—Sasuke não corra!! – Souta brigava com o sobrinho que insistia em ir a frente.

—Quero chegar logo para brincar de bola – disse correndo as escadas do templo, alguns minutos depois seu tio chegou ofegante com as sacolas – demorou!!mas é muito fraco mesmo – disse com um sorriso sarcástico.

—Sou fraco nada! - Souta brigou –vou te dar uma surra no futebol!!! Vou guarda as compras e já volto.

—Duvido, sou melhor que você! – Disse chutando a bola longe.

—Veremos, não saia daí.

Souta saiu deixado Susuke brincando no pátio, quando o menino se empolgou e a bola quebrou o portão que fechava a entrada do poço. Suseke sabia que não poderia entrar ali. Sua mãe o proibiu, lembra quando tinha uns cinco anos, que sempre via sua mãe entrar e ficar algum tempo ali dentro.

Como sempre foi muito curioso, umas dessas vezes a seguiu, quando entrou olhou no pequeno espaço e não a encontrou, mas escutava ao longe o soluço de seu choro. Seguiu o som e viu ela no fundo do poço, ajoelhada chorando. Ficou muito preocupado, pensou que sua mãe tinha caído e se machucado.

-Mamãe a Sra. Está bem? - a chamou da borda.

-Susuke?! O que faz aqui? – Kagome respondeu enxugando as lagrimas.

Suseke lembrava que nunca viu sua mãe tão triste como naquele momento, ela subiu o poço e o abraçou forte.

—Me escute querido – disse passando as mãos em seus cabelos – nunca entre aqui esta bem? Esse lugar é perigoso – disse olhando sério em seus olhos- Você me promete que nunca entrará aqui novamente?

—Sim mamãe, se este lugar te faz chorar eu não vou chegar nem perto – concordou.

—Sim este lugar me faz chorar –Kagome concordou beijando a testa do filho – você é um bom garoto Susuke e eu te amo.

—Eu também mamãe – disse retribuindo o carinh0 – agora que fui bonzinho posso tomar sorvete? – Questionou com um sorriso.

—Mas você nem jantou ainda.

—Vai mãe deixa – Kagome se derreteu com aquele olhar que tanto lembrava Inuyasha, nunca negaria algo para o filho – está bem Susuke mais só hoje.

Susuke agora estava parado em frente o portão que sua bola abriu. Entrou devagar no cômodo proibido, olhava para todos os lados, nunca admitiria mais estava com medo daquele lugar. Olhou em todos os cantos a procura de sua bola, não a encontrou. Com receio e um frio na barriga aproximou-se do poço, olhou para baixo e viu no fundo sua bola.

—Vou ter que descer – concluiu procurando uma escada e não encontrando- acho que vou descer pelos ramos.

Susuke passou as pernas sobre a borda e agarrou os ramos descendo devagar, quando tinha descido pequenos metros, segurou em um ramo solto e caiu. Fechou os olhos com força desejando que pudesse voar entre as nuvens como o pai, e se preparando para o impacto que nunca veio.

Quando Susuke abriu novamente os olhos, se viu no fundo do poço, olhou para cima e se surpreendeu ao ver um lindo céu azul. Franzi-o cenho e respirou profundamente, sentiu diversos cheiros novos, um ar tão puro que chegava a doer o pulmão.

—O que será que aconteceu?? – Se questionou enquanto começava a subir através do poço.

Algum instante depois pulou da borda aterrissando em um lindo gramado, cercado por flores e arvores. Sentiu todos os seus pelos esticarem e seu olfato e audição aguçarem. Pode ouvir crianças brincando e um cheiro de comida vindo na mesma direção. Olhou tudo a volta, mas não encontrou ninguém, mesmo assustado resolveu seguir o som das crianças, assim poderia pergunta onde estava. Saiu andando por meios das arvores e se guiando pelo som, sabia que sua audição era boa, mas achou que as crianças estavam longe demais para ele ter ouvido.

Caminhou cerca de uns cinco minutos até que avistou algumas crianças brincando. Aproximou-se timidamente e as cumprimentou, sua mãe sempre disse que a educação era essencial em momentos que não conhecia ninguém.

—Oi – falou chamando a atenção das crianças, que o olhou com curiosidade.

—Quem é você? - uma menina de uns seis anos, que brincava com outra que era idêntica a ela.

—Eu sou o Susuke e você?

—É um yocai? – a outra menina perguntou, Susuke estranhou a pergunta, olhou para outra e concluiu que ambas eram gêmeas.

—Um o que? – Questionou.

—Um yokai!! Você não sabe que é um yocai? – Questionou com tom de sabe-tudo.

—Eu sei o que é um yocai – respondeu irritado, odiava que insinuasse que ele não sabia das coisas - só não entendi porque você me perguntou se sou um!!

—Suas roupas são estranhas e seus olhos são diferentes – falou um menino um pouco menor que estava junto com as garotas.

—Minhas roupas são normais –disse se observando, ainda vestia a bermuda jeans, camiseta polo vermelha e seus sapatos pretos, nada demais. – e meus olhos sei que são diferentes, mais minha mãe fala que são iguais a do meu pai.

—Bem olhando de perto – disse uma das meninas ficando bem próxima a Susuke – a cor de seus olhos é igual a do tio Inu – conclui pensativa.

—Deixa eu ver – a outra menina disse empurrando a irmã – é mesmo!! Na verdade, ele parece muuuuiiito o tio Inu.

—Quem é esse, “tio Inu”? – Susuke questiona curioso.

—O nosso tio, Inuyasha – as três crianças responderam empolgadas.

—Ele é um pouco bruto, e muitas vezes teimoso. Mas nós gostamos dele – disse o garoto.

—Ele fica super bravo quando falamos que é o nosso cachorro de estimação – uma das meninas completou risonha.

—E corre atrás de nós, mas depois que nos pega, nos joga para cima e brinca com a gente.

—Ele é muito legal! – conclui os três rindo.

—Parece que é mesmo – Susuke fala achando que esse tio Inu, lembrava seu tio Souta - Vocês ainda não me falaram seus nomes.

—Ah!! O meu é Miza e o dela é Miga. E esse é nosso irmão Sami.

—Vocês moram por aqui??

—Moramos na aldeia próxima. E você?

—Na verdade estou perdido... – Sasuke respondeu contando como foi parar naquele estranho lugar.

—Nossa vamos para aldeia, podemos falar com nossa mãe, e ela com certeza saberá o que fazer.

—Ta bom – respondeu achando melhor seguir aquelas crianças do que ficar sozinho na floresta.

Andaram por um tempo, até que avistaram as casas da Aldeia, as crianças começaram a correr e Susike as acompanhou.

—Mamãe!!Mamãe!! – as meninas chamavam Sango empolgadas – encontramos um novo amigo na floresta!!!!

—Vocês encontraram o que?! – Já saiu de sua casa preocupada, sabia que as gêmeas eram muito espertas e gostava de travessuras, apareciam com cada coisa em casa!!

—Um amigo mamãe!! É um menino.

—Um menino perdido!!!

—Ele falou que veio do poço.

—Mas ele não é um yokai.

As crianças falavam empolgadas, e Sango tentava entender tantas informações não prestando atenção em Susuke que estava fora de sua visão.

—Calma, falem de vagar!!!

—Um menino, que veio do poço! - Respondeu Miza irritada com a falta de entusiasmo da mãe – aquele ali – conclui apontando para Susuke.

Sango se virou e se deparou com o menino. Suas roupas eram diferentes, longos cabelos negros e pele clarinha. Abaixou-se para falar com ele.

—Oi sou a Sango, e você pequeno quem é? – Disse em sua frente.

—Oi sou o Susuke – respondeu erguendo seu rosto, o que fez Sango dá um passo para trás em choque. Era os olhos de Inuyasha, na verdade reparando melhor ele era muito parecido com seu amigo, porém sem as orelhas e com cabelos negros.

—Susuke é um lindo nome – disse sorrindo – posso te abraçar? – questionou emocionada.

—Sim – respondeu sem jeito. Sango abraçou o menino que não retribuiu, estava achando tudo aquilo muito estranho

— Você está bem? Como chegou aqui? – Perguntou quando o soltou com lagrimas nos olhos, não tinha 100% de certeza, mas poderá apostar que aquele menino era filho de seus melhores amigos.

—Estou bem. Cai no poço enquanto brincava no templo.

—Entendi. Está com fome?

—Sim muita – respondeu.

—Entra vou termina de preparar o jantar. Miga vai chamar vovó Kaede, fala que temos uma ótima visita.

A menina saiu correndo, enquanto Sango entrava com Susuke em sua casa. Estava muito emocionada, nunca imaginou que Kagome poderia ter tido um filho com Inuyasha.

—E sua mãe está bem? – Questionou ao menino.

—A Sra. Conhece minha mãe?

—Sim. Não se vimos a muito anos, mas somos grandes amigas.

—Esta sim – respondeu – ouviram passos ao lado de fora e vovó Kaede entrando.

—Sango o que aconteceu? Porque a urgência?

—Olha vovó Kaede temos uma visita – disse apontando para o menino – venha aqui Susuke, esta é a vovó Kaede, outra grande amiga de sua mãe.

Susuke levantou-se e foi cumprimentar a velhota, a mesma abraçou ao menino com carinho.

—E Kagome, veio com você? – Também questionou feliz em ver o pequeno.

—Não minha mãe não. E acho que ela deve está bem preocupada – disse ficando sério de repente.

—Vamos jantar primeiro depois vamos ver uma forma de você voltar – disse Sango enquanto arrumava a mesa.

—Minha mãe deve está muito preocupada. Ela não vai saber onde estou, ela não vai me procurar próximo ao poço.

—Porque você fala isso, Suzuki? – Questionou vovó Kaede curiosa.

—Minha mãe falou para eu não entrar lá. E eu obedeço, aquele lugar faz minha mãe chorar muito. Todas as vezes que ela entra lá, ela sofre.

—Você sabe se sua mamãe já tentou pular no poço? - Perguntou com cuidado Sango.

—Eu vi somente uma vez, mas creio que ela sempre tenta. E quando volta com os olhos vermelhos e o rosto inchado, é porque ela tentou mais uma vez. Por isso não entro lá, aquele poço faz minha mãe ficar triste.

—Mas sua mãe é feliz, não é? - Questionou a vó Kaede preocupada com sua menina.

—Acho que sim. Ela estudou, se formou e trabalha em um lugar que ela gosta. Ela tem a minha vó, meu tio e meu biso, tem amigas. Mas desde muito pequeno escuto minha mãe chorar, chorar muito. Acho que ela sente falta do meu pai. Mas aprendi a não pergunta dele, entendi que fala dele faz ela sofrer – ele dizia com o semblante e a voz triste - Queria poder ajudar, mas ela fala que ele está muito distante, em um lugar onde ela não pode ir. Minha vó me falou que eu me pareço muito com ele, acho que minha mãe também acha isso, porque todas as vezes que ela me olha ela sorri, mas vejo tristeza em seu olhar – Suzuke apesar de pequeno era muito inteligente e esperto.

Sango e vovó Kaede enxugava as lagrimas com o relato do pequeno, enquanto na porta, ela ouviu um fungo e um comentário de seu marido.

—Você realmente se parece com seu pai – Miroku falava - não é mesmo Inuyasha?

Inuyasha estava em choque na porta, por mais que seus olhos viam ele não acreditava neles. Aquele menino era definitivamente filho dele e de Agome. Podia sentir pelo cheiro e os traços, uma mistura dos dois. De vagar ele se aproximou do menino, o mesmo o olhava fixo, seus olhos refletidos nos dele, tão igual, tão único.

-Olá – Suzuki cumprimentou com sua voz firme e fininha – eu sou o Suzuki.

Inuyasha sorriu para o menino e o abraçou com muito carinho, deixando lagrimas cair em seus olhos, Suzuki um pouco confuso simplesmente deixou-se ser abraçado e quando finalmente foi solto do abraço, sorriu para Inu.

-Ola Suzuki, eu sou o Inuyasha, seu pai – falou firme. Suzuki olhou assustado para o homem em sua frente, seu maior sonho era conhecer seu pai, e agora que ele estava ali, não sabia ao certo como agir.

-Isso é verdade? Você não está brincando? – Questionou desconfiado, porem a semelhança era bem obvia.

-Não estou brincando – respondeu com medo de ser rejeitado. Para sua surpresa Suzuki se jogou em seus braços e lhe deu um forte abraço.

-Meu maior sonho era conhecer meu papai! – o menino sorria feliz - minha mamãe falou que você estava longe, mas que um dia tinha certeza que te encontraria.

-Agora você encontrou – Inuyasha respondeu também sorrindo em meios as lagrimas.

Todos na casa estavam felizes pelo encontro e emocionados, sabiam como Agome e Inuyasha se amavam, e torciam para ambos ficarem juntos. Ficaram conversando ali, Suzuki contando de sua vida para todos, como gostava da escola, dos amigos. Como ele e Agome iam em exposições e ela amava contar histórias de aventura, como sempre falava que seu pai era incrível e forte, depois de muita conversa o menino acabou por dormir nos braços de Inu, que assim como a criança não queria se afastar.

-Dormem aqui – vovó Kaede falou – amanhã você o leva até o poço.

-Eu não quero que ele vá embora – Inu olhou para o filho – quero mostrar nossa terra para ele.

-Pense que Agome deve esta preocupada com o filho – Sango o lembrou – ela deve está desesperada.

-Sim. Não vou demorar a leva-lo – Inu respondeu.

-Será que agora você conseguirá atravessar o poço? – Kaede se perguntou.

-é tudo que mais quero – respondeu em um sorriso, fazendo um cafuné no menino.