Meu pequeno herói!

Prólogo — O que é aquilo no céu?


Vertigem não é uma das sensações que passam tão rápido e o enjoo que ele, Stiles Stilinski sentia não eram nem de longe algo passageiro ou que iria de fato passar, mas não deu, não resistiu e não segurou, seu olhar de bobão vencia sua cara verde de enjoo.

Qual situação, vocês me perguntam. A de claramente ter se safado de um incidente em frente à escola da qual frequentava e estava se livrando (terminando o colegial, graças ao todo poderoso), um quase atropelamento de um idiota qualquer com um carro tão carro que nem gostaria de ver um arranhão na tinta nova e um salvador não tão comum.

As últimas coisas que ele precisava era uma tensão antes da semana de provas, um mini ataque cardíaco antes do jogo de lacrosse e as garotas cidade inteira falando seu nome de forma errada e a fofoca de forma errado, não, ele não precisava e nem queria.

Só lembrava de um topetinho e um sorriso perfeito, além da risada gostosa do outro que ecoava na sua cabeça como uma música chiclete. Culpem a fase jovem dele e seus hormônios em loucura com as duas frutas, ele estava na loucura.

— Deem espaço! Abram alas que ele não ‘tá bem — e ao som da bela e zangada voz, aquele que era o dito cujo que passou tão mal, voltou a realidade.

Lydia Martin, sua até então amiga, o puxou para longe dos múrmuros intensos e Stiles apenas tentava não afastar a imagem da pessoa dos seus pensamentos. Superman, o herói e homem mais poderoso de todo o planeta, um símbolo que trouxe não só pouca visibilidade para a cidade onde mais frequentava, que era Beacon Hills, mas esperança e um certo medo para aqueles que não sabiam seus limites, um homem capaz de derrubar um prédio com um soprar tinha salvado a pele de Stiles.

E ele achava que ter o pai como xerife era a coisa mais constrangedora de uma cidade pequena, mas não, o seu salvador provou o contrário.

— Stiles? O que aconteceu com ele? — agora era a vez de Scott dar o ar da graça e aparecer, o ajudando a ser carregado entre os corredores da escola e ser encarado também pelas garotas que eram infestadas pelo mal da fofoca.

— Mais ajuda, menos palavras — Lydia respondia duramente e segurava o braço de Stiles com força, talvez uma força de fazê-lo acordar de vez e deixar de ser levado por alguém — Um idiota quase o atropelou e só não fez isso porq—.

— Porque o Superman fez isso... — Stiles concluiu a fala de Lydia — O Superman me salvou de ver a luz no fim do túnel... — sussurrou, olhando para os dois amigos e reparando que estavam perto da enfermaria da escola — Não é só porque fui salvo que vou passar a manhã e tarde aqui, de jeito nenhum — negou com a cabeça, já dando meia volta.

Detalhes? Stiles Stilinski, jovem estudante e esforçado em cada coisa que envolvia sua vida, inclusive com suas poucas e boas amizades, não faltava uma aula sequer e nem mesmo conseguia se ver cabulando uma aula, fossem matérias chatas e tediosas, não cabulava.

Então a concentração dos três se direcionou para os celulares. Os três aparelhos tocaram e cada um deles teve uma reação diferente com o vídeo que tocava e foi compartilhado. Fosse maldade ou não, já tinham jogado a poeira diante do ventilador e causado o caos, outros toques de celulares tocaram pelo corredor e quem os via de longe, encarava e encarava sem vergonha na cara o coitado do Stiles.

Agora, ele conseguia lembrar sem se sentir confuso do que aconteceu e do porque a vertigem o atingiu, a famigerada “tontura”.

Um vão aparecia diante do carro e logo, sendo carregado nos braços do Homem de Aço estava Stiles, a cara de bobão que parecia babar era nítido na filmagem e quando foi deixado no chão, a lembrança de ver o sorriso dele para si e uma risada gostosa (nesse e no “outro sentido”) voltaram com força na sua cabeça.

— Até que ele é bonito — Lydia comentou, olhando para Stiles e vendo o olhar de choque de Stiles — O quê? Vai dizer que não gostou e que gosta da outra fruta de novo e negar tudo de novo depois daquela conversa que tivemos? — alfinetou, franzindo o cenho levemente no aguardo da resposta ou atrevimento de Stiles.

— Vocês conversaram? — Scott tinha uma risada contida — Desculpe, não achei que Stiles conseguisse manter a boca fechada por mais de cinco minutos — zombou e Stiles se limitou a encara-lo.

— Isso não vem ao caso agora, vamos dizer que Stiles é a novidade não só da nossa querida cidade, como do país inteiro — Lydia brincou e Stiles arregalou o olhar.

— Não brinca com isso!

— Não preciso, tem vídeo fazendo o meu trabalho — e balançando o celular em mãos, Stiles choramingou com o tão aguardado (ou não) destino dele.

O dia em que ser desatento e olhar para o céu traziam consequências gravíssimas para a rotina e vida de uma pessoa, no caso dele, um adolescente viciado em trabalhos e pesquisas, louco também para o termino para o que a escola significava na vida dele, um inferno.

E depois daquele dia, o pior inferno de todos. O dia que toda aquela palhaçada e desastre começaram.