Milenares

14 de setembro de 2052, Confins do Universo


14 de setembro de 2052, Cidade de Nova Iorque, Localização atual: planeta Terra.

Os dois desceram do carro encarando o grande arco no meio do nada, eles finamente haviam encontrado o lugar de passagem, e mesmo que talvez fosse tarde demais para os outros, ainda sim eles precisavam tentar, precisavam trazer os seus de volta.

— Não tem viagem de volta – Jimin avisa olhando para a morena atrás deles dois.

— Ótimo, porque eu não pretendo voltar – ela dá de ombros e lança um sorriso divertido aos dois que apenas assentem.

Eles estavam prontos para voltar a Anteros, prontos para finalmente acertarem de uma vez por todas, os problemas que foram gerados por causa da ganancia da sua própria raça.

— Vamos lá – Asterin fala estendendo as mãos para Jimin, que prontamente as segurou – se concentre, e direcione sua energia para o portal.

— Asterin, eu não...

— Você tem poderes Jimin, eu sou uma nômade e os tenho, você também pode ter, lembre-se que não passou um milênio, você ainda pode ter até suas asas de volta – Asterin insiste, fazendo o loiro respirar fundo e assentir, logo se concentrando.

O grande arco brilhou com uma luz roxa e logo uma imagem surgiu nele, mas o que eles viram foi totalmente o oposto do que imaginavam, ali não era Anteros, pelo menos não como a conheciam, havia muita neblina e mal se podia ver as construções.

— Esse é o planeta de vocês? – Jennie pergunta debochada e recebe um negar por parte de Asterin, que parecia ressentida ao ver o que seu lugar havia se tornado.

— Se não passarmos agora, não poderemos mais – Asterin fala e se encaminha para o arco – vejo vocês do outro lado.

14 de setembro de 2052, confins do universo, Cidadela de Orion. Localização atual: planeta Anteros.

Então ela passou pelo arco e logo os dois a seguiram. Assim que pousaram no solo de Anteros, puderam ver claramente que tudo ali era revestido em nevoa, e desastre, as construções tão belas que conheciam estavam destruídas, eles não podiam nem identificar muito bem qual era a cidadela, mas ao vasculhar por ali ao redor, Jimin pôde identificar, pois seus nomes estavam gravados no chão, o nome de todos os Milenares já existentes, aqueles que se foram e aqueles que permaneciam, era quase como uma arvore genealógica.

— Onde estamos? – Jennie pergunta e vê o sorriso triste de Jimin.

— Na cidadela de Orion, onde a guerra de Millenium estourou – Jimin responde passando a mão sobre o nome do seu amado, ele estava agachado, sentindo saudade demais para reparar que Asterin havia se afastado – antes de mudarmos o nome do planeta para Anteros, ele se chamava Millenium.

— De quem são esses nomes todos? – a morena pergunta curiosa, se ajoelhando a frente de um dos nomes.

— De todos os milenares que já existiram, esse aí é o nosso líder, Kim Namjoon – Jimin sorri nostálgico lembrando do homem que sempre considerou como um pai, o respeitava e o amava como um, mesmo que eles não possuíssem um de verdade.

— E esse? – ela aponta para onde os dedos de Jimin alisava inconscientemente.

— Meu amado, minha ancora – Jimin olha para o chão e deixa uma lagrima solitária cair do seu rosto, ele sentia tanta falta de Jungkook e se perguntava a cada minuto se o outro também estaria sentindo a mesma saudade que ele.

Mas de alguma forma ele sabia que sim, mesmo que não o sentisse, sabia que Jungkook deve ter sofrido com sua partida, pois eles eram inseparáveis, mais pareciam almas gêmeas do que ancoras.

— Jimin – a voz de Asterin ecoa, e ele se levanta olhando ao redor, procurando pela dona – aqui – a luz vermelha brilha atraindo a atenção dele, que segura na mão de Jennie e caminha até onde a mulher o chamava, e assim que chegaram puderam ver o palco da última batalha naquele lugar, mas este estava diferente, havia uma parede repleta de larvas prendendo alguma coisa.

— O que é isso? – Jimin pergunta analisando a parede e quando vê Asterin apontar para um ponto, ele só enxergou o anel brilhante pendendo em um dedo que estava por pouco a amostra – Jungo – ele se aproxima com pressa tocando no anel, e olhando para onde deveria estar o rosto do seu amado, ele podia imagina-lo perfeitamente naquele lugar, mas de todo, ele necessitava tira-lo dali – como os tiramos daqui?

— Não tiramos – Asterin fala perdida olhando para algum ponto, onde ela também podia enxergar alguma coisa importante para ela – se Chronos fugiu e eles estão em larvas, agora eles estão em outro tempo, fadados a serem...

— Sombras – uma voz completou, atraindo o olhar dos três – eles voltaram para a batalha de Millenium, e se não corrermos, Chronos vai fazer do nosso futuro inexistente.

Os olhos de Jimin brilhavam em lagrimas, havia sentido tanta a falta daquele ser, que mal podia se conter, por isso correu até ele e o abraçou forte, sendo prontamente abraçado de volta.

— Eu senti sua falta – Jimin fala aspirando o cheiro do outro, que alisava os cabelos do menor e sorria contente – como... como você... – Jimin se afasta olhando para o outro e percebe naquele momento – Jinnie...

— Foi a única maneira de voltar, uma segurança – Seokjin suspira frustrado, vendo Jimin sorrir tristemente, o motivo eram as asas do mais velho que não estava mais ali, pois no momento em que Chronos se soltou, ele precisou criar um plano de contingencia, ele usou todas as suas forças para prender Chronos, e falhou miseravelmente, mas para não morrer, Jin precisou dar suas asas e quebrar sua ligação com Namjoon.

— O Namjoon não deve ter aguentado – Jimin fala e Jin morde os lábios assentindo.

— Alguém me explica? – Jennie pergunta, interrompendo o momento dos dois.

Jin olha para ela curioso, e a mulher lhe lança um sorriso tímido, logo recebendo um sorriso animado de volta.

— Você é um farol – ele fala analisando-a, fazendo os outros dois olharem curiosos – meu nome é Kim Seokjin, eu sou um Milenar, ou era...

— Ainda tem salvação para vocês, contanto que salvemos o Namjoon – Asterin se pronuncia recebendo um acenar de cabeça do moreno – Jennie, lembra que eu te contei que no nosso mundo existem muitas coisas bonitas? – a garota apenas assente e a outra retoma – então, Seokjin e Namjoon são os únicos da nossa raça a serem ancoras e almas gêmeas. Jin ofereceu sua ligação e suas asas para se manter vivo.

— Chronos é um Titã, um grego, e mesmo que nós tenhamos sido criados para proteger o universo, não somos invencíveis, temos limites como manda o equilíbrio cósmico – Jin explica.

— O que fazemos agora para trazer os outros de volta então? – Jennie pergunta e parece se lembra de mais uma coisa, por isso logo fala com sua careta habitual de confusão – você disse que eu sou um farol, o que é isso?

— É como um imã do sobrenatural, você atrai todo tipo de ser cósmico, possivelmente sua linhagem deve ter algum ser mítico.

Jennie parecia confusa, mas sua confusão desaparece ao lembrar dos contos completamente inexistentes no mundo normal, que sua avó lhe contava, ela dizia que os antepassados dela vieram de um lugar muito diferente, chamado Millenium, mas ela nunca entendeu muito bem, achava que sua avó estava caducando pela idade.

— Isso é loucura demais pra um dia só – Jennie comenta, arrancando um riso contido dos três.

— Sabemos disso – Asterin suspira e encara o mesmo ponto que havia lhe interessado antes – o que acham de uma viagem no tempo?

Ela pisca para os dois milenares a sua frente que semicerram os olhos e negam, eles sabiam que Asterin era louca, mas nunca ao ponto de sugerir aquilo.

— Não é como se fossemos mudar o passado.

— Asterin, mexer no passado é perigo, se a linha mudar, todo o futuro pode se deteriorar – Jin alerta.

— Como se Chronos não fosse fazer isso no momento em que decidiu voltar a Guerra de Millenium.

— Devemos voltar ao ponto crucial – Jimin fala olhando para Asterin – o dia em que perdeu suas asas.

— Jimin...

— Vamos salvar as suas asas e a sua ancora – Jimin fala determinado – vamos matar o D.O., antes que ele mate o Xiumin.

Asterin respira fundo, ela não estava certa de que Kyungsoo era o responsável por todo aquele caos, sua memória havia sido deteriorada, ela apenas sabia o que todos os outros sabiam, mas em seu íntimo ela sempre sentiu que havia alguém por trás daquilo, alguém que nunca havia surgido na luz, sempre se escondendo nas sombras da sua mente, capaz de manipular a tudo e a todos, voltar no passado era um tiro no escuro, mas se pegassem D.O., antes da guerra estourar, eles poderiam ter uma chance de salvar não só aqueles que morreram, mas também acabar de uma vez com Chronos.

— Acho que posso ajudar vocês – a mulher surge com um sorriso sapeca nos lábios, alguns pareciam confusos, sobre quem era ela e como havia chegado ali, mas quando ela estende aquela arma para Asterin, apenas a mulher tem compreensão em seus olhos – eu tive que convencer os gregos, mas vai valer a pena se Chronos puder voltar ao tártaro.

— Não o mandaremos para o tártaro, iremos mata-lo de uma vez por todas – Asterin retruca para a garota e estende sua mão para ela que segura em seu braço e suas tatuagens brilham – é um prazer tê-la aqui, Arwen.

— Quem é ela? – a ruiva ouve a morena perguntar para os outros dois, que pareciam tão confusos quanto ela.

— Não sei – Jimin sussurra.

Arwen sorri divertida, mas é Asterin quem responde.

— Pessoal, conheçam Arwen, Rainha de Dragon, deusa do fogo, e Rainha do Reino dos Céus – Asterin a apresenta e eles podem ver os olhos dela brilharem em um tom vermelho fogo.