Dera mais alguns passos receosos, confiando somente em seu tato ao se apoiar naquelas paredes estreitas, foi quando sentiu algo novo. Para ser mais específico, sentiu uma respiração quente, bem próximo do seu pescoço.

E ela não pode negar o quanto aquilo fizera arrepiar todo o seu corpo.

(...)

Jimin estava nervoso, podia ouvir as vozes femininas do lado de fora, e sabia que não poderia voltar atrás, ele sabia que não queria voltar atrás.

Se sentia ansioso, pois ele sabia que seus amigos estavam certo, sabia que ele sempre fora um covarde todos aqueles anos, desde a adolescência, quando teve consciência do que sentia pela amiga, do que fazia ao pensar naquela garota e de como queria se declarar para ela, mas, simplesmente não tinha coragem.

Ele era um covarde, e sabia que não teria outra chance como aquela, e se não se relevasse para ela, se manteria como um maldito covarde egoísta que só daria ouvidos ao seu desejo.

Se sentia culpado por enganá-la, omitir a verdade, por todas as vezes que via nos olhos dela que se fizesse o que era certo, teria uma chance, mas ele nunca se arriscou.

Ele se sentia culpado por mentir para ela, se sentia culpado por concordar com tudo aquilo, e o pior era que, se sentia até mesmo culpado por sentir como estava incrivelmente excitado no momento que a viu entrando naquele quarto.

(...)

Ouvia os passos desajeitados vindo em sua direção, e sua respiração ficava cada vez mais afoita com a aproximação daquela garota, porém, quando sentiu sua presença bem a sua frente não pode segurar seu suspiro. E foi naquele momento que ela o notou.

Ouviu os pés alheios se arrastarem, mudando o corpo de posição, ficando de frente para si. E Jimin teve de refrear o ímpeto de agarrá-la ali mesmo, quando teve ciência que o anonimato e aquela circunstância em especifico o dispensaria de toda a culpa, mas ele se conteve a tempo, e ao menos daquela vez, resolveu deixá-la à vontade para explorá-lo livremente.

E não demorou muito para isso acontecesse.

Logo sentiu aquelas mãos femininas sobre si.

Começou com aqueles dedos macios tateando o seu rosto, e ele temeu que com isso ela já poderia reconhecê-lo – mas se o fez, se manteve calada – porém seus toques desorientados mostravam que ela ainda o via como um desconhecido, ele pode soltar sua respiração aliviado.

Suas mãos passavam por seu rosto de forma receosa e curiosa, como se fosse algum método de identificação, passando a palma em suas maças e ele tremeu levemente quando sentiu um de seus dedos, passar rapidamente sobre seus lábios.

Seus toques tímidos o deixavam ainda mais ansioso, porém, ele teve paciência para esperar até onde ela iria por conta própria, e ele sabia como seu corpo se animava com a ideia de ser examinado naquela maneira.

Após longos minutos finalmente o garoto pode sentir as mãos alheias descerem em seu corpo, começando por seus braços onde ela parecia querer ter certeza que toda a sua musculatura latente era verdadeira, ele quase se entregou ou ouvir a risada dela ao apertar seus bíceps.

Todavia aquele jogo passou a ser mais perigoso. Ela repentinamente se mostrou bem mais afoita. Suas mãos, que pareciam se deliciar demoradamente entre seu peitoral e abdômen – onde ele poderia afirmar, com quase toda a certeza, como ela tentava o provocar – por debaixo de sua camiseta, sentiu-a tocar em uma área bem delicada ao abaixar seus braços.

Os dedos delas de supetão passaram a brincar com a bainha de sua calça, para que rapidamente fugissem dali, e pousarem disciplinarmente sobre suas coxas. E Jimin inspirou profundamente para que não se descontrolasse naquele momento.

Foi quando ele sentiu aqueles dedos mais uma vez, eles passeavam corajosamente sobre o tecido que cobria a sua pélvis e Jimin não fazia ideia que aquela garota, que ele jurava conhecer tão bem, era tão ousada. Tão ousada para tocar alguém daquela forma, para tocá-lo.

E quando os dedos femininos enfim deslizaram entre o meio de suas calças, onde o garoto sabia quão ereto estava – o quão desesperado ele ficava a cada contado superficial, ou até mesmo cada suspiro que batia contra sua pele – que ele não pode mais contem suas reações.

Seus próprios dedos apertavam-se em um punho fechado, como se isso conte-se a gana de atacá-la naquele instante. Porém, assim que as mãos femininas foram corajosas o suficiente para apertá-lo levemente sobre seus dedos, ele soltou um gemido sôfrego do qual segurava a tanto tempo.

"Finalmente ouvi uma reação sua." E quando ele havia pensado que havia se entregado, ela soltou um sorriso, como se ainda não o reconhecesse. "Dr. Estranho."

Ela se aproximou seu rosto do seu, e ele se segurou novamente para não quebrar a distância e beijá-la naquele momento, mas ela desviou de seu rosto e passou a sussurrar, rente ao seu ouvido.

"Você está esperando o que? Uma permissão?" A ouvia sorrir cinicamente em seu ouvido, e mesmo estranhando aquele comportamento, não pode negar o achar extremamente sensual. "Você não precisa se segurar agora." E no instante que ele sentiu o toque gelado da língua em sua orelha, ele sabia que poderia se derreter a qualquer momento.

Ela enlaçou os braços sobre seu pescoço, com a confiança que faltava para o rapaz ir em frente, se permitir.

E antes que ela pudesse piscar os olhos, já habituados com aquela escuridão, mais uma vez, sentiu suas costas baterem contra o concreto atrás de si. O corpo tão contido a sua frente, já estava colado junto ao seu – de uma forma quase sobre-humana – e foi quando sentiu aqueles lábios desconhecidos junto ao seu, que enfim teve a liberdade de soltar sua voz também.