18 de fevereiro de 2046, Cidadela de Órion. Localização atual: planeta Millenium.

A mulher abriu os olhos com a mente nublada, suas memórias pareciam confusas naquele momento, ela olhou ao redor mas não reconhecia quase nada. Apenas ao firmar seus olhos na parede diante de si pode ver oito estatuas na sua frente, mulheres vestidas como guerreiras e em seus elmos reluziam um símbolo bonito, mostrando uma flor de lis.

— Onde estou? – ela pergunta para particularmente ninguém, já que só havia ela ali.

No pé de casa estatua tinha uma placa de ouro, com o nome de cada uma delas.

— Lis Beckham, Suprema de Órion – Ashee lê, mas parecia mais confusa agora do que antes, não conhecia as supremas, apenas sabia que existiam, mas nunca havia as visto, ao passar por todas as estatuas prestando atenção em cada detalhe, ela reconheceu apenas um nome, Kim Jennie, não fazia ideia daquele fato, de alguma forma Jennie sempre pertenceu ao seu mundo.

Ela reconheceu o lugar como sendo a sala do trono, por isso as estatuas estavam ali e na lateral delas, estavam os oito tronos, muito parecido com o que ela possuía em Cassandra. Decidida a saber finalmente o que havia acontecido com seu mundo, porque ela estava ali e onde os milenares que lutaram ao seu lado estavam, e mais, onde estavam seus nômades.

Caminhou lentamente pelos corredores, até chegar ao lado de fora do castelo, onde havia muito mais milenares do que imaginaria, estavam todos adormecidos, como em um estado de torpor. Conhecia quase todos ali, mas apenas um rosto lhe chamou atenção, o de Lalisa, não achava que a veria de novo, mas como tudo parecia diferente agora, era obvio que ela estava ali.

Ashee se aproximou de Lalisa e tentou acorda-la, mas de nada adiantou. Ela precisava entender o que estava acontecendo ali, precisava de respostas e onde estavam sua amada, a irmã e seus dois aliados? E onde estaria os intitulados Bangtan.

Os dias se passaram lentamente e parecia que quanto mais ela tentava entender o que acontecia ali, pior ficava, os outros não acordavam de forma alguma e ela estava sozinha.

Cansada de ficar ali, ela decidiu em um lugar onde poderia encontrar respostas, mas isso lhe custaria algo em algum momento, então utilizando dos seus poderes e suas asas, ela voou para longe da Cidadela de Órion. Indo em direção ao reino dos céus, onde pôde pousar no solo vermelho do planeta de fogo.

— Ao que devemos a presença ilustre da Milenar de Cassandra? – a ruiva pergunta sendo acompanhada por uma loira, que a outra não conhecia – ah, desculpe os meus modos, essa é Pantera, uma das gêmeas Phoenix.

— É um prazer conhece-la – Ashee sorri para a loira que retribui igualmente – Arwen, eu preciso da sua ajuda, preciso de...

— De respostas, eu já sabia, estava a aguardando – Arwen sorri e aponta na direção do castelo – filha, eu te vejo mais tarde, okay?

— Sim, irei ver a Sum – Pantera dá um beijo em sua mãe e sai andando para qualquer direção que as outras não prestaram muita atenção, pois elas já estavam indo em direção ao castelo.

O planeta de Dragon era muito movimentado e havia muitas pessoas comemorando algo por ali. Ashee apenas olhava com curiosidade, até perder a vista e adentrar o castelo.

As duas caminharam até a sala de reunião de Arwen, ali estava bem mais calmo do que o resto do caminho, era o único lugar onde poderia conversar sem ser interrompidas.

— É a festa de ouros – Arwen explica o excesso de gente pelas ruas – então Ashee, o que deseja?

— Primeiro quero saber o que isso vai me custar – Ashee sorri sugestiva e Arwen só faltou gargalhar, pois a ruiva estava acostumada a cobrar favores por informações.

— Como estou vendo o seu desespero, não irei cobrar favores, apenas vá direto ao ponto.

Ashee suspira cansada, estava a dias naquela situação e mal sabia como acordar os adormecidos ou achar os outros. Por isso ela explicou toda a situação desde o início, contou sobre a Guerra de Millenium, sobre Chaeyoung, sobre Chronos, a viagem ao passado e sobre volta deles a Órion. Arwen ouvia a tudo com atenção, mesmo que já soubesse como ajuda-la.

— E é isso – Ashee suspira, parecendo triste e cansada.

— Chronos estava com a pedra quando decidiu mudar o tempo de vocês, inicialmente ele queria aprisiona-los em Chronos, como foi feito com ele, mas a pedra que você criou tinha uma válvula de segurança, ela não permitiria que nenhum milenar fosse punido e Chronos estando com ela, foi um tiro pela culatra.

— Então onde estão Jimin, Namjoon e os outros? E os meus aliados, Yumi, Yeri, Chany e Baek.

— Estão na terra, sem asas e com o destino traçado aos das supremas – Arwen explica – para que eles possam retornar, elas precisam despertar, mas isso só ocorrera em um ano, com a presença de Jennie.

— E eu posso adiantar isso? – Ashee parecia chateada com o fato de precisar esperar tanto tempo para ter os seus de volta.

— Isso só depende do tempo Ashee, quando o tempo acertar, será o momento de tudo acontecer, então terá que esperar, no dia em que tudo começou, será o dia em que as coisas entrarão no eixo do destino.

— Primeiro de setembro de quarenta e sete – Ashee balbucia recebendo uma afirmação de Arwen e um suspiro escapa pelos lábios dela – e quanto aos que estão em Millenium?

— O mesmo para eles – Arwen sorri triste – se quiser ficar por aqui, ou se precisar de ajuda, posso designar alguns dos meus para ajudá-la.

— Não precisa, eu voltarei a Millenium e farei tudo que for necessário para organizar todas as cidadelas.

— Precisando, Dragon está disponível para recebe-la de braços abertos – Arwen sorri para a outra que apenas abraça a amiga e se levanta.

As lembranças vão sendo dissipadas e os três que ainda estavam em conexão abre os olhos, Jimin vê o nariz de Jungkook pingar sangue e logo acolhe o moreno.

— Jungkook – Ashee chama preocupada e ele sorri breve.

— Está tudo bem, o espelho canalizou demais, suas memórias são intensas, tinha muito sofrimento, você foi fadada a viver um ano sozinha, é triste – Jungkook fala solidário, todos sabiam que ele era muito sensível emocionalmente.

— Vamos levar você para descansar – Jimin fala apoiando Jungkook em seu ombro sendo ajudado por Namjoon.

Todos ali apenas pareciam imersos nas memorias de Ashee como se fossem suas próprias.

— Desculpe por tê-la julgado tão mal – Yumi fala se aproximando de Ashee que apenas sorri.

— Eu nunca deixaria nenhum de vocês para trás – Ashee fala se juntando a ela e segurando em suas mãos.

E de alguma forma, tudo ali parecia finalmente estar em seu devido tempo, tudo parecia de acordo com o destino. Chaeyoung não havia retornado pois a sua ganância quebrou não só a sua alma, mas também a sua linha do tempo, sendo punida por tudo que havia feito, afinal, o Cosmo tinha uma maneira engraçada de equilibrar tudo, e mesmo que as coisas saíssem do eixo novamente, ele sempre daria um jeito, pois o carma é inevitável.

Fim.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.