Durante o intervalo, Miguel reclamava da vileza de seu novo colega. Marcela tentava aconselhá-lo; aceitara que seus colegas participassem da atividade, mas ficou apático durante o resto da aula.

“Ei, Miguel.” O menino se volta, mãos inquietas envolvendo o próprio corpo. A voz tinha cabelos cacheados.

“Oi”, respondeu, quebrando o silêncio. Olhou para Marcela e disse, baixinho, que podia falar com ele. Quando ela se afastou, o menino, que se chamava Gabriel, se desculpou. Explicou que também queria desenhar… mas ficou irritado porque não fazia isso tão bem quanto Miguel.

Aos poucos, conforme ouvia Gabriel, sua inquietude foi cessando.