Minha

A Tortura


Ainda na Noite do Gladd

Tony gostava de muitas coisas.

Nascido na Índia, desde pequeno sonhou em morar na América, simplesmente por gostar das imagens que via nos cartões postais nas bancas de jornais; Também encontrou sua fé no Budismo, apesar de ser de família hinduísta, por gostar dos ensinamentos dos monges com os quais conversava todos os dias depois de voltar da escola; E graças a Rachel, pode enfim realizar o sonho de se formar em uma universidade, e por gostar tanto de poder retomar seus estudos, resolveu investir em mais uma graduação pela NYC University. Por isso, dentre tantas alegrias, Tony, era capaz de passar a vida descrevendo o quanto esses preciosos momentos fazendo aquilo que se gosta, desfrutando a vida ao lado de pessoas queridas, faziam sua alma e coração rejubilarem.

Ah, Tony realmente era feliz por poder dividir sua felicidade ao lado de pessoas que ele gostava, principalmente se essa pessoa fosse Rachel Berry.

Ele era feliz por acompanha-la em um passeio ao Central Park no final da tarde, ou quando ela o convidava para suas 'farras gastronômicas –veganas' em algum restaurante local, ou meramente desfrutando da companhia dela junto as crianças da Fundação, quando eles visitavam os projetos sociais presididos por ela. Tony adorava acompanha-la nos recitais, óperas e nos inúmeros de musicais da Broadway. E quando, foi convidado pelos pais dela para juntar-se a uma noite de filmes indianos em um dos encontros da família Berry, ele realmente sentiu-se explodir de felicidade.

Sim, Tony sentia-se abençoado por dividir tantos momentos assim com uma das pessoas mais importantes da sua vida.

Exatamente por isso Tony não iria permitir que ela cometesse o maior erro de sua vida. Pois nada o traria mais felicidade que ver sua senhorita Rachel encontrar àquela pessoa.

A sua pessoa especial.

Aquela pessoa com quem sua senhorita poderia desfrutar de todos esses pequenos momentos, trazendo tanta alegria para seu coração que fizesse seu rosto se iluminar todas as vezes em que seus olhos se encontrassem.

E nesse instante, Tony podia afirmar que o rosto de sua senhorita nunca foi tão vivo, tão iluminado, até o momento em que ela viu Quinn Fabray.

Tudo aconteceu muito rapidamente, mas Tony se lembrava daquele minuto de em detalhes. Rachel brilhava. Seus olhos castanhos cintilavam tanto quanto as estrelas no céu, porém, quando os assessores e seguranças rodearam Quinn a afastando de Rachel, Tony percebeu que sua senhorita iria, em falta de melhores termos, 'meter os pés pelas mãos'. Ele viu o olhar dela mudar e leu naqueles olhos castanhos a realização.

Uma realização que chegou no momento que Quinn foi praticamente soterrada por uma avalanche de fotógrafos e repórteres. E bingo... Rachel percebeu o que tinha feito.

Um milhão de dólares por um beijo, um impulso movido por um sentimento inexplicável.

Isso seria veiculado por todas as mídias existentes na face da terra. Quinn seria atormentada por fotos, matérias, piadas, sátiras e sabe-se lá o quê, durante sabe-se lá quanto tempo... e tudo por culpa do temperamento impulsivo e incontrolável de Rachel Berry. Tony viu sua senhorita cobrir a boca com as mãos num gesto inconsciente. O gesto durou poucos segundos, e o olhar dela mudou nesse instante.

Rachel estava tão perdida em sua culpa, que não percebeu o olhar que Quinn lhe lançava em meio aquele caos. Um olhar que Tony conhecia bem... um olhar que ele viu tantas vezes nos filmes de Bollywood e suas histórias de amor impossíveis...

E Tony, definitivamente, levava muito a sério Bollywood e suas histórias de amor.

E o olhar de Quinn... era o mesmo olhar das mocinhas do filme quando eram afastadas de seu verdadeiro amor. O olhar perdido, desesperado... o olhar que pedia para ser resgatada.

Foi nesse momento que Tony tomou uma atitude. Com celular na mão, ele se desculpou com Jesse e se levantou da mesa, se dirigindo ao lounge onde se situavam os banheiros, do lado oposto a confusão que acontecia no salão.

Ele discou o único número que ele podia discar nesse instante. E uma voz grossa e rouca de um homem atendeu no terceiro toque.

"Jones falando. É tarde e é bom ser urgente." Reclamou o homem do outro lado da linha.

"Jones, aqui é Tony."

"Opa, Indi-boy!" A voz saudou alegremente "Mal posso imaginar qual seria o motivo de sua ligação! Não me diga que sua senhora finalmente aceitou minha proposta? Será que você vai alegrar a noite desse mero agente? Posso ter esperanças de finalmente consegui-la fazer gravar um álbum?"

"Senhorita. E ela prefere ser chamada pelo primeiro nome, Jones. Mas não é esse o caso. Na verdade, preciso que você faça alguns contatos para mim. O quão informado você é sobre Quinn Fabray?"

Quinze minutos depois, Jones, um dos agentes mais 'abelhudos' de Los Angeles, já havia entrado em contato com Britanny S. Pierce, uma das melhores amigas da atriz, acordando com a dançarina um pequeno workshop de dança para as crianças de um dos projetos sociais mantidos pela Fundação Berry. Agora, Tony só precisava conseguir que Britanny levasse Quinn para a ONG até o sábado seguinte...

Demorou um pouco, mas o sinal que Tony esperava apareceu três dias após a ligação, em forma de uma loira simpática, esguia e de belos olhos azuis. Britanny entrou no escritório do projeto New Direction no começo da tarde e no final daquele dia se declarou apaixonada pelo projeto.

E para certificar-se de que seu plano daria certo, Tony teve uma cumplice durante os ensaios ministrados pela dançarina.

Carmem era uma das crianças em condições especiais que era atendida pela ONG. Ela tinha problemas cardíacos e precisava de um transplante. Sua situação era estável e ela não precisava necessariamente estar no hospital, mas a cirurgia era inevitável, e inclusive, já estava marcada.

Rachel havia marcado o transplante para a semana seguinte. Ela acompanhava o caso de perto. A morena havia conhecido Carmem no Novo México há dois anos e se afeiçoou bastante a garota.

Por isso, Tony sabia que Rachel passaria a semana em LA, fazendo os preparativos para a viagem da pequena latina para Boston.

Ele comentou com Carmem sobre Britanny ser uma das melhores amigas de Quinn, e a pequena entendeu o recado. Durante uma conversa de apresentação entre as duas, Carmem conseguiu que a jovem dançarina prometesse que, no dia seguinte, logo após o almoço, traria a amiga para conhecê-la.

Assim que a loira entrou no teatro, no dia seguinte, Carmem enviou uma mensagem para ele... e ele arrastou a pequena morena do escritório para as coxias exatamente no momento em que a atriz conversava com a pequena Carmem.

Rachel olhava boquiaberta para a loira no palco. Seus olhos brilhavam e Tony sorriu.

"Tony... meu pajem..."

'Sim, Rachel."

"Lembre-me de agradecer você mais tarde..."

"Sim, Rachel."

E ela caminhou para fora das coxias, falando em voz alta e chamando a atenção de Quinn.

...

Rachel sustentou o olhar de Quinn, e sem que ela pudesse impedir, o sorriso se espalhou por seu rosto, ao ver a indignação nos olhos da atriz. Ela não podia deixar de pensar como a loira ficava adorável quando estava irritada.

"Rachel Barbra Berry... você foi fisgada...".

"Eu realmente queria ter uma boa explicação, Quinn. Mas agora, olhando para você, todos aqueles motivos que eu pensei que eram nobres e corretos. Bem, agora eles me parecem estúpidos e egoístas."

Quinn franziu a testa e ergueu novamente a sobrancelha, as mãos firmes na cintura e olhar desafiador. Ela estava visivelmente mais irritada por ver Rachel sorrindo.

"Isso quem vai decidir sou eu. Fale." Exigiu a atriz.

Elas foram interrompidas pelas crianças. Todas pulavam ao redor de Rachel, pedindo que ela participasse do ensaio. Aparentemente o tema de hoje era Shakira, em homenagem a Carmem.

Rachel, tentando atender aos apelos das crianças, acabou ignorando sem querer a atriz que furiosa, virou de costas e desceu do palco, tomando sua bolsa das mãos de Britanny e seguindo rumo a saída.

"Ya se que no vendrás, todo lo que fué. El tempo lo dejó atrás..."

Quinn congelou.

Sé que no regresarás, lo que nos pasó, no repetirá jamás..."

'Eu não acredito.' Pensou a atriz, se virando para o palco e avistando a morena com o microfone na mão, olhando para ela.

"Mil años no me alcanzarán, para borrarte olvidar..."

'É claro... ela canta... e é obvio que ela tinha que ter a voz mais doce e perfeita que eu já ouvi...' Quinn disse para si mesma.

"Y ahora estoy aqui, queriendo convertir los campos em ciudad, mezclando el cielo com el mar..." E o sorriso, até então presente no rosto da morena, se tornou triste. "Sé que te dejé escapar; Sé que te perdí ;Nada podrá ser igual. Mil años pueden alcanzar, para que puedas perdonar..."

Quinn sentiu suas pernas se moverem contra sua vontade, fazendo o caminho de volta para o palco. Os olhos fixos em Rachel.

"Estoy aquí quieréndote; Ahogándome. Entre fotos y cuadernos; Entre cosas y recuerdos, que no puedo compreender" Rachel parecia colocar tudo aquilo que não conseguia expressar em palavras, na melodia daquela música... uma música que falava sobre erros e arrependimento... que pedia mais uma chance... que dizia que a queria... que queria a ela... que queria a Quinn. "Estoy enloqueciéndome. Cambiándome um pie por la cara mía, esta noche por el día que. Estoy aquí quieréndote. Ahogándome. Entre fotos y cuadernos; Entre cosas y recuerdos que no puedo compreender. Estoy enloqueciéndome; Cambiándome um pie por la cara mía esta noche por el día que"

A atriz parou a poucas fileiras do palco, hipnotizada pela voz da pequena que cantava seu coração no palco. Britanny parou ao seu lado e tomou sua mão na sua.

Rachel estendeu um dos braços na direção delas e cantou o verso seguinte. "Si aún piensas algo em mi, sabes que sigo esperándote...Yeah yeah yeah..." E a morena abriu os braços e fechou os olhos se entregando a música.

Estoy aquí quieréndote. Ahogándome. Entre fotos y cuadernos. Entre cosas y recuerdos que no puedo compreender. Estoy enloqueciéndome; Cambiándome um pie por la cara mía esta noche por el día que"

Rachel abriu os olhos e procurou por aqueles belos olhos castanhos esverdeados, que ela tanto queria que a perdoasse. "Estoy aqui quieréndote. Estoy aqui oh oh ohhh. Estoy quieréndote"

As crianças pulavam ao redor da pequena morena pedindo por mais. Obviamente não era a primeira vez que Rachel cantava para eles. Britanny e Tony também se juntaram as palmas, aparentemente, mais empolgados do que as crianças.

Rachel observava a loira de pé entre a quarta e quinta fileira, bolsa no ombro e sem expressão alguma que denotasse seus pensamentos. O coração da pequena morena batia tão freneticamente, que ela sentia que podia morrer caso Quinn desse as costas e fosse embora.

Ela assistiu a atriz falar algo no ouvido de Britanny, e a loira mais alta olhou para amiga e assentiu. Depois, Quinn caminhou na direção do palco e subiu direto para falar com a banda. Britanny pareceu solicitar algo a Tony, que franziu a testa e sumiu de vista. A próxima coisa que ela sentiu foi um puxão em sua mão esquerda de uma das crianças que ajudava a esvaziar o palco. Então ela entendeu. Quinn iria cantar.

Rachel se deixou levar pelas crianças, todas empolgadas para assistir a performance da atriz. Eles se jogaram nas primeiras fileiras e a morena sentou-se ao lado de Carmem, que havia sido trazida para baixo pelos voluntários presentes.

Quinn voltou para a boca de cena, que agora estava arrumada com um banquinho e um microfone num suporte, segurando um violão. Ela se posicionou e começou a dedilhar a melodia triste, e num sussurro começou a cantar suavemente. O coração de Rachel gelou ao reconhecer a música.

"Estas semanas sin verte me parecieron años. Tanto te quise besar que me duelen los lábios" As lágrimas vinheram imediatamente e Quinn fechou os olhos. Na plateia, Rachel não conteve sua tristeza, e deixou suas lagrimas escorrerem livremente por sua face. "Mira que el miedo nos hizo, cometer estupideces. Nos dejó sordos y ciegos, tantas veces. Y um día después de la tormenta, cuándo menos piensas sale el sol. De tanto sumar pierdes la cuenta porque uno y uno no siempre son dos cuándo menos piensas sale el sol..."

Quinn parou de dedilhar a melodia e abriu os olhos, que brilhavam num verde vivo, por causa da emoção que gritava em seu peito. A banda se juntou a loira e incrementou a batida.

"Te lloré hasta el extremo, de lo que era posible. Cuándo creía que era invencible. No hay mal que dure cen años. Ni cuerpo que lo aguante y lo mejor siempre espera adelante. Y un día después de la tormenta. Cuándo menos piensas sale el sol. De tanto sumar pierdes la cuenta porque uno y uno no siempre son dos cuándo menos piensas sale el sol. Y un día después de la tormenta, cuándo menos piensas sale el sol. De tanto sumar pierdes la cuenta porque uno y uno no siempre son dos. Y un día después, y un día después sale el sol. Y un día después de la tormenta cuándo menos piensas sale el sol. De tanto sumar pierdes la cuenta porque uno y uno no siempre son dos cuándo menos piensas sale el sol"

Os últimos acordes da melodia soaram do violão e Rachel desviou os olhos, sem ser capaz de sustentar o olhar da loira. Quinn dera seu veredito. Rachel a havia machucado... ela a havia perdido... a atriz seguiria em frente e a esqueceria.

Então Quinn levantou-se e entregou o violão a um dos garotos da banda. O som de um violino podia ser ouvido baixinho. Britanny apareceu no palco e entregou algo que lembrava um cinto de dança do ventre para a atriz.

Tony sentou-se ao lado de Rachel e colocou uma mão no ombro da pequena. A melodia do violino se intensificou.

Quinn amarrou o cinto por cima da cintura de sua calça jeans e tirou a blusa regata de malha que vestia ficando só com o top, também de malha, deixando à mostra o abdômen da atriz. Britanny segurou a blusa que Quinn vestia e correu para a coxia.

Rachel já podia identificar os acordes iniciais de Ojos Así, mas não entendeu o porquê. A loira já tinha dado o recado, ela havia sido rejeitada... não foi?

Então Quinn começou a dançar. Movimentos lentos, sinuosos acompanhando a melodia do violino. Depois o vigor foi tomando conta de seu corpo, e quando a batida da música começou, Quinn se remexia acompanhando o ritmo imposto pelos instrumentos, o quadril junto ao suporte do microfone, enquanto cantava.

"Ayer yo conocí um cielo sin sol y um hombre sin suelo; Um santo em prisíon y uma canción triste sin dueño"

Alguns adolescentes do coro se juntaram a ela nos vocais.

"Ya he ya he ya he"

Quinn buscou os olhos da morena na plateia, enquanto repetia os movimentos em seus quadris. Seus olhos castanhos esverdeados tinham um brilho diferente, e um sorriso sensual tomou conta de seus lábios.

"Y conocí tus ojos negros"

E tal qual a música dizia, os olhos de Rachel estavam negros. As pupilas dilatadas fixas no corpo da loira, acompanhando cada um de seus movimentos.

O sorriso de Quinn cresceu ainda mais. A atriz ergueu os braços passando as mãos pelos cabelos, seus quadris balançando compassadamente.

Então a morena entendeu.

Esse era seu castigo.

Quinn fizera questão de cantar o quanto Rachel a havia magoado por não dar notícias e deixa-la de lado, mas Quinn estava deixando claro que a perdoava... Sale el Sol... era o perdão, e não o adeus. Entretanto, Quinn não deixaria barato... o perdão estava atrelado a um castigo... a uma tortura, a morena pensou.

"Y ahora sí que no puedo vivir sin ellos yo"

E a batida da música aumentou com refrão, da mesma forma, os movimentos do corpo de Quinn intensificaram. A calça jeans era justa e destacava suas curvas... o top tinha um decote em V... o abdômen da loira amostra... o pequeno e típico cinto, próprio das fantasias de odaliscas, sacudia a cada movimento dos quadris da loira. Rachel mordeu os lábios com força.

Quadris. Esquerda. Direita. Esquerda. Ombros. Braços. Torax. Mãos. Braços. Pernas. Olhos. Sorriso.

Rachel acompanhava cada um deles.

"Le pido al cielo solo um deseo, que em tus ojos yo pueda vivir. He percorrido ya el mundo enterro y uma cosa te vengo a decir. Viaje de Bahrein hasta Beirut; Fué desde el norte hasta el polo sur; Y no encontre ojos así. Como los que tienes tú"

Nessa parte do refrão, Rachel deixou de ouvir a música. Quinn dançava maravilhosamente. Todos os presentes gritavam e cantavam alto junto com ela. Algumas das crianças e adolescentes dançavam. Mas a morena não conseguia se mexer. Um milhão de pensamentos disparando por sua mente. Vários flashes da loira dançando somente para ela... suas mãos deslizando por aquelas curvas...

E a tortura continuava.

A melodia dos instrumentos tomou conta do ambiente e Quinn deslizou para a boca de cena, lentamente, parando bem na beirada do palco. E quando Rachel pensou que não podia ficar pior, a coreografia ficou ainda mais intensa. Quinn demonstrava tanta desenvoltura na dança do ventre, que a morena sentiu todo seu corpo tremer. Suas mãos apertaram os braços da poltrona, e ela precisou de toda sua força para controlar o desejo de subir no palco, e tomar Quinn ali mesmo.

Quinn, por sua vez, sentia-se realizada. Rachel não tirava os olhos dela. E isso a fazia muito bem. Ela mordeu os lábios, ergueu uma sobrancelha e olhou para a morena.

'Finalmente as aulas de espanhol se fizeram validas...'

'Oh, isso é bom. Muito bom. Rachel Berry parece que você aprendeu a lição...'

'Oh sim... nós fizemos ela pagar...'

'Sim... esses jeans podem não ter o efeito da saia de véus de uma odalisca...mas eu sei que ele ressalta nossas curvas...'

'Hum-rum... você tem razão... e ainda bem, que hoje, vestimos um top por debaixo da blusa... foi bem conveniente...'

'Ah sim, bastante conveniente...'

A música chegava ao fim e Quinn sussurrou a parte final, sua voz suave e sensual.

"Y no encontre ojos así; Como los que tienes tú"

Todos no teatro explodiram em aplausos e gritos. Carmem virou para sua madrinha e sorrindo constatou

"Quinn bailó como Shakira, Dinda!"

" Sí...bailó..." Foi a única coisa que a morena conseguiu dizer, antes de levantar de vez e subir para o palco com passos firmes. Tony, ainda boquiaberto com a performance da atriz, não teve tempo de detê-la.

Rachel pegou Quinn pelo braço e, praticamente, arrastou-a consigo pela coxia.

Ninguém entendeu nada, mas não houve quem as seguisse. Britanny tratou de distrair as crianças sinalizando uma delas para outra apresentação, enquanto Tony e os outros voluntários controlavam os ânimos dos adolescentes.

Rachel encontrou um dos camarins atrás do palco, girou a maçaneta com a mão livre abrindo a porta. E, sem cerimônia, empurrou Quinn dentro da sala.

Sem ter tempo de contestar, nem de perguntar o que acontecia, Quinn foi silenciada pelos lábios da morena. Rachel a beijava desesperadamente, e a loira se entregou a todas aquelas sensações deliciosas que tomaram conta dela.

Em minutos os joelhos de Quinn se encontraram com a beirada de um sofá, e ela caiu de costas sob as almofadas fofas, levando Rachel consigo. A morena se ajustou ao corpo sobre o dela, enquanto aprofundava ainda mais o beijo.

Quinn entrelaçava os dedos por entre os cabelos de Rachel, puxando-a para mais perto.

Nenhuma das duas conseguia parar. Ambas estavam tomadas pelo desejo de estarem juntas. Somente quando o ar faltou, elas se afastaram alguns milímetros dos lábios uma da outra. Rachel olhou para aqueles olhos castanhos esverdeados, e viu neles refletido mesmo desejo que ela sentia.

"Você pertence a mim, Quinn Fabray."

O sorriso de Quinn não podia ser maior. Sua voz, sensualmente rouca, saiu como um sussurro.

"Completamente sua, Rachel..."

E ergueu o queixo, oferecendo seus lábios para a morena.