'Lap dance'... Eu recusei! Neguei e neguei e neguei... porque só você pode fazer isso comigo. Só você pode dançar no meu colo... – a morena fez uma pausa e de repente um sorriso safado brotou na face dela. - Uau. – Quinn pode notar que aparentemente a mente da morena estava divagando na ideia de Quinn dançando no seu colo. - Você pode dançar no meu colo, Quinn? Talvez vestida de odalisca... Nossa como você ia ficar sexy fazendo poli dance...

Quinn respirou fundo e lançou aos três rapazes na sua frente um olhar homicida.

- É melhor vocês terem plano de saúde, porque definitivamente eu vou esquartejar vocês três e jogar os pedaços para Santana.

- Cara. – disse Sam. – Eu acho que me borrei todo.

- Eu também, cara. – respondeu Finn.

...

6 horas depois.

- Cara eu pensei que fosse morrer... – disse Finn.

- Ela estava furiosa... – concordou Sam.

- Eu sempre soube que ela tinha um lado demoníaco, mas nunca pensei que esse lado demoníaco fosse quase apocalíptico. – concluiu Puck.

- Eu sinceramente não faço ideia do quê vocês estão reclamando! Por causa de vocês, EUUUU estou na casinha do cachorro! – berrou a morena.

- Foi mal, Rach. – disseram os três em coro.

- Rachel, eu acabei de confirmar a entrega das 20 dúzias de flores no seu apartamento... – disse Tony entrando no escritório da morena. – Nunca pensei que coubessem tantas flores numa van.

- Obrigada Tony.

- Eu não sei se essa é uma boa ideia... – disse Finn do outro lado da sala.

- Eu tenho que concordar com Finn. – disse Sam.

Puck pareceu confuso e ele continuou.

- Lembra daquela vez que a Quinn me pegou checando a Brittany? – Puck fez que sim. – Pois é... Eu fui pedir desculpas a ela com uma dúzia de flores na mão...

- Oh meu Deus... – Puck arregalou os olhos. – Cara, parecia que você tinha sido atacado por uma gata assassina!

- A floricultura não tira os espinhos das rosas... – atestou Sam.

Finn só concordava com a cabeça.

- Tony.

- Sim Rachel.

- Cancele as flores imediatamente.

...

Santana segurava o queixo, ela não conseguia parar de rir. Quinn a encarava pela tela do computador ficando mais irritada a cada segundo.

- Lopez, se você não parar de rir agora eu vou encerrar essa chamada de skype nesse instante.

- Q, o que você quer que eu faça? Esse tipo de coisa parece que só acontece com você!

E mais risadas.

- É sempre um prazer entreter você Santana...

Santana passou a mão no rosto enxugando algumas lágrimas.

- Ok Q, tudo bem, mas tente não descarregar toda a sua raiva na Polly Pocket Malibu. Você bem sabe que aqueles três nunca foram boa influência...

Quinn lembrou da cara de Rachel quando tomou consciência de que estava de castigo, e mordeu o lábio.

-Talvez eu a tire do castigo hoje a noite...

Santana revirou os olhos.

- E quem quer saber? Ok, tanto faz, agora é a minha vez de contar as novidades! B vai fazer um teste para uma nova produção da Broadway e adivinhe só! A probabilidade de irmos morar em NYC é de 100% porque, afinal de contas, qual o maluco que não vai escalar minha Britt-Britt? Eu até já estou procurando de um apartamento.

- Oh meu Deus, San! Essa noticia é maravilhosa!

- É eu sei, eu ê não consegue viver sem mim...

Ao lado do computador, o celular de Quinn começa a vibrar. A loira checa o display para identificar a chamada.

- S, eu preciso atender essa chamada. Mande um beijo para Britt por mim.

- Okay. E, Fabray... avise ao Finnocence e companhia limitada que eles vão ter noticias minhas...

Quinn desligou a conexão e atendeu ao celular.

- Nigel? Pensei que você tinha me esquecido... – disse ela fingindo estar magoada.

- Olá para você também, minha querida. Como você esta? Como vai Rachel?

- Rachel está passando muitíssimo bem, obrigada por perguntar.

- Wow...ela está na casinha do cachorro, não é?

- Desde hoje cedo. – disse a loira com um sorrisinho.

- Humm... Deus a abençoe. Bem, eu estou ligando porque eu recebi uma proposta, e tendo em vista o email que você me enviou semana passada, dizendo que acha que está na hora de voltar ao trabalho, eu realmente gostaria que você considera-se esse roteiro.

- Nossa, deve ser um roteiro muito bom para você ter madrugado para me ligar...

- Na verdade eu recebi uma visita surpresa do diretor em pessoa, e ele faz questão de ter você para o papel... e eu estou citando ele quando digo que " Se for preciso eu vou acampar no meio da sala de estar dela para convencê-la".

- Oh não.. chega de gente acampada na minha sala de estar. Me envie o roteiro e eu vou dar uma olhada o quanto antes, okay?

- Maravilhoso. Bem, eu tenho que desligar minha querida... e por favor...não deixe Rachel de castigo por muito tempo Quinnie...

- Porque todo mundo está do lado dela?

...

Jesse cruzou os braços e fechou a cara.

- Alguém pode me dizer o que eu estou fazendo aqui?

- Tony tinha uma reunião importante. – disse Rachel.

- Então você pode me dizer o que eles estão fazendo aqui? – disse ele apontando para os três rapazes escorados nos mostruários de joias atrás da morena.

- Por que por causa deles eu estou na casinha do cachorro.

Jesse revirou os olhos.

- Rachel, pelo amor de Deus... envie algumas dúzias de rosas para ela e peça desculpas...

- Fui informada por fontes seguras que rosas podem ser utilizadas como armas.

- E suas fontes disseram que é mais seguro você comprar diamantes na Tiffany's?

Rachel olhou para trás. Finn e Sam deram de ombros, Puck cruzou os braços.

- Não olhe para mim, o único diamante que eu já vi na vida vinha numa caixinha de cereal.

- Eles não são de verdade? – perguntou Finn.

- Eu namorei uma garota chamada Tiffany na faculdade... – Sam piscou para uma das vendedoras.

Jesse levou as mãos ao rosto.

- Pela glória divina Rachel, chame a garota para jantar, e, sei lá, cante suas desculpas para ela. Quinn sempre amolece quando ouve você cantar.

- WOW! É ISSO CARA! – gritou Sam. – Quinn adora essas coisas românticas. Vocês lembram daquela vez que eu cantei aquela música do Justin Bieber para ela?

Jesse e Rachel encararam o rapaz.

- Justin Bieber? – perguntou Rachel. – E você ainda se pergunta porque ela terminou com você?

Finn e Puck emendaram uma gargalhada.

...

Algumas horas depois.

- Eu venho em paz. – disse Jesse quando Quinn abriu a porta.

- Jesse? Por quê? Quem te obrigou a se vestir de chofer?

O rapaz ajeitou a gravata de seu uniforme e revirou os olhos, visivelmente indignado.

- Aparentemente, eu tenho que aprender a manter minha boca fechada, ao invés de dividir com uma certa morena irritante e mandona, algumas das minhas ideias brilhantes...

Quinn ergueu a sobrancelha e não conseguiu conter o sorriso.

- Por que motivo, causa ou razão Rachel obrigaria você a vir aqui vestido de chofer, St. James?

Jesse retirou um envelope do bolso do paletó e o entregou a loira.

- Na verdade, aquela pequena chantagista que eu tenho o desprazer de admitir ter dado a alcunha de minha melhor amiga, desejava propiciar uma atmosfera romântica que, em minha opinião, era desnecessariamente semelhante aos rituais de corte da idade feudal, me vestindo de Arauto. Mas eu sinto lhe informar que usei minhas três últimas indicações ao Tony Awards contra ela e me neguei veementemente a me prestar a esse papel.

- Então, isso quer dizer que você não vai nem ao menos anunciar em voz alta as intenções dela de me fazer a corte?

Jesse bufou e tomou o envelope das mãos dela.

- Vocês duas se merecem, sabia? – Quinn gargalhava. Ele tomou fôlego e pomposamente leu o conteúdo do envelope. –'Minha bela dama, aceite esse convite como sinal de minha imensurável estima e apreço por sua tão preciosa pessoa. Eu humildemente imploro por uma chance de desculpar-me apropriadamente, pelas infelizes desventuras que levaram essa sua tão devota e apaixonada serva a cometer tamanha afronta perante seus olhos. Estarei esperando vê-la em breve para provar, mais uma vez, o quanto é somente teu meu coração...Blá blá blá blácom juras eternas de amorblá blá bláRachel Barbra Berry...'

- Creio que a eloquência contida no trechoBlá blá blápode ser atribuída a sua pessoa, não é mesmo, St. James?

- Arrr. Pelo amor de Deus, Fabray, me deixe entrar e vá logo se arrumar, enquanto eu faço algo para extremamente forte para beber, eu definitivamente preciso de um drink depois disso.

...

Elise Scott desembarcou de seu jatinho particular no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, ela realmente odiava voar, mas enfrentar seis horas de estrada num carro, também não era uma de suas atividades preferidas. Ela olhou ao redor e absorveu pela primeira vez, o fato de estar em NYC de novo.

- Senhorita Scott? – Ryan, seu assistente, chamou-lhe a atenção. – O carro que vai leva-la ao hotel já esta aguardando.

A bela ruiva de olhos esverdeados sorri e deixou-se guiar até a BMW preta que a aguardava.

- Você conseguiu as reservas no Raven Hills, conforme eu solicitei?

- Sim senhorita, e elas foram feitas sobre um codinome, conforme suas instruções.

- Perfeito. – disse a ruiva com um sorriso malicioso. – Eu quero ser a primeira a ver a reação de minha Rachel quando nos encontrarmos novamente.